Início de ano. Chega o momento em que a família precisa realizar a difícil tarefa de adaptação escolar; e surge sempre aquela dúvida:
“Será que eu criei meu filho dependente demais?".
O mais importante é a escolha certa da
escola para o perfil de seu filho e entender que este momento inicial, é uma
parceria entre a escola e a família, e esta precisa estar sempre atenta a
qualquer alteração e manter comunicação diária com os professores e a equipe
pedagógica.
Com o ingresso das crianças nas
escolas cada vez mais cedo, há uma abertura de espaço significativa do dia para
atuação da mulher no mercado de trabalho e sua importante participação na renda
familiar. As mães, muitas vezes, e por causa disso, preferem optar pela escola
ou creche, a deixar a criança em casa com um familiar ou babá. Neste sentido, a
escola consegue desempenhar papel importante no desenvolvimento harmonioso e
pleno dessas crianças.
Baseado nisso, num primeiro momento, a
escola deve ter um aconchego semelhante ao lar, ter um ensino adequado à faixa
etária da criança e ter uma equipe multidisciplinar participativa nas áreas da
psicopedagogia, psicologia, fonoaudiologia e psicomotricidade.
No caso da fonoaudiologia, o
profissional deverá realizar um trabalho paralelo e deve ser apresentada à
escola como um trabalho preventivo e de parceria. Ou seja, no processo de
adaptação e de aprendizagem, é fundamental o acompanhamento e a observação
do desenvolvimento da linguagem, da fala, da audição e do desenvolvimento
psicomotor da criança.
Estudos comprovam que hoje
fundamentos da linguagem surgem ainda em um estágio fetal, onde a criança
inicia seu desenvolvimento da linguagem desde o reconhecimento de vozes
masculinas ou femininas formando assim o início da linguagem mais primária que
o ser humano possui; a linguagem não verbal.
Uma vez observada qualquer
alteração precocemente, desde a mais tenra idade, é possívél detectar e evitar
futuros problemas na aprendizagem que possivelmente apareceriam na classe de
alfabetização. E essa observação não necessáriamente será observada com o
início da linguagem verbal, que começam a surgir com os balbucios e mais
intencionalmente por volta dos 10/18 meses. Portanto, muitas vezes somente com
o início da fase verbal, é que os familiares percebem algum atraso ou alteração
na criança, enquanto que podemos observar precocemente possivéis alterações
ainda no estágio da linguagem não-verbal, tais como a surdez, o autismo, ou
qualquer outra alteração que venha a prejudicar seu desempenho no cotidiano, ou
na qualidade de uma melhor aprendizagem.
Uma estimulação realizada
precocemente, poderá evitar muitos prejuízos e atrasos futuros, pois quanto
mais cedo se trabalha, mais rápido obteremos resultado.
A alternativa de se evitar a
dificuldade, pela prevenção, precisa ser conscientizada, principalmente a
partir do entendimento de que a ajuda de um fonoaudiólogo é muito importante,
assim como o acompanhamento dos demais profissionais.
Nós precisamos quebrar o mito da
“terapia” e encarar a fonoaudiologia como um trabalho integrado e acolhedor,
estabelecendo um canal de comunicação entre criança-terapeuta-família-escola.
Um trabalho que sempre visa um resultado rápido e satisfatório, e, em cuja interação,
favorecerá a educação da criança. Por conseguinte, a escola poderá alcançar sua
proposta pedagógica definida com excelente qualidade.
Embora ninguém afirme que isso seja
tarefa fácil, aplicar essa estratégia no dia-a-dia talvez não transforme a instituição
numa escola dos sonhos, mas certamente trará resultados positivos sob todos os
aspectos onde todos sairão ganhando com isso.
Até a próxima!
Maria Paula Costa Raphael
CRFa 7364-RJ
Fonoaudióloga,
Socioterapeuta,Sociopsicomotricista Ramain-Thiers, Docente da AVM
Faculdade Integrada, cursos de pós graduação (UCAM), Eventos em Educação
presencial e on-line, Supervisora na Formação em Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers, Palestrante em eventos de educação e saúde.
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