Família conseguiu na Justiça o direito a um professor exclusivo para a filha
O pai de uma aluna de 9 anos com síndrome de Down conseguiu,
através de uma liminar judicial, que o Estado de São Paulo seja
obrigado a fornecer uma professora exclusiva para sua filha. Ela cursa,
na rede regular de ensino, o terceiro ano do ensino fundamental no
Colégio Estadual Pedro Malozze, em Mogi das Cruzes. O pai
também conseguiu na Justiça, uma cuidadora terceirizada para ficar com a
menina em horários nos quais ela não possui atividades curriculares,
como recreios, além de acompanhá-la ao banheiro e cuidar dela em
atividades que ela não participa, como educação física. A Justiça
determinou ainda que o governo estadual forneça transporte para a menor.
Segundo o pai de Anna, Alessandro Guedes, a ação foi proposta no ano
passado. Em 2014, no começo do ano letivo, a liminar foi concedida e,
desde então, ela acompanha as aulas com o resto da turma. "Eu
percebia que minha filha ia à escola, mas não aprendia, não evoluía
pedagogicamente, então comecei a pesquisar, entrei em contatos com
outros pais, li sobre as nossas leis. Não podia ficar de braços
cruzados", afirma o pai. "Ter um professor assistente para alunos com
necessidades especiais é fundamental, não podemos delegar isso apenas ao
professor da sala, ela tem mais 30 alunos para ensinar, como vai dar
atenção a uma criança especial?" comenta.
Inclusão
Guedes conta ainda que chegou a analisar a matricula de Anna em uma
escola especial na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais),
mas decidiu optar pela escola regular por acreditar que a inclusão seria
maior lá. Ele também acredita que o Estado tem condições de arcar com
os custos dessa decisão. "A partir do momento em que o Estado faz uma
lei e garante às pessoas com necessidades especiais o direito à
inclusão, não cabe a mim a preocupação com os custos", avaliou.
O defensor público Renato Campolino Borges, que atua em Mogi Mirim,
concorda. Segundo ele, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de
Diretrizes de Bases da Educação estabelecem que o ensino deve ser
preferencialmente na rede regular. "Frequentar desde o início uma escola
regular ajuda na inclusão. Por isso, as pessoas devem fazer a matrícula
e, se houver algum problema, ou se a criança não receber a atenção
especial, devem procurar a Justiça", disse.
Apoio
O pai conta que teve apoio da Diretoria de Ensino de Mogi Das Cruzes
no acompanhamento da filha. "Todos se beneficiam quando você trata da
inclusão. O aluno regular aprende a conviver com o diferente, a
valorizar a diferença. É esse mundo que a gente quer", avaliou a
supervisora de ensino Marta Terrone. A Secretaria da Educação
do Estado esclarece que foi pioneira no processo de inclusão escolar dos
alunos com necessidades educacionais especiais e conta com núcleo
pedagógico específico que atua no gerenciamento, acompanhamento, e
suporte às ações regionais de educação especial, nos processos de
formação continuada, na provisão de recursos e na articulação das
escolas com a comunidade. Questionada sobre os custos para a
implementação do professor adicional em sala de aula, transporte da
aluna e cuidadora, a instituição não se pronunciou sobre esses tópicos
até o fechamento desta matéria, mas declarou que a "Diretoria Regional
de Ensino de Mogi das Cruzes em conjunto com a direção da escola, sempre
que necessário prestou todo o atendimento aos responsáveis da aluna".
Sentir o aroma de óleos essenciais, andar em superfícies texturizadas,
mergulhar as mãos em água morna. Essas são apenas algumas das
experiências terapêuticas que foram feitas com meninos com autismo
durante um estudo feito pela Universidade da Califórnia, nos Estados
Unidos.
De acordo com os cientistas, crianças autistas têm problemas
sensoriais, os mais comuns envolvem o cheiro e sensibilidade ao toque.
Logo, ao enriquecer o ambiente, a experiência poderia ser benéfica. E
realmente foi. Os resultados mostraram uma melhora acentuada em relação
às terapias comportamentais tradicionais.
O estudo envolveu 28 meninos autistas, com idades entre 3 e 12 anos. Os
pesquisadores dividiram as crianças em dois grupos com base na idade e
na gravidade do problema. Durante seis meses, ambos os grupos fizeram a
terapia comportamental padrão, mas os meninos de um dos grupos também
foram submetidos a experiências terapêuticas.
Os pais dessas crianças receberam um kit que continha óleos essenciais,
com aromas de maçã, lavanda, limão e baunilha, para estimular o sentido
do olfato. Para fortalecer o tato, o kit continha quadrados de capacho
de plástico, espuma suave, um tapete de pia de borracha, alumínio, lixa
fina, feltros e esponjas, além de pedaços de carpete, piso duro,
travesseiros, papelão e plástico bolha. A ideia foi criar um caminho
cheio de texturas para os meninos caminharem. As crianças também
receberam itens para manipular, como um cofrinho com moedas de plástico,
frutas de plástico em miniatura e uma pequena vara de pesca com um
gancho magnético. As crianças também mergulharam as mãos e os pés na
água em diferentes temperaturas para estimular o toque da pele da
criança.
Os pesquisadores orientaram que os pais das crianças realizassem duas
sessões de 15 a 30 minutos por dia envolvendo diferentes combinações de
estímulos sensoriais. As crianças também ouviram música clássica, uma
vez por dia.
Após seis meses de tratamento, 42% das crianças do grupo da experiência
terapêutica tiveram uma melhora significativa ao se relacionar com as
pessoas e responder a sons e imagens, em comparação com apenas 7% do
grupo de cuidados padrão. As crianças do grupo de enriquecimento também
melhoraram a pontuação para a função cognitiva, que abrange aspectos de
percepção e raciocínio, ao passo que a média das crianças no grupo de
tratamento padrão diminuiu. Além disso, 69% dos pais no grupo de
enriquecimento relataram melhora nos sintomas do autismo em geral de
seus filhos, em comparação com 31% dos pais do grupo de cuidados padrão.
"Enriquecimento sensorial pode muito bem ser uma terapia eficaz para o
tratamento do autismo", disse, em nota, o co-autor da pesquisa Michael
Leon, professor de neurobiologia e comportamento da Universidade da
Califórnia.
“Aqui mora uma família feliz.” As palavras talhadas na plaquinha de
madeira que enfeita a porta do apartamento da pedagoga Luciana Nassif,
39 anos, e do comerciante Marcos Antonio Cavichioli, 46, em São Paulo,
antecipam o clima que eu iria encontrar na casa dessa família, apesar da
avalanche de sentimentos que tomou a todos nos últimos anos. Com um
sorriso no rosto, um tererê ornando os longos cabelos lisos e castanhos,
quem me recebe é uma das gêmeas do casal, Isabela, 8 anos. Assim que
entro, sou convidada a conhecer sua irmã. No quarto, com a babá, Mariana
se mostrou indiferente com a minha chegada. Mesmo com a insistência da
mãe para que se virasse para mim, continuou com um olhar cabisbaixo.
Mari Mari, como é carinhosamente chamada, é autista.
Ela está aprendendo agora a demonstrar e a receber carinho, por gestos.
Mari Mari não fala. Ela tem um grau severo do transtorno do espectro
autista, termo que os especialistas usam para se referir aos diversos
graus que envolvem o autismo. Fica mais fácil entender se comparamos a
um dégradé, desde cores muito escuras, em que se encontram os casos mais
graves, até as cores claras. Por isso cada criança tem um ritmo próprio
de desenvolvimento. Para Mari Mari, que estaria na parte escura deste
dégradé, é preciso ensinar o que parece tão corriqueiro. Há um ano, e
pela primeira vez, a menina abraçou a mãe – um dos pilares do
comportamento autista é a dificuldade de interação com o outro. É um
abraço “adaptado”. Ela aceita o carinho, mas não cruza as mãos por trás
das costas da pessoa. Em vários momentos da entrevista, ela corria, na
ponta dos pés (um comportamento que começou aos 5 anos) para o colo da
mãe, sorria, trazia o boneco predileto, gargalhava. O contato visual, o
beijo, que não é aquele estalo no rosto, mas uma encostadinha apenas,
demonstrações de interesse pela irmã e o sorriso presente no rosto eram
cenas apenas sonhadas pela família até pouco tempo.
A mãe me conta, em tom de orgulho, as recentes conquistas da filha.
Mari Mari não se incomoda mais se uma criança chega perto dela no
parquinho, mesmo que prefira estar só, e ganhou autonomia para comer
sozinha e “pedir” o que tem vontade, como quando leva o litro de leite
até a mãe para que ela o esquente. “Pode parecer pouco, mas esse é um
grande avanço”, diz Luciana. Não, não é fácil ter um filho autista. Mas o
diagnóstico não é o fim, e sim um novo começo na vida de toda a
família.
Onde tudo começa?
A ciência não descobriu, até hoje, a causa da doença. O que os
especialistas concordam é a forte influência da genética na alteração do
funcionamento do cérebro do autista. Alguns genes – e muitos foram
identificados – podem ou ser herdados mutados dos pais, algo raro, ou
sofrer novas mutações durante a formação do embrião. Mas não para por
aí. Várias teorias são relacionadas a todo momento com o aparecimento do
transtorno, mas nem todas são referendadas pelos médicos e nada é
conclusivo. Alimentação, vacinação, infecções na gravidez e até
intercorrências no parto ou nos primeiros anos de vida integram essa
lista. As pesquisas relacionam até fertilização in vitro e
prematuridade, como é o caso das gêmeas, que nasceram de 32 semanas.
Isabela saiu da maternidade em cinco dias. A irmã, nos mais de três
meses em uma UTI neonatal, passou por uma cirurgia cardíaca e diversos
exames, inclusive para detectar a existência de alguma síndrome por ter
nascido com as orelhas mais baixas e os dedos levemente flexionados.
Mari Mari, segundo os médicos, tinha atraso no desenvolvimento
neuropsicomotor.
Mesmo acompanhada por uma equipe multidisciplinar desde os seis meses,
não mostrava avanços. “Ela gostava de ficar sozinha na escola e, aos 2
anos, teve a primeira convulsão (problema que afeta 25% dos autistas).”
Aos 3, os atrasos ficaram evidentes e ela passou a balançar as mãos
quando ficava nervosa. “Quando questionei o neurologista que a
acompanhava sobre a possibilidade de autismo, ele disse que eu não sabia
o que era uma criança com o transtorno. Nunca vou me esquecer disso”,
diz. A avó materna das meninas, que desconfiava da existência de um
problema maior, mostrou a Luciana uma reportagem sobre autismo. Depois
de ler, ela agendou uma consulta com um dos especialistas entrevistados.
Em 40 minutos e aos 4 anos e 7 meses, a família soube que Mari Mari era
autista.
Essa trajetória desgastante não é incomum. Como não há um exame que
detecte o transtorno, o diagnóstico é clínico, feito com base no
comportamento da criança. E pode levar muito tempo para chegar a uma
conclusão. “O ideal é descobrir o transtorno com cerca de 1 ano, quando
os tratamentos dão resultados melhores”, diz Antonio Carlos de Farias,
neurologista infantil do Hospital Pequeno Príncipe (PR), pesquisador e
coautor do livro Transtornos Mentais em Crianças e Adolescentes: Mitos e
Fatos (Ed. Autores Paranaenses). Se identificado nessa fase, ou até os
dois anos, a chance de a criança falar é de 75%. “No Brasil, estima-se
que existam 1 milhão e meio de autistas, e menos de 5% recebem a
assistência adequada”, diz Estevão Vadasz, psiquiatra, que estuda o
assunto desde 1978, coordenador do Programa dos Transtornos do Espectro
Autista, referência no país, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das
Clínicas da USP. Segundo o Ministério da Saúde, uma a cada mil crianças
é autista no Brasil. Dados internacionais, porém, mostram que essa
incidência é de uma para cada 110.
Por que comigo?
Não há como dimensionar o impacto de quem recebe o diagnóstico de que o
filho é autista. Culpa, perda, medo do futuro, busca e recusa de
informações são comuns. “Foi como arrancar minhas esperanças. Na hora
pensei apenas na impossibilidade”, afirma Luciana. O pai, a princípio,
negou o diagnóstico. Hoje, entende de outra maneira: “Para mim, ela é
autista e igual a todo mundo”, diz Marcos.
Foi em uma instituição especializada para autistas, a Associação de
Amigos do Autista (AMA), de São Paulo, que a ideia de Luciana sobre o
transtorno mudou. O estigma do autismo deu lugar às possibilidades que a
filha poderia ter. “Quando conheci crianças autistas mais velhas
fazendo coisas que nunca imaginei que a Mariana pudesse fazer, o
horizonte se abriu e vi quanto poderia ajudá-la”, diz a mãe. O grau de
autismo também determina o desempenho intelectual. Muitos autistas podem
se formar, trabalhar, como é o caso famoso da americana autista Temple
Grandin, 63 anos, doutora em ciências animais, autora de diversos livros
sobre o assunto, cuja história foi retratada no filme com seu nome,
exibido esporadicamente na TV por assinatura.
Mari Mari, que até então frequentava a mesma escola que a irmã, passou a
ir para a AMA, que funciona como uma escola e é conveniada com a
Secretaria de Estado da Educação. “Ela não conseguia acompanhar as
aulas, e as orientações da escola eram muito distintas daquelas
ensinadas na AMA. Então, o médico avaliou que o melhor para Mariana era
ter, apenas, o atendimento especializado”, diz Luciana. Para Carla
Gikovate, neurologista especializada em educação especial e inclusiva, é
benéfico a criança estar em uma escola regular e usufruir de um
ambiente com estudantes que não tenham as mesmas dificuldades, mas isso
varia de acordo com o grau de autismo de cada um. Como o caso de
Mariana é considerado grave, por enquanto, ela vai apenas na AMA.
A família aprendeu quais cuidados a criança autista necessita e passou a
aplicá-los em casa, o que é fundamental. “Você tem que ensinar o tempo
todo”, diz Luciana. O pai é o grande companheiro. Pela filha, até feijão
aprendeu a fazer. No lanche da tarde no dia em que estive lá, quem
apoia Mariana para comer a manga picadinha com o talher é Isabela. Com
cuidado, ela pega a mão da irmã e ajuda a colocar a fruta na boca.
Depois, Mari Mari repete sozinha. Tudo precisa ser ensinado, e repetido,
várias vezes ou porque ela vai levar mais tempo para aprender ou
porque, às vezes, está dispersa demais.
Se um filho autista exige muito, há um risco grande do irmão, mais
independente, se sentir de lado. “É fundamental reforçar a
individualidade de cada filho”, diz Ana Maria Bereohff, psicóloga e
consultora técnica da Associação Brasileira de Autismo. Apesar de
entender as limitações da irmã, Isa sente muito ciúme, até da babá. Para
driblar essas situações, Luciana faz passeios apenas com ela e está
planejando uma viagem de avião.
O momento mais esperado do dia, e de maior cumplicidade das irmãs,
acontece à noite. “Ao chegar em casa, Isabela fala para a irmã: ‘Vem
aqui, minha fofa’. E todos fazemos festa com ela”, diz Luciana. Mari
Mari adora ouvir as músicas que Isabela canta enquanto brincam de roda.
Não demora e ela se afasta, então Isabela a incentiva, incansavelmente,
para voltar para a brincadeira. Na hora de dormir, vão juntas para o
quarto e antes que Mari Mari, que dorme na parte de baixo da bicama,
caia no sono, a irmã dá um beijo em sua bochecha e diz: “Pode dormir,
minha pequenininha”.
Futuro de promessas?
Apesar de ainda não haver cura para autismo, Luciana tem muita
esperança. Nesse momento, como muitas mães de crianças com o transtorno,
ela é do tipo mãe-pesquisadora, sempre atrás de notícias – todos os
dias ela procura novidades na internet. “Mas fujo de tudo que seja
pessimista e informações sem comprovação”, diz. Um dos estudos que mais a
animou foi o que se refere à equipe do neurocientista brasileiro
Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia (EUA). O estudo, publicado
na revista Cell no fim de 2010, sugeriu que neurônios autistas pudessem
ser “consertados”. Eles descobriram que o tamanho do núcleo de
neurônios autistas são menores que os normais, e o número de sinapses,
que permite a comunicação entre eles, reduzido. Quando submetidos a duas
drogas tóxicas para humanos, esses neurônios passaram a se comportar
como normais. O próximo desafio é desenvolver medicamentos capazes de
ajudar quem sofre do distúrbio. “Tenho certeza de que vão descobrir a
cura”, afirma a mãe.
Pensar no futuro é uma das poucas coisas que tiram a serenidade de
Luciana. “Tem horas que imagino o que vai ser da Mariana quando eu
morrer. Espero que demore mais uns 80 anos”, afirma. Para manter a
própria “sanidade mental”, como diz, e ajudar com as finanças, ela não
parou de trabalhar. Durante o dia, longe da mãe, Mari Mari não demonstra
saudade. A história muda quando viagens de trabalho aparecem. “Como
brinco com ela de me esconder atrás da cortina, no primeiro dia fora de
casa ela me procura ali. Para reduzir a distância, peço para meu marido
colocar o telefone no viva voz e falo com ela.”
Mariana, assim como a irmã, tem uma poupança e uma previdência privada.
Esse dinheiro, segundo Luciana, é para alguém administrar a vida dela
se ainda for autista – a condicional é sempre usada, ela tem certeza de
que a cura virá. Provavelmente, vai ser Isabela, mas acha cedo para
conversar com a filha sobre isso. E ela não quer, de forma alguma, que
ela anule sua vida por Mariana. Ao mesmo tempo, deseja e acredita que
essa preocupação de cuidar da irmã será algo natural. Quatro horas
depois de chegar a casa da família, me despeço. Isabela me acompanha até
o elevador e Luciana incentiva Mariana a fazer o mesmo. Me abaixo na
altura de Mari Mari, que com um sorriso tímido e acenando junto com as
mãos de sua irmã, me olhou pela primeira vez antes que a porta se
fechasse.
OUTRAS FONTES: Marco Antonio Arruda, neurologista da infância e
adolescência da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria
Infantil; Salmo Raskin, diretor da Sociedade Brasileira de Genética
Médica; Convivendo com Autismo e Síndrome de Asperger (M.Books).
FONTE: *Este texto foi publicado na edição 209 (abril, 2011), na Revista Crescer
Tente se lembrar do seu tempo de escola: a turma na sala de aula,
depois brincando no intervalo e correndo na educação física. A maior
parte dos pais de hoje frequentou escolas mistas, em que meninos e
meninas dividem o mesmo espaço. Mas não é isso que acontece nas escolas
de educação diferenciada por gênero, ou 'single sex', como são
conhecidas. Nesse modelo educacional, cada sexo tem um prédio próprio, e
os meninos não entram em contato com as meninas e vice-versa. Até os
professores são dos respectivos sexos de cada turma.
Há cinco anos, a Escola do Bosque Mananciais, em Curitiba (PR), oferece
o ensino single sex. “É a primeira escola do Brasil com o método. No
passado, as instituições que separavam por sexo eram segregadoras, por
que tinham currículos diferentes para meninos e meninas. A nossa
proposta é a mesma para ambos. O modelo é novo aqui, mas já está
consolidado em países de primeiro mundo há mais de 50 anos”, diz Lélia
Cristina de Melo, diretora da escola e membro da Associação de Educação
Personalizada.
Como funciona
Segundo a diretora, o modelo se baseia na neurociência, na
endocrinologia e na psicologia evolutiva, e leva em conta que meninas e
meninos pensam, aprendem, reagem e se expressam de forma diferente.
“Então, o fato de estarem em ambientes distintos promove um processo de
aprendizagem mais direcionado”, defende Lélia.
O ensino é integral, das 8h às 16h30. As meninas têm aulas com
professoras e, os meninos, com professores. “Os educadores atendem as
peculiaridades de cada sexo, aumentando assim o desempenho acadêmico em
relação às escolas mistas”, diz a diretora. O ritmo também varia de uma
turma para outra: “Os meninos amadurecem mais lentamente, são mais
inquietos, por isso precisam de maior movimentação e aulas dinâmicas,
enquanto as meninas são mais maduras, concentradas, disciplinadas e
requerem um nível de verbalização mais elevado”.
A separação começa no 2° ano do Ensino Fundamental, quando as crianças
têm por volta de 7 anos. Como a escola é relativamente nova, cada sala
tem cerca de 8 alunos – mas pretende chegar a 25 por turma. Por
enquanto, só há classes até o 8° ano para meninos e até o 6° para
meninas. “A cada ano abrimos a série seguinte. Queremos estender o
modelo até o 3° colegial”, explica Lélia. A instituição é católica e
ministra aula da religião.
A engenheira cartógrafa Rita Rossot de Lima conta que a escola e a
família trabalham de mãos dadas. Ela, inclusive, faz trabalho voluntário
na instituição durante as manhãs. Seus dois filhos, Miguel, 13 anos, e
Sofia, 9, estão cursando há um ano o modelo single sex. “Eu escolhi a
escola justamente pelo diferencial da educação personalizada para cada
sexo. Eu li que o desenvolvimento psicológico do menino acontece mais
tarde que o da menina. Então, essa separação é fantástica. O meu filho,
especialmente, está super feliz. E a minha filha está mais organizada,
mais carinhosa. Senti uma evolução afetiva”, conta Rita. Ela pretende
manter as crianças na escola até o ensino médio.
Lá fora
Em 1966, havia 2.500 escolas single sex no Reino Unido. Os dados mais
recentes disponíveis apontam que o número caiu muito e, em 2006,
restavam apenas 400 instituições do tipo.
Nos Estados Unidos, 116 escolas públicas são exclusivamente single sex –
um número pequeno em relação ao total de 98.328 escolas públicas do
país.
Outras opiniões
“Embora existam especificidades no universo masculino e no feminino – e
haja diferença! – o mundo não é dividido dessa maneira. Não vamos à
escola só para aprender conteúdos específicos como matemática e línguas.
Vamos para aprender coisas do mundo, inclusive a nos relacionar e lidar
com as diferenças, com desafios”, afirma a psicóloga e psicopedagoga
Ana Cássia Maturano.
Segundo ela, em um mundo que discute cada vez mais a inclusão, esse
tipo de tentativa de homogeneização pode ser um retrocesso, já que o
homem e a mulher vivem juntos em sociedade. “As diferenças são
importantes. Hoje temos mulheres se saindo bem em atividades que antes
eram predominantemente masculinas e vice-versa. Quando o ambiente é
muito igual, perdemos grandes possibilidades de aprendizado, como a
tolerância”, completa.
Essa também é a opinião da socióloga Gisela Wajskop, colunista da
CRESCER. “A sociedade atual tem muitos gêneros, não há mais apenas a
divisão meninos e meninas. Quando se faz essa separação, mesmo com a
justificativa que os meninos são mais enérgicos e que as meninas são
mais concentradas, eu acho preocupante." Para Gisela, ao invés de usar
as características de cada sexo para separá-los, o ideal seria que as
escolas reelaborassem seus projetos para abraçar todas as diferenças.
“Tenho receio de ver essas pesquisas que apenas ilustram preconceitos e
generalizam características biológicas já conhecidas, como a facilidade
de concentração das meninas e a agilidade dos meninos. O homem é único
ser capaz de pensar e, portanto, transformar essas características e
construir sua própria cultura”, conclui.
Não caro leitor,
você não leu errado. A história a seguir é do jovem Jacob Barnett, de
14 anos, autista. Mestrando em Física Quântica e gênio. Condenado pelos
médicos a ser um incapaz, hoje ele dá palestras e suas teorias podem vir
a concorrer o Nobel.
Aos 2 anos de idade,
Jacob foi diagnosticado como autista. O Autismo, pra explicar
rapidamente, é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três
características fundamentais: Inabilidade para interagir
socialmente; Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou
lidar com jogos simbólicos; Padrão de comportamento restritivo e
repetitivo. Jacob foi visto pelos médicos como alguém que seria incapaz
até mesmo de amarrar os próprios sapatos, quanto mais ler.
Devastada, mas
decidida a dar o melhor para seu filho, Kristine Barnett seguiu um
caminho que não foi fácil. Quando criança, ele quase não falava e ela
tinha muitas dúvidas sobre a melhor forma de educá-lo. Aos quatro anos,
Jacob foi colocado em um programa de aprendizagem especial para
autistas, frequentava horas de terapia para ajudar na fala e desenvolver
habilidades.
Fora da terapia,
Kristine começou a perceber que seu filho fazia coisas fora do comum,
como criar mapas no chão da sala, com cotonetes, de lugares onde haviam
estado, conseguia falar o alfabeto de trás pra frente e, o mais
impressionante: já falava 4 idiomas.
O céu não foi o limite, foi o início!
A ligação com a
astronomia começou num passeio de Jacob com sua mãe, quando pararam em
um parque e resolveram deitar no capô do carro para olhar as estrelas.
Meses mais tarde, em uma visita a um planetário, um professor perguntou à
quem estava na plateia, coisas sobre astronomia, como tamanho de
planetas e luas que gravitavam ao redor. Foi então, para choque de
Kristine, que então Jacob com nem 5 anos, levantou a mão e respondeu
tudo corretamente. Ali, a mãe do garoto teve a certeza que ele tinha uma
inteligência acima da média.
Incentivado pelos
pais e com encaminhamento correto, aos 9 anos o pequeno gênio começou a
desenvolver teorias sobre Astrofísica. Dois anos mais tarde entrou para a
universidade, onde faz – até hoje – pesquisas avançadas em física
quântica.
Seu Q.I comprovado
por especialistas é de 189, maior que o do próprio Einstein. Isso porque
ele não iria nem conseguir amarrar os próprios sapatos!!!
Um
plano de intervenção comportamental tem como alvo os comportamentos
problemáticos exibidos por uma criança autista e oferece estratégias
para mudá-los. Pode ser usado para ajudar uma criança em um ambiente de
sala de aula, social ou familiar, mas é mais comumente usado em um
ambiente escolar. Uma equipe de profissionais da escola costuma
desenvolver o plano com a contribuição dos pais. Um bom plano ajudará a
criança a ter sucesso na escola e nas relações sociais.
Instruções
1
Reúna dados de
referência para documentar incidentes. Anote a hora, os eventos que
levaram à ocorrência de problemas de comportamento, quais indivíduos
estavam presentes no momento, e o que foi feito durante ou após o
incidente.
2
Identifique os
pontos fortes e fracos da criança. Certifique-se de que o plano tenha
como alvo as fraquezas e trabalhe com os pontos fortes.
3
Reconheça os
comportamentos que estejam causando problemas. Escolha as habilidades
que você sente que estejam faltando em seu filho. Identifique os "sinais
de alerta" ou padrões de comportamento que significam um desabafo
agressivo. Liste os problemas de comportamento no plano de intervenção
comportamental, em termos definitivos e concisos.
4
Descubra de qual
forma a criança aprende de forma mais eficaz -- através da ação, audição
ou visão. Use as pistas sensoriais adequadas ao planejar as atividades e
trabalhar com a criança. Por exemplo, para uma criança visual, devem
ser mostradas imagens de suas atividades diárias programadas, relógios
visuais para mostrar quando as atividades acabarão, demarque limites
visuais nas áreas em que ela não deve entrar e lembretes visuais em
vários intervalos antes de uma transição ocorrer.
5
Escolha reforços e
punições com base no que a criança gosta e não gosta. O bom
comportamento pode ser recompensado com as atividades de que ela gosta,
brinquedos favoritos ou alimentos. Retirar o contato visual e dar um
tempo podem ser estratégias utilizadas para punir o mau comportamento.
Agende atividades que sejam fáceis, como ter o tempo livre ou brincar,
ou siga as difíceis e sirva como reforço positivo.
6
Certifique-se de
que o plano inclua instruções claras para os professores e funcionários e
permita que eles especifiquem quais métodos são usados para ensinar e
medir o progresso.
7
Análise o plano periodicamente para determinar a sua eficácia. Faça ajustes se necessário.
Dicas & Advertências
Pesquise
métodos propostos de ensino para determinar suas eficácias e segurança.
Descubra como os resultados serão monitorados e avaliados.
Certifique-se de que o plano tenha um bom ajuste com as políticas e normas da escola.
Não é uma boa ideia aposentar a tradicional escrita à mão, com lápis e caderno, como ferramenta didática.
Estudos recentes mostram que tanto as crianças que estão sendo alfabetizadas quanto adultos podem ter vantagens no aprendizado quando colocam as palavras no papel, à maneira antiga.
No caso dos pequenos, traçar as letras com lápis e caneta parece ser uma ginástica mental mais poderosa do que simplesmente procurá-las num teclado, além de potencializar o aprendizado do vocabulário e ser mais útil contra problemas como a dislexia. Para os jovens, anotações feitas em cadernos têm mais potencial para ajudá-los a fixar o conteúdo da aula.
Ler e escrever, em especial do jeito tradicional, são tarefas cognitivas complexas. É preciso juntar numa única orquestra de neurônios áreas cerebrais de ação motora, de linguagem e de raciocínio.
Fernando Mola/Editoria de Arte/Folhapress
Num estudo publicado na revista científica "Trends in Neuroscience and Education", pesquisadoras observaram o que acontece no cérebro de crianças com idades entre quatro e cinco anos que estavam começando a ler.
Meninos e meninas foram divididos em três grupos. O primeiro era ensinado a traçar letras de fôrma manualmente; o segundo cobria uma linha pontilhada; o terceiro tinha de identificar a letra num teclado de computador.
Depois as crianças foram colocadas em aparelhos de ressonância magnética e reviam, lá dentro, as letras que tinham praticado.
As imagens de ressonância deram às cientistas uma ideia sobre o grau de ativação de cada região do cérebro das crianças. Tanto a diversidade de áreas cerebrais ativadas quanto a intensidade dessa ativação foram mais acentuadas nos pequenos que tinham sido treinados a escrever as letras "do zero".
Para os autores, os achados apoiam a hipótese de que a escrita tradicional ajudaria o desenvolvimento mental infantil, em especial na capacidade de abstração.
Isso porque a criança precisa conseguir perceber que um "a" é sempre um "a", por exemplo, independentemente da letra ou da fonte usada.
O resultado desse processo pode ser percebido em alunos de universidades. Um artigo na revista "Psychological Science" mostrou que aqueles que anotavam o conteúdo de palestras à mão retiveram mais da aula do que os que usaram notebooks.
Ao anotar à mão, o aluno precisa reorganizar os dados da aula com sua própria lógica, o que o ajuda a entender melhor o que o professor está explicando.
Segundo Angela de Cillo Martins, coordenadora pedagógica de educação infantil e do primeiro ano do ensino fundamental do colégio Dante Alighieri, em São Paulo, a facilidade com que crianças pequenas e até bebês manipulam tablets e smartphones hoje não tem levado a um desinteresse pela escrita à mão na fase pré-escolar.
"Nas séries iniciais, o objetivo principal é o contato constante da criança com a escrita. Para isso, usamos vários recursos, como computadores, tablets, lousas digitais, folhas avulsas e cadernos", diz Angela. Embora os alunos do ensino médio recebam tablets, em sala de aula continuam escrevendo em caderno, de acordo com ela.
"A grande vantagem na alfabetização é que, para as crianças dessa idade, o ato de escrever está muito associado ao ato de desenhar, o que incentiva os alunos a manipular o lápis e a caneta", diz Eloiza Centeno, coordenadora pedagógica de educação infantil do colégio São Luís.
"Mais tarde, a gente nota uma facilidade maior com o teclado quando a questão é ter fluência e velocidade para escrever", conta. "Não acho que seja o caso de usar aqueles exercícios antigos de caligrafia, mas dá para trabalhar a fluência e a legibilidade na escrita à mão, até porque é uma habilidade ainda indispensável no vestibular."
Se brincar de LEGO já é divertido apenas
com os clássicos bloquinhos, imagine um kit que vai muito além disso:
inclui miniaturas encaixáveis de verdadeiros itens de robótica como
parafusos, eixos, rodas, motores e sensores. Desenvolvido em parceria
com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), o Education EV3,
lançado no ano passado pela linha pedagógica da empresa dinamarquesa,
possibilita montar robôs de verdade, que depois podem ser programados
para executar ações. Eles andam, param, viram, ou mesmo reconhecem
distâncias e cores e, então, associam-nas a diferentes funções.
O conjunto, que vem com 541 peças de 60 tipos diferentes, permite uma
infinidade de combinações. Para se ter uma ideia, seis blocos
tradicionais geram mais de 900 milhões de opções de montagem. O kit
contém três motores e cinco sensores – de ângulos (para as curvas), luz e
cores, ultrassônico (para distâncias) e dois de toque. Todos eles podem
ser acoplados por cabos no EV3, que é o cérebro do robô, e funciona com
pilhas ou bateria.
Medindo a intensidade de luz da superfície de uma mesa, por exemplo, é
possível fazer com que a máquina pare ao chegar na beirada, evitando que
caia. Com o ultrassom, dá para comandar a parada ao detectar um objeto à
frente. A programação é altamente personalizável e intuitiva, e pode
ser feita no próprio robô ou então pelo software de computador, por meio
de cabo USB.
É de se esperar que uma criança fique extremamente entusiasmada diante
de tantas possibilidades. “O grande trunfo da robótica é que o professor
não precisa pedir para as crianças estudarem, mas sim para que parem,
de tanto que gostam”, diz Marcos Wesley, presidente da ZOOM Education for Life, que representa com exclusividade a LEGO Education no Brasil.
A empresa é fundamentalmente pedagógica, e trabalha com o lema construcionista
de que a criança deve aprender fazendo, enfrentando problemas e
desafios, buscando soluções – o que é chamado de “caos saudável”. Wesley
acredita que este é o melhor caminho para formar, no futuro,
profissionais adequados ao século XXI. “O mercado valoriza mais o
indivíduo por competências como ser criativo e flexível, trabalhar em
equipe, ter iniciativa e saber resolver problemas”, diz.
A ZOOM desenvolveu, em 2002, o Programa Zoom, metodologia que integra a
robótica educacional com o conteúdo programático. As escolas podem
comprar só os kits, ou então o serviço completo, que inclui capacitação
de professores e acompanhamento das atividades. Para estimular o
trabalho em equipe, por exemplo, os alunos são divididos em construtor,
organizador (que dá as pecinhas), programador e o relator da atividade.
Para trabalhar diferentes competências, alternam-se as funções. “Eles
brigam às vezes, todos querem ser construtor, mas acabam entendendo a
lógica. Os professores ficam encantados”, diz Nicole Favero, física que
trabalha nas capacitações.
Hoje, quase 1.200 escolas fazem parte do projeto, grande parte delas públicas.
A prefeitura de Curitiba participa há mais de dez anos, e Pernambuco
está incluindo a técnica no ensino médio de todas as escolas estaduais e
municipais. “O Brasil hoje precisa urgentemente inspirar a garotada
para as carreiras de engenharia, ciência e tecnologia – e a robótica é a
melhor ferramenta”, defende Wesley.
Confira alguns dos robôs que podem sem montados em ação:
Ano passado, Tathiana Piancastelli, que completa 30 anos, escreveu, montou e protagonizou a peça “Menina dos Meus Olhos”, primeira produção teatral escrita e encenada por uma pessoa com síndrome de Down. Este mês, a jovem lança o trailer inédito do espetáculo, que já ganhou temporadas em Nova York, nos EUA, e na Alemanha. A produção negocia agora novas apresentações em países como Inglaterra e Holanda.
A peça conta a história de Bela, uma adolescente em busca do amor e aceitação social.
O programa Viagem pelo Cérebro, exibido pela TV Lisboa, em Portugal, entrevistou a Dra. Ana Severino criadora do Método DOLF – Método de desenvolvimento linguístico, oral e fonológico.
O Método DOLF é um meio ou ferramenta auxiliar na aprendizagem da fala, linguagem, da leitura e da escrita. Usa estratégias multissensoriais, permitindo à criança ver, ouvir, falar, fazer o gesto e escrever. O método DOLF associa um gesto a cada fonema do português, fazendo posteriormente a ligação ao grafema. Este método chama a atenção para os movimentos da boca, para o modo como se articulam ou como se produzem os sons do português. O uso do gesto serve de apoio à memória auditiva, visual e usa uma memória suplementar, a memória motora. É um método flexível que pode ser aplicado conforme o objetivo e mediante cada aluno a partir dos 3, 4 anos de idade.
Este método destina-se a crianças com perturbações de fala, perturbações fonológicas, perturbações da linguagem ou com perturbações específicas de leitura e escrita (dislexia, disortografia). Pode igualmente ser usado em crianças sem qualquer tipo de perturbação, tendo por isso uma função preventiva.
Neste post você encontra doze atividades para ajudar a melhorar as
habilidades sociais da criança que você pode fazer ou orientar os pais!
- Atividades que proporcionam o contato visual
O contato visual mostra aos outros que estamos interessados no que
eles têm a dizer. Sendo assim, é necessário estimular essa capacidade
básica necessária para a socialização. Para fazer isso você pode propor:
1. Um concurso de encarar
Se as crianças estão em idade competitiva, adoram brincar de “quem
ganha?”. A brincadeira é encarar e o quem desviar os olhos primeiro
perde. Parece bobo, mas pode render excelentes resultados.
2 . Olhos na testa
Pode parecer louco, mas é divertido! Coloque um adesivo de um olho ou
um par de olhos na testa da outra pessoa. Incentive a criança a olhar
para os adesivos. Pode não ser exatamente olhar para olhos do outro, mas
ele está treinando a olhar na direção certa de uma forma engraçada e
menos ameaçadora.
3. Oscilante
A dupla deve tentar manter o contato visual enquanto a criança se
mexe no balanço. A criança pode tentar alcançar com os pés o adulto
enquanto olha para ele. O adulto pode vez por outra tocar no pé da
criança. Essa informação sensorial pode ser calmante e permitir que a
criança se concentre mais no adulto. Elogiar sempre e dizer como era bom
ter a criança olhando para seus olhos.
- Atividades para ter domínio da língua
Expressões idiomáticas, mesmo em crianças sem deficiências, são muito
confusas. Imagine isso com crianças que já têm dificuldades de
compreensão… Bem, pensando nisso, aqui estão algumas atividades que
podem ajudar crianças com idiomas incluem:
1 . Use livros
Há muitos livros que ilustram e explicam expressões idiomáticas.
Depois tente contrair com a criança um livro onde ele escreve e ilustra o
próprio livro de expressões idiomáticas que ouviu e aprendeu!
2. Use sites
Existem muitos sites que listam expressões idiomáticas ou têm jogos
para tentar adivinhar o que realmente significa a expressão idiomática. (
Vocês têm algum em português que indicam??)
3. Jogo da “memória idiomática”
Escreva expressões idiomáticas em um conjunto de cartas e seus significados em outro. A criança tenta emparelhá-las.
- Interpretação emoções sociais
Esta habilidade é importante em casa, na escola e no parque infantil.
Muitos desentendimentos surgem de crianças interpretando mal as emoções
dos outros ou, no mínimo, perde-se a oportunidade de interagir.
1. Mímicas de emoção
Em vez de usar títulos de filmes, animais ou outras palavras típicas,
use emoções. Anote sentimentos em pedaços de papel. Os participantes
escolhem um pedaço de papel e, em seguida, devem tentar imitar qual
emoção está escrita no papel.
Você pode tornar o jogo mais difícil definindo a regra que diz que
você não pode demonstrar a emoção através do rosto, mas deve usar a
linguagem corporal ou o desenho para imitar uma situação que levaria a
que a emoção (por exemplo, para a tristeza, pode desenhar um garoto
sentado sozinho em um banco, ou um dia de chuva, etc).
2. Espelho, espelho meu
Jogos assim são uma maneira de trabalhar a interação social. Como em
uma aula de atuação, você pode tentar ” espelhar ” a criança. Toque o
nariz ou estique a língua e ela tem que imitá-lo . Fazer caretas que a
criança pode copiar.
3. Bingo
Você pode usar as imagens do jogo das “mímicas de emoção” e imprimir como placas de bingo.
- Conversação
Quando as pessoas têm uma conversa elas escolhem um tema para
discutir. Cada pessoa acrescenta algo à conversa até que a conversa
terminou, ou o tópico mudou. Às vezes é difícil para as crianças a
permanecer no tópico e participarem/acompanharem uma conversa regular.
Aqui estão algumas atividades para ajudar a desenvolver uma conversa.
1. Tópicos de conversa
Use o alfabeto. Cada letra tem que ser o início de uma palavra, um
tema, como fruta ou vegetal ( B … banana, C … cenoura). Conscientizar a
criança que cada palavra daquela pode ser um assunto e exemplificar o
que diria sobre isso.
2. Contação de estória improvisada
Para jogar este jogo coloque fotos de diferentes emoções com a face
para baixo sobre a mesa. Em seguida, os jogadores decidem em conjunto
sobre alguns elementos que devem aparecer na estória (por exemplo, um
deserto ártico, um lêmure e uma banana ). O objetivo é que os jogadores
se revezem fazendo narrativa.
Para começar o primeiro jogador pega uma carta e começa a narrativa.
Ele pode levar a estória em qualquer direção que ele gosta, mas ele deve
incorporar a emoção descrita no cartão. Depois de um minuto ou dois, o
próximo jogador pega um cartão e continua a narrativa. Os jogadores
continuam a se revezar até que eles usem todos os elementos necessários e
a estória chegue a uma conclusão satisfatória.
Crianças com déficits de habilidades sociais muitas vezes têm
dificuldade de ler expressões e interagir socialmente, por isso as
atividades que os deixem mais à vontade com estas situações sempre são
uma ótima idéia. Você sugere alguma outra atividade?
LOS ANGELES, 02 Jul 2014 (AFP) - Um casal foi detido nos Estados
Unidos, nesta quarta-feira, acusado de manter o filho autista de 11 anos
trancado em uma jaula para cães, informou a imprensa local.
Dentro
da residência do casal, a polícia do condado de Orange, ao sul de Los
Angeles, encontrou uma jaula para animais de grande porte com um colchão
e lençóis para que o menor pudesse dormir.
O agente Bob Dunn
declarou que os pais, de 35 e 40 anos, usavam a jaula "para controlar" o
garoto, diante dos problemas de comunicação resultantes de sua doença.
Dunn declarou que a polícia está investigando quanto tempo o menor foi mantido encarcerado - se por dias ou anos.
O
menor, que aparenta bom estado de saúde, será submetido a uma avaliação
médica e ficará sob a tutela do Serviço Social, assim como seus irmãos,
de oito e dez anos.
O casal, de origem vietnamita, foi preso por negligência e privação ilegal da liberdade.