quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Desordem de integração sensorial

 


Desordem de integração sensorial ocorre quando o cérebro tem dificuldade em processar informações sensoriais. Crianças com problemas de processamento sensorial enfrentam lutas diárias. 

Muitas crianças passam por etapas quando eles parecem ser mais sensíveis. Uma criança pode ter um colapso porque suas meias não se sentir bem, ou ela fica chateada se houver muito barulho em torno dela. Isso é tudo normal e deve resolver-se como a criança amadurece. No entanto, em uma pequena porcentagem de crianças não melhora. O sistema sensorial parece estar em overdrive e isso pode interferir em todos os aspectos da vida.

O que é integração sensorial e desordem de processamento?

Em termos básicos, distúrbios da integração sensorial são um resultado do cérebro não ser capaz de processar as informações sensoriais entram. Problemas sensoriais são frequentemente associados com outras condições, como ADD, ADHD, autismo e dificuldades de aprendizagem. No entanto, ele pode ocorrer por conta própria. Os sintomas podem se manifestar em 5 diferentes áreas sensoriais.
  • Tátil
  • Auditivo
  • Olfatório e gustativa-gosto e cheiro
  • Visual
  • Vestibular – o senso de equilíbrio
Uma criança pode ser mais sensível ou sob sensível em cada área. Ela pode também luta em um par de áreas sensoriais, mas não tem nenhum problema nos outros. Aqui estão alguns exemplos de sintomas que os pais podem ver em cada área.

Sintomas sensoriais táteis

Uma criança com dificuldades de processamento tátil terá dificuldade em qualquer situação onde ela é tocada, por pessoas ou objetos.
  • Vestuário pode difícil de tolerar, muitas vezes meias e áreas que se sobrepõem, como as bandas de cintura ou pulso
  • Não gosta de ser tocado ou abraçado
  • Responde bem ao toque de pressão profunda como um abraço de urso de Mom ou tendo um esfregar de trás firme
  • Toca tudo
  • Irá procurar actividades desarrumadas ou completamente evitá-los
  • Não gosta de banheiras ou chuveiros

Sinais de sensibilidade auditiva

Sensibilidade auditiva faz com que uma criança mais responder ao som. Lugares muito barulhentos são um problema, mas ela também estará ciente dos ruídos de fundo sutil.
  • Localiza sons altos perturbador
  • Tem dificuldade em se concentrar quando há ruído de fundo
  • Pode falar mais alto do que ela precisa

Sintomas sensoriais olfativos e gustativa

Sabor e cheiro são percebidos como muito forte. Odores e alimentos que a maioria das crianças que podem repelir a criança sensível.
  • Gosto muito sensível, tende a rejeitar um monte de comida
  • Responderá a cheiros que a maioria das pessoas não iria mesmo notar
  • Odores terá uma forte ligação com pessoas e lugares

Sinais de sensibilidade Visual

Muita estimulação visual pode sobrecarregar a criança sensível. Quartos de classe muitas vezes têm paredes cobertas em cartazes e mensagens. Para o filho visual sensível pode ser demais para ela para manipular.
  • Pode ser desconfortável assistir a um filme
  • Problemas para copiar formulário do Conselho apesar de olhos sendo normal e saudável

Sintomas sensoriais vestibulares

O sistema vestibular ajuda a manter um senso de equilíbrio. Movimento de qualquer tipo pode se tornar um desafio.
  • Problemas com a balança
  • Tem dificuldade em aprender esportes, montando uma bicicleta, skate, etc.
  • Parece desajeitado às vezes, bate em pessoas e coisas, muitas vezes
  • Um em criança sensível podem subir muito
É fácil ver cada criança alguns destes sintomas se encaixam em diferentes fases de desenvolvimento normal. A diferença é como ele afeta a vida diária. Para uma criança que está vivendo com integração sensorial desordem cada dia é preenchido com situações que vão sobre estimulá-la. Muitas vezes ela vai fazer nada para evitar uma atividade que ela teme. 

Quando a sensibilidade de uma criança constantemente está a interferir com seu gozo de atividades regulares pode ser hora de considerar se a integração sensorial é uma preocupação. O primeiro passo é procurar ajuda médica para obter um diagnóstico. Um diagnóstico de transtorno de integração sensorial pode parecer esmagadora, mas existem muitas estratégias e recursos para educar crianças hipersensíveis que podem aliviar a tensão. 

Referências
Karen A. Smith, Ph. d., Karen R. Gouze, Ph d. O sensorial sensível à criança, Nova Iorque, HarperColilins Publishers Inc., n/a 

Estoque de Carol Kranowitz, M.A. O fora de sincronia filho, New York, Penguin Putnam Inc, n/a 

sábado, 14 de setembro de 2013

O que é o Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDAH)

Antes de sugerir que um aluno tem hiperatividade, veja se é sua aula que não anda prendendo a atenção. Cinco pontos essenciais sobre esse transtorno



Foto: André Spinola e Castro.

À primeira vista, a estatística soa alarmante: de 3 a 6% das crianças em idade escolar sofrem com o Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (o nome oficial do TDAH), que muita gente conhece somente como hiperatividade. Quer dizer então que, numa classe de 30 alunos, sempre haverá um ou dois que precisam de remédio? Não. Na maioria das vezes, o acompanhamento psicológico é suficiente. E, se o problema for bagunça ou desatenção, vale analisar se a causa não está na forma como você organiza a aula. "Geralmente, a inquietação costuma estar mais relacionada com a dinâmica da escola do que com o transtorno", diz Ma­u­ro Muszkat, especialista em Neuropsicologia Infantil da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Quando o caso é mesmo de TDAH, são três os sintomas principais: agitação, dificuldade de atenção e impulsividade - que devem estar presentes em pelo menos dois ambientes que a crian­ça frequenta. Por tudo isso, nun­­ca é demais lembrar que o diagnóstico precisa de respaldo médico. Veja cinco pontos essenciais sobre o transtorno.

1. Agitação não é hiperatividade 

Há dias em que alguns alunos parecem estar a mil por hora e nada prende a atenção deles. Isso não significa que sejam hiperativos. O problema pode ter raízes na própria aula - atividades que exijam concentração muito superior à da faixa etária, propostas abaixo (ou muito acima) do nível cognitivo da turma e ambientes desorganizados e que favoreçam a dispersão, por exemplo. Em outras ocasiões, as causas são emocionais. "Questões como a morte de um familiar e a separação dos pais podem prejudicar a produção escolar", diz José Salomão Schwartzman, neurologista especialista em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Nesses casos, os sintomas geralmente são transitórios. Quando ocorre o TDAH, eles se mantêm e são tão exacerbados que prejudicam a relação com os colegas. Muitas vezes, o aluno fica isolado e, mesmo hiperativo, não conversa.


2. Só o médico dá o diagnóstico 

Um levantamento realizado recentemente pela Unifesp aponta que 36% dos encaminhamentos por TDAH recebidos no setor de atendimento neuropsicológico infantil da instituição são originados da escola por meio de cartas solicitando aos pais que procurem tratamento para o filho. "Em muitos casos, o transtorno não se confirma", afirma Muszkat. A investigação para o diagnóstico costuma ser bem detalhada. Hábitos, traços pessoais e histórico médico são esquadrinhados para excluir a possibilidade de outros problemas e verificar se os aspectos que marcam o transtorno estão mesmo presentes. Como ocorre com a maioria dos problemas psicológicos (depressão, ansiedade e síndrome do pânico, por exemplo), não há exames físicos que o problema. Por isso, o TDAH é definido por uma lista de sintomas. Ao todo são 21 - nove referentes à desatenção, outros nove à hiperatividade e mais outros três à impulsividade.


3. Nem todos precisam de remédio 

Entre os anos de 2004 e 2008, a venda de medicamentos indicados para o tratamento cresceu 80%, chegando a cerca de 1,2 milhão de receitas, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Diversos especialistas criticam essa elevação, apontando-a como um dos sinais da chamada "medicalização da Educação" - a ideia de tratar com remédios todo tipo de problema de sala de aula. "Muitas vezes, o transtorno não é tão prejudicial e iniciativas como alterações na rotina da própria escola, para acolher melhor o comportamento do aluno, podem trazer resultados satisfatórios", explica Schwartz­wman. Quando a medicação é necessária, os estimulantes à base de metilfenidato são os mais prescritos pelos médicos. Ao elevar o nível de alerta do sistema nervoso central, ele auxilia na concentração e no controle da impulsividade. O medicamento não cura, mas ajuda a controlar os sintomas - o que se espera é que, juntamente com o acompanhamento psicológico, as dificuldades se reduzam e deixem de atrapalhar a qualidade de vida. Vale lembrar que o remédio é vendido somente com receita e, como outros medicamentos, pode causar efeitos colaterais. Cabe ao médico avaliá-los.


4. O diálogo com a família é essencial 
Em alguns casos, os professores conseguem participar das reuniões com os pais e o médico. Quando isso não é possível, conversas com a família e relatórios periódicos enviados para o profissional da saúde são indicados para facilitar a comunicação. É importante lembrar ainda que não é por causa do transtorno que professores e pais devem pegar leve com a criança e deixar de estabelecer limites - a maioria das dificuldades gira em torno da competência cognitiva, da falta de organização e da apreensão de informações, e não da relação com a obediência. Durante os momentos de maior tensão, quando o estudante está hiperativo, manter o tom de voz num nível normal e tentar estabelecer um diálogo é a melhor alternativa. "Se o adulto grita com a criança, ambos acabam se exaltando rápido e, em vez de compreender as regras, ela pode pensar que está sendo rejeitada ou mal compreendida", diz Muszkat.


5. O professor pode ajudar (e muito) 
Adaptar algumas tarefas ajuda a amenizar os efeitos mais prejudiciais do transtorno. Evitar salas com muitos estímulos é a primeira providência. Deixar alunos com TDAH próximos a janelas pode prejudicá-los, uma vez que o movimento da rua ou do pátio é um fator de distração. Outra dica é o trabalho em pequenos grupos, que favorece a concentração. Já a energia típica dessa condição pode ser canalizada para funções práticas na sala, como distribuir e organizar o material das atividades. Também é importante reconhecer os momentos de exaustão considerando a duração das tarefas. Propor intervalos em leituras longas ou sugerir uma pausa para tomar água após uma sequência de exercícios, por exemplo, é um caminho para o aluno retomar o trabalho quando estiver mais focado. De resto, vale sempre avaliar se as atividades propostas são desafiadoras e se a rotina não está repetitiva. Esta, aliás, é uma reflexão importante para motivar não apenas os estudantes com TDAH, mas toda a turma.


Fonte: Revista Nova Escola


Neuropedagogia e a complexidade cerebral na sala de aula

"Cresce a necessidade de o professor reconhecer e incorporar o conhecimento do funcionamento do sistema nervoso e seu desenvolvimento para enriquecer a sua prática de ensino." (MARTA RELVAS)
A revista PSIQUE   trouxe uma matéria interessante sobre a Neuropedagogia em sala de aula. São 6 páginas de teoria, prática e exemplos acerca do funcionamento do cérebro na aprendizagem. Falar de Neuropedagogia causa uma certa aversão, pois já ouvi professores dizendo que não tem tempo para saber o que cada aluno está sentindo e muito menos entender da parte biológica. O professor não deve se limitar a teoria se quiser que seus alunos tenham uma aprendizagem significativa. E de uma forma simples e ao mesmo tempo completa, Marta Pires (bióloga, neuroanatomista, neurofisiologista humana, psicanalista e psicopedagoga) instiga o educador moderno a ir sempre além. Separei alguns trechos para dividir com vocês essa nova perspectiva.
 
"Sob o ponto de vista da Neuropsicologia, conhecer o processo de aprendizagem se tornou um novo desafio  para os professores, e o ambiente desta especificidade é a sala de aula”. O professor, ao estabelecer as estratégias de ensino em relação ao seu conteúdo em seus planejamentos, deve estar ciente de que suas turmas constituem uma biologia cerebral, tal qual uma verdadeira ecologia cognitiva.
NOVOS RUMOS
O novo caminho que o professor poderá percorrer a fim de despertar o interesse do estudante para as novas aprendizagens é pelas conexões afetivas e emocionais do sistema límbico, sendo estas ativadas no cérebro de recompensa. Por isso, precisam ser preservadas e respeitadas, pois são centelhas energéticas que provocam a liberação de substâncias naturais, os mensageiros químicos conhecidos como serotonina e dopamina, pois estão relacionados á satisfação, ao prazer e ao humor.
 
Para uma aprendizagem significativa, a aula tem de ser prazerosa, bem humorada, elaborada e organizada estrategicamente a fim de atender aos movimentos neuroquímicos e neuroelétricos do estudante. O professor que não instiga seus alunos à dúvida e à curiosidade, inibe o potencial de inteligência e afetividade no processo de aprender.






A matéria completa pode ser encontrada no site da Revista PSIQUE Nº 64.



sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Como o glúten afeta o cérebro?

por Bruna Gaspar


A quantidade de pessoas tanto intolerantes, quanto sensíveis ao glúten, tem aumentado cada dia mais. Alguns dos problemas associados incluem desconforto gastrointestinal, erupções cutâneas, problemas com a absorção de nutrientes, além de perda óssea.

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Porém, indo mais além, podemos ter uma coisa para nos preocupar, que é o seu efeito no cérebro.

De acordo com o GHC Pesquisas recentes descobriram, que existe uma ligação muito estreita entre o cérebro e o sistema nervoso entérico (o “cérebro” do trato digestivo). Com base nisso, os pesquisadores começaram a observar o efeito do glúten na resposta imunológica e absorção de nutrientes e ver como ele afeta o cérebro e os resultados foram preocupantes.

Dor de cabeça? Talvez seja Glúten!
Um estudo recente descobriu uma ligação entre a sensibilidade ao glúten e a enxaqueca. A pesquisa indicou que aqueles que sofrem de doença celíaca e sensibilidade ao glúten, sofrem de dores de cabeça e enxaquecas mais frequentes, do que aqueles que não tem o mesmo problema.

Outro estudo foi feito com crianças que tem doença celíaca e que sofrem dores de cabeça frequentes. Elas fizeram uma dieta sem glúten por algum tempo para determinar se a dor de cabeça diminuiria, e realmente na maioria dos casos diminuiu e muito.

Claro que se o glúten só está causando dores de cabeça, considere-se com sorte, ou talvez não …

E se causar anormalidades cerebrais?
Foi feita uma pesquisa e descobriram através da ressonância magnética que muitas pessoas com sensibilidade ao glúten e celíacos, tinham anormalidades cerebrais significativas. Nos que sofrem de dores de cabeça, essa anormalidade se mostrou mais elevada.

Em alguns casos, o que acontece é uma perda de massa encefálica. Isso com certeza não é bom e pode levar a problemas mais sérios caso a pessoa continue ingerindo glúten.

Pesquisadores da John Hopkins University School of Medicine, pesquisaram o impacto da vermelhidão gastrointestinal (criado pela doença celíaca) na esquizofrenia. Eles se focaram em fatores como a ativação do sistema imune e a capacidade das toxinas e agentes patogênicos tem de entrar na corrente sanguínea e assim descobriram que fatores imunológicos como as iniciadas no intestino, sugerem um link para a doença mental.

Glúten e Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
Em alguns casos de acidente vascular cerebral isquêmico, o único fator que os médicos encontraram que contribuiu para isso, foi a doença celíaca. Os investigadores têm sugerido que o fator primário, nestes casos, pode ter sido a resposta auto-imune causada pela doença celíaca.

Tal como aconteceu com os acidentes vasculares cerebrais, a coagulação do sangue no cérebro, foi avaliado como única causa da doença celíaca. Apesar disso ter acontecido até agora, só com indivíduos com a doença celíaca, pode ser bom, pessoas com sensibilidade ao glúten ficarem atentas também.

Sem glúten e sem sintomas
Além de dores de cabeça, distúrbios cerebrais e coagulação, podem levar a um derrame.
O glúten foi diretamente ligado à convulsões epiléticas e lesões na substância branca do cérebro, indicando a Esclerose lateral Amiotrófica. Isso preocupa muito, porém a boa notícia é que ainda existe esperança.

Pesquisadores encontraram calcificações em certas áreas do cérebro e estas foram a causa das convulsões epiléticas. Em todos os casos, as convulsões pararam de vez, quando o paciente começou uma dieta livre de glúten.

O mesmo resultado ocorreu em indivíduos que sofrem de lesões no cérebro semelhantes aos observados em Esclerose lateral Amiotrófica. Após o exame do paciente, foi descoberta a doença celíaca. Uma vez que ele foi colocado em uma dieta sem glúten, a ressonância magnética mostrou uma redução nas lesões e uma melhoria global na sua condição.

Mesmo que a pesquisa sobre o impacto do glúten no cérebro seja bem recente, a mensagem é clara – o glúten tem um impacto profundo na nossa saúde mais do que se pensava anteriormente.

Com base nessa pesquisa, quem sabe ou suspeita de uma alergia ao glúten deve considerar seriamente exames para detectar se tem ou não o problema e dependendo a adoção de uma dieta livre de glúten, o seu cérebro vai agradecer. Você já notou a melhora de algum dos sintomas depois que parou de consumir alimentos com glúten? Se sim, por favor deixe um comentário e compartilhe a sua experiência com a gente.

Fonte: Terapias para Todos

Autismo: Cientistas conseguem restabelecer conexões entre neurônios




Cientistas identificaram uma causa genética para um déficit na ligação entre neurônios e os circuitos cerebrais em pessoas com certos tipos de autismo. Os pesquisadores afirmam ainda que conseguiram, em camundongos, restaurar o crescimento neuronal ao compensar
o problema nos mecanismos moleculares que eles identificaram. O estudo foi divulgado nesta quinta-feira na revista especializada Neuron.

A mutação do gene que produz uma proteína chamada de NHE6 costuma ser diretamente associada a um tipo raro e severo de autismo chamado de síndrome de Christianson. Mas os pesquisadores afirmam ter descoberto uma ligação desse gene com outros tipos de autismo mais comuns.

"No autismo geral essa proteína é desregulada", diz Eric Morrow, professor da Universidade Brown, nos Estados Unidos. A NHE6 ajuda a regular a acidez do endossomo - organelas responsáveis por transportar o material ao redor das células e degradar proteínas, inclusive aquelas necessárias para que os neurônios cresçam seus longos braços (axônios e dendritos) para formar as conexões dentro do cérebro.

Os cientistas descobriram que camundongos com mutação nesse gene tinham uma acidez maior nos endossomos. Essa desregulação afetava moléculas presentes na célula que regulam o crescimento dos axônios e dendritos. Os animais com essa mutação acabavam por ter menos conexões entre neurônios, chamadas de sinapses.

"Um dos problemas primordiais em desordens como o autismo, nós acreditamos, é que elas são um problema de comunicação entre diferentes áreas do cérebro e de neurônios que se comunicam com outros em rede", diz Morrow.

Para tratar o problema, os cientistas testaram aplicar diretamente uma das moléculas em falta nos camundongos (chamada de fator neurotrófico derivado do cérebro, ou BDNF, na sigla em inglês). Os animais que receberam o BDNF tiveram um crescimento dos axônios e dendritos próximo ao de um neurônio normal. Outro dado destacado é que já existem remédios para reposição do BDNF disponíveis para os pacientes.

"Nós não achamos que isto seja tudo sobre esta condição", diz Morrow, que agora tenta entender melhor as respostas dadas ao uso dos medicamentos. "Mas se somos capazes de tratar este mecanismo com drogas exógenas, isso poderia reparar o suficiente ou ao menos algum elemento (do autismo)?", questiona.
Fonte: Terra

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Você gosta de desafios?



Entender as bases biológicas da resiliência contribui para melhorar a forma como as pessoas lidam com as adversidades.

Pesquisadores encontraram evidências de bases neurobioquímicas da capacidade de se recuperar de adversidades. Logo no início da vida, os genes de um indivíduo e sua interação com o ambiente influem na formação de circuitos neurais que fundamentam a força p...
sicológica e os comportamentos das pessoas resilientes.

Já se sabe que enfrentar medos, experimentar emoções positivas, procurar formas de adaptação que reformulem eventos estressantes e tragam benefícios dos relacionamentos interpessoais é fundamental para reforçar a resiliência. Essa habilidade depende de caminhos neurais relacionados ao medo, à recompensa e à regulação social e emocional. Esses circuitos se sobrepõem em determinadas estruturas cerebrais.

A amígdala, por exemplo, não só regula o medo, mas também tem papel importante na recompensa, através do processamento de emoções positivas. O núcleo accumbens, o centro de recompensa, também influencia comportamentos como sociabilidade e ligações amorosas. O córtex pré-frontal medial desempenha papel nos três circuitos e ajuda a regular interações e emoções sociais, repassando informações para outras regiões responsáveis por decisões mais complexas. Como resultado da sobreposição e conexões entre esses circuitos, a maneira como a pessoa enfrenta o medo está relacionada à sua capacidade de se manter otimista mesmo diante de situações de estresse e de procurar viver experiências sociais gratificantes em tempos difíceis.

Os circuitos neurais relacionados ao medo, à recompensa a ao comportamento social são alimentados por diversos neurotransmissores e hormônios. O neuropeptídeo Y, por exemplo, é uma proteína encontrada na amígdala, outra região relacionada ao medo e à ansiedade. A presença do neuropeptídeo Y em pessoas que passam por situações extremamente estressantes, como um treinamento militar severo, está relacionada a melhor desempenho. No entanto, altos níveis de cortisol, hormônio envolvido com o estresse, estão associados com a depressão. A norepinefrina, outra substância relacionada ao estresse, ajuda-nos a reagir adequadamente diante do perigo, preparando-nos para lutar ou fugir. Por outro lado, o aumento excessivo desse hormônio pode deflagrar ansiedade crônica. A dopamina e a serotonina ajudam a manter o sentimento de otimismo em condições difíceis.

Os cientistas acreditam que a resiliência também esteja relacionada à ativação do córtex pré-frontal esquerdo. Quando ativada, essa região na superfície do cérebro, logo atrás da testa, envia sinais inibitórios para a amígdala, o que diminui a ansiedade e as emoções baseadas no medo, deixando a região frontal do cérebro livre para planejar e definir metas. Dessa forma, a pessoa é mais capaz de perseverar, de manter a autoimagem positiva e a esperança em situações de estresse e de elaborar um plano de ação sem se sentir oprimida pelo medo ou por outras emoções. Entender as bases biológicas da resiliência pode ajudar pesquisadores e clínicos a criar intervenções psicológicas e farmacológicas para melhorar a forma como as pessoas lidam com as adversidades.

O texto acima é um trecho da matéria "Que venham os desafios". Para ler essa e outras reportagens na íntegra, adquira a Revista Mente e Cérebro 248 – Superação.