Quando ingressamos na faculdade, fazemos planos, inclusive de sermos um ponto de mudança, dessa sociedade tão caótica, mas quando nos formamos, vemos que a realidade é bem diferente, daquilo que nos foi ensinado.
Na realidade, hoje, as faculdades dão somente o embasamento teórico da profissão, quando dão com uma certa qualidade, mas infelizmente o dia a dia, é bem diferente, principalmente para quem lida com crianças autistas, seja médico, professor, dentista... A grande maioria de profissionais que lidam hoje com nossas crianças, saem da faculdade, sem nenhum embasamento do que é o autismo. E isso é um grande erro.
Como podemos cobrar de um pedagogo formado, que ele tenha conhecimento sobre deficiência, quando ele tem que estudar sobre todas elas em apenas um semestre. Lembrando que um semestre útil de uma faculdade, gira em torno de 3 a 4 meses, devido a férias e feriados.
Como podemos formar: médicos, pediatras, dentistas, professores, enfermeiros, assistente social, pedagogos, sem nenhum conhecimento sobre o autismo? Como podemos cobrar que esses profissionais saibam lidar com o autismo, quando o principal erro, está na formação inicial deles! Quando a faculdade, que deveria prepará-lo, informá-lo, atualizá-lo, está ainda cobrando um conteúdo, ultrapassado, e sem prática nenhuma!
Ah... a prática! Ah... o estágio! Ah... a residência médica! Será que são realizadas com uma estrutura adequada e de qualidade? Será que é realizada como se deve? Será que não há nenhum estudo de caso envolvendo o autismo?
Como cantou o Renato Russo: " Será que é tudo isso em vão? / Será que vamos conseguir vencer?"
O ponto de partida para que os autistas realmente sejam inclusos na sociedade, é mudar radicalmente o conteúdo pedagógico de várias cadeiras, pois só assim, esses profissionais irão sair, com pelo menos o mínimo de conhecimento sobre o assunto, e os pais então poderão realizar intervenções cada vez mais cedo, e essa criança conseguirá desenvolver-se melhor, e ai seremos uma sociedade "azul" melhor!
Até semana que vem!
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