sexta-feira, 22 de maio de 2015

Coluna do dia: Como estimular a linguagem do seu filho




    Um bebê, em seu primeiro ano de vida, já consegue identificar padrões de sons das palavras. É assim que ele começa a entender o significado delas; e treina a fala muito antes de balbuciar as primeiras sílabas que surgem por volta dos seis meses de vida. Ou seja, desde que nascem as crianças se comunicam e o fazem por meio de sons e gestos, além do choro, balbucios e risos. Essa é a forma, primeiramente, que os bebês têm para expressar desejos e sentimentos, e de se comunicar com o mundo e as pessoas que lhes rodeiam.

O desenvolvimento da sua linguagem é um passo muito importante no seu desenvolvimento geral. Dos primeiros balbucios às primeiras palavras, o bebê passa por várias etapas no que se refere à sua expressão oral.

Segundo Borges e Salomão (2003) a linguagem é uma das primeiras formas pela qual o indivíduo se socializa, além disso, e através dela, que é possível a criança ter contato com vários aspectos sociais, antes mesmo de aprender a falar. Portanto, estar exposto a este estímulo é o requisito mínimo para que seu filho desenvolva uma boa linguagem; pois nenhuma criança pode inventar uma língua a partir do nada; diante de tal fato, é importante ter consciência que somos modelos para seu aprendizado; e se estimularmos mais, e corretamente, melhor iremos proporcionar seu bom desenvolvimento e desempenho.

Para que haja um desenvolvimento saudável da criança, é necessário que os aspectos cognitivos e motores estejam íntegros. É importante o estímulo, assim, se desenvolve e bons resultados para toda a vida. Portanto, é muito importante que converse sempre com o seu filho e crie oportunidades para ele falar. É preciso ter em mente que cada criança tem seu próprio estágio de desenvolvimento, e nem todas evoluem da mesma forma.

No início, a linguagem é muito limitada, pois suas primeiras palavras referem-se às questões da própria família, ambiente em que passa mais tempo em seus primeiros anos de vida. É seu ambiente imediato. Palavras iniciais mais comuns: "mãe", "pai", "água". E aos poucos, começam a ter um vocabulário maior.

Lembrem-se sempre: a criança não só se comunica verbalmente, como também por gestos desde que nascem. Por exemplo, quando ela quer ir aos braços de alguém, levanta os braços para que os pais a peguem; se ela quer algo, ela diz ou aponta com o dedo; se ela quer nos mostrar algo, também aponta e/ou pronuncia sons relacionados à futura palavra. A linguagem não é apenas verbal!

A linguagem não verbal é a primeira adquirida desde que o bebê nasce. No choro, por exemplo, podemos entender tipos de mensagem / informação: se é choro de cólica, de fome, de sono, de frio entre outros. A criança, através destes sons, já começa a demonstrar diferentes sentimentos e formas de apreensão do mundo através da linguagem.

Devemos estimular a aquisição da linguagem a partir desde o nascimento, sendo assim, deixo aqui, algumas dicas e sugestões importantes para que estimule corretamente a fala de seu filho.
ð  Ajude a criança a completar suas frases para enriquecer sua linguagem;
ð  Reconheça suas conquistas com um sorriso e um elogio;
ð  Evite qualquer comparação, pública ou privada, com seus amiguinhos;
ð  Escute com paciência
ð  Faça a criança sentir que o que ela está contando é importante, ou seja, ouça a criança com interesse;
ð  Estabeleça um diálogo verdadeiro para que ela aprenda que ouvir é tão importante quanto falar;
ð  Ajude a compreender a sonoridade das palavras, ou seja, quando a criança apontar para um objeto, diga o nome antes de pegar, ou seja, antes de atender o seu pedido;
ð  Estimule a falar o que ela quer com a pronúncia correta. Ou seja, evite atendê-la toda vez que apenas apontar para os objetos;
ð  Mostre e reforce o nome do objeto solicitado em diferentes situações, principalmente objetos que a criança goste muito. Exemplo: a criança aponta para o pacote de biscoito na prateleira. Não o entregue imediatamente. Fale: “Você quer biscoito? Tome o biscoito”;
ð  Responda com as palavras corretas, quando seu filho falar algo errado. Atenção: não corrija prontamente, isso evita que a criança gere mais insegurança. E não repita a pronúncia errada da criança. É preciso enfatizar a palavra correta. Exemplo: “Quelo dedeila”. Você repetirá normalmente: “Você quer a mamadeira? Vou pegar a mamadeira”;
ð  Não troque nomes de objetos, como chupeta de 'pepeta' ou a mamadeira de 'tete'. Nesses casos, a criança terá que aprender duas palavras para um mesmo objeto;
ð  Evite falar palavras diminutivas. O ‘tatibitate’ pode atrasar o aprendizado e você não será menos carinhoso com ele por isso. O tom da voz significará muito mais do que a palavra. Fale corretamente e com carinho. Exemplo: Biscoitinho, comidinha, sapatinho, bonequinho, cavalinho entre outros;
ð  Converse bastante com a criança, ainda que ele seja um bebezinho. Conte o que esta fazendo enquanto troca sua fralda, fale as partes do corpo enquanto acaricia ou dá banho para enfatizar o nome de cada uma delas. Nas refeições, fale o nome dos alimentos que esta sendo oferecido. Cante músicas;
ð  Leia e conte histórias com boa dicção e em intervalos adequados entre as palavras, esta ação estimula muito a linguagem da criança, além de despertar o imaginário e a criatividade.

Atenção! Algumas crianças demoram um pouco mais para aprender e desenvolver a linguagem, o que não deve ser encarado como um problema pelos pais. Você deverá preocupar-se quando a criança passa dos 24 meses sem produzir palavras. Daí a ajuda de um fonoaudiólogo passa a ser necessária para que esse desenvolvimento da linguagem ocorra dentro do esperado. Aproveite os cuidados com o bebê indicados acima e instrua as pessoas que convivem com a criança para fazerem o mesmo.

Seu bebê agradece.
Até a proxima!

Maria Paula C. Raphael - CRFa1 7364 - Fonoaudióloga, Sociopsicomotricista Ramain-Thiers, Fonoaudióloga e Supervisora de Fonoaudiologia do Projeto Escola na SPB  de 1991 / 1997, Docente da AVM  Faculdade Integrada, cursos de pós graduação (UCAM), Eventos em Educação,  Supervisora na Formação em Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, Palestrante em eventos de educação.

Atividades com LEGO

Olá pessoal, achei um blog que chama My Delicious Ambiguity e tem dicas de Aprendizado com Atividades com LEGO.Super legal!!!

Quebra-cabeça.


Quantidade


 Adição


  Sequenciação


Frases


 Bingo


Classificação


Fonte: deliciousambiguityblog

Dica de Dieta Sensorial Exercícios de Imitação dos Animais para crianças inquietas e agitadas


 
 
Habilidades motoras grossas, equílibrio estático e dinâmico são importantes etapas do desenvolvimento infantil. As atividades motoras grossas estimulam tônus muscular, fortalecimento muscular e movimentação ativa e coordenadas. Essas atividades são responsáveis ​​por ajudar as crianças a regular suas necessidades sensoriais.
 
 
 
Uma das maneiras mais fáceis de incluir input proprioceptivo e vestibular no dia a dia em casa é exercicios de imitação dos animais.
 
 
Exercícios de Imitação dos animais são simples e divertido 
Uma ótima maneira de incentivar a criatividade ao desenvolver as habilidades motoras  grossas e input (entrada) de informações sensoriais vestibular e proprioceptivo.
 
 
Exercícios de Imitação dos animais com input vestibular (movimento) e proprioceptivo (trabalho pesado) pelo menos uma vez por dia meia hora. Objetivo acalmar  a criança durante reuniões, antes da escola, e antes de lição de casa.


Fonte: http://lemonlimeadventures.com/animal-walks-sensory-diet/

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Coluna do dia: Tempo, Cérebro, Tecnologias







Uma cena: “Mãe entra por dentro da escola a procura de seu filho. Ninguém sabe dele, ninguém o viu. Ela está preocupada. Ele nunca fez isso. Enquanto a acalmam, alguns professores tentam conversar com colegas da turma dele para encontrar pistas. Ninguém o viu naquele dia. Mãe chora muito. Professores tensos. De repente um aluno lembra: o celular do garoto tem GPS. Depois de muitas tentativas, atravessam a rua. Lívio estava com dedos megadoloridos e muito suado. Depois que saíra de casa, o ar condicionado da lanhouse tinha estourado e o jogo estava quase no fim”.

Vício. Estamos na era do vício digital. Sujeitos em formação encontraram no ambiente virtual um mundo cheio de possibilidades de SER e ESTAR. De novo os jogos são o up desse momento. São cérebros em formação em busca do prazer cotidiano mesmo com a estatização do corpo e o frenesi do córtex virtual. 

Na internet, há provocações intensas dos sentidos e às múltiplas conexões neuronais. E dependendo do tempo, ritmo e repetição, as determinações genéticas podem ser influenciadas ou engatilhadas. E ai as dimensões sociais e psicológicas, principalmente, sofrem determinadas disfunções. É preciso ter cuidado. Convivemos com tecnologias desde tempos imemoriais, mas atualmente estas tecnologias inseriram a característica da velocidade em todas as dimensões humanas. 

Comportamentos, posturas, atitudes inauguram outras configurações na relação do sujeito com todos ou com ele mesmo. A primazia do prazer em SER e ESTAR em ambiente virtual reafirma, por exemplo, nossa capacidade de nos tornarmos viciados / de cair na rotina / de estabelecer zonas de conforto. Com isso torna-se frágil o argumento de que as novas tecnologias (computador, internet e suas ferramentas ou aplicativos) tornaram a geração aprendente, na escola desde a década de 80, insípida, superficial, sem foco ou atenção.

Devemos lembrar que tudo depende. Há sim uma fugacidade nas formas com que os cérebros conseguem assimilação as informações porque esta nossa grande tecnologia natural tem tido mais elementos para descartar do que para ‘trabalhar’ internamente. 

O que aconteceu com nosso personagem Lívio? Ele é reflexo do montante de imersões, em ambientes virtuais, em busca do lúdico, do divertimento, e este muito relacionado ao seu interesse, preferência e desejo. Somos seres predispostos ao encontro e permanência com o prazer sempre. Logo, ao lado de uma escola, uma lan house cheia de novidades relacionadas aos artefatos tecnológicos do século XX e XXI é o gatilho certo para este cérebro ávido de aprendizagens significativas, simplesmente ser atraído.

Prazer é resultado de melhor funcionamento de nosso sistema de recompensa. Somos humanos em busca de doses dopaminérgicas de autoestima, amor, solidariedade e, principalmente realização de nossos interesses e desejos. 

Lívio gosta da escola, mas o outro mundo ou outros mundos são mais animados, criativos, alegres e gestam curiosidade e atenção constante em seus sentidos, principalmente o córtex visual. O processo de ‘mudar o caminho’, se desvirtuar de ‘algumas responsabilidades’ é lógico, afinal o que ele está fazendo de mal? 

O choque de gerações sempre aconteceu. A mãe jamais entenderá a mudança de comportamento e de caminho. Ela já carrega em si experiências em que reconhece, NO FUTURO, consequências ruins à continuidade desses atos. Normal perfeito. Mas e o Lívio? Em que patamar fica o desejo do Lívio? Crianças não podem e nem devem ser desrespeitadas em suas emoções, movimentos e formas de aprender. Nem desrespeitadas, nem ignoradas. Suas ações são reações às informações que recebem em todos os ambientes em que interagem, então elas se testam, testam, correm riscos, experimentam com poucos medos. 

A mãe precisará de tempo para entender, mas a escola precisa revê-se rapidamente: não importa como o professor ensina, importa como seu aluno aprende. E este princípio se relaciona com atendimento das expectativas dos alunos ao entrarem na escola. É necessário tentar entender esta plasticidade cerebral, seus interesses e formas de aprender. Por que Lívio saiu do seu caminho e entrou na lanhouse? Esta é a pergunta-base. 

Particularmente ele foi em busca do seu prazer. Em se sabendo esta resposta, outra pergunta se instaura: se ele está na lanhouse, o que ele acessa mais? Jogos, vídeos, sites de relacionamento ou de bate-papo? Esta observação (e possível anamnese) pode favorecer o professor, por exemplo, a criar e desenvolver práticas de ensino mais focalizadas, pontuais e significativas. 

Leitores, tudo é bom e tudo depende, sabe por que? Porque em tudo é preciso limites. Cérebros em formação tem sua circuitaria neuronal tensionada se carregada com excesso de informações ou de realizações, ou, ao contrário, se ganharem liberdade demais para SER e AGIR. Conexões neuronais de qualidade se constroem respeitando e dando limites à chegada das novidades, à realização dos desejos e à performance relacional no dia a dia. O cérebro segue aprendendo porque aprender ocorre no cérebro mesmo. 

Quanto tempo Lívio passa na Internet ou em determinado site? Isso é importante esclarecer. Se ele tem muita liberdade ‘internética’ em casa, a decisão de ir à lan house é natural. Já se ele tem proibições ‘internéticas’ radicais em casa, de novo, a lan house é quase shangrilá e, de novo, um lugar de ida e permanência natural. E ai assim, há a perda de certas habilidades.

Sem tempo offline, o cérebro não reestrutura tudo o que assimila. Sem tempo offline real e duradouro, a questão social entra em desequilíbrio e instaura-se o ‘sem sentido’. Lívio jogava. Lívio estravazava suas emoções. Lívia desanuviava a mente. Lívio perdeu a hora. A composição do seu mundo real, na visão do outro (mãe e professores) estava deficiente. Mas ele era livre.

No mundo virtual, ele era o mundo; ele era o controlador de tudo, menos do tempo. Em metáfora, podemos dizer que, ali, o que somos (genética) era transformado por quem somos quase sem controle: experiência relacionada com o desejo e a necessidade de. 

Nós todos nos esquecemos do tempo quanto o tempo é de prazer. E pior, ficamos egoístas: o tempo de prazer é um tempo de posse. Laços ou relacionamentos virtuais ganham importância em detrimento dos laços e relacionamentos em ambiente real. Há mudança cerebral. Então antes de condenar às tecnologias ao limbo dos maus agouros da nossa contemporaneidade, devemos pensar no tempo: tempo de acesso, imersão, interação em ambientes virtuais.

Profa. Claudia Nunes




segunda-feira, 11 de maio de 2015

Coluna do dia: DIAGNÓSTICO, POR ONDE COMEÇAR? O que esta oculto, precisa ser revelado e a tempo.



 
Ola queridos amigos, que mês intenso, é com um grande prazer que escrevo essa coluna a cada quinze dias e dessa vez trago alguns fatos que ocorreram na instituição AAPA e que pra mim por um lado foi doloroso e outro de um alívio.
 
Quando comecei a escrever estava passando por uma turbulência pessoal muito grande,  um descaso e porque não dizer uma certa coação diante de meus atos e posicionamentos com relação a instituição, bom,  seria natural escrever pra extravasar, mas ai uma parte bem maior que existe em mim falou; esqueci isso e mantenha seu foco no seu trabalho,  não nessas pessoas que nem sequer possuem a noção do que é ter um filho com autismo quanto mais 150 filhos e filhas com autismo, pense apenas neles se preocupe com eles, e foi o que fiz e vou relatar pra vocês o que não podemos mais esperar, mão vou colocar nomes em respeito as famílias e por não ter uma autorização por escrito,  hoje em dia é muito importante, então usarei iniciais apenas.
 
A grande realidade quando falamos de Autismo é que existe uma ENORME interrogação em nossas mentes,  mas algo que sempre lutei e exigi na instituição me comprovou que eu não estava louca,  como alguns médicos diziam, um exame de ressonância magnética, todos que iniciam o tratamento na AAPA e que me pedem orientação vão receber esse encaminhamento, porque?  Pelo simples fato de que acredito e reforço que existem dois tipos de autismo e mais de 29 síndromes que se confundem com o mesmo, sendo que hoje vemos cada vez mais crianças com diagnostico de autismo sem ser,  e o pior como no caso do querido P,  com 8 anos,  laudo de autismo,  criança saudável, e de repente duas funções pararam, e os médicos já numa internação diagnosticaram como desmielinização cerebral,  e apos dois meses de internação P veio a falecer, nunca antes sua família havia sido solicitada a fazer a ressonância, nem exames mais aprofundados de genética, o que poderia ter dado condições de descobrir o processo neuronal e quem sabe prolongado os anos de P, fiquei tão frustrada por não ter tido tempo para ajudar essa família que chegou até a mim com um pedido desesperado de socorro,  pois tinham sido indicados a me procurar devido as minhas pesquisas no assunto, fiquei dias remoendo em não ter tido tempo, e ao conversar com meu amigo e terapeuta Carlos sobre o caso e como poderíamos prevenir outros,  recebo uma outra mãe do meu pequeno D, 6 anos,  me procurando pra me apresentar a tomografia e a ressonância e com os olhos cheios de lagrimas me agradecendo pela insistência em fazer o exame quando todos os médicos diziam que não era necessário, apos 4 meses lutando ela conseguiu que o medico liberasse o pedido e o fez e no dia que o pequeno D fez o exame ainda na sala de espera veio a noticia do médico, - mãe seu filho precisa ficar internado e ser operado ainda hoje, pois ele têm um coágulo no cérebro.

O choque maior em seu relato foi as palavras do próprio médico que dizia não ser necessário, no que ela me informou, Emanoele ele disse, agradeça a moça que insistiu mo exame porque se demorasse mais uns 10 dias seu filho não estaria mais aqui conosco.

Receber o pequeno D de volta hoje foi uma alegria em meu coração e uma certeza de que um eu consegui chegar a tempo,  sei que não sou médica, sou uma pesquisadora que ama a medicina e não teve condições de fazer a faculdade dos sonhos, mas pelo menos encaminhar e explicar o porquê eu posso, hoje sei que D não é autista e iniciamos nossa nova jornada agora para a descoberta de sua real síndrome.

No caso do pequeno J,  7 anos também chegamos a tempo e apos 5 anos como autista descobrimos pelos exames investigativos sua síndrome e que existe medicação apropriada para tal,  e hoje vejo ele se desenvolvendo,  comportamento e social totalmente recuperados, mas acima de tudo,  fora de perigo.
 
Como sempre digo para as mães, um diagnostico é apenas um dentre tantos, mas o diagnóstico correto é único no real tratamento e intervenção apropriada de sua criança podendo trazer benefícios para a vida.
Ate quando os médicos ficaram achando que investigação e pesquisa são desnecessárias?
Famílias exijam os exames básicos antes de fechar um diagnóstico, ou iniciar uma medicação, isso pode fazer a diferença em todo o desenvolvimento de seu filho.
Ate a próxima!

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Coluna do dia: Viver é melhor que sonhar, para entender o que é sentir!



          Quero viver melhor tudo novo, de novo quero entender melhor tudo de novo, tudo de novo, quero sentir melhor, tudo de novo. Não quero sentir medo, quero sonhar, me entregar e acreditar. Quero sair pelo mundo em busca do novo, não quero me atrasar, nem cansar. Quero aproveitar para sentir, quero ter momentos, sorrir mais, chorar menos e usar as lágrimas para irrigar a sabedoria, quero olhar para frente e só o necessário para trás. Quero olhar, sorrir e abraçar. O querer é viver, para poder sonhar, entender o que sentir, sem economizar. Ah corpo! Que corpo, quantos corpos, quero corpo, quero abraçá-lo, quero tatuagem, quero fazer mais, ajudar mais. Tomar mais sol e mais banho de chuva, indagar mais, ousar mais. Quero mais e tudo o mais, o valor da vida, da paz, do amor, do prazer de viver. O compromisso, o controle, exercer a coragem de ir diante do espelho, da alma, da intolerância. O corpo é sábio, reconhece erros e fracassos, utiliza o controle, a inteligência, desenvolve a arte de pensar e protege a emoção em todos os caminhos, em estradas curtas ou longas que faz a vida florescer.

          Viver é melhor que sonhar, para entender o que é sentir num mundo de flores e de plantas com belas sementes, que se compromete em reconhecer seus erros e fracassos e percebe que a solidão é superável com a própria existência e aprendemos a desvendar seus mistérios e controlar a miséria, a ansiedade, o egoísmo e a irritabilidade. Vamos recomeçar tudo de novo. Quero viver melhor, tudo de novo, num corpo que sonha, acredita, constrói, cria metas, suporta as tormentas e regam a existência com sentido. Não podemos ter medo da vida, devemos ter medo de não poder vivê-la e entendermos que há garoas, chuvas, tempestades e tormentas, não há caminhos totalmente lisos, existem muitos obstáculos, acidentes, mas que podem ser ultrapassados. Os sonhos são disciplinados que produzem ideias para levar a luta um ideal para nos levar a ser capazes de viver inteiramente de algum modo sem pressa e destino. Quero ler minhas emoções, quero viver minha bondade, quero produzir paz, quero dizer que a raiva sempre é uma camada mais rasa e muito fácil de dissolver.

          O corpo que sonha, pensa, almeja. Porque? Para que? Viver é bom, é aproveitar ao máximo, é melhor que sonhar, é viver cada momento, curtir todos os minutos, aproveitar cada segundo. É aproveitar os momentos, dedicar um tempo, é ouvir a voz, é ser o alimento da alma, acreditar que todos podem e tenham pelo menos um sonho, é lutar por aquilo que se quer, não desistir diante das dificuldades. Viver intensamente hoje, amanhã e sempre. É tornar verdadeiro nossas ações e descobrir que viver é melhor que sonhar, para entender o que é sentir.


          Confia a tua vida, alimenta teu coração, guia teu caminho, busca teu percurso, aprende semear sua luz, sua bondade, a humildade, a paciência e a compaixão. Seja capaz de combater o mal e tenha Deus no teu coração.


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Coluna do dia: Pane Emocional




O mundo está carregado de emoções tóxicas e estas estão transformando os comportamentos de maneira rápida e violenta. As gerações mais jovens estão confusas, iludidas, perdidas e ansiosas demais. E mesmo assim, o mundo exige deles: responsabilidade social, coerência emocional, habilidades diversas e um enorme poder de resiliência. Neste processo, a maturidade emocional se perde, se desgoverna e o jeito é se colocarem (os mais jovens) em risco atabalhoadamente, sem sequer terem a oportunidade de APRENDER a refletir. Tenso!

Mas antes de compreender este ponto das emoções, é preciso saber o que seja emoção, ou seja, é preciso saber do que estamos falando quando mencionamos a palavra emoção nas múltiplas relações construídas pelas gerações mais jovens. Então, para o contexto deste artigo, utilizarei a conceituação de Prof. Robert Lent (2008), a saber: “Do ponto de vista biológico, a emoção pode ser definida como um conjunto de reações químicas e neurais subjacentes à organização de certas respostas comportamentais básicas e necessárias à sobrevivência dos animais.” (p.254).

Nossas gerações mais jovens estão respondendo às suas experiências e necessidades, além das exigências alheias, acreditando estarem aumentando suas chances de sobrevivência no cotidiano.  Impressionante é que, cada vez mais, são as faixas etárias que inauguram os novos comportamentos, e não a maturidade emocional adquirida junto às experiências ou à memória delas. Nossas gerações mais jovens, além de ansiosas, estão muito solitárias em seus desenvolvimentos cognitivo, emocional e físico; e por isso, talvez, sejam tão reativos, impulsivos, agitados, tensos, quando se deparam / lidam com determinados problemas como, por exemplo, limites e regras em geral.

Para sobreviver, é preciso (se) dar uma resposta todos os dias. É parte da integralização no social, o sentir e o dominar as emoções para a permanência no ‘aprender a conviver’ com poucos obstáculos. Só que os excessos são imperdoáveis e negativos. Emoções positivas demais causam indiferença, soberba e alienação; emoções negativas diárias sugam as energias, roubam o futuro e cegam a visão ‘criativa’. E nossas gerações mais jovens crescendo... e nossas gerações mais jovens livres demais...

Hoje quero ‘conversar’ sobre as emoções negativas (ou tóxicas).

De antemão, alguns conselhos de Stamateas (2010, p.07-08), “se foi roubado, que sinta raiva, mas não que saia quebrando tudo; se foi traído, que sinta decepção, mas não que nunca mais confie em ninguém; se foi humilhado, que sinta vergonha, mas não que deixe de correr riscos; se alguém mentiu, que sinta desconfiança, mas não que sinta ressentimento; se foi intimidado, que sinta medo, mas não que fique parado; se não foi amado, que sinta rejeição, mas não que procure ser rejeitado; se perdeu ou se frustrou com alguma coisa, que sinta tristeza, mas não que permaneça chateado.” Ou seja, para emoções tóxicas, equilíbrio emocional, crença em si mesmo e intensa escuta sensível.

As emoções negativas podem favorecer revisões de comportamento e a instalação de um crescente esforço para se superar em outra oportunidade. Ou seja, sistemas neurais mais elaborados permitem respostas bastante variadas, facilitando a adaptação do ambiente (LENT, 2008, p.254). Mas, de outra forma, também podem evaporar a qualidade dessas respostas porque, no caso dos nossos jovens, há forte contexto repressivo dos seus sonhos, desejos e fantasias. Ou seja, eles não se conhecem, eles apenas refletem o alheio.

De acordo com o que venho observando, em minhas salas de aula do ensino médio noturno, as gerações mais jovens (de 15 a 23 anos) são grandes corpos-esconderijos de emoções cujo ponto final são as confusões em que se metem, as apatias em relação a quase tudo, a descrença em sua própria potencialidade, a superficialidade dos projetos pessoais e, principalmente, a imensa reprodutibilidade do status quo de onde emergem e crescem. E como corpos-esconderijos, são seres ansiosos sem tempo para emoções positivas.

Em minha escola, estamos no período de provas, organização de notas e conselhos de classe. É o período de maior agitação entre as turmas. Mesmo com grande ‘infrequencia’, é o período em que mais alunos aparecem pelos corredores à procura do ‘seu’ resultado. Eles sofrem. A ansiedade é quase palpável. Não nos interessa neste artigo se eles realizaram ou não todas as atividades ao ponto de ‘se’ reconhecerem em suas notas baixas ou não. Importante aqui é entender outra inquietude: a inquietude ‘inatural’, aquela que reflete uma crescente ‘aculturação’ de nossos jovens e das suas emoções, hoje, muito fora do foco: a própria aprendizagem. É uma pena...

Mente e corpo estão fora do prumo. É o período das dores de cabeça, mal-estar, suores fora de hora etc. Mas também, em muitos grupos, é apenas mais um momento sem ‘gosto’ ou sem ‘cor’: emoções tóxicas também são paralisantes. E eles me preocupam. Cada vez mais a ansiedade se transforma em preguiça mental / emocional. Assumem, talvez como defesa inconsciente, a descrença em/de si mesmo e, por outro lado, procuram, avidamente, ferramentas, exemplos e heróis de toda sorte. Como no jogo ‘pacman’, eles estão ávidos e famintos, só não sabem do que ou por quê. Sem perceberem, comprometem o próprio futuro e favorecem o crescimento de diferentes transtornos que incluem pânico, obsessão-compulsiva e diferentes tipos de fobias etc.; e/ou transtornos mentais, ou seja, alterações mórbidas do comportamento associadas a angústia expressiva e/ou deterioração do funcionamento psíquico global. Pane emocional total!

Diante de emoções negativas contínuas, o organismo reage em cascata. Lembremos que as emoções não são apenas elementos imateriais, elas têm correspondência bioquímica. Ao irrigarmos o corpo com determinados elementos negativos (cortisol), há o adoecimento físico e mental; mudança de comportamento; e desordem emocional. Desta feita, a escolha será sempre pela sobrevivência, de novo, mesmo não sendo os mais fortes. O cérebro primitivo ‘falará’ mais alto e forte! E ai, surgem as indisciplinas, as agressividades, as falas inconsequentes, as ‘malandragens’ (tentativas constantes de burlar as regras ou acordos) e, em outro viés, a falta de atenção, de concentração e de foco.

Inconscientemente, me parece que estes jovens estão em processo de desligamento emocional tal a força da pane eletroquímica (emocional) envolvida em seu crescimento. As descargas atencionais giram em torno de outros interesses, como ganhar dinheiro rápido, sexo constante, participação em baladas (noitadas), mundo tecnológico atualizado e mais interativo, visual ‘descolado’ dentre outros. O que fazer?

Bom se há ‘pane emocional’, a perspectiva é a manutenção preventiva, daí é preciso aconselhar mudança de comportamento para professores e pais:

I – Para professores:
- revisitação das formas de ensinar;
- compreensão de como esse aluno aprender;
- entendimento das mudanças emocionais;
- introdução de desafios contextualizados;
- incentivo à proatividade e à criatividade;
- inserção do contexto de interesse dos alunos nas atividades;
- presença real de uma escuta sensível (diálogo);
- cumprimento dos acordos pedagógicos.

II- Para pais:
            - Percepção real de que os filhos cresceram;
            - Valorização das descobertas e experiências, principalmente, as emocionais;
            - Aceitação das diferenças de pensamentos com paciência e respeito;
            - Presença, proximidade e diálogo constante;
            - Adequação e pertinências em relação às cobranças e/ou aos limites;
            - Afeto, carinho, humor: escuta mais sensível;
            - Liberdade e confiança de acordo com a faixa etária e maturidade;
            - Maior entendimento em determinadas crises / momentos;
            - Hierarquização das relações de forma clara.

Essa geração mais jovem precisa de espaço, compreensão e descanso, tempo de descanso, para reorganização (neuroplasticidade) das informações e construção da memória de longo prazo. Talvez ai o cotidiano se desvele e haja reações diferenciadas aos acontecimentos da escola e da vida, além da compreensão de que aprender gera mais liberdade do que a própria liberdade.

Referencias:
LENT, Robert. Processamento Emocional do Cérebro (p.254-269). In. Neurociência: da mente e do comportamento
STAMATEAS, Bernard. Emoções Tóxicas: como se livrar dos sentimentos que fazem mal a você. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2010.

Profa Claudia Nunes