quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

5 lições do menino que criou uma impressora de Lego para textos em braille

Shubham Banerjee (Foto: Adriano Lira)


Quem vê a aparência tímida e franzina de Shubham Banerjee, de apenas 13 anos, pode não imaginar que o garoto criou algo inovador: o Braigo, dispositivo construído com peças de Lego que transforma arquivos de texto em impressões em braille.

O invento encantou a Intel Capital, braço da gigante de tecnologia voltado para investimentos em negócios inovadores. Ao receber dinheiro do fundo, Banerjee se tornou a pessoa mais jovem do mundo a receber um aporte de venture capital. Vale ressaltar, ainda, que tal modalidade de negócio garante subsídios milionários e é normalmente destinada a empresas mais bem estruturadas que a do jovem.

Apesar de todas essas conquistas, Banerjee – belga de origem indiana que mora atualmente nos Estados Unidos – se considera um menino normal. “Só faço algumas coisas de forma um pouco diferente”, afirma. Nesta quarta-feira (4/2), ele foi um dos palestrantes da Campus Party 2015, que acontece em São Paulo esta semana.

Em sua apresentação, Banerjee falou sobre sua trajetória empreendedora, sobre o Braigo e de seu principal ideal: construir coisas que ajudem as pessoas e melhorem o mundo. Ele ainda deu dicas para quem também quer empreender: 

1. Pense em solucionar os problemas das pessoas
Banerjee diz que nunca havia pensado em empreender. Ao receber uma carta de uma ONG que auxiliava cegos, perguntou a si mesmo: como os cegos leem? Conheceu o braille pelo Google. Ele também descobriu que há aparelhos que imprimem nesta linguagem, mas que eles são caros – custam algo como US$ 2 mil nos EUA. Banerjee deu início, então, a seu negócio em busca de uma solução que beneficiasse os deficientes visuais. “É melhor inovar por bons motivos. E dinheiro não é um deles”, afirma.

À esquerda, primeira impressora projetada por Banerjee, feita de Lego; ao lado, protótipo mais atual da Braigo (Foto: Adriano Lira)



2. Impacto social vicia
Banerjee afirma que uma das vantagens em focar no social é que o benefício oferecido às pessoas o incentiva a continuar. “Quando vejo alguém positivamente influenciado por minha impressora, sinto um tipo de 'adrenalina', que me faz querer ajudar mais gente.”

3. Conheça pessoas que inspirem você
Quando a primeira versão do Braigo ficou pronta, Banerjee não perdeu a oportunidade de buscar ensinamentos de pessoas que ele admirava. Entre elas, estava o atual presidente da Lego, Jørgen Vig.
A experiência na Intel facilitou o networking de Banerjee. Dentro da empresa, ele conheceu Henry Wedler, um engenheiro cego que acabou se tornando seu tutor. Os conselhos e feedbacks recebidos ajudaram no desenvolvimento do Braigo.

4. Não se influencie pelos comentários negativos
Banerjee conta que, quando o Braigo ficou mais conhecido, muita gente criticou suas ideias: “Algumas pessoas riam de mim porque minhas ideias eram diferentes. As pessoas vão criticar você, mas às vezes isso é bom para ajudar a melhorar. Apesar de tudo, é preciso seguir em frente”.
 
5. O caminho é longo
Os feitos de Shubham Banerjee chamam a atenção. Mas ele mesmo reconhece que ainda tem um caminho bastante longo a percorrer. Isso porque sua empresa está desenvolvendo protótipos. “Vamos chegar a uma escala pré-industrial neste ano. Mas percebi que empreender não é fácil. Vou continuar focado para levar minha impressora a muita gente”, diz.

Fonte: Revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios

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