O
envelhecimento da população é um dos maiores triunfos da humanidade e também um
dos nossos grandes desafios (Ministério da Saúde, 2005). Hoje, no Brasil, há cada vez mais pessoas com idade igual
ou superior a 60 anos, ou seja, possuímos um grande número de idosos, o que
representa um grande avanço.
O envelhecimento populacional é uma realidade, isso significa um
crescimento mais elevado da população idosa com a relação aos demais grupos
etários. No caso brasileiro, pode ser exemplificado por um aumento da
participação da população maior de 60 anos no total da população nacional. Além
da mudança nos pesos dos diversos grupos etários no total da população,
observou-se um aumento na proporção de pessoas que sobrevivem a idades mais
elevadas (Camarano, 2006).
O Rio de Janeiro, por exemplo, é um dos estados que possuem grande
números de idosos. Em alguns bairros como Tijuca, Flamengo e Copacabana, grande
parte de seus moradores é constituída de idosos. Em Copacabana, por exemplo, a
população de idosos é de, aproximadamente, 30%, média igual ou superior a
qualquer país desenvolvido e de longa tradição de população idosa. O município
do Rio de Janeiro tem aproximadamente quase 1 milhão de idosos.
O Professo de envelhecimento é comum praticamente a todos os seres
vivos que, no seu transcorrer, provoca modificações de ordem somática e
psíquica que determinam alterações da relação do individuo com o meio que o
cerca. Em síntese, o envelhecimento pode ser entendido como um processo de
redução da reserva funcional, sem comprometer, na quase totalidade dos
mecanismos, a função necessária para as atividades do cotidiano. A existência
de uma limitação funcional evidente, mesmo em um nonagenário, deve ser
entendida, portanto, como o efeito de um processo fisiopatológico, portanto de
uma doença mais do que uma evolução atribuível ao processo natural de
envelhecimento (Jacob Filho, 2009)
Alterações fisiológicas estão associadas ao envelhecimento, há
declínio físico, com alterações nos sistemas músculos esqueléticos, SNC,
sistemas sensoriais, cardiorrespiratório etc. Há também alterações nas funções
cognitivas no processo de envelhecimento, que irão variar de acordo com nível
cultura, social e claro patológico. O declínio cognitivo afeta a qualidade de
vida, autonomia e funcionalidade tanto quando o declínio físico.
Entre as perdas associadas ao envelhecimento que comprometem a qualidade
de vida e funcionalidade podemos citar a capacidade de realizar duas tarefas ao
mesmo tempo, em especial tarefas cognitivas associadas às tarefas motoras. A
perda da capacidade de realizar duas tarefas ao mesmo tempo está associada às
quedas e tantas outras complicações.
Isso ocorre quando há interferência entre as tarefas, ou seja, ambas
competem pela mesma classe de recursos de processamento de informação no
sistema nervoso central (SNC). Isso ocorre devido a déficits sensoriais e
perceptuais, aumento do tempo de reação da resposta frente a estímulo, ou
redução da habilidade de planejamento e seleção de estratégias motoras,
principalmente quando é solicitada a associação a tarefas cognitivas; ou ainda
a perda de memória de longo prazo e memória de trabalho.
A capacidade de
raciocinar e decidir problemas, de perceber o mundo à sua volta, de compreender
e aprender com as situações são fatores que viabilizam a interação e o
relacionamento do homem com o mundo e seus elementos.
A realização de tarefas simultâneas é algo comum em nossas atividades
diárias. Porém em alguns indivíduos como idosos podem ser algo difícil em
função de seus mecanismos. As regiões do cerebelo são partes das redes
executivas e desempenham papel na realização motora e de processamentos
cognitivos. Com o processo de envelhecimento esta região pode apresentar
dificuldades para controlar e executar as funções motoras e cognitivas
corretamente. Andar conversando no celular, caminhar abotoando a camisa ou até
mesmo olhar para sinal e atravessas a rua pode representar algo muito difícil e
potencializar acidentes.
A estimulação cognitiva e motora (ECM) surge como uma possibilidade de
melhorar a capacidade funcional, autonomia, equilíbrio, cognição, plasticidade
neuronal e prevenção de quedas. Desenvolver atividades que possam estimular as
atividades cognitivas e motoras deve fazer como parte de uma rotina de
exercícios para os idosos.
A ECM é constituída de atividades que envolvem exercícios de
dupla tarefa ou exercícios com tarefas simultâneas (cognitivas e motoras),
Utilizando os princípios das neurociências, como a neuroplasticidade, que é a
capacidade que o cérebro tem quando recebe estímulos de organização e/ou
reorganização do sistema nervoso frente ao aprendizado, habituação e a lesão. A
Estimulação consiste em uma serie de atividades de treinos das funções cognitivas
associadas às respostas motoras. As atividades são destinadas a melhoria da
funcionalidade e desempenho das atividades de vida diária. São utilizados os
mecanismos de habituação e os princípios da especificidade. As atividades são
especificas e variam de acordo com os objetivos e necessidades de cada idoso
No processo artigo estaremos
abordando as técnicas e exercícios de estimulação cognitiva e motora aplicada a
população idosa.
Anderson
Amaral:
·
Membro
da Associação Brasileira de Alzheimer
(ABRZ/RJ)
·
Professor
do Curso de Cuidador de Idosos na Doença de Alzheimer(ABRAz/RJ) e da UnATI/UERJ
·
Professor
de Estimulação Cognitiva e Motora do Grupo Renascer – Hospital Universitário
Graffrée e Guinle / UNIRIO
·
Professor
de Estimulação Cognitiva e Motora do CMS Dom Hélder Câmara
·
Professor
do Projeto de Estimulação Cognitiva e Motora para Idosos da UFRRJ
·
Responsável
pelo Setor de Estimulação Cognitiva e Motora do Hospital do Andaraí (projeto
Viva Mais)
·
Coordenador
do Setor de Reabilitação Funcional e Neurocognitiva da Fisiofit
Professor da Pós
Graduação da Candido Mendes (AVM)
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