domingo, 24 de janeiro de 2016

COLUNA DO DIA: Na volta as aulas a importância da Fonoaudiologia na Integração com Escola e a família




Início de ano. Chega o momento em que a família precisa realizar a difícil tarefa de adaptação escolar; e surge sempre aquela dúvida: 

“Será que eu criei meu filho dependente demais?".

O mais importante é a escolha certa da escola para o perfil de seu filho e entender que este momento inicial, é uma parceria entre a escola e a família, e esta precisa estar sempre atenta a qualquer alteração e manter comunicação diária com os professores e a equipe pedagógica.

Com o ingresso das crianças nas escolas cada vez mais cedo, há uma abertura de espaço significativa do dia para atuação da mulher no mercado de trabalho e sua importante participação na renda familiar. As mães, muitas vezes, e por causa disso, preferem optar pela escola ou creche, a deixar a criança em casa com um familiar ou babá. Neste sentido, a escola consegue desempenhar papel importante no desenvolvimento harmonioso e pleno dessas crianças.

Baseado nisso, num primeiro momento, a escola deve ter um aconchego semelhante ao lar, ter um ensino adequado à faixa etária da criança e ter uma equipe multidisciplinar participativa nas áreas da psicopedagogia, psicologia, fonoaudiologia e psicomotricidade.

No caso da fonoaudiologia, o profissional deverá realizar um trabalho paralelo e deve ser apresentada à escola como um trabalho preventivo e de parceria. Ou seja, no processo de adaptação e de aprendizagem, é fundamental o acompanhamento e a observação do desenvolvimento da linguagem, da fala, da audição e do desenvolvimento psicomotor da criança.

 Estudos comprovam que hoje fundamentos da linguagem surgem ainda em um estágio fetal, onde a criança inicia seu desenvolvimento da linguagem desde o reconhecimento de vozes masculinas ou femininas formando assim o início da linguagem mais primária que o ser humano possui; a linguagem não verbal.

 Uma vez observada qualquer alteração precocemente, desde a mais tenra idade, é possívél detectar e evitar futuros problemas na aprendizagem que possivelmente apareceriam na classe de alfabetização. E essa observação não necessáriamente será observada com o início da linguagem verbal, que começam a surgir com os balbucios e mais intencionalmente por volta dos 10/18 meses. Portanto, muitas vezes somente com o início da fase verbal, é que os familiares percebem algum atraso ou alteração na criança, enquanto que podemos observar precocemente possivéis alterações ainda no estágio da linguagem não-verbal, tais como a surdez, o autismo, ou qualquer outra alteração que venha a prejudicar seu desempenho no cotidiano, ou na qualidade de uma melhor aprendizagem.

 Uma estimulação realizada precocemente, poderá evitar muitos prejuízos e atrasos futuros, pois quanto mais cedo se trabalha, mais rápido obteremos resultado.

 A alternativa de se evitar a dificuldade, pela prevenção, precisa ser conscientizada, principalmente a partir do entendimento de que a ajuda de um fonoaudiólogo é muito importante, assim como o acompanhamento dos demais profissionais.

Nós precisamos quebrar o mito da “terapia” e encarar a fonoaudiologia como um trabalho integrado e acolhedor, estabelecendo um canal de comunicação entre criança-terapeuta-família-escola. Um trabalho que sempre visa um resultado rápido e satisfatório, e, em cuja interação, favorecerá a educação da criança. Por conseguinte, a escola poderá alcançar sua proposta pedagógica definida com excelente qualidade.

Embora ninguém afirme que isso seja tarefa fácil, aplicar essa estratégia no dia-a-dia talvez não transforme a instituição numa escola dos sonhos, mas certamente trará resultados positivos sob todos os aspectos onde todos sairão ganhando com isso.

Até a próxima!

Maria Paula Costa Raphael
CRFa 7364-RJ
Fonoaudióloga, Socioterapeuta,Sociopsicomotricista Ramain-Thiers, Docente da AVM  Faculdade Integrada, cursos de pós graduação (UCAM), Eventos em Educação presencial e on-line, Supervisora na Formação em Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, Palestrante em eventos de educação e saúde.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Download gratuito do livro "Contribuições para a inclusão escolar de alunos com necessidades especiais"



CONTEÚDO

PARTE 1
ESTUDOS DE REVISÃO SOBRE OS TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO
1. Transtornos do Espectro do Autismo: características gerais
2. Aconselhamento genético nos Transtornos do Espectro do Autismo
3. Transtornos do Espectro do Autismo: intercorrências perinatais
4. Habilidades cognitivas nos Transtornos do Espectro do Autismo
5. Prejuízos nos comportamentos de atenção compartilhada associados a sinais precoces de Transtornos do Espectro do Autismo
6. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e os Transtornos do Espectro do Autismo
7. Estigma e preconceito entre familiares de crianças com Transtornos do Espectro do Autismo

PARTE 2
PESQUISAS REALIZADAS NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL EM BARUERI, SP
8. Avaliação diagnóstica de escolares com Transtornos do Espectro do Autismo na rede municipal de ensino de Barueri, SP
9. Problemas comportamentais e uso de serviços educacionais e de saúde por alunos com Transtornos do Espectro do Autismo e outras necessidades educacionais especiais de escolas públicas do município de Barueri
10. Desafios para o estabelecimento de uma escolarização efetiva para crianças com Transtornos do Espectro do Autismo
11. Efeitos de um programa de treinamento para professores no manejo comportamental de alunos com Transtornos do Espectro do Autismo em sala de aula: um estudo-piloto
12. A trajetória de pais de filhos com Transtornos do Espectro do Autismo na busca de diagnóstico e tratamento em serviços de saúde no município de Barueri do Estado de São Paulo
13. Estressores psicológicos na gestação de mães de indivíduos com Transtornos do Espectro do Autismo
14. Caminhos da inclusão: modelo de educação inclusiva para alunos com necessidades educacionais especiais no município de Barueri, SP

Para baixar gratuitamente esta obra, acesse o link AQUI

 

Saiba mais sobre o assunto no "INCLUSÃO E MEDIAÇÃO ESCOLAR 2016", que irá ocorrer no dia 9 de abril de 2016, no Rio de Janeiro.

 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

COLUNA DO DIA: Aprendizagem e seus possíveis adjacentes



Estamos em um tempo em que o pensamento sempre se volta para um conceito / atitude: aprendizagem, resultado final de imersões variadas, contínuas e complexas em um número infinito de informações cujo foco favorece a mudança dos comportamentos cognitivo, afetivo e físico.

No território da educação, isto é uma constante. E por isso, de tempos em tempos, surgem ideias compreendidas como inovadoras, principalmente, das práticas de ensino (metodologias). Porém uma pergunta sempre surge: como estimular a vontade de aprender, mesmo em situações de vulnerabilidade?; ou, em ambientes violentos?; ou, ainda, em mentes com baixa autoestima? Superficialmente podemos responder: difícil diante da crise social e econômica do país; difícil diante da rápida desvalorização da profissão docente; difícil diante da falta de perspectiva real observada na mentalidade dos discentes inseridos em comunidades, às vezes, de precariedades extremas. E de tão difícil, repensamos o conceito de ‘líquido’[1] trazido por Baumann. E de tão difícil, voltamo-nos para a biologia do cérebro e sua complexidade neuronal.

Toda forma de pensar é representativa do conjunto de memórias genética e social que o cérebro assimila enquanto vivo. E justamente a memória social (aquela que compõe a inteligência / a ‘ecologia coletiva’ trabalhada por Pierre Levy) parece ser a fonte de uma intensa (e, às vezes, inconsciente) adaptação das potencialidades inatas aos sujeitos de maneira positiva ou negativa na relação com o cotidiano. Essa adaptação, por sua vez, torna-se ponto nevrálgico em que, no processo maturacional, se amalgama as aprendizagens.

Entendemos que ‘aprender’ é libertar das amarras; é inaugurar links para a imaginação e a criatividade, ainda que se utilizem ferramentas cognitivas comuns; e é desenvolvida por atitudes inovadoras que proponham, segundo Johnson (2011, p.41) “centelhas, lampejos, sopros, iluminações, estalos em nossa mente”.

Para aprender é preciso desatenção das rotinas cognitivas e reorganização das redes de neurônios, “uns em sincronia com os outros, pela primeira vez, em nosso cérebro” (p.41). Para o senso comum, então, à aprendizagem é necessário sair da rotina emocional, e assim “explorar o possível adjacente de conexões que possam ser estabelecidas em nossa mente” (p.41). O outro é fundamental: somos sociais sempre.

Nas aprendizagens cotidianas e escolares, há um enxame de iluminações “capazes de estabelecer conexões complexas uns com os outros” (p.42). Os estudantes têm expectativas. Mesmo àqueles que demonstram comportamentos disfuncionais, as expectativas de estar diante de algo diferente e aprender, permanece; logo, é importante que repensemos (nós, os professores) nossas maneiras de apresentar os conteúdos e, assim, fortalecer a rede de aprendizagem necessária à liberação, por exemplo, da imaginação e da autonomia; e mesmo, necessária ao desenvolvimento qualitativo de funções executivas[2].

Ainda que saibamos que o cérebro é plástico, a qualidade desta neuroplasticidade exige que estimulemos, com frequência e intensidade, novas configurações às redes de neurônios com metodologias / práticas desafiantes, contextuais, proativas e libertárias. “Uma rede densa que não consegue formar novos padrões é, por definição, incapaz de mudar, de investigar nas bordas do possível adjacente” (p.42).

Práticas pedagógicas com recursos inovadores ou renovados trazem a ‘sensação de novidade que torna a experiência [de aprender] tão mágica’, além de inaugurar novas correspondências nas células do cérebro, trazendo a percepção de que, por exemplo, os sonhos mais guardados tem real possibilidade de serem realizados.

Práticas pedagógicas envolvendo diferentes tecnologias / técnicas, variadas manifestações artísticas e outros movimentos de corpo recriam “um conjunto inteiramente novo de neurônios” (2011, p.42) cujo processamento transforma a ação dos sentidos junto à realidade e, por consequência, afetos, cognições e atitudes: comportamentos em geral de um ser afetado integralmente pelo novo. Para Johnson, “as conexões são a chave da sabedoria (...) logo o que importa em nossa mente não é só o número de neurônios, mas a miríade de conexões que se formam entre elas”, quando diante de atividades diferenciadas, desafiantes e significativas (p.42).

Nós, professores, devemos criar uma rotina de mudanças pedagógicas tendo em vista que estaremos sempre diante de mentalidades diferentes; são outros conjuntos de neurônios, eletroquimicamente, ativos e ávidos por se experimentar e se experienciar, nas diferentes configurações de realidade a que tiverem a chance de imergir.

Só que Johnson (2011) nos pergunta: “como impelir estes cérebros para redes mais criativas”; no caso da escola, mais equilibradas e atencionais; e, ainda, no caso da sociedade, mais producentes e funcionais?

Uma primeira resposta, segundo Johnson (2011, p.43) seria “maravilhosamente fractal: para tornar nossa mente mais inovadora, temos que inseri-la em ambientes que compartilhem daquele mesmo tipo característico de rede; isto é, em rede de ideias ou pessoas que imitem as redes neurais de uma mente que explora os limites do possível adjacente”.

Outra resposta pode estabelecer-se na introdução da percepção de que a atividade pedagógica oferecida é uma aventura, uma competição regrada, um jogo, com necessidade de associações (grupo), a partir de / através da realidade (informações conhecidas), de forma a se criar / desenvolver soluções/ resultados possíveis.

Como todos os alunos são capazes de aprender, todos são potencialmente capazes de criar novas conexões, de serem geradores de novas relações e de reorganizarem o ambiente escolar realçando suas formas de pensar / agir / sentir, se a eles forem liberadas ferramentas cognitivas coerentes, ou seja, se puderem ‘manejar’ seus ‘aprenderes’ em colaboração com as informações escolares, a partir:

ð  do aprender a partir de;
ð  do aprender acerca de;
ð  do aprender através de;
ð  e, principalmente, do aprender com[3].

Há uma energia armazenada e pronta para ‘acontecer’ e fertilizar nossa sala de aula de inovação, criatividade e afeto. De acordo com Johnson (2011, p.45/46), esta é a reflexão do “poder combinatório do átomo de carbono”. Mas, atenção professor: ‘sem um meio que lhe permita [o aluno] colidir ao acaso com outros elementos, suas capacidades conectivas serão provavelmente desperdiçadas’. Ou seja, o desafio, a proatividade e a colaboração são mesmo as chaves mais interessantes para o desenvolvimento da aprendizagem porque são chaves ‘atitudinais’ que trazem a surpresa da possibilidade de SER diferente para o cenário da mente discente e da dinâmica da sala de aula.
Será que videoclipes de hip-hop podem ser introduzidos para ensinarmos elementos da comunicação, figuras de linguagem ou gêneros textuais? Será que dinâmicas de grupo podem ser recursos didáticos em que se vivenciem características literárias, raciocínio lógico, expressão corporal e assim introduzir o equilíbrio emocional? Será que jogos, como damas, bingo, xadrez, ou de memória podem favorecer mudanças de comportamento ou o entendimento de conteúdos de física, matemática e até geografia? Será que passeios pela comunidade ou pela própria escola podem se justificar através de relatórios, maquetes, pinturas, desenhos, murais imagéticos, o aprendizado de história, artes, língua portuguesa? Será que a criação de vídeos temáticos pode ajudar nos conteúdos de química, interpretação de texto, lógica, leitura? Será que não fazer nada, só ouvir música e conversar, ou meditar e aprender a respirar, vez por outra, é tão improdutivo assim? Vamos nos repensar, professor, o mundo mudou seriamente e seus alunos tem outro movimento de realidade em seus sentidos.

‘Quando voltamos nossos olhos para o mecanismo original de inovação na Terra, encontramos duas propriedades essenciais. Primeiro, uma capacidade de estabelecer novas conexões com o maior número possível de outros elementos. Segundo, um ambiente ‘randomizante’, que estimula colisões entre todos os elementos do sistema’ (JOHNSON, 2011, p.46).

Essa citação nos faz pensar o seguinte: em sala de aula, há cérebros solventes e fluidos se reorganizando sempre por combinação de estímulos e os selecionando em conexões de interesses, e estes mudam de acordo com as faixas etárias (adaptações estáveis) e a vivência de outros estímulos (necessidades e desejos). Nós, professores, somos responsáveis, então por esta organização e auto-organização quando respeitamos as formas de aprender, entendemos um pouco sobre o sistema nervoso humano e, a partir disso, requalificamos nossas práticas.

Metaforicamente e, como o cientista da computação Christopher Langton (apud JOHNSON, 2011, p.47) afirma, para descrever a qualidade dessa prática, pense no comportamento de moléculas em cada um dos três estados da matéria: gasoso, líquido e sólido:


Fator científico
Fator educacional
Na forma de gás
O caos impera; novas configurações são possíveis, mas a todo instante são rompidas e despedaçadas pela natureza volátil do ambiente.
Na sala de aula: indisciplina, desinteresse, baixa autoestima, falta de afeto, desrespeito entre os atores educacionais etc.
Na forma sólida
Acontece o contrário: os padrões têm estabilidade, mas são incapazes de mudanças.
Na escola: práticas engessadas, repetição de práticas de sucesso, estigmatizações, grande burocracia, falta de flexibilidade, manutenção dos paradigmas tradicionais etc.
Na forma líquida
Cria-se um ambiente mais promissor para o sistema explorar o possível adjacente. Novas configurações podem emergir por meio de conexões aleatórias formadas entre as moléculas, mas o sistema não é tão instável a ponto de destruir num instante as próprias criações.
Na sala de aula e na escola: mais independência, autonomia, prazer, colaboração, compreensão, diálogo, afeto, respeito, integração entre todos.


A questão do conceito do ‘liquido’ tem uma versão positiva quando empreendemos densidade às células glias, à bainha de mielina, às redes neuronais ilustrando o ambiente escolar com imagens e movimentos significativos para os estudantes e fortalecemos as interconexões para a exploração de novos padrões em consonância com a preservação das “estruturas úteis por longos períodos de tempo” (p.47). Não fugiremos da construção de padrões, mas precisamos vivenciar novidades para recriar ou reintroduzir novos sentidos / movimentos às nossas memórias de procedimento e de longa duração.

Profa Claudia Nunes

Referencia:
JOHNSON, Steven. Rede líquida. In. De onde vêm as boas ideias. Rio de Janeiro: Zahar, 2011, p.41-59.





[1] Bauman apresenta o conceito de ‘modernidade líquida’ como volátil, incerta e insegura; acreditamos que, por isso mesmo, as potencialidades aprendentes possam ser provocadas à ascensão no real como comportamentos cognitivos mais criativos e flexíveis quando se deparam com ensinagens significativas. É o princípio da neuroplasticidade, processo constante de adaptação do sistema nervoso; e da criação da memória de longo prazo.
[2] Habilidades cognitivas que nos permitem controlar e regular nossos pensamentos, nossas emoções e nossas ações diante dos conflitos ou das distrações. Estas habilidades estão concentradas em três grandes panoramas: autocontrole, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. Fonte: www.enciclopedia-crianca.com/funcoes-executivas
[3] Ferramentas cognitivas ou mindtools são todas as tecnologias ou aplicações que, numa perspectiva construtivista da aprendizagem, facilitam o pensamento crítico, permitem uma aprendizagem significativa e envolvem ativamente os alunos: na construção do conhecimento, na conversação, na atitude, na colaboração e na reflexão. Fonte: http://ferramentascognitivas.blogspot.com.br/2002_09_22_archive.html

Como atividades artísticas e culturais contribuem para a felicidade do seu filho

artes; desenho; pintura; criança (Foto: Thinkstock)
Pintar, ler, contar histórias, fazer artesanato, cantar e até fazer compras! Você sabia que essas atividades, quando feitas com a participação dos pais, ajudam o seu filho a ficar mais feliz e, ao mesmo tempo, contribui com o desenvolvimento das habilidades cognitivas e sociais? A conclusão foi apresentada por um estudo feito pelas Universidades Open e de Oxford, ambas no Reino Unido.

Ao acompanhar por quatro anos 800 casais, pais de crianças de 2 e 3 anos de idade, os pesquisadores observaram três frentes. Na primeira delas, mediram o quanto o engajamento com atividades artísticas e culturais afetavam no bem-estar mental. A segunda media que tipos de atividades eram importantes para a cognição da criança e, na terceira frente, quais elementos eram mais benéficos para o desenvolvimento social.

Entre as descobertas mais interessantes, os pesquisadores notaram que muito mais do que aplicativos ou programas de televisão ditos como educativos, tão comuns hoje em dia, as atividades que mais contribuem para a formação cognitiva são aquelas ligadas às artes plásticas. Pintura, desenho e artesanato, por exemplo, foram listados como as melhores maneiras de acelerar o desenvolvimento da coordenação motora da criança e de incentivar a criatividade.

O estudo mostrou que as crianças que tinham o hábito de cantar ou dançar com os pais eram mais desinibidas. Além disso, quanto mais contação de história e leitura em família, melhor era o desenvolvimento da fala e da conversação. “É claro que os pais não podem se envolver com seus filhos em todas essas atividades o dia inteiro, mas é encorajador saber que o tempo gasto lendo um livro junto com a eles, pintando ou cantando uma canção de ninar pode ajudar muito no desenvolvimento da criança”, escreveu no artigo de apresentação da pesquisa, Laurance Roope, um dos autores.

A neuropediatra Lara Cristina Antunes dos Santos, da UNESP de Botucatu, explica que as atividades relacionadas às artes desenvolvem tanto a parte cognitiva quanto a emocional. “A arte, no geral, se conecta às nossas emoções e pode auxiliar a entender as situações e a curar traumas, entre tantas outras coisas”, diz. De acordo com a especialista, é importante que os pais diversifiquem as atividades que oferecem aos filhos, desde que não seja uma imposição. “O tipo de atividade artística que mais desenvolve a cognição é aquele que a criança gosta mais”, diz.
A interação com os pais 
Quase todas as atividades listadas acima fazem parte da grade escolar de crianças em idade pré-escolar. Porém, existe um motivo fundamental que explica por que seus benefícios são maiores quando praticadas em casa: o envolvimento dos pais. “Os pais devem ser parceiros nesse processo de aprendizagem. A participação deles nas atividades das crianças traz aproximação, melhora a comunicação da família, o engajamento, desperta a curiosidade e estimula o desafio”, diz a psicóloga e pedagoga Marta Ramos Cesaro, do Colégio Madre Alix, em São Paulo.

Compras: outra atividade importante 

Além disso, apresentar coisas novas aos filhos contribui para aumentar o repertório em todos os sentidos. Quando você colocar uma música para a criança, por exemplo, em vez de simplesmente ouvi-la, você pode incentivá-la a apurar os ouvidos para escutar os diferentes instrumentos que compõem a melodia, como violão, bateria, baixo, violino. Pode também ajudá-la a entender o que aquela música está querendo dizer. De acordo com a especialista, um exercício como esses ajudam também a desenvolver a concentração e a atenção da criança.

Ao dar um livro na mão do seu filho, você percebe que ele balbucia palavras como se estivesse lendo. Se estiver na fase de alfabetização, ele o lerá de fato. Porém, nesse caso, a mediação dos pais é também fundamental, como explica Marta: “Para garantir que não seja apenas uma prática da leitura, o adulto pode ajudar a criança a entender as palavras, contextualizar a história e interpretar o texto. Quando a gente consegue trabalhar na mensagem daquele texto, o exercício fica muito mais rico e prazeroso para pai e filho”.

É a mesma coisa quando você leva seu filho ao cinema ou ao teatro. Um passeio como este por si só já é gostoso para a criança, mas você pode extrair o máximo dele tanto fazendo da preparação um momento especial – chame a criança para escolher com você o tipo de atividade cultural que deseja fazer – até a hora da saída, na qual você pode estimular a reflexão dela perguntando o que ela entendeu da história que acabou de ver e quais elementos fizeram com que ela gostasse ou não daquilo. A criança vai desenvolvendo o olhar, aprendendo a refletir e a prestar atenção nos detalhes. Pequenas conquistar como essas vão fazer uma diferença enorme lá na frente.

Você adota tática de guerrilha quando vai ao supermercado com seu filho? Pega tudo correndo e torce para que, mesmo depois de todos os combinados, ele não resolva colocar tudo no carrinho e dar um chilique porque não vai conseguir levar para a casa depois? Pode ser a hora de rever essa atitude.
Mãe e filha escolhendo frutas no supermercado (Foto: Shutterstock)
A mesma pesquisa da Universidade de Oxford que fala sobre as atividades culturais, mostrou que o simples fato de levar seus filhos para fazer compras com você pode ser outro motivo para o desenvolvimento cognitivo dele. Isso porque, tanto em lojas quanto em supermercados, a criança se depara com muitos cenários diferentes (estímulos visuais, táteis e auditivos) e, ao ver os pais comprando ou negociando, tomam contato com noções de economia.

A psicopedagoga Marta reforça que isso só faz sentido se os pais se dedicarem a enriquecer a experiência da criança. “Quando o tempo está corrido e a mãe leva a criança porque não tem com quem deixar, o filho vai estar naquela função de atrapalhar. Mas, se ela dedica o tempo a explicá-lo a importância da pesquisa de preço, apresentar texturas novas e os valores nutricionais dos produtos que está comprando, por exemplo, aí é uma oportunidade para o desenvolvimento do senso crítico e da importância da escolha”, reforça.

A gente bem sabe que no mundo real, tão corrido e cheio de obrigações e trabalho, nem sempre você vai estar física e mentalmente disponível para oferecer o melhor de cada momento com as crianças. Por isso, o exercício aqui é pensar no “como”: como você gasta o tempo em casa com seu filho, como você apresenta coisas novas, como você deixa marcas na vida dele. Se as respostas não forem satisfatórias, é hora de mudar. Lembre-se de que só compreendemos as coisas que são significativas. E nunca é tarde para isso!


Fonte: Revista Crescer

Editora lança livros produzidos por crianças especiais

Alguns dos livros que foram lançados

Abaixo o preconceito
A editora Pata Choca, que publica livros escritos por crianças, acaba de dar um belo exemplo. Lançou 173 exemplares de autores mirins com necessidades especiais. Todos são alunos do Colégio Eduardo Guimarães, no Rio.



Alguns deles, veja que legal, produziram mais de um livro. Ao todo, 101 estudantes participaram do projeto.

Fonte: Ancelmo Gois

Como incluir a diferença na educação infantil?

A educação é um direito universal, porém ainda não é uma realidade para muitas crianças e jovens que apresentam necessidades educacionais especiais, vinculadas ou não a deficiências.

Por isso, é fundamental que todas as escolas brasileiras estejam mobilizadas com o compromisso de se tornarem inclusivas, democráticas e de qualidade.
"O que eu acho muito interessante na proposta da inclusão, que diferencia da proposta da integração, é a questão da busca de uma escola de qualidade. Porque não adianta nós abrirmos a escola para todos sem a garantia da qualidade, da promoção da aprendizagem", diz Marilda Bruno, especialista em educação especial.
Assista ao vídeo abaixo, produzido pelo Ministério da Educação e TV Escola, sobre como uma educação inclusiva pode fazer a diferença na vida de uma pessoa com deficiência:

Como desenvolver a criatividade na educação especial


No Brasil a educação centra-se ainda, em sua maior parte, na mera transmissão e assimilação de conteúdos e com isso, ao invés de desenvolverem o potencial criador dos alunos colaboram com a extinção desse potencial.

Nos últimos anos muitos estudiosos têm desenvolvido pesquisas sobre a importância de um ensino que possibilite o desenvolvimento da criatividade.
Segundo Alencar (1990) o que as pesquisas têm mostrado, e muitos são os dados acumulados, sobretudo nestas duas últimas décadas, é que todo ser humano é criativo (alguns mais, outros menos, dependendo de inúmeras variáveis) e que os poderes da mente humana, ainda pouco explorada, são, sem sombra de dúvida, ilimitados.
Novaes (1999), fala sobre a necessidade de pensamentos e ideias criativas para o século XXI, pois com toda esta evolução tecnológica do novo milênio devemos estar preparados para lidar com os novos desafios. A criatividade é um fenômeno que se dá na articulação de três elementos: no domínio de um conjunto de regras simbólicas e procedimentos que irão influenciar a sociedade e renovar a cultura; nas ideias, inovações, descobertas e pressões ambientais; e nas próprias pessoas com seus hábitos, condicionamentos, atitudes ao utilizar sua energia criativa para a melhoria da qualidade de vida do mundo.
Conforme esta autora, o século XXI necessita de pessoas criativas para atuarem e colaborarem com o progresso da sociedade, sobretudo na educação, pois, com os novos recursos tecnológicos, os profissionais dessa área terão o desafio de renovar a metodologia de ensino para uma aprendizagem interativa própria desse período histórico.
Na escola, o professor pode ser inibidor ou facilitador do potencial criativo de seus alunos, dependendo de suas atitudes. O professor que se preocupa em transmitir conhecimentos para que os alunos assimilem passivamente, quietos e obedientes apenas inibirá o potencial criador de seus alunos. Para ela, o professor que considera o aluno como um ser histórico, ativo e que, além de transmitir conhecimentos, procura sempre estimular os alunos a dar respostas para diferentes problemas, facilita o desenvolvimento do potencial criador dos alunos.
Com relação aos alunos com altas habilidades / superdotação, não importa a área que se sobressai, sempre será importante que tenha sua criatividade bem desenvolvida o que facilitará o desempenho de seu potencial: seja ele intelectual, artístico, psicomotor, etc.
Guenther (2000), ressalta: ‘’um dos maiores desafios para a educação especial: como estimular o pensamento, cultivar a intuição, libertar e exercitar a imaginação criadora, prover tempo, espaço e meios apropriados para que o jovem talentoso promissor possa efetivamente pensar!’’, ou seja, o talento, aptidão ou habilidade sem a criatividade tende a parar, mas com a criatividade tende a expandir infinitamente.

13 livros infantis para ensinar a importância dos direitos humanos às crianças

"Você conhece a Malala?"
"Sim. Minha professora de história me contou que ela é muito importante"
Um adulto fez a pergunta acima e quem respondeu foi uma menina de sete anos, enquanto esperava na fila para autografar seu livro novo. O título? Nada de histórias pré-fabricadas sobre príncipes e princesas, mas a de uma das vozes mais importantes contra a opressão feminina no mundo: Malala Yousafzai.
Escrito pela jornalista Adriana Carranca, Malala - A menina que queria ir para a escola (Companhia das Letrinhas, R$ 29,90), inaugura um novo gênero que foi batizado de "livro-reportagem para crianças". Carranca viajou até o vale do Swat, no Paquistão, e conta de forma didática como era a vida da menina que ficou conhecida por defender o direito à educação, sofreu um atentado por isso, e sobreviveu para contar. Hoje Malala é ativista na ONU e dona de um prêmio Nobel da Paz.
"Ali havia príncipes, guerreiros, rainhas. Havia os vilões, que eram os homens barbudos das montanhas. Tinha o sonho da menina que queria ser alguém, mas não pela via do casamento. Tudo isso em um vale que parecia encantado. Fui percebendo como tudo seria interessante para as crianças", disse Adriana para O Globo.
Além de Malala, outros títulos publicados colaboram para que a discussão sobre direitos humanos no dia a dia com as crianças se torne frequente -- com histórias que vão muuuuuuito além dos contos de fadas e histórias para dormir. Aqui estão 13 deles para você escolher:
  • Malala - A menina que queria ir para a escola
    Reprodução
    No primeiro livro-reportagem destinado ao público infantil, a jornalista Adriana Carranca relata às crianças a história da adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, baleada por membros do Talibã aos catorze anos por defender a educação feminina. Na obra, a repórter traz suas percepções sobre o vale do Swat, a história da região e a definição dos termos mais importantes para entender a vida desta menina tão corajosa. (Companhia das Letrinhas, R$ 29,90)
  • A esperança é uma menina que vende frutas
    Reprodução
    Viajando de trem para uma cidade grande, uma garota sobe em seu beliche, silenciosa mas com olhos que parecem dizer muitas coisas, e permanece ali, sem comida e companhia. É com essa recordação que Amrita Das inicia este livro, resultado de uma oficina de texto e ilustração que cursou em Chennai, na Índia. Como uma das mais importantes representantes da arte folclórica indiana chamada Mithila, a artista aproveita este espaço para falar sobre as dificuldades de uma infância pobre, a vida das mulheres na Índia, a luta pela liberdade em uma sociedade patriarcal, entre outros assuntos que, de uma forma ou de outra, dizem respeito a todos nós. Através de belas palavras e imagens, ela apresenta a sua história e dissemina um pouco da esperança que parece acompanhar sua arte. (Companhia das Letrinhas, R$ 29,90)
  • O que é a Liberdade?
    Reprodução
    Para muitos, o passarinho é um símbolo da liberdade. Mas será que ele se sente livre mesmo? E afinal, o que é a liberdade? Foi pensando nesse conceito tão difícil de compreender que Renata Bueno escreveu este livro recheado de diálogos curiosos entre um passarinho e personagens como um lápis, um camaleão, um espelho, um mágico... As respostas poéticas de cada um deles sobre o que é a tal da liberdade vão fazer tanto o passarinho quanto os leitores perceberem que essa sensação pode ser diferente para cada um de nós — e nem por isso menos autêntica. (Companhia das Letrinhas, R$ 34,90)
  • Flicts
    Divulgação
    Em Flicts, Ziraldo conta a história de um mundo que é feito de cores, mas nenhuma é Flicts. Uma cor rara, frágil, triste, que procurou em vão por um amigo. Abandonada, Flicts olhou para longe, para o alto, e subiu, e teve que sumir, para finalmente encontrar-se. (Melhoramentos, R$ 41,00)
  • Acompanhando meu pincel
    Divulgação
    Ao percorrer as delicadas e vibrantes ilustrações nas páginas deste livro, o leitor fica conhecendo a história de como a sua autora, a indiana Dulari Devi, se tornou uma artista. Nascida em uma família pobre, de tradição pescadora, ela precisou trabalhar na infância, ajudando a mãe na plantação de arroz, cuidando dos irmãos mais novos em casa, fazendo trabalhos domésticos para os vizinhos. O que mais gostava de fazer, no entanto, era parar no caminho para ver as outras crianças brincarem (Martins Fontes, R$ 32,50)
  • A diaba e sua filha
    Divulgação
    Todos os dias, ao anoitecer, uma diaba de pele escura, olhos brilhantes e roupas muito limpas sai pelas ruas da cidade, batendo de porta em porta, em busca de sua filha perdida. Prestes a ajudá-la, as pessoas reparam que ela tem cascos negros e delicados no lugar dos pés e imediatamente a expulsam de suas casas, apagando as luzes até que se afaste. Ao narrar esse conto de mistério, antes uma alegoria sobre nossos próprios medos e preconceitos, a autora coloca bem e mal, humanidade e demônios, nós e os outros na mesma página, nos desafiando a buscar qualquer traço de humanidade dentro de nós mesmos. (Cosac Naify, R$ 29,90)
  • A Bela Desadormecida
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    Quando Belinha nasceu, seus pais deram uma grande festa e chamaram todo o mundo, menos a bruxa. Mas ela compareceu mesmo sem convite e levou como presente uma maldição: ao completar catorze anos, Belinha seria picada no dedo e, nesse instante, ela e todos os que estivessem por perto dormiriam um século. Os pais de Bela passaram catorze anos evitando que a filha se aproximasse de objetos pontudos ou cortantes. Mas o que aconteceu quando chegou o dia tão temido? É para esse momento que converge toda a emoção da história. O desenlace, como se verá, é adequado à época em que Belinha vive: ela é uma menina da metrópole, mora num apartamento e gosta de rock. As ilustrações, que têm um colorido pouco habitual nos livros infantis, colaboram para que nada seja adocicado nessa Belinha que desadormece, ainda que nela se espelhe a doçura dos contos de fada. (Companhia das Letrinhas, R$ 34,00)
  • A História de Júlia - E sua sombra de menino
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    Os pais de Júlia a criticam muito, sempre dizendo que ela se parece com um menino, no jeito, nas rouaps etc. Numa manhã, a garota percebe que sua sombra adquire o formato de um garoto, repetindo todos os seus gestos. Júlia se sente triste e acaba questionando sua própria identidade. (Editora Scipione, R$ 34,90)
  • É tudo família!
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    Davi tem um três-quartos-de-pai que ele adora. Carla e Maurício têm duas mães e dois pais. Carolina está muito triste e não quer ter outra mãe. Paula ganha duas festas por ano: a de aniversário e a de dia da chegada. O pai de Maurício chama-o de pituquinho. Lucinha tem a voz igualzinha à da mãe. Porém, todos têm algo em comum: pertencem a uma família, e toda família é única! (L&PM Editores, R$ 31,50)
  • O nascimento de Celestine
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    O nascimento de Celestine ocupa um lugar especial na obra da artista belga Gabrielle Vincent (1928-2000), criadora da série de álbuns ilustrados Ernest e Celestine, que conta com admiradores em todo o mundo - e já inspirou um longa-metragem de animação de mesmo nome, finalista do Oscar 2014. Neste livro de imagens, com delicadas ilustrações a pincel e tinta sépia, a autora narra a história de como Ernest, um urso solitário e de bom coração, encontrou a ratinha Celestine - e de como ambos se tornaram companheiros inseparáveis. Um clássico sensível e comovente, que praticamente dispensa as palavras, e toca direto o coração do leitor. (Editora 34, R$ 49,00)
  • O mundo no black power de Tay'o
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    Tayó é uma princesinha que chega em forma de espelho para que outras princesinhas se mirem, se reconheçam e cresçam, cumprindo a única missão que nos foi dada, ao virmos viver neste planeta: a de sermos felizes. (Peirópolis, R$ 34,00)
  • Um outro país para Azzi
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    A partir do olhar da menina Azzi, este livro retrata uma família do Oriente Médio, que se vê obrigada a fugir quando a guerra começa a afetar sua rotina. “Às vezes, o barulho das metralhadoras nos helicópteros era tão alto que as galinhas ficavam assustadas e paravam de botar ovos”, conta a protagonista, nessa narrativa ricamente ilustrada, revelando sua perspectiva da aproximação do conflito. (O Pulo do Gato, R$ 42,10)
  • Crianças como você
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    Celina, do Brasil, Ji-Koo, da Coréia do Sul, Houda, do Marrocos, Meena, da Índa, Esta, da Tanzânia... Crianças de verdade falam e escrevem sobre sua vida e seu jeito de ser. Surpreendente e emocionante, este livro é um marco. Ele faz uma viagem pelas diferentes culturas do mundo e mostra o cotidiano das crianças nos mais variados países. Editado em associação com o Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Editora Ática, R$ 42,50)