sexta-feira, 10 de julho de 2015

Coluna do dia: Corporeidade: a qualidade de vida por meio de movimentos







É a maneira pela qual o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento relacional com o mundo.

O corpo é movido por intenções provenientes da mente. As intenções manifestam-se através do corpo, que interage com o mundo, que dá uma resposta para o corpo, que informa a mente através de seus órgãos sensoriais, que, analisando as respostas obtidas do ambiente, muda ou reafirma suas intenções, utilizando o corpo para novas manifestações. www.dicionarioinformal.com.br/corporeidade/



          No decorrer da história, o corpo vem sendo alvo de interesse para o homem. O corpo deve ser nosso primeiro fundamento, para poder olhar as expressões, contemplá-lo e sentir desejos. Olhar sensível na busca de uma consciência corporal e entender as necessidades, os limites, os anseios. Sensações de descobertas de consciência e sabedoria. Um diálogo espiritualizado no sentido de vivenciar cada ação para mostrar suas atitudes, seus conhecimentos e comportamentos, enriquecidos pelos aspectos vitais e emocionais. A sensualidade das experiências e vivências nas relações consigo, com o outro, para deixar-se apossar de outros corpos, manifestando e interagindo numa concepção dualista ou mais, demonstra que existe um corpo e que somos um corpo e não apenas o temos. 



          As representações e ações do corpo nos leva a atitudes perante a vida, trazendo sabedoria, compreensão e corporeidade. O corpo é uma existência de dominação e conquista da natureza muitas vezes submissa, desprezada onde leva a intenção de indisciplina, inferindo inquietações. Ele é composto de linguagens, de símbolos, de imagens vivenciando a corporeidade conforme as necessidades, construindo no imaginário diferentes culturas, ideologias e organizações para muitas vezes sobreviver. O corpo é um jardim, onde plantamos, regamos e colhemos para submetê-lo a uma realidade corpórea cheia de inúmeras histórias de muitos sentidos e sensibilidades de reconhecer-se como sujeito da percepção.


Vivenciamos e nos envolvemos, a cada dia, em processos, realidades, fenômenos e circunstâncias rítmicas, a começar pelo nosso corpo, constituído como unidade de ritmos bio-psíquicos e sociais. Somos seres rítmicos, viventes num contexto polirrítmico(...) (TEIXEIRA, 1999: 91)



          A ideologia de um corpo visualiza a inteligência desse corpo em toda sua complexidade, no sentir, no pensar, no agir, no sonhar, no imaginar, no desejar e no seduzir, numa união harmônica que leva a formação da corporeidade aumentando a capacidade sensorial, controlando os afetos e manifestando os sentimentos pela essência do ser no mundo para um (re) pensar como contribuição para o corpo e suas atitudes elaboradas pela autonomia do viver como forma de compreensão desse corpo além da visão dualista que delega a condição de instrumento para uma unidade corpórea como concepção de corpo/mente/alma para gerar conhecimento coexistente entre a sensibilidade e a razão.

        
  O corpo é um campo aberto, gerador de conhecimentos marcado por sentimentos, gestos, sensações e pensamentos. A corporeidade configura uma linguagem sensível para reflexão como espaço de visibilidade humana para um novo olhar sobre o corpo em suas formas, ritmos e gestos. O corpo encontra sua verdade na expressão e na comunicação como ser no mundo capaz de testemunhar sua própria experiência, para compreensão da consciência e da existência do eu. O corpo comprova e explicita suas sensações, às vezes com restrições e conscientes sem ser empecilho de participar de atividades com determinação. Muitas vezes novas experiências levam a confiança de potencialidades corporais, mostrando que a corporeidade  não é nem pode ser sinônimo de inatividade.

       
   A corporeidade, sendo este termo o significado da unificação entre o corpo e a mente. Incentiva novos desafios, participações estruturadas no caráter lúdico e prazeroso da vida. Auxilia e edifica algumas dificuldades. As experiências têm mostrado que, por mais que seja importante repensar e praticar a corporeidade, o fazer corporal se relaciona com as experiências de vida. A ideia de corporeidade está relacionada, em parte, com a capacidade do sujeito se situar no mundo por si próprio, aprender agir através de um conteúdo significativo da sua própria ação, dando possibilidade de constituir um agente autônomo e consciente. Fazer sexo, por exemplo traz a corporeidade como experiências sensório-motoras, constituídas espontaneamente através das emoções, quando se descobre a comunicação entre os corpos e não são esquecidas. O corpo na sexualidade dá significado a corporeidade do sujeito numa relação de prazer, confiança, qualidade e intensidade. 

Pensando na corporeidade conseguimos pensar no sexo de forma criativa, delicada, clara, elegante, tornando-se referência obrigatória para chegar ao prazer e assim pensar no corpo, hoje, amanhã e depois. Precisamos nos surpreender de forma ousada, muitas vezes tratando de angústias por não conseguir alcançar deleites das novas formas de relacionamentos amorosos e assim levar o homem a uma dimensão para se sentir um ser no mundo. Isso precisa ser desenvolvido, cultivado, orientado, estimulado e fortalecido.




Referência Bibliográfica:

TEIXEIRA, Inês Assunção Castro. Cadências escolares, ritmos docentes. Educação e Pesquisa, São Paulo: FEUSP, v. 25, n. 2, jul./dez.1999.

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