quinta-feira, 31 de maio de 2012

24 respostas para as principais dúvidas sobre inclusão - parte final


Foto: Dercilio
Foto: Dercilio


Gestão do espaço
21. Como preparar os vários espaços da escola?
Ao buscar informações nas Secretarias de Educação e instituições que apoiam a inclusão, cabe ao gestor perguntar sobre tudo o que está disponível. O MEC libera recursos financeiros para ações de acessibilidade física, como rampas e elevadores, sinalização tátil em paredes e no chão, corrimões, portas e corredores largos, banheiros com vasos sanitários, pias e toalheiros adaptados e carteiras, mesas e cadeiras adaptadas. É fato, porém, que há um grande descompasso entre a demanda e a disponibilização dos recursos. O processo nem sempre é rápido e exige do gestor criatividade para substituir a falta momentânea do material.

22. Há diferença entre a sala de apoio pedagógico e a de recursos?
A primeira é destinada a qualquer aluno que precise de reforço no ensino. Já a sala de recursos oferece o chamado Atendimento Educacional Especializado (AEE) exclusivamente para quem tem deficiência, algum transtorno global de desenvolvimento ou altas habilidades.

 
Gestão de material e suprimentos

 
23. É preciso ter uma sala de recursos dentro da própria escola?
Se possível, sim. A lei diz que, no turno regular, o aluno com deficiência deve assistir às aulas na classe comum e, no contraturno, receber o AEE preferencialmente na escola. Existem duas opções para montar uma sala de recursos: a multifuncional (que o MEC disponibiliza) tem equipamentos para todas as deficiências e a específica (modelo usado por algumas Secretarias) atende a determinado tipo de deficiência. Enquanto a sala não for implantada, o gestor deve procurar trabalhar em parceria com o atendimento especializado presente na cidade e fazer acordos com centros de referência - como associações, universidades, ONGs e instituições conveniadas ao governo.

24. Como requisitar material pedagógico adaptado para a escola?
Áudio-livros, jogos, computadores, livros em braile e mobiliário podem ser requisitados à Secretaria de Educação local e ao MEC. "Para isso, é preciso que a Secretaria de Educação apresente ao MEC um Plano de Ações Articuladas", explica Claudia Dutra.

24 respostas para as principais dúvidas sobre inclusão - parte 4

Gestão da comunidade
15. Como trabalhar com os alunos a chegada de colegas de inclusão?
Em casos de deficiências mais complexas, é recomendável orientar professores e funcionários a conversar com as turmas sobre as mudanças que estão por vir, como a colocação de uma carteira adaptada na classe ou a presença de um intérprete durante as aulas. Quando a inclusão está incorporada ao dia a dia da escola, esses procedimentos se tornam menos necessários.

16. O que fazer quando o aluno com deficiência é agressivo?
A equipe gestora deve investigar a origem do problema junto aos professores e aos profissionais que acompanham esse estudante. "Pode ser que o planejamento não esteja contemplando a participação dele nas atividades", afirma Daniela Alonso. Nesse caso, cabe ao gestor rever com a equipe a proposta de inclusão. Se a questão envolve reclamações de pais de alunos que tenham sido vítimas de agressão, o ideal é convidar as famílias para uma conversa.

17. O que fazer quando a criança com deficiência é alvo de bullying?
É preciso elaborar um projeto institucional para envolver os alunos e a comunidade e reforçar o trabalho de formação de valores.

18. Os pais precisam ser avisados que há um aluno com deficiência na mesma turma de seu filho?
Não necessariamente. O importante é contar às famílias, no ato da matrícula, que o PPP da escola contempla a diversidade. A exceção são os alunos com quadro mais severo - nesses casos, a inclusão dá mais resultado se as famílias são informadas em encontros com professores e gestores. "Isso porque as crianças passam a levar informações para casa, como a de que o colega usa fralda ou baba. E, em vez de se alarmar, os pais poderão dialogar", diz Daniela Alonso.

19. Como lidar com a resistência dos pais de alunos sem deficiência?
O argumento mais forte é o da lei, que prevê a matrícula de alunos com deficiência em escolas regulares. Outro caminho é apresentar a nova concepção educacional que fundamenta e explica a inclusão como um processo de mão dupla, em que todos, com deficiência ou não, aprendem pela interação e diversidade.

20. Uma criança com deficiência mora na vizinhança, mas não vai à escola. O que fazer?
Alertar a família de que a matrícula é obrigatória. Ainda há preconceito, vergonha e insegurança por parte dos pais. Quebrar resistências exige mostrar os benefícios que a criança terá e que ela será bem cuidada. É o que faz a diretora da EM Osório Leônidas Siqueira, em Petrolina, a 765 quilômetros do Recife (leia mais no quadro abaixo). Os períodos de adaptação, em que os pais ficam na escola nos primeiros dias, também ajudam. Se houver recusa em fazer a matrícula, é preciso avisar o Conselho Tutelar e, em último caso, o Ministério Público.
 
Trabalho com a comunidade

Foto: Moreira Junior
COMBATE À EVASÃO
A diretora Virginia vai até as famílias para
conscientizá-las sobre o valor da inclusão.
Foto: Moreira Junior

Histórias de alunos com deficiência fora da escola não têm vez na comunidade atendida pela EM Osório Leônidas Siqueira, em Petrolina. Basta saber que uma criança não está matriculada ou perceber que um estudante está faltando demais para a diretora, Virginia Lúcia Nunes de Souza Melo, procurar as famílias. "Muitas não acreditam na capacidade de seus filhos. Temos de explicar que essas crianças são capazes de aprender", diz Virgínia. A localização da escola, em área rural, é mais um desafio, mas a equipe de gestores e professores não desanima. "Nos encontros com os pais, conversamos sobre a importância do convívio social e da necessidade de quebrar o preconceito em relação aos jovens com deficiência - preconceito que quase sempre nasce dos próprios adultos com quem elas convivem." Outra estratégia é compartilhar com a comunidade experiências de sucesso. "Um aluno com síndrome de Down se formou no Ensino Superior. Mesmo que outros não cheguem a tanto, apostamos nessa capacidade e não subestimamos ninguém", afirma Virgínia.
 

24 respostas para as principais dúvidas sobre inclusão - parte 3

Gestão de equipe
11. É possível solicitar o apoio de pessoal especializado?
Mais do que possível, é necessário. O aluno tem direito à Educação regular em seu turno e ao atendimento especializado no contraturno, responsabilidade que não compete ao professor de sala. Para tanto, o gestor pode buscar informações na Secretaria de Educação Especial do MEC, na Secretaria de Educação local e em organizações não governamentais, associações e universidades. Além do atendimento especializado, alunos com deficiência têm direito a um cuidador, que deve participar das reuniões sobre o acompanhamento da aprendizagem, como na EMEF Luiza Silvina Jardim Rebuzzi, em Aracruz, a 79 quilômetros de Vitória (leia mais no quadro abaixo).

12. Como integrar o trabalho do professor ao do especialista?
Disponibilizando tempo e espaço para que eles se encontrem e compartilhem informações. Essa integração é fundamental para o processo de inclusão e cabe ao diretor e ao coordenador pedagógico garantir que ela ocorra nos horários de trabalho pedagógico coletivo.

13. Como lidar com as inseguranças dos professores?
Promovendo encontros de formação e discussões em que sejam apresentadas as novas concepções sobre a inclusão (que falam, sobretudo, das possibilidades de aprendizagem). "O contato com teorias e práticas pedagógicas transforma o posicionamento do professor em relação à Educação inclusiva", diz Rossana Ramos. Nesses encontros, não devem ser discutidas apenas características das deficiências. "Apostamos pouco na capacidade desses alunos porque gastamos muito tempo tentando entender o que eles têm, em vez de conhecer as experiências pelas quais já passaram", afirma Luiza Russo, presidente do Instituto Paradigma, de São Paulo.

14. Como preparar os funcionários para lidar com a inclusão?
Formação na própria escola é a solução, em encontros que permitam que eles exponham dificuldades e tirem dúvidas. "Esse diálogo é uma maneira de mudar a forma de ver a questão: em vez de atender essas crianças por boa vontade, é importante mostrar que essa demanda exige a dedicação de todos os profissionais da escola", diz Liliane Garcez, da comissão executiva do Fórum Permanente de Educação Inclusiva e coordenadora de pós-graduação de Inclusão no Centro de Estudos Educacionais Vera Cruz (Cevec). É possível também oferecer uma orientação individual e ficar atento às ofertas de formação das Secretarias de Educação.
 
Esforço de toda a equipe

Foto: Diana Abreu
DECISÕES COLETIVAS
A equipe da diretora Débora (de branco) acompanha os avanços de todos os alunos.
Foto: Diana Abreu

Gestores, professores e funcionários da EMEF Luiza Silvina Jardim Rebuzzi, em Aracruz, sabem que a real inclusão depende do trabalho em equipe. "Nos reunimos semanalmente - eu, a coordenadora, os cuidadores, os professores e os profissionais especializados - e avaliamos o plano de ensino dos alunos com deficiência. Para montar os objetivos, partimos de habilidades que eles já têm, como ter hipóteses de escrita ou se comunicar oralmente. Se não possuem nenhuma delas, criamos metas em função de suas possibilidades", explica a diretora, Débora Amorim Gomes Barbosa. A escola define um plano para cada aluno e todos os professores que trabalham com ele fazem anotações durante o ano. Além disso, é mantido um contato estreito com a família para conhecer melhor a criança e os atendimentos que ela recebe. Tudo isso faz com que os professores tenham mais segurança no planejamento. "Nunca passamos pelo drama de não saber como trabalhar", conta Débora.
 

24 respostas para as principais dúvidas sobre inclusão - parte 2

Gestão da aprendizagem
5. Quem tem deficiência aprende mesmo?
Sem dúvida. Sempre há avanços, seja qual for a deficiência. Surdos e cegos, por exemplo, podem desenvolver a linguagem e o pensamento conceitual. Crianças com deficiência mental podem ter mais dificuldade para se alfabetizar, mas adquirem a postura de estudante, conhecendo e incorporando regras sociais e desenvolvendo habilidades como a oralidade e o reconhecimento de sinais gráficos. "É importante entender que a escola não deve, necessariamente, determinar o que e quando esse aluno vai aprender. Nesses casos, o gestor precisa rever a relação entre currículo, tempo e espaço", afirma Daniela Alonso.

6. Ao promover a inclusão, é preciso rever o projeto político pedagógico (PPP) e o currículo da escola?
Sim. O PPP deve contemplar o atendimento à diversidade e o aparato que a equipe terá para atender e ensinar a todos. Já o currículo deve prever a flexibilização das atividades (com mais recursos visuais, sonoros e táteis) para contemplar as diversas necessidades.

7. Em que turma o aluno com deficiência deve ser matriculado?
Junto com as crianças da mesma idade. "As deficiências física, visual e auditiva não costumam representar um problema, pois em geral permitem que o estudante acompanhe o ritmo da turma. Já os que têm deficiência intelectual ou múltipla exigem que o gestor consulte profissionais especializados ao tomar essa decisão", diz Daniela Alonso. Um aluno com síndrome de Down, por exemplo, pode se beneficiar ficando com um grupo de idade inferior à dele (no máximo, três anos de diferença). Mas essa decisão tem de ser tomada caso a caso.

8. Alunos com deficiência atrapalham a qualidade de ensino em uma turma?
Não, ao contrário. Hoje, sabe-se que todos aprendem de forma diferente e que uma atenção individual do professor a determinado estudante não prejudica o grupo. Daí a necessidade de atender às necessidades de todos, contemplar as diversas habilidades e não valorizar a homogeneidade e a competição.

9. Como os alunos de inclusão devem ser avaliados?
De acordo com os próprios avanços e nunca mediante critérios comparativos. Esse é o modelo adotado na EM Valentim João da Rocha, em Joinville, a 174 quilômetros de Florianópolis (leia mais no quadro abaixo). "Os professores devem receber formação para observar e considerar o desenvolvimento individual, mesmo que ele fuja dos critérios previstos para o resto do grupo", explica Rossana Ramos, professora da Universidade de Pernambuco (UPE). Quando o estudante acompanha o ritmo da turma, basta fazer as adaptações, como uma prova em braile para os cegos.

10. A nota da escola nas avaliações externas cai quando ela tem estudantes com deficiência?
Em princípio, não. Porém há certa polêmica em relação aos casos de deficiência intelectual. O MEC afirma que não há impacto significativo na nota. Já os especialistas dizem o contrário. Professores costumam reclamar disso quando o desempenho da escola tem impacto em bônus ou aumento salarial. "O ideal seria ter provas adaptadas dentro da escola ou, ao menos, uma monitoria para que os alunos pudessem realizá-las. Tudo isso, é claro, com a devida regulamentação governamental", defende Daniela Alonso. Enquanto isso não acontece, cabe aos gestores debater essas questões com a equipe e levá-las à Secretaria de Educação.

Cada um com uma avaliação

Foto: Eduardo Marques
DIREITO RESPEITADO
Ana Caroline estuda com colegas da sua idade e
faz as mesmas atividades que eles.
Foto: Eduardo Marques

Os alunos com deficiência da EM Valentim João da Rocha, em Joinville, fazem todas as atividades propostas ao restante da turma - com as devidas adaptações - e são avaliados de acordo com as próprias possibilidades. "Alguns não se alfabetizam, mas avançam na oralidade e são avaliados nesse quesito", conta a diretora, Luci Leila da Cunha Nunes. Além disso, todos são matriculados com colegas de idades próximas, como Ana Caroline de Jesus, de 8 anos, que tem deficiência física. Os professores que ainda têm dúvidas sobre as práticas pedagógicas que devem usar ganharam uma aliada: a professora da sala de recursos, Geisa do Nascimento, responsável pelo Atendimento Educacional Especializado (AAE). Em encontros semanais, Geisa e os colegas conversam sobre os recursos que podem ser providenciados. O resultado do esforço coletivo é compensador. "Nosso melhor estudante tinha baixa visão, classificava-se muito bem na Olimpíada Brasileira de Matemática e hoje está no Ensino Médio", diz Luci.
 

24 respostas para as principais dúvidas sobre inclusão - parte 1


Foto: Dercilio
 Foto: Dercilio

Um desenho feito com uma só cor tem muito valor e significado, mas não há como negar que a introdução de matizes e tonalidades amplia o conteúdo e a riqueza visual. Foi a favor da diversidade e pensando no direito de todos de aprender que a Lei nº 7.853 (que obriga todas as escolas a aceitar matrículas de alunos com deficiência e transforma em crime a recusa a esse direito) foi aprovada em 1989 e regulamentada em 1999. Graças a isso, o número de crianças e jovens com deficiência nas salas de aula regulares não para de crescer: em 2001, eram 81 mil; em 2002, 110 mil; e 2009, mais de 386 mil - aí incluídas as deficiências, o Transtorno Global do Desenvolvimento e as altas habilidades.

Hoje, boa parte das escolas tem estudantes assim. Mas você tem certeza de que oferece um atendimento adequado e promove o desenvolvimento deles? Muitos gestores ainda não sabem como atender às demandas específicas e, apesar de acolher essas crianças e jovens, ainda têm dúvidas em relação à eficácia da inclusão, ao trabalho de convencimento dos pais (de alunos com e sem deficiência) e da equipe, à adaptação do espaço e dos materiais pedagógicos e aos procedimentos administrativos necessários.

Para quebrar antigos paradigmas e incluir de verdade, todo diretor tem um papel central. Afinal, é da gestão escolar que partem as decisões sobre a formação dos professores, as mudanças estruturais e as relações com a comunidade. Nesta reportagem, você encontra respostas para as 24 dúvidas mais importantes sobre a inclusão, divididas em seis blocos.

Gestão administrativa

1. Como ter certeza de que um aluno com deficiência está apto a frequentar a escola?
Aos olhos da lei, essa questão não existe - todos têm esse direito. Só em alguns casos é necessária uma autorização dos profissionais de saúde que atendem essa criança. É dever do estado oferecer ainda uma pessoa para ajudar a cuidar desse aluno e todos os equipamentos específicos necessários. "Cabe ao gestor oferecer as condições adequadas conforme a realidade de sua escola", explica Daniela Alonso, psicopedagoga especializada em inclusão e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.

2. As turmas que têm alunos com deficiência devem ser menores?
Sim, pois grupos pequenos (com ou sem alunos de inclusão) favorecem a aprendizagem. Em classes numerosas, os professores encontram mais dificuldade para flexibilizar as atividades e perceber as necessidades e habilidades de cada um.

3. Quantos alunos com deficiência podem ser colocados na mesma sala?
Não há uma regra em relação a isso, mas em geral existem dois ou, em alguns casos, três por sala. Vale lembrar que a proporção de pessoas com deficiência é de 8 a 10% do total da população.

4. Para torna a escola inclusiva, o que compete às diversas esferas de governo?
"O governo federal presta assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para o acesso dos alunos e a formação de professores", explica Claudia Pereira Dutra, secretária de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC). Os gestores estaduais e municipais organizam sistemas de ensino voltados à diversidade, firmam e fiscalizam parcerias com instituições especializadas e administram os recursos que vêm do governo federal.

Fonte: Revista Nova Escola

Prefeito do Rio de Janeiro sanciona Lei que dá direito aos alunos com TDAH

Lei nº 5.416, de 29/05/2012

Prefeito Eduardo Paes sancionou no dia 29/05/2012 o projeto de lei de nº 710/2010, de autoria do vereador Tio Carlos que garante direitos aos alunos portadores de TDAH do Município do Estado do Rio de Janeiro.

A lei dispõe sobre as diretrizes que deverão ser adotadas pelo Município do Estado do Rio de Janeiro para realizar a orientação a pais e professores sobre as características do Transtorno do Déficit de Atenção - TDAH.

Clique aqui para ler na íntegra a lei.

Bonecos feitos com tampinhas pet

Olhem só estes bonecos feitos com reciclagem de tampinhas pet, como são fáceis de fazer com as crianças na semana do meio ambiente... vamos tentar?
 
 
 
FONTE: Gente Miúda

sábado, 19 de maio de 2012

Aluno com déficit de atenção sofre discriminação em escola de BH

A mãe de um aluno de 12 anos da Escola Municipal Armando Ziller, em Belo Horizonte (MG), acusa a professora e colegas de sala do menino de discriminação.

Gabriel Ferreira, de 12 anos, tem TDAH (Déficit de atenção e hiperatividade) e foi advertido pela professora de geografia, que enviou uma carta à mãe do aluno se queixando do comportamento.

No bilhete, a professora reclama do modelo de inclusão, diz que não tem tempo de planejar aulas específicas para o aluno e que está perdendo a paciência.

A mãe, Marília Ferreira conta que o filho precisa de uma didática diferente para aprender.

— A escola não consegue dar um apoio para ele poder aprender. Isso é frustrante para qualquer mãe. Estou pedindo socorro. Eu espero uma ajuda, uma inclusão social melhor para o meu filho, por que é a única coisa que ele precisa.

Bullying

O aluno estuda na escola desde outubro do ano passado e conta que, além da professora, os alunos de classe também o discriminam por ser diferente.

— Chega um menino novo e eles percebem que ele tem alguma coisa errada e começam a zombar dele sempre. Não dá para aguentar.

Uma colega de sala de Gabriel, não identificada, conta que já presenciou agressões contra o aluno.

— Já vi os meninos chutando ele, xingando...

Falta de preparo

As notas do aluno, que costumavam ser boas, começaram a cair. O mestre em educação Marco Antônio Remigio faz uma análise da carta da docente.

— Vendo as informações percebemos que tem um profissional que necessita também de um apoio, de instrução sobre o que essa criança necessita, como tratar essa criança. Então é preciso estudar e preparar um corpo docente e uma equipe gestora para poder receber cada aluno com uma condição inclusiva. 
 
 

Alunos com necessidades especiais estão sem aulas no Rio de Janeiro

Cerca de mil alunos com necessidades especiais da rede pública de ensino do Rio de Janeiro estão sem aulas. A Prefeitura da cidade fechou 120 salas preparadas para receber os estudantes, deixando-os sem escola ou previsão de retorno.

Segundo representantes da comunidade local, a administração municipal não deu satisfações sobre onde estão esses professores e para onde foram encaminhados os alunos.

A aluna Loraine faz parte dos estudantes prejudicados. A adolescente de 13 anos, portadora da síndrome de Down, aprendeu a escrever algumas palavras na escola, porém desde o inicio do ano não frequenta mais a instituição. Segundo a mãe, houve apenas trés dias de aula.

— Os cadernos estão todos em branco. As cinco horas que ela passava na escola, ela tinha convivi-o com outras crianças, fazia diversas atividades e agora em casa ela fica mais agitada sem esse relacionamento.


Na escola de Loraine, a professora pediu demissão e não foi substituída. A mãe teve que deixar o emprego para cuidar da filha em tempo integral.

A psicopedagoga Márcia Martins de Oliveira diz que essa interrupção nos estudos pode causar traumas nas crianças

— O aluno da educação especial tem muita dificuldade em criar laços. Quando esses laços são cortados, atrapalha diretamente o desenvolvimento dele.
Outro lado

A Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro em nota, esclareceu que nenhum aluno da Educação Especial ficou sem atendimento especializado por conta de fechamento de turmas. A SME informa ainda que nenhuma turma de classe especial é fechada sem que haja a abertura de uma nova, se houver demanda.

A Secretaria Municipal de Educação informa  que o modelo de Educação Especial baseia-se no desejo expresso dos pais dos alunos. Sempre que eles manifestam a opção por classes ou escolas especiais, o atendimento é garantido. Caso os pais optem pela inclusão dos filhos em classes regulares, o professor é preparado e o atendimento complementar é assegurado no contraturno, em salas de recursos com professor especializado. Após a inclusão, cuja solicitação foi feita pelo pai, se a criança incluída não se adaptar, os pais podem solicitar que ela retorne a uma classe especial ou escola especial, que o pedido será atendido.A SME possui cerca de 10 mil alunos com deficiência, sendo 40% atendidos, de acordo com o desejo dos pais, em escolas ou classes especiais.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Santa Casa do RJ terá avaliação gratuita de autismo

Paulo Igor e mão, a dona de casa Iranice Pinto
Paulo Igor com a mãe, a dona de casa Iranice Pinto Foto: Cléber Júnior / Extra

Santa Casa terá avaliação gratuita de autismo; doença deve ser identificada o quanto antes

Problemas de comunicação, isolamento social, movimentos repetitivos, déficit intelectual ou nível de inteligência acima do normal. Esses são alguns dos sintomas do autismo, transtorno que atinge um em cada 150 recém-nascidos no Brasil e que deve ser identificado o quanto antes. No Rio, um novo ambulatório da Santa Casa vai oferecer, a partir do dia 10, serviço gratuito de diagnóstico precoce da doença.
A doença costuma se manifestar ainda no primeiro ano de vida. Diante do diagnóstico, especialistas alertam para a importância de agir rápido. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maior a evolução dos pacientes.
- Se o transtorno for identificado antes dos 3 anos, pode-se alcançar melhora de até 80% - afirma Fabio Barbirato, chefe de psiquiatria infantil da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.
Para identificar possíveis sinais de autismo, os pais devem ficar muito atentos a atitudes e interesses do filho.
- Normalmente, autistas não respondem a estímulos como responder quando são chamados ou olhar para um objeto que é apontado - explica Fábio Barbirato.
Mãe de Paulo Igor, de 18 anos, a dona de casa Iranice Pinto, de 46 anos, só descobriu que o filho tinha autismo quando ele tinha 6 anos. Ela começou a peregrinar atrás do tratamento adequado.
Depois de estudar sobre o assunto, hoje ela é a presidente da Associação Mão Amiga, instituição sem fins lucrativos criada em 2000, que orienta pais e oferece atividades para crianças e adolescentes que têm a doença.
Como identificar o autismo:
Aos 6 meses:
- A criança não reage quando é chamada.
- É passiva e quieta e demonstra poucas respostas afetivas.
De 7 meses a 1 ano:
- A criança tem aversão ao toque social (fica nervosa com abraços, beijos, carinhos).
- Não responde quando é chamada
- Presta pouca atenção se está incomodando outras pessoas
- Olha para as pessoas sem interagir com elas
A partir de 1 ano:
- A criança tem pouca empatia
- Não balbucia nada
- Tem pouco interesse em outras crianças
De 1 ano e meio em diante:
- A criança tem atraso na fala
- Não demonstra interesse social
- Tem medo exagerado de sons altos
- Não responde quando é chamada



Fonte: Jornal Extra





Os obstáculos encontrados nas escolas

Rampa em calçada

Para as pessoas com deficiência física, as dificuldades para a inclusão escolar vão além das salas de aula. Nem sempre o deslocamento é simples para quem necessita de cadeiras de rodas. E embora as adequações para garantir a acessibilidade sejam questões simples como corrimões, rampas e banheiros adaptados, estes recursos nem sempre estão presentes. Porém, a situação está mudando em todo o país.

Paraplégica, mas nem por isso fora da escola
O dia a dia da pequena Ana Carolina Felisbino não é fácil. Vítima de paralisia cerebral, causada pela falta de oxigenação durante o parto, a menina de apenas 11 anos é paraplégica e muda. Mas as deficiências não a impedem de levar uma vida escolar quase normal.

Ela é uma das 260 crianças com necessidades especiais na rede de ensino de Jaraguá do Sul e tem uma rotina mais cheia que as outras estudantes do 5º ano na escola municipal Albano Kanzler. Ana precisa de acompanhamentos por fonoaudiólogas junto a Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), assim como sessões de fisioterapia e hidroterapia, de segunda a sexta-feira, para garantir que os músculos não atrofiem.

“Ela é incentivada e estimulada a participar de todas as atividades, mesmo sem poder escrever”, conta a mãe adotiva, Lindamir Felisbino. “Ela nos surpreende bastante, não sabemos até que ponto vai a capacidade dela para acompanhar”, afirma, lembrando que a menina se sai muito bem na escola, dentro da sua capacidade.

E é visível a felicidade da jovem, capaz de se comunicar apenas com os olhos. “Os objetivos propostos ela tem cumprido sempre, estamos buscando um trabalho diferenciado para ela dentro do conteúdo que todos recebem no 5º ano”, explica a professora Adriana Nicolodelli. Mas as dificuldades não são poucas. Acompanhada por um estagiário da Prefeitura, Ana precisa de ajuda para se locomover dentro do espaço escolar, para compreender algumas das atividades, e para realizar os exercícios propostos em aula. “Nossa maior dificuldade é no começo de cada ano letivo ter que trocar o estagiário e explicar tudo novamente para quem assume a função”, comenta a mãe.

Atualmente, a função cabe a Josemar Sacks, aluno do terceiro período de Educação Física. “Eu acho que estou aprendendo mais com ela do que ela comigo”, conta o rapaz, de 18 anos. “O que eu faço é reforçar as explicações, cuidar da alimentação e do deslocamento dela, e faço alongamentos nela nas aulas. No geral tem sido uma experiência boa e produtiva. Ela é muito inteligente, sempre entende bem o que eu passo”, elogia.

A limitação física incorre em um obstáculo mais grave: a falta de adequação dos espaços públicos, restringindo a movimentação. “Nós lutamos por cinco anos para conseguir a adequação do espaço na escola Albano Kanzler, e ainda não é ideal”, conta a mãe. O problema não se restringe ao espaço escolar. “Tem dias que eu fico muito irritada com a falta de adequação, tem lugares onde não temos como passar, lojas que não podemos entrar porque não tem rampas, ou porque as rodas ficam presas”, critica.

Devido às limitações da flha, Lindamir teve que abandonar o antigo emprego, como recepcionista em uma clínica médica. Mas os contatos estabelecidos na antiga profissão a ajudaram entender as limitações e encontrar auxílio. “Ela é totalmente dependente, abri mão de muita coisa por ela, estava desnutrida e muito debilitada quando chegou”, relata.

Algumas escolas ainda são um problema
Segundo a gerente de Educação Especial da Secretaria de Guaramirim, Marja Prüsse Rebelato, prédios mais antigos, anteriores à legislação que garante a inclusão dos deficientes, não oferecem estrutura adequada. “Os prédios estão sendo reformados para contar com rampas e banheiros adaptados, para que a acessibilidade deixe de ser um problema”, explica.

O problema é comum em todo o país. “Sempre que somos informados de alguma dificuldade nesse quesito, não medimos esforços para sanar o problema, seja ele estrutural, ou uma falta de equipamento que prejudique a inclusão”, conta a gerente de Educação Especial de Jaraguá, Priscila Silveira Souza, ressaltando que atualmente não se tem conhecimento de queixas. O governo também se responsabiliza pela aquisição de andadores, cadeiras de rodas, cadeiras adaptadas e outros equipamentos para atender necessidades especiais.

No início deste mês, o vereador Justino da Luz (PT) fez um pedido de melhorias nas condições de acessibilidade das escolas de Jaraguá do Sul. Entre as reivindicações, está a instalação de pisos podotáteis (piso em alto relevo para orientação do deficiente visual), juntamente com medidas de adaptação nos banheiros e chuveiros para melhor atender alunos cadeirantes. “Temos muitas creches e escolas onde o acesso frontal não tem rampa, e em que os alunos deficientes precisam de ajuda para entrar. O que foi proposto é que seja elaborado um planejamento de acessibilidade junto ao Instituto de Planejamento, para resolver estas questões”, afirma. Mas segundo Priscila, essas modificações nem sempre são fáceis, pois muitas vezes falta até onde colocar rampas, por exemplo.

Em Corupá, a situação não é diferente. Segundo a gerente de Educação Especial, Marisa Kühl Judachewsky, a estrutura das unidades, tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental, não foi pensada para os deficientes. Porém, o município tem se empenhado em fazer as adequações necessárias. “Já temos transporte adaptado para os cadeirantes, mas ainda está longe da perfeição e existe muito a ser feito em prol dos deficientes”, enfatiza Marja.

Fonte: Correio do Povo

Com deficiência visual, acadêmico de direito é aprovado no exame da OAB

Símbolo de pessoa com deficiência visual

O sonho era antigo. Desde pequeno, o acadêmico Bruno Duarte Mello sabia o que queria ser quando crescer: advogado. A vida lhe trouxe alguns desafios, mas nada que não pudesse ser superado. Aos seis anos, perdeu a visão. Hoje, aos 20, o estudante do nono semestre do curso em uma universidade da Capital, comemora a aprovação no exame da Ordem dos Advogados (OAB/MS).

Ele é um exemplo de determinação. Diz sempre usar a frase bíblica “o pior cego não é aquele que não enxerga, é aquele que não quer ver”. Quando nasceu, enxergava, mas perdeu a visão do olho direito em função do glaucoma. Meses depois, após acidente de bicicleta, o outro olho também ficou comprometido.

Bruno conta que entrou na Universidade aos 16 anos e sempre recebeu apoio dos professores. “Todos se mostraram muito prestativos, o que estava ao alcance deles fizeram”, afirma o estudante. Ele se lembrou de dois docentes que marcaram significativamente a sua vida acadêmica: Vanessa Velasques e Regis Jorge Júnior. “Eles conseguiram fazer com que eu me sentisse em igualdade”, ressaltou.

A dedicação aos estudos é constante. Assim que concluir a faculdade, pretende fazer pós-graduação. Revela desejar também ser juiz do trabalho. “A minha virtude é ter foco. Quando tenho um objetivo, corro atrás”, conclui.

Fonte: Midia Max

Facebook marca foto de garoto com síndrome de Down como 'imprópria'


Facebook
O Facebook marcou como "imprópria" fotos de um menino de 7 anos com síndrome de Down que a mãe publicou em sua página na rede social. Ela chegou a ficar três dias com a conta bloqueada por conta da marcação. A rede social se desculpou pelo erro.

Em entrevista ao site "MSNBC", Diana Cornwell, da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, afirma que na foto, seu filho aparece participando de "olimpíadas especiais" e que, se ele fosse mais velho, o caso da marcação de sua imagem como imprópria, causaria problemas graves. "Eu acho que o Facebook precisa rever sua política de marcação de fotos. Se você marca uma foto, é preciso enviar para a rede social o motivo pelo o qual a marcou e, ainda, o Facebook precisa avaliar o motivo desta marcação antes de decidir bloquear a imagem".

O Facebook enviou um pedido de desculpas pelo erro ao site. "A foto foi retirada do site por um equívoco", diz a mensagem enviada por e-mail. "Pedimos desculpas por qualquer inconveniente que isto pode ter causado e esperamos que ela continue a publicar as experiências de seu filho nas olimpíadas especiais, no Facebook".

A rede social possui mais de 100 bilhões de fotos de seus 901 milhões de usuários. Todos os dias são publicadas 250 milhões de imagens no site, que enfrenta problemas para retirar do ar imagens de pedofilia, abuso de animais, corpos entre outros. O problema, segundo Diana, é que não há uma área de atendimento ao consumidor e que, por isso, casos com o dela podem acontecer. Ela criou uma petição on-line que já tem quase 20 mil assinaturas pedindo para que o Facebook mude sua política e seu método de marcação de fotos consideradas impróprias.

O serviço que cuida da publicação de conteúdo impróprio no Facebook é terceirizado. Os monitores são da Índia, Turquia, Filipinas e Paquistão. De acordo com a reportagem, para cada foto de pessoas com Síndrome de Down ou de mãe amamentando o filho que é retirada, eles precisam cuidar de milhares de outras imagens realmente impróprias. A proposta de Diana, que é aumentar a análise das imagens marcadas como imprópria, com uma análise maior do Facebook sobre o motivo, pode fazer com que imagens agressivas possam ficar na rede social por mais tempo.

O erro cometido pelo Facebook não é o primeiro. Em dezembro de 2011, a rede social teve que se desculpar por ter bloqueado uma imagem de uma mãe amamentando o filho com o seio. Em março, o site retirou do ar a imagem de um casal homossexual se beijando. Nos dois casos, as fotos foram colocadas de volta na rede social.

Fonte: G1

 

I Mostra de Teatro Acessível traz diversos recursos para pessoas com deficiência


Desenho das máscaras que simbolizam o teatro
A Escola de Gente – Comunicação em Inclusão, com patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro, convida a todos para a I Mostra de Teatro Acessível.

O evento acontecerá nos dias 02 e 03 de maio de 2012, no teatro do Oi Futuro do Flamengo, e terá na sua programação oficina de teatro acessível, mesa redonda sobre cultura e acessibilidade e a apresentação dos espetáculos Ninguém mais vai ser bonzinho - Em Esquetes, do grupo Os Inclusos e os Sisos- Teatro de Mobilização pela Diversidade, e O Filho Eterno, da Cia. Atores de Laura (interpretado pelo ator Charles Fricks, que conquistou os prêmios Shell e APTR, na categoria Melhor Ator, pela atuação neste espetáculo).

Todas as atividades serão gratuitas e contarão acessibilidade física e na comunicação para pessoas com deficiência, como: audiodescrição das cenas, intérprete de Libras (língua de sinais brasileira), programas em braile, subtitulação eletrônica, visitas guiadas ao cenário, além de espaço reservado para pessoas em cadeira de rodas ou com mobilidade reduzida, banheiros e elevadores adaptados.

Serviço:
Data: 02 e 03 de maio de 2012
Local: Teatro do Oi Futuro do Flamengo (Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo. Tel.: 21 3131-3060)

Fonte: http://www.escoladegente.org.br/