domingo, 18 de agosto de 2013

Memória

Você sabia que atividade física é o principal remédio para memória?
       
Cada informação recebida realiza uma conexão entre as células cerebrais, modificando o cérebro fisicamente e criando um traço de memória. Quando o indivíduo precisa se lembrar de algo, em frações de segundo ele refaz todo o rastro deixado. Normalmente, quanto mais o cérebro repetir este caminho, com mais facilidade se lembrará dele e alcançará a informação guardada.
 

Mas como funciona o processo de memorização? Como acontece a perda de memória? É possível evitá-la?
 
Para responder a estas perguntas, convidamos o neurologista do Einstein, Dr. Ivan Okamoto. Ele respondeu a essas e outras questões e afirmou: “existem meios de prevenir a perda de memória”. Mas não ache que exercícios de palavras cruzadas são suficientes. Cuidar da saúde cardiovascular, por exemplo, é fundamental. Confira.

Tipos de memória

Memória de trabalho

Aquela utilizada para coisas rápidas, que provavelmente não serão necessárias novamente. EX.: um número de telefone memorizado pelo tempo suficiente de discar e jogar fora.

Memória declarativa

Aquela que entendemos como autobiográfica, das histórias que aconteceram com cada um de nós. Está mais relacionada a fatos. Por exemplo: “lembro que há um ano aconteceu o tsunami no Japão”.

Memória não declarativa

É a memória de atos, como o de andar de bicicleta ou de amarrar os sapatos. Não sabemos exatamente como aconteceu, mas memorizamos o movimento. Geralmente está relacionada à repetição.
Em geral, os tipos de memória trabalham paralelamente. Se você não se lembra da sensação de aprender a andar de bicicleta, mas se lembra de que, no dia, você caiu e foi ajudado por alguém, está utilizando, na verdade, a memória declarativa, e não somente a memória não declarativa.

Problemas de memória

Quando uma pessoa reclama de problemas de memória, basicamente é um problema das memórias de trabalho e declarativa.
 
Somente num estágio avançado da doença de Alzheimer, por exemplo, é que uma pessoa perde a memória não declarativa.
 
Além da doença de Alzheimer, outros problemas relacionados à perda de memória são a degeneração e a morte neuronal das áreas do cérebro responsáveis por ela (geralmente a região das têmporas).

Infográfico Memória

Por que os idosos se queixam de perda de memória?

Nem sempre uma pessoa com envelhecimento normal tem perda de memória. O que a idade geralmente traz é uma lentidão para acessar as informações que continuam, sim, guardadas no cérebro.
 
“Um idoso pode guardar as mesmas coisas que um jovem, mas demorará mais tempo para consolidar e para evocar essa informação”, explica o neurologista do Einstein, Dr. Ivan Okamoto.
 
De acordo com o médico, além da lentidão, a própria preocupação de que pode perder a memória por causa da idade pode gerar esquecimentos. Medicamentos (para dormir, anticonvulsivantes, emagrecedores) também podem diminuir a capacidade de retenção de informação.
 
Nos idosos, a depressão, o desânimo e a apatia, que são comuns e que fazem com que eles fiquem pensando fixamente sobre poucos assuntos, podem fazer com que prestem menos atenção em outras informações.

Como cuidar da memória?

Para cuidar da memória, o ideal é otimizar a memória de trabalho e a memória declarativa. Mas como fazê-lo? Confira algumas dicas:
  • Atividade física é a mais importante. Muitas pesquisas com grande número de pessoas apontam que pessoas que fazem atividade aeróbica por meia hora, três vezes por semana, têm menos chance de ter declínio ou perda cognitiva. O exercício físico funciona não somente por ajudar na prevenção de problemas cardiovasculares, mas também por liberar substâncias benéficas ao cérebro e que têm efeito de neuroproteção, como as endorfinas.
  • Evite problemas cardiovasculares (com controle de diabetes, colesterol e outros fatores de risco). Eles podem causar, por falta de circulação, pequenas lesões cerebrais, principalmente em áreas mais responsáveis pela memória, que são bastante irrigadas.
  • Eliminação e controle da depressão são importantes por duas razões: a doença causa falta de atenção e os medicamentos para tratá-la podem trazer efeitos colaterais como os descritos anteriormente.
  • Melhora da qualidade do sono. Primeiro porque durante o sono reparador é que consolidamos as nossas memórias. Depois, porque uma pessoa cansada fica mais desatenta e a atenção é uma das primeiras etapas da memória.
  • Evite álcool e drogas (principalmente maconha), que são depressores do sistema nervoso central e diminuem a capacidade de reter informações.
  • Alimentação, sempre balanceada! Porque previne fatores de risco cardiovasculares.
  • Mantenha o cérebro ocupado e funcionando. Na aposentadoria, por exemplo, diminua o trabalho, mas mantenha-se em contato com a sua atividade profissional. Senão, ocupe o cérebro de outras formas. O importante é não parar abruptamente.
  • Mantenha as relações sociais e familiares, que ajudam a manter o equilíbrio emocional, muito importante para todos os tipos de memória.

Quando procurar um médico?

Quando essas queixas de esquecimento estiverem interferindo no dia a dia do indivíduo.
 
Uma dona de casa que sempre cozinhou e que passa a esquecer a panela no fogo ou a salgar a comida duas vezes, por exemplo, deve ficar atenta. Um senhor metódico, que sempre pagou as contas em dia, e que passa a pagar multa por esquecer as datas de pagamento, também. Neste caso, a atenção ao próprio cotidiano é que deixará clara a necessidade de buscar uma opinião médica.
 
Fonte: Hospital Albert Einstein
 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A ciência brasileira não é feita por cientistas, afirma professora da UFRJ

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Para Suzana Herculano-Houzel, o fato de não haver regulamentação da profissão cientista atrasa o desenvolvimento tecnológico do Brasil. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos DeputadosPara Suzana Herculano-Houzel, o fato de não haver regulamentação da profissão cientista atrasa o desenvolvimento tecnológico do Brasil. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Nos últimos anos, o Brasil vem acumulando bons resultados em rankings de produção científica. No último levantamento feito pela consultoria Thomson Reuter, entre 2007 e 2011, o País correspondeu a 2,6% da produção científica global. No entanto, esses artigos, que ultrapassam a barreira das 25 mil publicações por ano, não são feitos por cientista e sim por professores.

A avaliação foi feita pela neurocientista e professora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Suzana Herculano-Houzel. Para ela, o fato de não haver regulamentação da profissão cientista atrasa o desenvolvimento tecnológico do Brasil.

“Não posso dizer que neurocientista é minha profissão, porque a minha profissão de cientista não existe no Brasil. Não está na tabela das profissões regulamentadas pelo Ministério do Trabalho (MTE). Para poder atuar como cientista, eu atuo como professora de nível superior, eu literalmente faço ciência nas horas vagas”, expôs.

A professora explicou que a maior parte da ciência no Brasil por professores universitários ou por pessoas que não tem emprego nenhum, jovens cientistas chamados estudantes de pós-graduação. “A produção científica cresce ao longo dos anos por causa do número de mestres e doutores que são formados no Brasil. São esses jovens que produzem o conhecimento cientifico”, disse.

Para ela, o trabalho que os jovens exercem não é chamado de trabalho e sim estudo. “É como se eles investissem na educação deles. Outros países já não cometem mais esse erro.  O erro é não reconhecer esse trabalho como qualquer outro”, lamentou. “É um esforço laboral que gera um produto científico. Por que o jovem cientista recém graduado precisa passar pela humilhação de continuar sendo estudante?”.

Baixa remuneração
Suzana Herculano-Houzel contou que durante uma graduação o jovem já faz ciência como aprendiz, ou seja, um estagiário durante a iniciação cientifica, ganhando uma bolsa que tem o valor menor que o salário mínimo muitas vezes. Para trabalhar com ciência, quando ele se forma tem que entrar para pós-graduação.  “Isso significa se sujeitar a uma bolsa de mestrado  de R$ 1,5 mil reais mensais fixos pelos próximos dois anos sem qualquer direito trabalhista ou qualquer outro trabalho para complementar a renda”, observou .

A professora criticou ainda a obrigatoriedade em assinar uma declaração de que não vínculo empregatício do pesquisador com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e/ou com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “É preciso passar por mais uma humilhação: o atestado de pobreza. Enquanto isso seus colegas recém formados em engenharia e direito, por exemplo, já têm trabalho de verdade, ganhando de verdade”.

Para o jovem continuar trabalhando como cientista, ele precisa ingressar num programa de doutorado. “É a única atividade de emprego se ele quiser atuar como cientista. A bolsa também tem valor mensal de R$ 2,2 mil, sem nenhum vínculo empregatício e benefícios trabalhistas”, comentou.

Sugestões
De acordo com Suzana, é possível fazer contratações por fundações e institutos  de ciências ligados as universidades,  que poderiam receber dos governos os valores que hoje são pagos como bolsa, com contrato de trabalho e todos os direitos empregatícios. “Com a obrigatoriedade de contratação virá a possibilidade de salários com valores competitivos”, decsreveu.

Para ela, dessa forma, a ciência caminha e a sociedade cresce. “É fundamental para a soberania de uma população que ela valorize  a produção de conhecimento cientifico. Isso começa por valorizar seus cientista. Fazer ciência no Brasil hoje,  infelizmente, é uma péssima decisão profissional com pouquíssimas perspectivas”, finalizou.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Arthur e o Infinito - Um Olhar sobre o Autismo

 
Confira o trailer do filme:
 

Garoto de 18 anos combate autismo com Google Glass



Alguém sorri e o Glass avisa que a pessoa está feliz. Alguém abre a boca e ergue as sobrancelhas e o Glass avisa que o indivíduo está espantado. Para muitas pessoas, essa função poderia ser dispensável, mas, para alguns autistas, não.
A incapacidade de reconhecer expressões é um dos grandes desafios de autistas em relacionar-se com outras pessoas. Por isso Catalin Voss, um empreendedor alemão de 18 anos, está desenvolvendo o Sension, um aplicativo que ajuda portadores de autismo a reconhecerem as emoções.

Um dos desafios do Sension é fazer o indivíduo não só perceber as diferentes expressões faciais, mas também ensiná-lo a lidar com elas. Voss está na Universidade de Stanford, nos EUA, trabalhando em seu projeto junto com o colega Jonathan Yan. Lá, ele criou startups como o PayNearMe e desenvolve projetos no Vale do Silício, onde é visto como um prodígio.

Outros usos
As aplicações de Sension não são necessariamente limitadas ao Google Glass e ao autismo. A tecnologia pode ser utilizada em computadores, jogos e outras tecnologias. Algumas das possibilidades são demonstradas no vídeo abaixo:



quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Estudo de Harvard relaciona poluição a risco de autismo

Poluição 
 
As mulheres grávidas que estiveram expostas a altos níveis de poluição têm duas vezes mais possibilidades de dar à luz uma criança autista 
 
Washington - As mulheres grávidas que estiveram expostas a altos níveis de poluição têm duas vezes mais possibilidades de dar à luz uma criança autista do que as que moraram em áreas com baixa contaminação do ar, segundo um estudo da Universidade de Harvard.

De acordo com os especialistas, este é o primeiro estudo nacional que examina a ligação entre a poluição e o desenvolvimento desta condição.

A pesquisa foi publicada na revista Environmental Health Perspectives.

"Nossa pesquisa é preocupante porque, dependendo do poluente, 20 a 60% das mulheres que participaram em nosso estudo viviam em áreas onde o risco de autismo é elevado", afirmou Andrea Roberts, pesquisadora associada do departamento de Ciências Sociais e de Conduta, da Faculdade de Saúde Pública de Harvard.

Dois estudos anteriores já haviam demonstrado a relação entre a exposição à poluição do ar nas mulheres grávidas e as crianças com autismo, mas estes estudos haviam analisado dados de apenas três lugares nos Estados Unidos.

No estudo, iniciado em 1989, foram pesquisadas 116.430 mulheres. Para a análise, foram selecionadas 325 mulheres, que tiveram um bebê autista e 22.000 que tiveram um filho não afetado por este fenômeno patológico.

Os pesquisadores avaliaram os níveis de poluentes no ar no momento e lugar de nascimento, baseado em dados da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).

Também levaram em conta outros fatores, como as rendas, o nível educativo e o fato de terem fumado u não durante a gravidez.

As grávidas que que viviam em zonas onde a concentração de partículas diesel e mercúrio eram maiores, tinham o dobro do risco de ter um filho com autismo que as que moravam em lugares menos poluídos por estas substâncias, concluíram.

Por outra parte, descobriram que as mulheres que durante a gravidez viviam em áreas onde os níveis de cloreto de chumbo, magnésio e cloreto de metileno no ar eram mais altos tinham 50% mais probabilidades de ter um filho autista que as que viviam em lugares menos expostos a estes poluentes.

Fonte: Info

Novo método diagnostica autismo em crianças de 1 ano

Bebê

Sydney - Um grupo de cientistas decifraram uma série de padrões biológicos que possibilitam o diagnostico do autismo em crianças menores de um ano, segundo uma pesquisa apresentada nesta quinta-feira na cidade australiana de Adelaide.

A pesquisa, divulgada durante a Conferência para o Autismo na Ásia-Pacífico, mostra como a rede genética interrompe a produção de células cerebrais que acarretam nesta doença, que afeta um em cada 100 crianças em maior ou menor medida.

Esta descoberta representa um grande avanço para diagnosticar o autismo, cuja identificação dos primeiros sintomas "é complexa e complicada", segundo Eric Courchesne, professor de neurociência da Universidade da Califórnia.

"É o primeiro descobrimento em genes cerebrais e nos mostra que o sistema genético poderia ser um fator importante para futuras pesquisas de tratamentos, no desenvolvimento de evidências adiantadas do autismo", afirmou o pesquisador ao canal australiano "ABC".

Segundo Courchesne, com estas técnicas de diagnóstico adiantadas, a doença poderia ser identificada em crianças de um a dois anos, ao invés da atual fase: entre os três e cinco anos.

"Isto significa que elas vão passar a receber um tratamento antes e, por isso, terão um melhor resultado", apontou.

O investigador declarou que as redes genéticas podem apresentar uma maior compreensão da doença e, inclusive, em algum dia, chegar a uma prevenção.

"Durante anos me perguntei qual é o sistema que causa o autismo, e tenho que dizer que este é um descobrimento muito emocionante", finalizou Courchesne.

Fonte: Info

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Jovem com síndrome de Down lutador de MMA


 No dia próximo dia 3 de agosto, Garrett Holeve, que nasceu com síndrome de Down, e David Steffan, que tem paralisia cerebral moderada, se enfrentam em uma luta de MMA (Mixed Martial Arts ou Artes marciais mistas, em tradução livre). Serão três rounds de três minutos e algumas regras diferentes, como o uso de caneleiras e a proibição de golpes da cabeça quando o adversário estiver no chão.

Holeve, de 23 anos, ficou famoso ao ser tema de um documentário que mostrava seus esforços para ser um lutador e seus treinos na American Top Team, uma das grandes equipes de MMA dos Estados Unidos. Ao assistir ao filme, Steffan procurou o pai de Holeve e se ofereceu para enfrentá-lo. “Acredito que seja uma grande oportunidade para nós dois mostrarmos ao mundo que fazemos parte disso como qualquer outro.”, afirmou Steffan, que já participou dos Jogos Olímpicos Especiais e ganhou várias medalhas como golfista. Agora, ele é integrante da seleção americana paralímpica e, recentemente, disputou sua primeira luta de muay thai.

Steffan e Holeve: superação e lição para o mundo.

O pai de Garrett, Mitch Holeve, também foi entrevistado e se mostrou bastante consciente do que estará em jogo no duelo. “Garrett e eu entendemos que ele nunca será um lutador profissional. Ele é um amador e tem progredido. Não posso deixar de apoiar meu filho porque ele estará em uma luta onde não será protegido pelo árbitro ou pelo oponente. Não sei se haverá outra oportunidade para que esses caras enfrentem alguém novamente. A mensagem que nós tentamos deixar é que Garrett levou isso ao extremo, mas as artes marciais lhe deram muita coisa.”

Garrett, ou “G-Money”, como é apelidado, já esteve em lutas de MMA amadoras. Para assistir um vídeo (em inglês) sobre a sua carreia, clique aqui