Um
bebê, em seu primeiro ano de vida, já
consegue identificar padrões de sons das
palavras. É assim que ele começa a
entender o significado delas; e treina a fala muito antes de balbuciar as
primeiras sílabas que surgem por volta dos seis meses de vida. Ou seja, desde que nascem as crianças
se comunicam e o fazem por meio de
sons e gestos, além do choro, balbucios e risos. Essa é a forma, primeiramente, que os bebês têm para
expressar desejos e sentimentos, e de se comunicar com o mundo e as pessoas que
lhes rodeiam.
O desenvolvimento da sua
linguagem é um passo muito importante no seu desenvolvimento geral. Dos primeiros balbucios às
primeiras palavras, o bebê passa por várias etapas no que se refere à sua
expressão oral.
Segundo Borges e Salomão (2003)
a linguagem é uma das primeiras formas pela qual o indivíduo se socializa, além
disso, e através dela, que é possível a criança ter contato com vários aspectos
sociais, antes mesmo de aprender a falar. Portanto, estar exposto a este estímulo
é o requisito mínimo para que seu filho desenvolva uma boa linguagem; pois nenhuma
criança pode inventar uma língua a partir do nada; diante de tal fato, é
importante ter consciência que somos modelos para seu aprendizado; e se
estimularmos mais, e corretamente, melhor iremos proporcionar seu bom
desenvolvimento e desempenho.
Para que haja um
desenvolvimento saudável da criança, é necessário que os aspectos cognitivos e
motores estejam íntegros. É importante o
estímulo, assim, se desenvolve e
há bons resultados para toda a vida. Portanto, é muito importante que
converse sempre com o seu filho e crie oportunidades para ele falar. É preciso
ter em mente que cada criança tem seu próprio estágio de desenvolvimento, e nem
todas evoluem da mesma forma.
No início, a linguagem é muito
limitada, pois suas primeiras palavras referem-se às questões da própria família, ambiente em que passa mais
tempo em seus primeiros anos de vida. É seu ambiente imediato. Palavras
iniciais mais comuns: "mãe", "pai", "água". E
aos poucos, começam a ter um vocabulário maior.
Lembrem-se sempre: a criança
não só se comunica verbalmente, como também por gestos desde que nascem. Por
exemplo, quando ela quer ir aos
braços de alguém, levanta os braços
para que os pais a peguem; se ela quer algo, ela diz ou aponta com o dedo; se
ela quer nos mostrar algo, também aponta
e/ou pronuncia sons relacionados à futura palavra. A linguagem não é apenas
verbal!
A linguagem não verbal é a primeira
adquirida desde que o bebê nasce. No
choro, por exemplo, podemos entender tipos
de mensagem / informação: se é choro de cólica, de fome, de sono, de frio entre outros. A criança, através destes
sons, já começa a demonstrar diferentes sentimentos e formas de apreensão do mundo através da linguagem.
Devemos estimular a aquisição
da linguagem a partir desde o
nascimento, sendo assim, deixo aqui, algumas dicas e sugestões importantes
para que estimule corretamente a fala de seu filho.
ð Ajude a criança a completar suas frases para enriquecer sua linguagem;
ð Reconheça suas conquistas com
um sorriso e um elogio;
ð Evite qualquer comparação,
pública ou privada, com seus amiguinhos;
ð Escute com paciência
ð Faça a criança sentir que o que
ela está contando é importante, ou seja, ouça a criança com interesse;
ð Estabeleça um diálogo
verdadeiro para que ela aprenda que ouvir é tão importante quanto falar;
ð Ajude a compreender a
sonoridade das palavras, ou seja, quando a criança apontar para um objeto, diga
o nome antes de pegar, ou seja, antes de atender o seu pedido;
ð Estimule a falar o que ela quer
com a pronúncia correta. Ou seja, evite atendê-la toda vez que apenas apontar para os objetos;
ð Mostre e reforce o nome do
objeto solicitado em diferentes
situações, principalmente objetos que a criança goste muito. Exemplo: a
criança aponta para o pacote de biscoito na prateleira. Não o entregue imediatamente.
Fale: “Você quer biscoito? Tome o biscoito”;
ð Responda
com as palavras corretas, quando
seu filho falar algo errado. Atenção: não
corrija prontamente, isso evita que
a criança gere mais insegurança. E não repita a pronúncia errada da criança. É preciso enfatizar a palavra correta. Exemplo: “Quelo dedeila”. Você repetirá
normalmente: “Você quer a mamadeira? Vou pegar a mamadeira”;
ð Não troque nomes de objetos,
como chupeta de 'pepeta' ou a mamadeira de 'tete'. Nesses casos, a criança terá
que aprender duas palavras para um mesmo objeto;
ð Evite falar palavras
diminutivas. O ‘tatibitate’ pode atrasar o aprendizado e você não será menos
carinhoso com ele por isso. O tom da voz significará muito mais do que a
palavra. Fale corretamente e com carinho.
Exemplo: Biscoitinho, comidinha, sapatinho, bonequinho, cavalinho entre outros;
ð Converse bastante com a
criança, ainda que ele seja um bebezinho. Conte o que esta fazendo enquanto
troca sua fralda, fale as partes do corpo enquanto acaricia ou dá banho para
enfatizar o nome de cada uma delas. Nas refeições, fale o nome dos alimentos
que esta sendo oferecido. Cante músicas;
ð Leia e conte histórias com boa
dicção e em intervalos adequados
entre as palavras, esta ação estimula
muito a linguagem da criança, além de despertar o imaginário e a criatividade.
Atenção! Algumas crianças
demoram um pouco mais para aprender e
desenvolver a linguagem, o que não deve ser encarado como um problema pelos
pais. Você deverá preocupar-se quando a criança passa dos 24 meses sem produzir
palavras. Daí a ajuda de um fonoaudiólogo
passa a ser necessária para que esse desenvolvimento da linguagem ocorra dentro
do esperado. Aproveite os cuidados com o bebê indicados acima e instrua as
pessoas que convivem com a criança para
fazerem o mesmo.
Seu bebê agradece.
Até a proxima!
Maria
Paula C. Raphael - CRFa1 7364 - Fonoaudióloga, Sociopsicomotricista Ramain-Thiers,
Fonoaudióloga e Supervisora de Fonoaudiologia do Projeto Escola na SPB de
1991 / 1997, Docente da AVM Faculdade Integrada, cursos de pós graduação
(UCAM), Eventos em Educação, Supervisora na Formação em
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, Palestrante em eventos de educação.
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