sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Dislalia


FOTO DO CEBOLINHA DO MAURÍCIO DE SOUZA

As dislalias são caracterizadas por alterações na articulação de um ou vários fonemas que podem estar ausentes ou alterados em um discurso específico, ou a substituição destes por outros, de forma inadequada, em pessoas que não apresentem patologias do sistema nervoso central ou  anatomicamente.

É o mais comum e bem conhecido de todos os transtornos de linguagem.

Crianças com dislalias podem apresentar as seguintes características:
·  erros na articulação dos sons da fala (substituição, distorção, omissão ou adição) no início, meio ou fim das palavras, tanto na linguagem cotidiana como na repetição destes sons quando recebe um modelo  que os contém;
· costumam persistir após os quatro anos;
· não há nenhuma evidência ou diagnóstico de perda auditiva, distúrbios neurológicos, deficiência mental, ou mudança de idioma.

Após a etiologia de Pascual (1988), os indicadores de diagnóstico baseado em dislalia são:

– Evolutivo ou fisiológico: dificuldade para articular corretamente os fonemas de acordo com a maturidade cerebral, idioma desejado e aparelho fono-articulador.

Há uma fase, no desenvolvimento da linguagem na criança, que esta não articulada ou distorce alguns fonemas. Esses erros são chamados dislalias evolutivas.

A dislalia evolutiva geralmente desaparece com o tempo e não deve preocupar antes de quatro anos. Em muitos casos, a fala errada e infantilizada é reforçada pelos familiares que não levam em conta o prejuízo que causam para os seus filhos.

– dislalia audiogênica: sua causa é relacionada a deficiência auditiva. A criança não consegue ouvir bem, não articula corretamente, confunde  fonemas que oferecem alguma semelhança e não possui uma boa discriminação auditiva.

As pessoas com deficiência auditiva apresentam outros distúrbios de linguagem e, estudar sua audiometria, nos dá uma ideia sobre a possível adaptação de prótese.

A intervenção terá como principal objetivo aumentar a sua capacidade de discriminação auditiva, melhorar ou corrigir os fonemas e a voz que encontram-se alterados e  implementar a comunicação inexistente.

– dislalia orgânica: são alterações na articulação causadas por lesões no sistema nervoso central (disartrias), fazendo parte dos distúrbios de ordem motora, que se referem a anomalias e malformações nos órgãos da fala como lábios, língua, palato que são chamados de disglosia.

- dislalia funcional: é uma disfunção da articulação causada por um mau funcionamento dos órgãos articulatórios que acarretam problemas na discriminação auditiva e erros perceptuais.

O tratamento fonoaudiológico é muito importante para estimular a capacidade da criança para produzir sons, movimentos e posturas de jogo, experimentando a verbalização das vogais e consoantes.

O fonoaudiólogo vai ensinar a criança a comparar e diferenciar sons.

Além disso vai estimular a coordenação dos movimentos necessários para a pronúncia de sons, exercícios labiais e linguais ensinando a criança as posições corretas dos sons mais difíceis com exercícios em que a criança deve produzir um som dentro de sílabas.

Neste ponto, a criança está pronta para começar com a palavra inteira, através da produção de jogos e articulação dos sons difíceis dentro de palavras é fornecida.

Uma vez que a criança é capaz de pronunciar sons difíceis, em qualquer posição numa palavra, ele vai aprender a  fazer os sons fora das sessões, ou seja, em sua linguagem espontânea e não apenas nas sessões de terapia.

Todo a  terapia vai se concentrar nos jogos que facilitam a aquisição das competências necessárias, com a participação e envolvimento da criança onde ela própria vai descobrir os sons que está produzindo.

O ideal é que os pais participam e colaboram no processo terapêutico realizado as atividades sugeridas em casa.

É importante que a criança realize exercícios de respiração, sopro, queixo, bochecha, nasal “asas” do palato mole, lábios, língua, relaxamento e discriminação.

A terapia irá ensinar  os fonemas e os pontos de articulação.

Se não for tratada, a dislalia pode acarretar problemas durante o processo de alfabetização comprometendo a aprendizagem da leitura e da escrita.

Transtornos da Memória

cabeça de lado com o cérebro aparecendo em um fundo preto com as áreas do cérebro marcadas em amarelo e vermelho 


Os transtornos na memória podem ser definidos como dificuldades do aluno no processo de recebimento, triagem, classificação, armazenamento e/ou recuperação de informações que pode ser devido a deficiências neurológicas de ordem funcional, métodos de ensino inapropriados e dificuldades sócio-culturais.

Na avaliação do aluno, podemos identificar dificuldades na:

MEMÓRIA VISUAL:
  • Incapacidade de recordar objetos vistos anteriormente;
  • O aluno não é capaz de ordenar partes ou aspectos de uma sequência temporal;
  • Dificuldade em visualizar e mentalmente criar uma foto.
MEMÓRIA AUDITIVA:
  • Não é capaz de reconhecer e / ou lembrar ruídos, sons e palavras;
  •  Dificuldade em diferenciar sons semelhantes;
MEMÓRIA SENSÓRIO MOTORA:
  • Não é capaz de imitar, reconhecer e lembrar de movimentos isolados e / ou sequenciados;
  • Dificuldades de memórias de toque;
  •  A incapacidade de reconhecer e lembrar sensações táteis isoladas.
MEMÓRIA OLFATIVA E GUSTATIVA:
  • Incapacidade de lembrar sensações olfativas e gustativas.
O professor pode auxiliar os alunos com a aplicação de estratégias que ajudem a melhorar a capacidade de armazenamento das informações. Para isto, pode fazer uso de estratégias como:
  • De assimilação significativa: acostumar os alunos a analisarem a informação com atitudes como sublinhar, tomar notas e entender o significado das palavras. O aluno deve ser ativo na compreensão do que está fazendo;
  • Organizacionais: incentivar o aluno a formar grupos, associações, relações, diagramas, mapas conceituais e organogramas;
  • Apresentação da tarefa: sempre lembramos melhor o que é transmitido no início e no fim e, a zona intermediária é mais propensa ao esquecimento. O professor deve explicar, em primeiro lugar, do que se trata, destacando os principais pontos de atenção e, na fase final, sintetizar as últimas idéias fazendo um tipo de resumo;
  • Uso de imagens visuais e recursos auditvos: o apoio visual e auditivo, como apresentações, simulações e fotografias ajudam na assimilação pois ativam vários sentidos ao mesmo tempo. Fotos, imagens, símbolos e palavras chave ajudam na assimilação;
  • Ambiente: um ambiente favorável ajuda o aluno a manter um foco direto sobre o que está sendo trabalhado. A sala de aula deve ter boa iluminação, evitar a poluição visual e o nível de barulho para que o cérebro não seja bombardeado com um excesso de informações e para que o aluno não tenha um cansaço mental lutando com as imagens e ruídos em excesso;
  • Tarefas escritas: deixe as tarefas escritas para o final das atividades para consolidar a aula;
  • Atenção e motivação: tenha em mente que o nível de atenção e de memorização influenciam diretamente na capacidade de memorização. Só aprendemos quando temos prazer, vontade e engajamento;
  • Material: o material apresentado deve ser agradável, interessante e significativo, sem poluição visual, com temas atuais e contextualizados e, acima de tudo, com apresentação gráfica simples, limpa e organizada;
  • Prática:  prática com qualidade ajuda na memorização e, com qualidade, não quer dizer uma simples repetição de palavras e exercícios para encher uma linha ou uma página. Prática quer dizer usar os conteúdos em diversas situações significativas para concretizar conceitos, memorizar informações e generalizar o conhecimento.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Autismo Therapy | Relation Play, Hanen e Teacch

Vídeo de divulgação do Autismo Therapy | Relation Play, Hanen e Teacch


Autismo Therapy from Creative Ideias on Vimeo.

5 tendências de tecnologia para educação até 2028

Educação

Aluno com computador: rede Universia acredita que essa cena se
tornará cada vez mais comum


Nada de livros, muitos jogos educativos e até Big Data. Essas são algumas das tendências apontadas pela rede de cooperação universitária Universia em estudo sobre o futuro da educação. A seguir, veja cinco tendências apontadas pela pesquisa:

Sem livros
De acordo com o estudo da Universia, dispositivos eletrônicos móveis podem substituir os livros muito em breve. Mas precisamente, até 2028, ano para o qual aponta a pesquisa.
"Os alunos não terão que levar uma pilha de livros para a aula", afirma a Universia.

Conteúdo compartilhado
Como não vão usar livros, os alunos do futuro vão precisar que o conteúdo utilizado em sala seja disponibilizado pelos próprios professores.

"Os professores devem compartilhar arquivos de leitura para que os alunos baixem e acompanhem durante a aula", afirma a Universia.

Aulas multimídia
Com os dispositivos eletrônicos incorporados ao ambiente da sala de aula, a Universia acredita que o caráter multimídia da aprendizagem pode ser potencializado - a ponto de pôr em risco o papel do professor.

"As experiências de ensino, como jogos, serão tão aprimoradas que há quem diga que os professores não serão mais necessários", afirma a entidade.

Big Data
Para o Universia, tecnologias de monitoramento constante de dados - como o Big Data - podem se tornar ferramentas importantes para educação num futuro próximo.

"Se os batimentos cardíacos aumentarem durante uma aula, por exemplo, pode ser que ele (o aluno) esteja com dificuldade para entender o assunto", afirma a Universia. 

No caso, esta informação permitiria que uma atenção especial fosse dada ao aluno em apuros pelo professor.

Extraclasse
No futuro, o fim da aula pode não representar o fim da hora de aprender. A expectativa dos especialistas da Universia é de que, em casa, o aluno possa contar com conteúdo que complementaria ou até substituiria aquilo que hoje só a escola ensina.

"Existirão sites gratuitos para aprender e ensinar, tão completos e eficazes quanto instituições de ensino", afirma a entidade.

Outra tendência apontada pelo Universia é a organização em rede das instituições de ensino. Nela, os alunos vão poder "trocar informações e ideias entre si". 

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Como a “LEGO Terapia” pode ajudar crianças com deficiência

por Ana Leite
lego

LEGO agora é coisa séria!!  Vários estudos educacionais e médicos no Reino Unido e nos EUA constataram que grupos que usaram Legos como recurso ajudaram a desenvolver e reforçar as habilidades de jogo e habilidades sociais.

Dentre os benefícios da “LEGOterapia” estão:
- Comunicação verbal e não -verbal
- Atenção
- Concentração
- Partilha e troca
- Resolução de problemas compartilhada

Como funciona “LEGOterapia”?
Prédio de peças de Lego é uma experiência multisensorial, de forma que os projetos de construção podem ser adaptados às necessidades específicas de qualquer pessoa, tais como àquelas com cegueira, surdez, deficiência de mobilidade, autismo ou TDAH. Mas o modelo para a maioria dos programas de terapia Lego é o mesmo e consiste em:

1 . Definir as regras básicas: os participantes sugerem e acordam regras simples e que todos entendam. O grupo concorda e trabalha em um projeto que não é muito fácil e também não é muito difícil. As regras são postados como um lembrete.

2 . Funções atribuídas: cada participante recebe um papel, e os papéis são alternados com os outros membros do grupo durante a tarefa. Dentre as funções, temos:
Engenheiro – supervisiona o projeto e garante que ele é seguido
Construtor – coloca os tijolos juntos
Fornecedor – mantém o controle da quantidade, do tipo e da cor dos tijolos que são necessários e repassa os tijolos para o construtor
Facilitador do grupo – garante que a equipe está trabalhando em conjunto e comunicar

3. Siga os princípios. A Terapia com Lego tem um maior benefício a longo prazo quando se incorpora alguns fundamentos:
- Ter de um tempo dedicado e um espaço para a atividade
- Usar a comunicação não-verbal, tanto quanto possível
- Usar a linguagem declarativa em vez de comandos ou perguntas
- Planejar os passos da atividade
- Incentivar a colaboração
Se isso parece muito ambicioso, comece com apenas um ou dois elementos e vá gradualmente expandindo. A grande coisa sobre Legos é que você pode começar do zero a qualquer momento.

4 . Papel de facilitadores adultos
Emoções podem ser intensificadas durante um projeto Lego. Há geralmente uma pessoa que insiste em fazer as coisas da maneira “correta”, e uma outra pessoa que gosta de experimentar coisas várias maneiras diferentes só para ver como cada um olha. Um facilitador adulto pode facilitar interações positivas, sugerir compromissos, fornecer instruções conforme necessário e manter o grupo na tarefa.

5. Tenha mais ideias
Existem vários aplicativos gratuitos que permitem a construção virtual e até o aprimoramento de ideias.

- O LEGO App4+é um  app para Android.
Bricks & More é um aplicativo para o iPhone , iPad e Android , apropriado para as idades de 4 anos e acima.
Lego Digital Designer é um aplicativo para as idades de 5 e para cima, e os usuários podem compartilhar suas criações no site da Lego . É uma ótima introdução ao desenho assistido por computador .
Master Builder Academy ( MBA) é um programa de treinamento online para os construtores avançados!!

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E você já utilizou o LEGO sabendo de tudo isso? Se não, tá na hora de pesquisar e mergulhar nesse universo!

Fonte: Reab.me

Estudo comprova que tablets melhoram as capacidades verbais de crianças com Autismo

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Estima-se que cerca de 30% das crianças com Autismo não desenvolvem fluência para poder ter uma interação verbal funcional em aspectos sociais complexos. Devido a este aspecto, uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), dirigido por Connie Kasari, realizou um estudo de três anos com o objetivo de descobrir se o uso de tablets  potencializava o desenvolvimento da linguagem verbal e como consequência, melhorava a interação social.

O estudo incluiu 61 crianças com Autismo com idades entre 5 e 8 anos. Durante seis meses, cada criança recebeu terapia objetivando a comunicação em uma finalidade social, estimulando a interação por meio do desenvolvimento de jogos. Metade das crianças, também selecionadas aleatoriamente, receberam apoio através de um tablet. Os pesquisadores descobriram que as crianças que usaram tablets eram mais propensas a usar a linguagem espontaneamente desenvolvendo mais habilidades sociais do que as crianças que não usaram. Em ambos os grupos a metodologia foi a mesma, com exceção da introdução ao dispositivo tecnológico.

“Foi notável o quão bem o tablet funcionou para melhorar o acesso à comunicação para essas crianças”, disse Kasari, professor de desenvolvimento humano e psicologia na Faculdade de Educação da UCLA e professora de psiquiatria da UCLA Instituto Semel para Neurociência e Comportamento Humano. “As crianças que receberam a intervenção comportamental com o tablet para apoiar as suas tentativas de comunicação têm avançado muito mais rápido para aprender a se comunicar, e em particular quanto ao uso da linguagem falada.”

Obviamente, o simples uso do tablet por a criança não garante o aprendizado por si só, para resultados como este exige-se uma metodologia que incentive a comunicação verbal e também a interação social. O tablet é apenas uma ferramenta, embora muito poderosa pelo feedback e estimulação visual e auditiva gerada,  e é através desse interesse e atenção que este dispositivo desperta, que existe a potencialidade para usá-lo uma grande ferramenta.

Quem se interessou pelo assunto e quer detalhes, eis a referência:
Connie Kasari, Ann Kaiser, Kelly Goods, Jennifer Nietfeld, Pamela Mathy, Rebecca Landa, Susan Murphy, Daniel Almirall.Communication Interventions for Minimally Verbal Children With Autism: A Sequential Multiple Assignment Randomized TrialJournal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, 2014; 53 (6): 635 DOI:10.1016/j.jaac.2014.01.019

Imagem: ebayink