terça-feira, 23 de julho de 2013

Fonoaudiólogas desenvolvem questionário para pais e cuidadores de autistas identificaram dificuldades de comunicação

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A aplicação de um questionário para identificação das dificuldades de comunicação de crianças autistas, desenvolvido pelas pesquisadoras Juliana Izidro Balestro e Fernanda Dreux Miranda Fernandespara auxiliar pais e cuidadores, encontrou diferenças na percepção e atitude de pais de crianças do espectro do autismo e de crianças sem queixa de linguagem, em relação às dificuldades de comunicação com seus filhos.
 
O questionário foi criado para a pesquisa “Questionário sobre dificuldades comunicativas percebidas por pais de crianças do espectro do autismo”, das qual participaram 40 pais, 20 pais de crianças do espectro do autismo e 20 pais de crianças sem queixas de linguagem. Foi calculado o nível de concordância das questões e os resultados dos grupos foram comparados entre si.
 
O questionário é dividido em quatro partes: a primeira é referente à impressão dos pais e/ou cuidadores sobre eles próprios em relação a seus filhos, a segunda engloba a percepção dos pais em relação à aceitação das pessoas para com seus filhos, a terceira, a atitude dos pais e/ou cuidadores com seus filhos, e a quarta, a impressão dos pais e/ou cuidadores em relação aos seus filhos.
 
O questionário traz 25 questões, 24 fechadas, contemplando os quatro domínios, e uma aberta, onde há espaço para que os pais e/ou cuidadores relatem algo relevante para eles e que não tenha sido perguntado.
 
As pesquisadoras destacam que as alterações de comunicação em indivíduos do espectro do autismo variam entre a ausência de fala em crianças com mais de três anos, a presença de características peculiares, como ecolalia, inversão pronominal, discurso descontextualizado, ausência de expressão facial e até o desaparecimento repentino da fala. “Essas alterações aparecem na literatura como uma das primeiras preocupações dos pais dessas crianças”, afirmam.
 
Outra questão fundamental nos distúrbios do espectro do autismo, de acordo com o estudo, é a percepção dos pais com relação à aceitação de seus filhos por outras pessoas. “Estudos revelam que a estigmatização pode levar à depressão, à auto- estima reduzida e ao isolamento social”.
 
Confira a pesquisa completa em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-80342012000300008&lng=pt&nrm=isso
 

Drauzio Varella terá série sobre autismo no “Fantástico”

Drauzio abordará o autismo em nova série
Drauzio abordará o autismo em nova série

O renomado médico Drauzio Varella já trabalha em um novo projeto para o “Fantástico”, programa com o qual colabora há muitos anos. O próximo tema abordado por Varella no dominical será o autismo.

Em sua nova série, o doutor tratará de casos reais da síndrome e orientará pais e amigos sobre as melhores formas de tratamento, educação e mercado de trabalho para os portadores do autismo.

A ideia para o quadro surgiu com a sanção da Lei nº 12.764, batizada de Lei Berenice Piana, que assegura aos autistas os mesmos diretos das pessoas com necessidades especiais.

O tema também tem sido explorado na novela “Amor à Vida”. Na trama, a jovem Linda, personagem de Bruna Linzmeyer, sofre com o autismo e com a super proteção da mãe, que dificulta o tratamento e a evolução da menina.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Estreia hoje nos EUA: ‘The Bridge’, que se passa na fronteira com o México, aborda o autismo e usará legendas

thebridge
  por Gabriela Pagano

Hoje à noite, a atriz alemã “de cinema” Diane Kruger construirá uma ponte com os telespectadores. É que às 22h, no fuso horário americano, ela faz sua estreia na TV, na série The Bridge, do canal FX.

Na produção, um remake do seriado escandinavo Bron/Broen, Kruger será Sonya North, uma detetive americana  focada em seu ofício, enquanto o ator Demián Bichir (Che 2 – A Guerrilha) será Marco Ruiz, um policial mexicano que fará dupla com Sonya. Os dois trabalham na fronteira entre o México e os Estados Unidos e precisam deter um assassino que tem assustado a região que separa El Paso, no Texas, de Juarez, no México.

“Estamos tentando mostrar como duas culturas tão diferentes, dois países tão diferentes, podem colocar suas diferenças de lado para o bem maior”, disse a atriz sobre o programa, que também deve abordar a polêmica questão da imigração entre os dois países. “Você praticamente tem que ser cego e surdo para não ouvir sobre essas questões, ouvir sobre imigração, e assim por diante”, opinou Kruger. “Então, eu estou intrigada com esse aspecto da série, com certeza. Quero entender mais. E eu acho fascinante – e muito arriscado, na verdade – da parte de FX  contar essa história”, revelou.

De acordo com a atriz, o show não será desses suspenses convencionais, em que, cada noite, o espectador senta no sofá para acompanhar um crime a ser solucionado, assassinato após assassinato, nem se posicionar a favor de uma das duas culturas expostas no enredo. “No final do dia, [educar] não é o nosso trabalho, o show tem que ser divertido. Mas o que estamos tentando fazer é acender uma luz sobre a situação. E não ser parcial a ambos os lados”, garante.


Diferença com a série original
Na versão original, Broen, lançada em 2011, a história se passa na fronteira da Suécia com a Dinamarca, duas nações ligadas pela Ponte de Øresund. Kruger diz que a nova série se distancia da atração original e uma das maiores mudanças no enredo está em sua personagem. “[O plano de fundo] irá mostrar um lado muito emocional da Sonya”, explica.

Síndrome de Asperger
Nas duas versões de The Bridge, a detetive Sonya tem Síndrome de Asperger, um transtorno de autismo que dificulta a interação social daqueles que o possuem. Na série americana, no entanto, embora fique evidente que a personagem sofra do transtorno, o nome da síndrome jamais é dito “em voz alta, porque não queríamos que a condição dela definisse quem ela é”, contou Kruger, que ainda classificou a decisão, por parte dos roteiristas, como corajosa.
Foi justamente a  Síndrome de Asperger – recentemente retratada em outra série sobre assassinatos, Hannibal, através do personagem Will Graham (Hugh Dancy) – que atraiu a atriz, conhecida pelos trabalhos no cinema, como Bastardos Inglórios, A Lenda do Tesouro Perdido e Desconhecido, ao projeto televisivo. “Porque, sim, ela tem essa condição, e há tantas falhas em sua vida pessoal, que aparecem por causa dela, mas ela é tão diferente em seu trabalho, porque ela tem essa capacidade de se concentrar e realmente olhar para as coisas de um ponto de vista diferente”, avaliou ela, que contou com a ajuda de um jovem, portador da síndrome, para construir sua personagem – o rapaz a acompanha diariamente nos sets de filmagem.

Força feminina
Para Kruger, é um desafio dar vida a uma policial brilhante em seu trabalho, mas que, tendo a dificuldade em interagir com as pessoas, precisa realizar entrevistas difíceis com parentes de vítimas e assassinos. A experiência, além de torná-la uma atriz mais madura, também colabora com a imagem cada vez mais forte com que as mulheres são retratadas na televisão. “Ainda vão haver filmes que tem grandes papéis femininos, mas eu acho que, definitivamente, na TV a cabo, a partir de Mad Men, Homeland ou Robin Wright em House of Cards, as peças femininas não têm medo”, diz. “Parece-me que o público está à procura de personagens como esse e isso é muito excitante para as mulheres”, comemorou.




Enredo
Apesar de a série começar com um serial killer a solta na fronteira entre México e Estados Unidos, o caso deve se estender por quase toda a temporada e não por ela inteira. Segundo os produtores, a história gira mais em torno da relação – culturalmente distinta – construída entre os personagens de Kruger e Bichir, do que os assassinatos propriamente ditos.
Os dois detetives, de início, não irão se dar bem. “Sonya é uma pessoa difícil de se atingir”, explica a produtora-executiva da série, Meredith Stiehm, que garante que, ao longo da temporada, essa barreira irá ser quebrada, principalmente por Sonya enxergar um “aconchego” na relação com o detetive Marco.


 Demián Bichir
De acordo com Stiehm, Bichir sempre foi a prioridade para interpretar Marco. “Não havia plano B”, garante a produtora. “Demián tem aquele calor típico do personagem”, concluiu. E se o autismo da personagem Sonya foi o que motivou Kruger a aceitar vivê-la, Bichir teve outras razões para se interessar pelo projeto. “Eles me disseram, ‘Sua co-protagonista será Diane Kruger’”, contou o ator. Bastou.

Língua espanhola e uso de legendas
Diferente dos outros projetos que abordam a cultura hispânica e em que a língua espanhola aparece apenas em alguns momentos, todo o núcleo mexicano de The Bridge irá, de fato, se comunicar em espanhol. Bichir tem até ajudado para que os diálogos sejam feitos de maneira certa e natural.

Kruger não se preocupa com o fato de que os espectadores americanos, desacostumados a ler legendas, estranhem a nova dinâmica da série e desliguem seus televisores. Ela relembra o filme Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino, produção da qual participou e havia enorme preocupação quanto às legendas utilizadas. O resultado: aclamação crítica e indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original a Tarantino.

Ficha técnica
O piloto de The Bridge é assinado por Meredith Stiehm (Homeland) e Elwood Reid (Hawaii Five-0) e foi dirigido por Gerardo Naranjo. O FX já encomendou 13 episódios da série, que ainda conta com nomes como Ted Levine ( O Silêncio dos InocentesMonk), Annabeth Gish (Pretty Little Liars), e Thomas M. Wright no elenco. Uma versão franco-inglesa de The Bridge também está sendo desenvolvida, intitulada The Tunnel, e será protagonizada por Clémence Poésy (Fleur dos filmes do Harry Potter) e Stephen Dillane (Game of Thrones).

Ficou interessado? The Bridge estreia hoje à noite, às 22h, pelo canal americano FX. No Brasil, a série chega no próximo dia 21 de julho, às 22h30, também pelo FX.

Por falta de intérpretes no Detran, surdos são impedidos de tirar CNH


Os processos para a retirada de Carteira Nacional de Habilitação (CHN) para surdos estão parados no Departamento de Trânsito do Paraná (Detran). Isso porque, apesar de ser uma exigência legislativa, desde janeiro deste ano, não há intérprete de Libras para a realização das provas.

Em média, são 100 solicitações por mês. Uma delas é a do jovem Danilo, que mora em Maringá, no norte do estado. Ele esperava apenas completar 18 anos para poder dirigir, mas, com a falta de interprete, terá que esperar.

Para a mãe Vilma Bueno da Silva, o sentimento é de impotência. “De revolta, de exclusão. É um direito que ele tem”, disse. Vilma conta que a psicóloga fez as perguntas e Danilo não pode responder porque não entendeu. “Ela não sabia falar em Libras e ele não escuta. Ela chamou o meu marido e dispensou. [Ela] falou ‘eu preciso de um interprete porque eu não entendo o que o Danilo fala”, acrescentou a mãe.

De acordo com o Detran, o contrato com a empresa que cedia os intérpretes de Libra foi cancelado. Para remediar a situação, o Departamento informou que contratou instituições locais. Entretanto, apenas em Curitiba há intérpretes. O Detran informou ainda que a licitação para a contratação de novos intérpretes.

Estudo revela conexões cerebrais fracas em crianças autistas


Pesquisa mapeou as conexões cerebrais de crianças autistas

Algumas crianças com autismo têm conexões cerebrais fracas nas regiões que relacionam o discurso com o sistema de recompensa emocional, revelou uma pesquisa, abrindo caminho para novos tratamentos.

O estudo publicado na revista "Actas", da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos (PNAS), sugere, pela primeira vez, que a razão pela qual as crianças com autismo mostram uma falta de sensibilidade à voz humana pode se vincular a circuitos defeituosos nos centros de recompensa do cérebro.

"Uma conexão cerebral fraca pode impedir as crianças com autismo de experimentar o discurso como algo agradável", disse Vinod Menon, um dos autores do estudo e professor de Psiquiatria e Ciência do Comportamento na Universidade de Stanford, Califórnia (oeste).

Os pesquisadores fizeram imagens cerebrais por ressonância magnética de 20 crianças com um tipo alto de autismo. Elas têm um coeficiente intelectual normal, podem falar e ler, mas mostram dificuldades na conversa e na compreensão de sinais emocionais.

Ao comparar as imagens com as de 19 crianças sem autismo, os cientistas descobriram que os cérebros dos menores com autismo mostravam baixas conexões com regiões do cérebro que liberam dopamina em resposta a recompensas.

No lado esquerdo do cérebro, as crianças autistas mostraram conexões fracas com o núcleo accumbens e a área tegmental ventral. Já no lado direito, no córtex de voz seletiva, onde são detectados os sinais vocais e de tom, havia um conexão fraca com a amígdala cerebral, que processa os sinais emocionais.

Os pesquisadores também determinaram que uma conexão mais baixa supõe uma pior capacidade de comunicação.

"A voz humana é um som muito importante. Não apenas dá significado, mas proporciona informação emocional fundamental para uma criança", afirmou outro autor, Daniel Abrams, um pesquisador de Pós-Doutorado em Psiquiatria em Stanford.

"Somos os primeiros a mostrar que essa falta de sensibilidade pode ser resultado de problemas de sistemas de recompensa no cérebro", completou.

Os resultados também sustentam a teoria de que as pessoas com autismo têm um déficit na motivação social que explica sua falta de atenção às vozes e às palavras, em vez de um déficit sensorial que lhes impede de ouvir palavras.

"É provável que as crianças com autismo não prestem atenção às vozes porque não são gratificantes, ou emocionalmente interessantes, o que afeta o desenvolvimento de sua linguagem e de suas habilidades de comunicação social", disse Menon.

"Descobrimos um circuito cerebral anormal que está por trás de um déficit básico no autismo. Nossas descobertas podem ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para esse transtorno", acrescentou.

Investigações adicionais também podem revelar se uma terapia chamada Treinamento de Resposta Essencial (PRT, do inglês "Pivotal Response Training"), que tenta motivar as crianças a usar a linguagem para a interação social, tem algum efeito no fortalecimento desses circuitos cerebrais. O autismo, um transtorno do desenvolvimento cada vez mais diagnosticado, afeta uma em cada 88 pessoas nos Estados Unidos.

AFP

Com nove vetos, Dilma Rousseff sanciona Ato Médico




Agência Brasil (Brasília) - A lei que regulamenta o exercício da medicina, o chamado Ato Médico, foi sancionado pela presidenta Dilma Rousseff, com vetos. O texto aprovado, que estabelece atividades privativas dos médicos e as que poderão ser executadas por outros profissionais de saúde, está publicado na edição desta quinta-feira (11) do Diário Oficial da União (DOU).

O Artigo 4º, considerado o mais polêmico e que motivou protestos de diversas categorias da saúde, como fisioterapeutas, enfermeiros e psicólogos, teve nove pontos vetados, inclusive o Inciso 1º, que atribuía exclusivamente aos médicos a formulação de diagnóstico de doenças. A classe médica considera que esse ponto era a essência da lei. Já para as demais categorias o trecho representava um retrocesso à saúde.

Pela lei, ficou estabelecido que caberá apenas às pessoas formadas em medicina a indicação e intervenção cirúrgicas, além da prescrição dos cuidados médicos pré e pós-operatórios; a indicação e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, incluindo acessos vasculares profundos, as biópsias e as endoscopias. Também será de exclusividade médica a sedação profunda, os bloqueios anestésicos e a anestesia geral.

Já entre as atividades que podem ser compartilhadas com profissões da área da saúde não médicas estão o atendimento a pessoas sob risco de morte iminente; a realização de exames citopatológicos e emissão de seus laudos; a coleta de material biológico para análises laboratoriais e os procedimentos feitos através de orifícios naturais, desde que não comprometa a estrutura celular.

Ontem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a regulamentação da atividade, mas defendeu a manutenção do "espírito de equipes multiprofissionais, com outros conhecimentos e competências, que são o conjunto das profissões de saúde".