quinta-feira, 31 de julho de 2014

Aluna com síndrome de Down deve ter professor exclusivo, diz Justiça

Foto: Arquivo pessoal
Família conseguiu na Justiça o direito a um professor exclusivo para a filha
Família conseguiu na Justiça o direito a um professor exclusivo para a filha
O pai de uma aluna de 9 anos com síndrome de Down conseguiu, através de uma liminar judicial, que o Estado de São Paulo seja obrigado a fornecer uma professora exclusiva para sua filha. Ela cursa, na rede regular de ensino, o terceiro ano do ensino fundamental no Colégio Estadual Pedro Malozze, em Mogi das Cruzes.
O pai também conseguiu na Justiça, uma cuidadora terceirizada para ficar com a menina em horários nos quais ela não possui atividades curriculares, como recreios, além de acompanhá-la ao banheiro e cuidar dela em atividades que ela não participa, como educação física. A Justiça determinou ainda que o governo estadual forneça transporte para a menor.

Segundo o pai de Anna, Alessandro Guedes, a ação foi proposta no ano passado. Em 2014, no começo do ano letivo, a liminar foi concedida e, desde então, ela acompanha as aulas com o resto da turma.

"Eu percebia que minha filha ia à escola, mas não aprendia, não evoluía pedagogicamente, então comecei a pesquisar, entrei em contatos com outros pais, li sobre as nossas leis. Não podia ficar de braços cruzados", afirma o pai. "Ter um professor assistente para alunos com necessidades especiais é fundamental, não podemos delegar isso apenas ao professor da sala, ela tem mais 30 alunos para ensinar, como vai dar atenção a uma criança especial?" comenta.
Inclusão
Guedes conta ainda que chegou a analisar a matricula de Anna em uma escola especial na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), mas decidiu optar pela escola regular por acreditar que a inclusão seria maior lá. Ele também acredita que o Estado tem condições de arcar com os custos dessa decisão. "A partir do momento em que o Estado faz uma lei e garante às pessoas com necessidades especiais o direito à inclusão, não cabe a mim a preocupação com os custos", avaliou.
O defensor público Renato Campolino Borges, que atua em Mogi Mirim, concorda. Segundo ele, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Diretrizes de Bases da Educação estabelecem que o ensino deve ser preferencialmente na rede regular. "Frequentar desde o início uma escola regular ajuda na inclusão. Por isso, as pessoas devem fazer a matrícula e, se houver algum problema, ou se a criança não receber a atenção especial, devem procurar a Justiça", disse.

Apoio
O pai conta que teve apoio da Diretoria de Ensino de Mogi Das Cruzes no acompanhamento da filha. "Todos se beneficiam quando você trata da inclusão. O aluno regular aprende a conviver com o diferente, a valorizar a diferença. É esse mundo que a gente quer", avaliou a supervisora de ensino Marta Terrone.
A Secretaria da Educação do Estado esclarece que foi pioneira no processo de inclusão escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais e conta com núcleo pedagógico específico que atua no gerenciamento, acompanhamento, e suporte às ações regionais de educação especial, nos processos de formação continuada, na provisão de recursos e na articulação das escolas com a comunidade.

Questionada sobre os custos para a implementação do professor adicional em sala de aula, transporte da aluna e cuidadora, a instituição não se pronunciou sobre esses tópicos até o fechamento desta matéria, mas declarou que a "Diretoria Regional de Ensino de Mogi das Cruzes em conjunto com a direção da escola, sempre que necessário prestou todo o atendimento aos responsáveis da aluna".
 
Fonte: Tribuna Hoje
 

Tratamento com cheiros, sons e texturas traz bons resultados contra autismo

crianca_brincando_brinquedos (Foto: Shutterstock)


Sentir o aroma de óleos essenciais, andar em superfícies texturizadas, mergulhar as mãos em água morna. Essas são apenas algumas das experiências terapêuticas que foram feitas com meninos com autismo durante um estudo feito pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

De acordo com os cientistas, crianças autistas têm problemas sensoriais, os mais comuns envolvem o cheiro e sensibilidade ao toque. Logo, ao enriquecer o ambiente, a experiência poderia ser benéfica. E realmente foi. Os resultados mostraram uma melhora acentuada em relação às terapias comportamentais tradicionais.

O estudo envolveu 28 meninos autistas, com idades entre 3 e 12 anos. Os pesquisadores dividiram as crianças em dois grupos com base na idade e na gravidade do problema. Durante seis meses, ambos os grupos fizeram a terapia comportamental padrão, mas os meninos de um dos grupos também foram submetidos a experiências terapêuticas.

Os pais dessas crianças receberam um kit que continha óleos essenciais, com aromas de maçã, lavanda, limão e baunilha, para estimular o sentido do olfato. Para fortalecer o tato, o kit continha quadrados de capacho de plástico, espuma suave, um tapete de pia de borracha, alumínio, lixa fina, feltros e esponjas, além de pedaços de carpete, piso duro, travesseiros, papelão e plástico bolha. A ideia foi criar um caminho cheio de texturas para os meninos caminharem. As crianças também receberam itens para manipular, como um cofrinho com moedas de plástico, frutas de plástico em miniatura e uma pequena vara de pesca com um gancho magnético. As crianças também mergulharam as mãos e os pés na água em diferentes temperaturas para estimular o toque da pele da criança.

Os pesquisadores orientaram que os pais das crianças realizassem duas sessões de 15 a 30 minutos por dia envolvendo diferentes combinações de estímulos sensoriais. As crianças também ouviram música clássica, uma vez por dia.

Após seis meses de tratamento, 42% das crianças do grupo da experiência terapêutica tiveram uma melhora significativa ao se relacionar com as pessoas e responder a sons e imagens, em comparação com apenas 7% do grupo de cuidados padrão. As crianças do grupo de enriquecimento também melhoraram a pontuação para a função cognitiva, que abrange aspectos de percepção e raciocínio, ao passo que a média das crianças no grupo de tratamento padrão diminuiu. Além disso, 69% dos pais no grupo de enriquecimento relataram melhora nos sintomas do autismo em geral de seus filhos, em comparação com 31% dos pais do grupo de cuidados padrão.

"Enriquecimento sensorial pode muito bem ser uma terapia eficaz para o tratamento do autismo", disse, em nota, o co-autor da pesquisa Michael Leon, professor de neurobiologia e comportamento da Universidade da Califórnia.


Fonte: Revista Crescer
 

As conquistas de uma criança autista

Luciana e sua filha, Mari Mari (Foto: Raoni Maddalena/Editora Globo)


“Aqui mora uma família feliz.” As palavras talhadas na plaquinha de madeira que enfeita a porta do apartamento da pedagoga Luciana Nassif, 39 anos, e do comerciante Marcos Antonio Cavichioli, 46, em São Paulo, antecipam o clima que eu iria encontrar na casa dessa família, apesar da avalanche de sentimentos que tomou a todos nos últimos anos. Com um sorriso no rosto, um tererê ornando os longos cabelos lisos e castanhos, quem me recebe é uma das gêmeas do casal, Isabela, 8 anos. Assim que entro, sou convidada a conhecer sua irmã. No quarto, com a babá, Mariana se mostrou indiferente com a minha chegada. Mesmo com a insistência da mãe para que se virasse para mim, continuou com um olhar cabisbaixo. Mari Mari, como é carinhosamente chamada, é autista.

Ela está aprendendo agora a demonstrar e a receber carinho, por gestos. Mari Mari não fala. Ela tem um grau severo do transtorno do espectro autista, termo que os especialistas usam para se referir aos diversos graus que envolvem o autismo. Fica mais fácil entender se comparamos a um dégradé, desde cores muito escuras, em que se encontram os casos mais graves, até as cores claras. Por isso cada criança tem um ritmo próprio de desenvolvimento. Para Mari Mari, que estaria na parte escura deste dégradé, é preciso ensinar o que parece tão corriqueiro. Há um ano, e pela primeira vez, a menina abraçou a mãe – um dos pilares do comportamento autista é a dificuldade de interação com o outro. É um abraço “adaptado”. Ela aceita o carinho, mas não cruza as mãos por trás das costas da pessoa. Em vários momentos da entrevista, ela corria, na ponta dos pés (um comportamento que começou aos 5 anos) para o colo da mãe, sorria, trazia o boneco predileto, gargalhava. O contato visual, o beijo, que não é aquele estalo no rosto, mas uma encostadinha apenas, demonstrações de interesse pela irmã e o sorriso presente no rosto eram cenas apenas sonhadas pela família até pouco tempo.


Mari Mari (Foto: Raoni Maddalena)



A mãe me conta, em tom de orgulho, as recentes conquistas da filha. Mari Mari não se incomoda mais se uma criança chega perto dela no parquinho, mesmo que prefira estar só, e ganhou autonomia para comer sozinha e “pedir” o que tem vontade, como quando leva o litro de leite até a mãe para que ela o esquente. “Pode parecer pouco, mas esse é um grande avanço”, diz Luciana. Não, não é fácil ter um filho autista. Mas o diagnóstico não é o fim, e sim um novo começo na vida de toda a família.


Onde tudo começa?
A ciência não descobriu, até hoje, a causa da doença. O que os especialistas concordam é a forte influência da genética na alteração do funcionamento do cérebro do autista. Alguns genes – e muitos foram identificados – podem ou ser herdados mutados dos pais, algo raro, ou sofrer novas mutações durante a formação do embrião. Mas não para por aí. Várias teorias são relacionadas a todo momento com o aparecimento do transtorno, mas nem todas são referendadas pelos médicos e nada é conclusivo. Alimentação, vacinação, infecções na gravidez e até intercorrências no parto ou nos primeiros anos de vida integram essa lista. As pesquisas relacionam até fertilização in vitro e prematuridade, como é o caso das gêmeas, que nasceram de 32 semanas.

Isabela saiu da maternidade em cinco dias. A irmã, nos mais de três meses em uma UTI neonatal, passou por uma cirurgia cardíaca e diversos exames, inclusive para detectar a existência de alguma síndrome por ter nascido com as orelhas mais baixas e os dedos levemente flexionados. Mari Mari, segundo os médicos, tinha atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.

Mesmo acompanhada por uma equipe multidisciplinar desde os seis meses, não mostrava avanços. “Ela gostava de ficar sozinha na escola e, aos 2 anos, teve a primeira convulsão (problema que afeta 25% dos autistas).” Aos 3, os atrasos ficaram evidentes e ela passou a balançar as mãos quando ficava nervosa. “Quando questionei o neurologista que a acompanhava sobre a possibilidade de autismo, ele disse que eu não sabia o que era uma criança com o transtorno. Nunca vou me esquecer disso”, diz. A avó materna das meninas, que desconfiava da existência de um problema maior, mostrou a Luciana uma reportagem sobre autismo. Depois de ler, ela agendou uma consulta com um dos especialistas entrevistados. Em 40 minutos e aos 4 anos e 7 meses, a família soube que Mari Mari era autista. 

Essa trajetória desgastante não é incomum. Como não há um exame que detecte o transtorno, o diagnóstico é clínico, feito com base no comportamento da criança. E pode levar muito tempo para chegar a uma conclusão. “O ideal é descobrir o transtorno com cerca de 1 ano, quando os tratamentos dão resultados melhores”, diz Antonio Carlos de Farias, neurologista infantil do Hospital Pequeno Príncipe (PR), pesquisador e coautor do livro Transtornos Mentais em Crianças e Adolescentes: Mitos e Fatos (Ed. Autores Paranaenses). Se identificado nessa fase, ou até os dois anos, a chance de a criança falar é de 75%. “No Brasil, estima-se que existam 1 milhão e meio de autistas, e menos de 5% recebem a assistência adequada”, diz Estevão Vadasz, psiquiatra, que estuda o assunto desde 1978, coordenador do Programa dos Transtornos do Espectro Autista, referência no país, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. Segundo o Ministério da Saúde, uma a cada mil crianças é autista no Brasil. Dados internacionais, porém, mostram que essa incidência é de uma para cada 110.


Por que comigo?

Não há como dimensionar o impacto de quem recebe o diagnóstico de que o filho é autista. Culpa, perda, medo do futuro, busca e recusa de informações são comuns. “Foi como arrancar minhas esperanças. Na hora pensei apenas na impossibilidade”, afirma Luciana. O pai, a princípio, negou o diagnóstico. Hoje, entende de outra maneira: “Para mim, ela é autista e igual a todo mundo”, diz Marcos.

Foi em uma instituição especializada para autistas, a Associação de Amigos do Autista (AMA), de São Paulo, que a ideia de Luciana sobre o transtorno mudou. O estigma do autismo deu lugar às possibilidades que a filha poderia ter. “Quando conheci crianças autistas mais velhas fazendo coisas que nunca imaginei que a Mariana pudesse fazer, o horizonte se abriu e vi quanto poderia ajudá-la”, diz a mãe.  O grau de autismo também determina o desempenho intelectual. Muitos autistas podem se formar, trabalhar, como é o caso famoso da americana autista Temple Grandin, 63 anos, doutora em ciências animais, autora de diversos livros sobre o assunto, cuja história foi retratada no filme com seu nome, exibido esporadicamente na TV por assinatura.

Mari Mari, que até então frequentava a mesma escola que a irmã, passou a ir para a AMA, que funciona como uma escola e é conveniada com a Secretaria de Estado da Educação. “Ela não conseguia acompanhar as aulas, e as orientações da escola eram muito distintas daquelas ensinadas na AMA. Então, o médico avaliou que o melhor para Mariana era ter, apenas, o atendimento especializado”, diz Luciana. Para Carla Gikovate, neurologista especializada em educação especial e inclusiva, é benéfico a criança estar em uma escola regular e usufruir de um ambiente  com estudantes que não tenham as mesmas dificuldades, mas isso varia de acordo com o grau de autismo de cada um. Como o caso de Mariana é considerado grave, por enquanto, ela vai apenas na AMA.

A família aprendeu quais cuidados a criança autista necessita e passou a aplicá-los em casa, o que é fundamental. “Você tem que ensinar o tempo todo”, diz Luciana. O pai é o grande companheiro. Pela filha, até feijão aprendeu a fazer. No lanche da tarde no dia em que estive lá, quem apoia Mariana para comer a manga picadinha com o talher é Isabela. Com cuidado, ela pega a mão da irmã e ajuda a colocar a fruta na boca. Depois, Mari Mari repete sozinha. Tudo precisa ser ensinado, e repetido, várias vezes ou porque ela vai levar mais tempo para aprender ou porque, às vezes, está dispersa demais.

Se um filho autista exige muito, há um risco grande do irmão, mais independente, se sentir de lado. “É fundamental reforçar a individualidade de cada filho”, diz Ana Maria Bereohff, psicóloga e consultora técnica da Associação Brasileira de Autismo. Apesar de entender as limitações da irmã, Isa sente muito ciúme, até da babá. Para driblar essas situações, Luciana faz passeios apenas com ela e está planejando uma viagem de avião.

O momento mais esperado do dia, e de maior cumplicidade das irmãs, acontece à noite. “Ao chegar em casa, Isabela fala para a irmã: ‘Vem aqui, minha fofa’. E todos fazemos festa com ela”, diz Luciana. Mari Mari adora ouvir as músicas que Isabela canta enquanto brincam de roda. Não demora e ela se afasta, então Isabela a incentiva, incansavelmente, para voltar para a brincadeira. Na hora de dormir, vão juntas para o quarto e antes que Mari Mari, que dorme na parte de baixo da bicama, caia no sono, a irmã dá um beijo em sua bochecha e diz: “Pode dormir, minha pequenininha”.


Futuro de promessas?

Mari Mari e Isabela (Foto: Raoni Maddalena)



Apesar de ainda não haver cura para autismo, Luciana tem muita esperança. Nesse momento, como muitas mães de crianças com o transtorno, ela é do tipo mãe-pesquisadora, sempre atrás de notícias – todos os dias ela procura novidades na internet. “Mas fujo de tudo que seja pessimista e informações sem comprovação”, diz. Um dos estudos que mais a animou foi o que se refere à equipe do neurocientista brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia (EUA). O estudo, publicado na revista Cell no fim de 2010, sugeriu que neurônios autistas pudessem ser “consertados”. Eles descobriram que o tamanho do núcleo de neurônios autistas são menores que os normais, e o número de sinapses, que permite a comunicação entre eles, reduzido. Quando submetidos a duas drogas tóxicas para humanos, esses neurônios passaram a se comportar como normais. O próximo desafio é desenvolver medicamentos capazes de ajudar quem sofre do distúrbio. “Tenho certeza de que vão descobrir a cura”, afirma a mãe. 

Pensar no futuro é uma das poucas coisas que tiram a serenidade de Luciana. “Tem horas que imagino o que vai ser da Mariana quando eu morrer. Espero que demore mais uns 80 anos”, afirma. Para manter a própria “sanidade mental”, como diz, e ajudar com as finanças, ela não parou de trabalhar. Durante o dia, longe da mãe, Mari Mari não demonstra saudade. A história muda quando viagens de trabalho aparecem. “Como brinco com ela de me esconder atrás da cortina, no primeiro dia fora de casa ela me procura ali. Para reduzir a distância, peço para meu marido colocar o telefone no viva voz e falo com ela.”

Mariana, assim como a irmã, tem uma poupança e uma previdência privada. Esse dinheiro, segundo Luciana, é para alguém administrar a vida dela se ainda for autista – a condicional é sempre usada, ela tem certeza de que a cura virá. Provavelmente, vai ser Isabela, mas acha cedo para conversar com a filha sobre isso. E ela não quer, de forma alguma, que ela anule sua vida por Mariana. Ao mesmo tempo, deseja e acredita que essa preocupação de cuidar da irmã será algo natural. Quatro horas depois de chegar a casa da família, me despeço. Isabela me acompanha até o elevador e Luciana incentiva Mariana a fazer o mesmo. Me abaixo na altura de Mari Mari, que com um sorriso tímido e acenando junto com as mãos de sua irmã, me olhou pela primeira vez antes que a porta se fechasse.

OUTRAS FONTES: Marco Antonio Arruda, neurologista da infância e adolescência da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil; Salmo Raskin, diretor da Sociedade Brasileira de Genética Médica; Convivendo com Autismo e Síndrome de Asperger (M.Books).

FONTE: *Este texto foi publicado na edição 209 (abril, 2011), na Revista Crescer

Escola oferece educação dividida por gênero

Meninas se divertem na Escola do Bosque Mananciais (Foto: Divulgação)


Tente se lembrar do seu tempo de escola: a turma na sala de aula, depois brincando no intervalo e correndo na educação física. A maior parte dos pais de hoje frequentou escolas mistas, em que meninos e meninas dividem o mesmo espaço. Mas não é isso que acontece nas escolas de educação diferenciada por gênero, ou 'single sex', como são conhecidas. Nesse modelo educacional, cada sexo tem um prédio próprio, e os meninos não entram em contato com as meninas e vice-versa. Até os professores são dos respectivos sexos de cada turma.

Há cinco anos, a Escola do Bosque Mananciais, em Curitiba (PR), oferece o ensino single sex. “É a primeira escola do Brasil com o método. No passado, as instituições que separavam por sexo eram segregadoras, por que tinham currículos diferentes para meninos e meninas. A nossa proposta é a mesma para ambos. O modelo é novo aqui, mas já está consolidado em países de primeiro mundo há mais de 50 anos”, diz Lélia Cristina de Melo, diretora da escola e membro da Associação de Educação Personalizada.
Como funciona

Segundo a diretora, o modelo se baseia na neurociência, na endocrinologia e na psicologia evolutiva, e leva em conta que meninas e meninos pensam, aprendem, reagem e se expressam de forma diferente. “Então, o fato de estarem em ambientes distintos promove um processo de aprendizagem mais direcionado”, defende Lélia.

O ensino é integral, das 8h às 16h30. As meninas têm aulas com professoras e, os meninos, com professores. “Os educadores atendem as peculiaridades de cada sexo, aumentando assim o desempenho acadêmico em relação às escolas mistas”, diz a diretora. O ritmo também varia de uma turma para outra: “Os meninos amadurecem mais lentamente, são mais inquietos, por isso precisam de maior movimentação e aulas dinâmicas, enquanto as meninas são mais maduras, concentradas, disciplinadas e requerem um nível de verbalização mais elevado”.


Meninos praticam ciclismo na Escola do Bosque Mananciais (Foto: Divulgação)


A separação começa no 2° ano do Ensino Fundamental, quando as crianças têm por volta de 7 anos. Como a escola é relativamente nova, cada sala tem cerca de 8 alunos – mas pretende chegar a 25 por turma. Por enquanto, só há classes até o 8° ano para meninos e até o 6° para meninas. “A cada ano abrimos a série seguinte. Queremos estender o modelo até o 3° colegial”, explica Lélia. A instituição é católica e ministra aula da religião.

A engenheira cartógrafa Rita Rossot de Lima conta que a escola e a família trabalham de mãos dadas. Ela, inclusive, faz trabalho voluntário na instituição durante as manhãs. Seus dois filhos, Miguel, 13 anos, e Sofia, 9, estão cursando há um ano o modelo single sex. “Eu escolhi a escola justamente pelo diferencial da educação personalizada para cada sexo. Eu li que o desenvolvimento psicológico do menino acontece mais tarde que o da menina. Então, essa separação é fantástica. O meu filho, especialmente, está super feliz. E a minha filha está mais organizada, mais carinhosa. Senti uma evolução afetiva”, conta Rita. Ela pretende manter as crianças na escola até o ensino médio.
 
 
Lá fora

Em 1966, havia 2.500 escolas single sex no Reino Unido. Os dados mais recentes disponíveis apontam que o número caiu muito e, em 2006, restavam apenas 400 instituições do tipo.

Nos Estados Unidos, 116 escolas públicas são exclusivamente single sex – um número pequeno em relação ao total de 98.328 escolas públicas do país.
Outras opiniões

“Embora existam especificidades no universo masculino e no feminino – e haja diferença! – o mundo não é dividido dessa maneira. Não vamos à escola só para aprender conteúdos específicos como matemática e línguas. Vamos para aprender coisas do mundo, inclusive a nos relacionar e lidar com as diferenças, com desafios”, afirma a psicóloga e psicopedagoga Ana Cássia Maturano.

Segundo ela, em um mundo que discute cada vez mais a inclusão, esse tipo de tentativa de homogeneização pode ser um retrocesso, já que o homem e a mulher vivem juntos em sociedade. “As diferenças são importantes. Hoje temos mulheres se saindo bem em atividades que antes eram predominantemente masculinas e vice-versa. Quando o ambiente é muito igual, perdemos grandes possibilidades de aprendizado, como a tolerância”, completa.

Essa também é a opinião da socióloga Gisela Wajskop, colunista da CRESCER. “A sociedade atual tem muitos gêneros, não há mais apenas a divisão meninos e meninas. Quando se faz essa separação, mesmo com a justificativa que os meninos são mais enérgicos e que as meninas são mais concentradas, eu acho preocupante." Para Gisela, ao invés de usar as características de cada sexo para separá-los, o ideal seria que as escolas reelaborassem seus projetos para abraçar todas as diferenças. “Tenho receio de ver essas pesquisas que apenas ilustram preconceitos e generalizam características biológicas já conhecidas, como a facilidade de concentração das meninas e a agilidade dos meninos. O homem é único ser capaz de pensar e, portanto, transformar essas características e construir sua própria cultura”, conclui.

Fonte: Revista Crescer
 

14 Anos. Autista. Mestrando em Física Quântica

jacob_genio


Não caro leitor, você não leu errado.  A história a seguir é do jovem Jacob Barnett, de 14 anos, autista. Mestrando em Física Quântica e gênio. Condenado pelos médicos a ser um incapaz, hoje ele dá palestras e suas teorias podem vir a concorrer o Nobel.


Aos 2 anos de idade, Jacob foi diagnosticado como autista. O Autismo, pra explicar rapidamente, é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais: Inabilidade para interagir socialmente; Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos; Padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Jacob foi visto pelos médicos como alguém que seria incapaz até mesmo de amarrar os próprios sapatos, quanto mais ler.

Devastada, mas decidida a dar o melhor para seu filho, Kristine Barnett seguiu um caminho que não foi fácil. Quando criança, ele quase não falava e ela tinha muitas dúvidas sobre a melhor forma de educá-lo. Aos quatro anos, Jacob foi colocado em um programa de aprendizagem especial para autistas, frequentava horas de terapia para ajudar na fala e desenvolver habilidades.

Fora da terapia, Kristine começou a perceber que seu filho fazia coisas fora do comum, como criar mapas no chão da sala, com cotonetes, de lugares onde haviam estado, conseguia falar o alfabeto de trás pra frente e, o mais impressionante: já falava 4 idiomas.


O céu não foi o limite, foi o início!
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A ligação com a astronomia começou num passeio de Jacob com sua mãe, quando pararam em um parque e resolveram deitar no capô do carro para olhar as estrelas. Meses mais tarde, em uma visita a um planetário, um professor perguntou à quem estava na plateia, coisas sobre astronomia, como tamanho de planetas e luas que gravitavam ao redor. Foi então, para choque de Kristine, que então Jacob com nem 5 anos, levantou a mão e respondeu tudo corretamente. Ali, a mãe do garoto teve a certeza que ele tinha uma inteligência acima da média.

Incentivado pelos pais e com encaminhamento correto, aos 9 anos o pequeno gênio começou a desenvolver teorias sobre Astrofísica. Dois anos mais tarde entrou para a universidade, onde faz – até hoje – pesquisas avançadas em física quântica. 

Seu Q.I comprovado por especialistas é de 189, maior que o do próprio Einstein. Isso porque ele não iria nem conseguir amarrar os próprios sapatos!!!

Como fazer um plano de intervenção comportamental para uma criança autista



Como fazer um plano de intervenção comportamental para uma criança autista
Faça um plano de intervenção comportamental para
uma criança autista

Um plano de intervenção comportamental tem como alvo os comportamentos problemáticos exibidos por uma criança autista e oferece estratégias para mudá-los. Pode ser usado para ajudar uma criança em um ambiente de sala de aula, social ou familiar, mas é mais comumente usado em um ambiente escolar. Uma equipe de profissionais da escola costuma desenvolver o plano com a contribuição dos pais. Um bom plano ajudará a criança a ter sucesso na escola e nas relações sociais.


Instruções




  1. 1
    Reúna dados de referência para documentar incidentes. Anote a hora, os eventos que levaram à ocorrência de problemas de comportamento, quais indivíduos estavam presentes no momento, e o que foi feito durante ou após o incidente.

    2
    Identifique os pontos fortes e fracos da criança. Certifique-se de que o plano tenha como alvo as fraquezas e trabalhe com os pontos fortes.

    3
    Reconheça os comportamentos que estejam causando problemas. Escolha as habilidades que você sente que estejam faltando em seu filho. Identifique os "sinais de alerta" ou padrões de comportamento que significam um desabafo agressivo. Liste os problemas de comportamento no plano de intervenção comportamental, em termos definitivos e concisos.

    4
    Descubra de qual forma a criança aprende de forma mais eficaz -- através da ação, audição ou visão. Use as pistas sensoriais adequadas ao planejar as atividades e trabalhar com a criança. Por exemplo, para uma criança visual, devem ser mostradas imagens de suas atividades diárias programadas, relógios visuais para mostrar quando as atividades acabarão, demarque limites visuais nas áreas em que ela não deve entrar e lembretes visuais em vários intervalos antes de uma transição ocorrer.

    5
    Escolha reforços e punições com base no que a criança gosta e não gosta. O bom comportamento pode ser recompensado com as atividades de que ela gosta, brinquedos favoritos ou alimentos. Retirar o contato visual e dar um tempo podem ser estratégias utilizadas para punir o mau comportamento. Agende atividades que sejam fáceis, como ter o tempo livre ou brincar, ou siga as difíceis e sirva como reforço positivo.

    6
    Certifique-se de que o plano inclua instruções claras para os professores e funcionários e permita que eles especifiquem quais métodos são usados ​​para ensinar e medir o progresso.

    7
    Análise o plano periodicamente para determinar a sua eficácia. Faça ajustes se necessário.



Dicas & Advertências


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Escrita à mão ajuda a fixar mais dados, apontam estudos




Não é uma boa ideia aposentar a tradicional escrita à mão, com lápis e caderno, como ferramenta didática. 

Estudos recentes mostram que tanto as crianças que estão sendo alfabetizadas quanto adultos podem ter vantagens no aprendizado quando colocam as palavras no papel, à maneira antiga. 

No caso dos pequenos, traçar as letras com lápis e caneta parece ser uma ginástica mental mais poderosa do que simplesmente procurá-las num teclado, além de potencializar o aprendizado do vocabulário e ser mais útil contra problemas como a dislexia. Para os jovens, anotações feitas em cadernos têm mais potencial para ajudá-los a fixar o conteúdo da aula. 

Ler e escrever, em especial do jeito tradicional, são tarefas cognitivas complexas. É preciso juntar numa única orquestra de neurônios áreas cerebrais de ação motora, de linguagem e de raciocínio. 

Fernando Mola/Editoria de Arte/Folhapress


Num estudo publicado na revista científica "Trends in Neuroscience and Education", pesquisadoras observaram o que acontece no cérebro de crianças com idades entre quatro e cinco anos que estavam começando a ler. 

Meninos e meninas foram divididos em três grupos. O primeiro era ensinado a traçar letras de fôrma manualmente; o segundo cobria uma linha pontilhada; o terceiro tinha de identificar a letra num teclado de computador. 

Depois as crianças foram colocadas em aparelhos de ressonância magnética e reviam, lá dentro, as letras que tinham praticado. 

As imagens de ressonância deram às cientistas uma ideia sobre o grau de ativação de cada região do cérebro das crianças. Tanto a diversidade de áreas cerebrais ativadas quanto a intensidade dessa ativação foram mais acentuadas nos pequenos que tinham sido treinados a escrever as letras "do zero". 

Para os autores, os achados apoiam a hipótese de que a escrita tradicional ajudaria o desenvolvimento mental infantil, em especial na capacidade de abstração. 

Isso porque a criança precisa conseguir perceber que um "a" é sempre um "a", por exemplo, independentemente da letra ou da fonte usada. 

O resultado desse processo pode ser percebido em alunos de universidades. Um artigo na revista "Psychological Science" mostrou que aqueles que anotavam o conteúdo de palestras à mão retiveram mais da aula do que os que usaram notebooks. 

Ao anotar à mão, o aluno precisa reorganizar os dados da aula com sua própria lógica, o que o ajuda a entender melhor o que o professor está explicando. 

Segundo Angela de Cillo Martins, coordenadora pedagógica de educação infantil e do primeiro ano do ensino fundamental do colégio Dante Alighieri, em São Paulo, a facilidade com que crianças pequenas e até bebês manipulam tablets e smartphones hoje não tem levado a um desinteresse pela escrita à mão na fase pré-escolar. 

"Nas séries iniciais, o objetivo principal é o contato constante da criança com a escrita. Para isso, usamos vários recursos, como computadores, tablets, lousas digitais, folhas avulsas e cadernos", diz Angela. Embora os alunos do ensino médio recebam tablets, em sala de aula continuam escrevendo em caderno, de acordo com ela. 

"A grande vantagem na alfabetização é que, para as crianças dessa idade, o ato de escrever está muito associado ao ato de desenhar, o que incentiva os alunos a manipular o lápis e a caneta", diz Eloiza Centeno, coordenadora pedagógica de educação infantil do colégio São Luís. 

"Mais tarde, a gente nota uma facilidade maior com o teclado quando a questão é ter fluência e velocidade para escrever", conta. "Não acho que seja o caso de usar aqueles exercícios antigos de caligrafia, mas dá para trabalhar a fluência e a legibilidade na escrita à mão, até porque é uma habilidade ainda indispensável no vestibular." 

Fonte: Folha


quinta-feira, 17 de julho de 2014

LEGO 3.0: kit pedagógico permite montagem de robôs de verdade

Robô programável de LEGO conta com 3 motores e 5 sensores (Foto: Divulgação/ZOOM Education)



Se brincar de LEGO já é divertido apenas com os clássicos bloquinhos, imagine um kit que vai muito além disso: inclui miniaturas encaixáveis de verdadeiros itens de robótica como parafusos, eixos, rodas, motores e sensores. Desenvolvido em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), o Education EV3, lançado no ano passado pela linha pedagógica da empresa dinamarquesa, possibilita montar robôs de verdade, que depois podem ser programados para executar ações. Eles andam, param, viram, ou mesmo reconhecem distâncias e cores e, então, associam-nas a diferentes funções.
 
O conjunto, que vem com 541 peças de 60 tipos diferentes, permite uma infinidade de combinações. Para se ter uma ideia, seis blocos tradicionais geram mais de 900 milhões de opções de montagem. O kit contém três motores e cinco sensores – de ângulos (para as curvas), luz e cores, ultrassônico (para distâncias) e dois de toque. Todos eles podem ser acoplados por cabos no EV3, que é o cérebro do robô, e funciona com pilhas ou bateria.

Medindo a intensidade de luz da superfície de uma mesa, por exemplo, é possível fazer com que a máquina pare ao chegar na beirada, evitando que caia. Com o ultrassom, dá para comandar a parada ao detectar um objeto à frente. A programação é altamente personalizável e intuitiva, e pode ser feita no próprio robô ou então pelo software de computador, por meio de cabo USB.

É de se esperar que uma criança fique extremamente entusiasmada diante de tantas possibilidades. “O grande trunfo da robótica é que o professor não precisa pedir para as crianças estudarem, mas sim para que parem, de tanto que gostam”, diz Marcos Wesley, presidente da ZOOM Education for Life, que representa com exclusividade a LEGO Education no Brasil.


Todos os recursos tecnológicos do kit Education EV3 (Foto: Divulgação/ZOOM Education)


A empresa é fundamentalmente pedagógica, e trabalha com o lema construcionista de que a criança deve aprender fazendo, enfrentando problemas e desafios, buscando soluções – o que é chamado de “caos saudável”. Wesley acredita que este é o melhor caminho para formar, no futuro, profissionais adequados ao século XXI. “O mercado valoriza mais o indivíduo por competências como ser criativo e flexível, trabalhar em equipe, ter iniciativa e saber resolver problemas”, diz.

A ZOOM desenvolveu, em 2002, o Programa Zoom, metodologia que integra a robótica educacional com o conteúdo programático. As escolas podem comprar só os kits, ou então o serviço completo, que inclui capacitação de professores e acompanhamento das atividades. Para estimular o trabalho em equipe, por exemplo, os alunos são divididos em construtor, organizador (que dá as pecinhas), programador e o relator da atividade. Para trabalhar diferentes competências, alternam-se as funções. “Eles brigam às vezes, todos querem ser construtor, mas acabam entendendo a lógica. Os professores ficam encantados”, diz Nicole Favero, física que trabalha nas capacitações.

Hoje, quase 1.200 escolas fazem parte do projeto, grande parte delas públicas. A prefeitura de Curitiba participa há mais de dez anos, e Pernambuco está incluindo a técnica no ensino médio de todas as escolas estaduais e municipais. “O Brasil hoje precisa urgentemente inspirar a garotada para as carreiras de engenharia, ciência e tecnologia – e a robótica é a melhor ferramenta”, defende Wesley.

Confira alguns dos robôs que podem sem montados em ação:



Fonte: Revista Galileu

terça-feira, 15 de julho de 2014

Trailer inédito de peça escrita e encenada por jovem com Down





Ano passado, Tathiana Piancastelli, que completa 30 anos, escreveu, montou e protagonizou a peça “Menina dos Meus Olhos”, primeira produção teatral escrita e encenada por uma pessoa com síndrome de Down. Este mês, a jovem lança o trailer inédito do espetáculo, que já ganhou temporadas em Nova York, nos EUA, e na Alemanha. A produção negocia agora novas apresentações em países como Inglaterra e Holanda.

A peça conta a história de Bela, uma adolescente em busca do amor e aceitação social. 


Confira o trailer: 


Fonte: Movimento Down

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Dra. Ana Severino apresenta o Método DOLF no programa Viagem pelo Cérebro

O programa Viagem pelo Cérebro, exibido pela TV Lisboa, em Portugal, entrevistou a Dra. Ana Severino criadora do Método DOLF – Método de desenvolvimento linguístico, oral e fonológico.

O Método DOLF é um meio ou ferramenta auxiliar na aprendizagem da fala, linguagem, da leitura e da escrita. Usa estratégias multissensoriais, permitindo à criança ver, ouvir, falar, fazer o gesto e escrever. O método DOLF associa um gesto a cada fonema do português, fazendo posteriormente a ligação ao grafema. Este método chama a atenção para os movimentos da boca, para o modo como se articulam ou como se produzem os sons do português. O uso do gesto serve de apoio à memória auditiva, visual e usa uma memória suplementar, a memória motora. É um método flexível que pode ser aplicado conforme o objetivo e mediante cada aluno a partir dos 3, 4 anos de idade.

Este método destina-se a crianças com perturbações de fala, perturbações fonológicas, perturbações da linguagem ou com perturbações específicas de leitura e escrita (dislexia, disortografia). Pode igualmente ser usado em crianças sem qualquer tipo de perturbação, tendo por isso uma função preventiva.

 

Clique na foto e assista a entrevista:
 
http://tvl.pt/2014/07/08/viagem-pelo-cerebro-metodo-dolf-metodo-de-desenvolvimento-linguistico-e-oral-e-fonologico/


 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Mais de 10 atividades que ajudam a criança com dificuldade nas habilidades sociais

por Ana Leite 
 
 
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Neste post você encontra doze atividades para ajudar a melhorar as habilidades sociais da criança que você pode fazer ou orientar os pais!

- Atividades que proporcionam o contato visual

O contato visual mostra aos outros que estamos interessados ​​no que eles têm a dizer. Sendo assim, é necessário estimular essa capacidade básica necessária para a socialização. Para fazer isso você pode propor:

1. Um concurso de encarar
Se as crianças estão em idade competitiva, adoram brincar de “quem ganha?”. A brincadeira é encarar e o quem desviar os olhos primeiro perde. Parece bobo, mas pode render excelentes resultados.

2 . Olhos na testa
Pode parecer louco, mas é divertido! Coloque um adesivo de um olho ou um par de olhos na testa da outra pessoa. Incentive a criança a olhar para os adesivos. Pode não ser exatamente olhar para olhos do outro, mas ele está treinando a olhar na direção certa de uma forma engraçada e menos ameaçadora.

3. Oscilante
A dupla deve tentar manter o contato visual enquanto a criança se mexe no balanço. A criança pode tentar alcançar com os pés o adulto enquanto olha para ele. O adulto pode vez por outra tocar no pé da criança. Essa informação sensorial pode ser calmante e permitir que a criança se concentre mais no adulto. Elogiar sempre e dizer como era bom ter a criança olhando para seus olhos.

- Atividades para ter domínio da língua

Expressões idiomáticas, mesmo em crianças sem deficiências, são muito confusas. Imagine isso com crianças que já têm dificuldades de compreensão… Bem, pensando nisso, aqui estão algumas atividades que podem ajudar crianças com idiomas incluem:

1 . Use livros
Há muitos livros que ilustram e explicam expressões idiomáticas. Depois tente contrair com a criança um livro onde ele escreve e ilustra o próprio livro de expressões idiomáticas que ouviu e aprendeu!

2. Use sites
Existem muitos sites que listam expressões idiomáticas ou têm jogos para tentar adivinhar o que realmente significa a expressão idiomática. ( Vocês têm algum em português que indicam??)

3. Jogo da “memória idiomática”
Escreva expressões idiomáticas em um conjunto de cartas e seus significados em outro. A criança tenta emparelhá-las.

-  Interpretação emoções sociais

Esta habilidade é importante em casa, na escola e no parque infantil. Muitos desentendimentos surgem de crianças interpretando mal as emoções dos outros ou, no mínimo, perde-se a oportunidade de interagir.

1. Mímicas de emoção
Em vez de usar títulos de filmes, animais ou outras palavras típicas, use emoções. Anote sentimentos em pedaços de papel. Os participantes escolhem um pedaço de papel e, em seguida, devem tentar imitar qual emoção está escrita no papel.

Você pode tornar o jogo mais difícil definindo a regra que diz que você não pode demonstrar a emoção através do rosto, mas deve usar a linguagem corporal ou o desenho para imitar uma situação que levaria a que a emoção (por exemplo, para a tristeza, pode desenhar um garoto sentado sozinho em um banco, ou um dia de chuva, etc).

2. Espelho, espelho meu
Jogos assim são uma maneira de trabalhar a interação social. Como em uma aula de atuação, você pode tentar ” espelhar ” a criança. Toque o nariz ou estique a língua e ela tem que imitá-lo . Fazer caretas que a criança pode copiar.

3. Bingo
Você pode usar as imagens do jogo das “mímicas de emoção” e imprimir como placas de bingo.

- Conversação

Quando as pessoas têm uma conversa elas escolhem um tema para discutir. Cada pessoa acrescenta algo à conversa até que a conversa terminou, ou o tópico mudou. Às vezes é difícil para as crianças a permanecer no tópico e participarem/acompanharem uma conversa regular. Aqui estão algumas atividades para ajudar a desenvolver uma conversa.

1. Tópicos de conversa
Use o alfabeto. Cada letra tem que ser o início de uma palavra, um tema, como fruta ou vegetal ( B … banana,  C … cenoura). Conscientizar a criança que cada palavra daquela pode ser um assunto e exemplificar o que diria sobre isso.

2. Contação de estória improvisada
Para jogar este jogo coloque fotos de diferentes emoções com a face para baixo sobre a mesa. Em seguida, os jogadores decidem em conjunto sobre alguns elementos que devem aparecer na estória (por exemplo, um deserto ártico, um lêmure e uma banana ). O objetivo é que os jogadores se revezem fazendo narrativa.

Para começar o primeiro jogador pega uma carta e começa a narrativa. Ele pode levar a estória em qualquer direção que ele gosta, mas ele deve incorporar a emoção descrita no cartão. Depois de um minuto ou dois, o próximo jogador pega um cartão e continua a narrativa. Os jogadores continuam a se revezar até que eles usem todos os elementos necessários e a estória chegue a uma conclusão satisfatória.

Crianças com déficits de habilidades sociais muitas vezes têm dificuldade de ler expressões e interagir socialmente, por isso as atividades que os deixem mais à vontade com estas situações sempre são uma ótima idéia. Você sugere alguma outra atividade?
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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Casal é detido nos EUA por prender filho autista em jaula


LOS ANGELES, 02 Jul 2014 (AFP) - Um casal foi detido nos Estados Unidos, nesta quarta-feira, acusado de manter o filho autista de 11 anos trancado em uma jaula para cães, informou a imprensa local.

Dentro da residência do casal, a polícia do condado de Orange, ao sul de Los Angeles, encontrou uma jaula para animais de grande porte com um colchão e lençóis para que o menor pudesse dormir.

O agente Bob Dunn declarou que os pais, de 35 e 40 anos, usavam a jaula "para controlar" o garoto, diante dos problemas de comunicação resultantes de sua doença.

Dunn declarou que a polícia está investigando quanto tempo o menor foi mantido encarcerado - se por dias ou anos.

O menor, que aparenta bom estado de saúde, será submetido a uma avaliação médica e ficará sob a tutela do Serviço Social, assim como seus irmãos, de oito e dez anos.

O casal, de origem vietnamita, foi preso por negligência e privação ilegal da liberdade.