É a maneira pela qual o
cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento relacional com o mundo.
O corpo é movido por
intenções provenientes da mente. As intenções manifestam-se através do corpo,
que interage com o mundo, que dá uma resposta para o corpo, que informa a mente
através de seus órgãos sensoriais, que, analisando as respostas obtidas do
ambiente, muda ou reafirma suas intenções, utilizando o corpo para novas
manifestações. www.dicionarioinformal.com.br/corporeidade/
No
decorrer da história, o corpo vem sendo alvo de interesse para o homem. O corpo
deve ser nosso primeiro fundamento, para poder olhar as expressões,
contemplá-lo e sentir desejos. Olhar sensível na busca de uma consciência
corporal e entender as necessidades, os limites, os anseios. Sensações de
descobertas de consciência e sabedoria. Um diálogo espiritualizado no sentido
de vivenciar cada ação para mostrar suas atitudes, seus conhecimentos e
comportamentos, enriquecidos pelos aspectos vitais e emocionais. A sensualidade
das experiências e vivências nas relações consigo, com o outro, para deixar-se
apossar de outros corpos, manifestando e interagindo numa concepção dualista ou
mais, demonstra que existe um corpo e que somos um corpo e não apenas o temos.
As
representações e ações do corpo nos leva a atitudes perante a vida, trazendo
sabedoria, compreensão e corporeidade. O corpo é uma existência de dominação e
conquista da natureza muitas vezes submissa, desprezada onde leva a intenção de
indisciplina, inferindo inquietações. Ele é composto de linguagens, de
símbolos, de imagens vivenciando a corporeidade conforme as necessidades,
construindo no imaginário diferentes culturas, ideologias e organizações para
muitas vezes sobreviver. O corpo é um jardim, onde plantamos, regamos e
colhemos para submetê-lo a uma realidade corpórea cheia de inúmeras histórias
de muitos sentidos e sensibilidades de reconhecer-se como sujeito da percepção.
Vivenciamos
e nos envolvemos, a cada dia, em processos, realidades, fenômenos e
circunstâncias rítmicas, a começar pelo nosso corpo, constituído como unidade
de ritmos bio-psíquicos e sociais. Somos seres rítmicos, viventes num contexto
polirrítmico(...) (TEIXEIRA, 1999: 91)
A
ideologia de um corpo visualiza a inteligência desse corpo em toda sua
complexidade, no sentir, no pensar, no agir, no sonhar, no imaginar, no desejar
e no seduzir, numa união harmônica que leva a formação da corporeidade
aumentando a capacidade sensorial, controlando os afetos e manifestando os
sentimentos pela essência do ser no mundo para um (re) pensar como contribuição
para o corpo e suas atitudes elaboradas pela autonomia do viver como forma de compreensão
desse corpo além da visão dualista que delega a condição de instrumento para
uma unidade corpórea como concepção de corpo/mente/alma para gerar conhecimento
coexistente entre a sensibilidade e a razão.
O
corpo é um campo aberto, gerador de conhecimentos marcado por sentimentos, gestos,
sensações e pensamentos. A corporeidade configura uma linguagem sensível para
reflexão como espaço de visibilidade humana para um novo olhar sobre o corpo em
suas formas, ritmos e gestos. O corpo encontra sua verdade na expressão e na
comunicação como ser no mundo capaz
de testemunhar sua própria experiência, para compreensão da
consciência e da existência do eu. O corpo comprova e explicita suas sensações,
às vezes com restrições e conscientes sem ser empecilho de participar de
atividades com determinação. Muitas vezes novas experiências levam a confiança
de potencialidades corporais, mostrando que a corporeidade não é nem pode ser sinônimo de inatividade.
A corporeidade,
sendo este termo o significado da unificação entre o corpo e a mente. Incentiva
novos desafios, participações estruturadas no caráter lúdico e prazeroso da vida.
Auxilia e edifica algumas dificuldades. As experiências
têm
mostrado que, por mais que seja importante repensar e praticar a corporeidade, o fazer corporal se relaciona com as experiências de
vida. A ideia de corporeidade está relacionada, em parte, com a capacidade do
sujeito se situar no mundo por si próprio, aprender agir através de um conteúdo
significativo da sua própria ação, dando possibilidade de constituir um agente
autônomo e consciente. Fazer sexo, por exemplo traz a corporeidade como experiências
sensório-motoras, constituídas espontaneamente através das emoções, quando se
descobre a comunicação entre os corpos e não são esquecidas. O corpo na
sexualidade dá significado a corporeidade do sujeito numa relação de prazer,
confiança, qualidade e intensidade.
Pensando na corporeidade conseguimos pensar
no sexo de forma criativa, delicada, clara, elegante, tornando-se referência
obrigatória para chegar ao prazer e assim pensar no corpo, hoje, amanhã e
depois. Precisamos nos surpreender de forma ousada, muitas vezes tratando de
angústias por não conseguir alcançar deleites das novas formas de
relacionamentos amorosos e assim levar o homem a uma dimensão para se sentir um
ser no mundo. Isso precisa ser desenvolvido, cultivado, orientado, estimulado e
fortalecido.
Referência
Bibliográfica:
TEIXEIRA, Inês Assunção Castro. Cadências escolares,
ritmos docentes. Educação e Pesquisa, São Paulo: FEUSP, v. 25, n. 2,
jul./dez.1999.
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