quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Estimulação psicomotora utilizada em crianças com atraso no desenvolvimento

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O termo “dificuldade de aprendizagem” começou a ser usado na década de 60 e até hoje é confundido por pais e professores com uma simples desatenção em sala de aula.

Mas a dificuldade, na verdade, é um distúrbio que pode ser gerado por uma série de problemas cognitivos ou emocionais, afetando crianças em época escolar. Para prevenir problemas na aprendizagem infantil, surgiu a psicomotricidade, uma ciência que atua no desenvolvimento do indivíduo em todas suas fases, englobando os campos da Neurologia, da Psicologia e da Pedagogia. Isso acontece porque a psicomotricidade, preocupando-se com a relação entre o indivíduo e o seu corpo, considera não só aspectos motores, mas os cognitivos e sócio-afetivos que constituem o sujeito.

Para a terapeuta ocupacional Lígia Barbosa de Oliveira e a fisioterapeuta Patrícia de Fátima Silva, estimulação psicomotora é a possibilidade de se oferecer à criança acesso a todas as etapas de aprendizagem necessárias no processo de alfabetização, por meio de experiências psicomotoras que criam facilitadores no caminho de aquisições, até estar apta a integralizar esses aprendizados. Tanto que a psicomotricidade pode atuar em crianças com prematuridade e bebês de alto risco, crianças com dificuldades e atrasos no desenvolvimento global, pessoas com deficiência sensoriais, motoras, mentais ou psíquicas, dificuldades de aprendizagem, entre outros.

Dentro do processo de reabilitação, a terapia ocupacional e a fisioterapia têm se tornado importantes aliadas na atuação sobre esses distúrbios, pois utilizam como um dos recursos terapêuticos a estimulação psicomotora, o que contribui para um desenvolvimento harmônico do indivíduo. “É necessário que a criança passe por todas as etapas de seu desenvolvimento. A criança que pula etapas do desenvolvimento, independente de sua causa, com certeza, estará mais propícia a apresentar alguma dificuldade no processo de alfabetização”, revela a terapeuta ocupacional Lígia Barbosa.

A profissional destaca que a fase importante para trabalhar com todos os aspectos do desenvolvimento motor, intelectual e socioemocional é até oito anos.

“É nesse período que se instalam as principais dificuldades em todas as áreas de relação com o meio e que, se não forem exploradas e trabalhadas a tempo, certamente trarão prejuízos como dificuldades na escrita, na leitura, na fala, na socialização, entre outros. Após esse período há um refinamento de suas capacidades básicas, possível apenas com a boa integridade de suas condutas motoras, intelectuais, emocionais e que, aqui, consideramos como condutas psicomotoras”, esclarece.

Ou seja, a estimulação psicomotora atua tanto na prevenção e tratamento das dificuldades quanto para a exploração do potencial ativo de cada um. “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da lateralidade, do ritmo utilizando como instrumento brinquedos, jogos e brincadeiras que proporcionam maior disponibilidade das crianças em realizar as atividades psicomotoras com qualidade”, explica Lígia.
 
 
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