Se brincar de LEGO já é divertido apenas
com os clássicos bloquinhos, imagine um kit que vai muito além disso:
inclui miniaturas encaixáveis de verdadeiros itens de robótica como
parafusos, eixos, rodas, motores e sensores. Desenvolvido em parceria
com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), o Education EV3,
lançado no ano passado pela linha pedagógica da empresa dinamarquesa,
possibilita montar robôs de verdade, que depois podem ser programados
para executar ações. Eles andam, param, viram, ou mesmo reconhecem
distâncias e cores e, então, associam-nas a diferentes funções.
O conjunto, que vem com 541 peças de 60 tipos diferentes, permite uma
infinidade de combinações. Para se ter uma ideia, seis blocos
tradicionais geram mais de 900 milhões de opções de montagem. O kit
contém três motores e cinco sensores – de ângulos (para as curvas), luz e
cores, ultrassônico (para distâncias) e dois de toque. Todos eles podem
ser acoplados por cabos no EV3, que é o cérebro do robô, e funciona com
pilhas ou bateria.
Medindo a intensidade de luz da superfície de uma mesa, por exemplo, é
possível fazer com que a máquina pare ao chegar na beirada, evitando que
caia. Com o ultrassom, dá para comandar a parada ao detectar um objeto à
frente. A programação é altamente personalizável e intuitiva, e pode
ser feita no próprio robô ou então pelo software de computador, por meio
de cabo USB.
É de se esperar que uma criança fique extremamente entusiasmada diante
de tantas possibilidades. “O grande trunfo da robótica é que o professor
não precisa pedir para as crianças estudarem, mas sim para que parem,
de tanto que gostam”, diz Marcos Wesley, presidente da ZOOM Education for Life, que representa com exclusividade a LEGO Education no Brasil.
A empresa é fundamentalmente pedagógica, e trabalha com o lema construcionista
de que a criança deve aprender fazendo, enfrentando problemas e
desafios, buscando soluções – o que é chamado de “caos saudável”. Wesley
acredita que este é o melhor caminho para formar, no futuro,
profissionais adequados ao século XXI. “O mercado valoriza mais o
indivíduo por competências como ser criativo e flexível, trabalhar em
equipe, ter iniciativa e saber resolver problemas”, diz.
A ZOOM desenvolveu, em 2002, o Programa Zoom, metodologia que integra a
robótica educacional com o conteúdo programático. As escolas podem
comprar só os kits, ou então o serviço completo, que inclui capacitação
de professores e acompanhamento das atividades. Para estimular o
trabalho em equipe, por exemplo, os alunos são divididos em construtor,
organizador (que dá as pecinhas), programador e o relator da atividade.
Para trabalhar diferentes competências, alternam-se as funções. “Eles
brigam às vezes, todos querem ser construtor, mas acabam entendendo a
lógica. Os professores ficam encantados”, diz Nicole Favero, física que
trabalha nas capacitações.
Hoje, quase 1.200 escolas fazem parte do projeto, grande parte delas públicas.
A prefeitura de Curitiba participa há mais de dez anos, e Pernambuco
está incluindo a técnica no ensino médio de todas as escolas estaduais e
municipais. “O Brasil hoje precisa urgentemente inspirar a garotada
para as carreiras de engenharia, ciência e tecnologia – e a robótica é a
melhor ferramenta”, defende Wesley.
Confira alguns dos robôs que podem sem montados em ação:
Fonte: Revista Galileu
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