Milson Veloso/Hoje em Dia
Fiação elétrica exposta e piso destruído são apenas alguns dos problemas encontrados no imóvel
O objetivo era ajudar as pessoas com deficiência em Minas Gerais. Porém, a falta de cuidado
com o imóvel onde funcionava a Associação Mineira de Paraplégicos, na
avenida do Contorno, bairro Santa Efigência, região Leste, e o fim da
instituição, há cerca de dez anos, tem levado dúvida e receio para
aproximadamente mil ex-associados. Uma decisão da Prefeitura de Belo
Horizonte (PBH), publicada no Diário Oficial do Município (DOM) desta
quinta-feira (7), pode acabar com o espaço, usado desde 1986 pelo grupo.
Deteriorado, com problemas na fiação elétrica, infiltração e sem abastecimento de água, o prédio voltará para o comando da PBH. Segundo o decreto divulgado pela prefeitura, a medida foi tomada porque a associação teria descumprido o termo firmado em 1986, quando a entidade obteve a permissão para uso do local.
Deteriorado, com problemas na fiação elétrica, infiltração e sem abastecimento de água, o prédio voltará para o comando da PBH. Segundo o decreto divulgado pela prefeitura, a medida foi tomada porque a associação teria descumprido o termo firmado em 1986, quando a entidade obteve a permissão para uso do local.
Apesar de a organização
ter acabado, alguns ex-associados continuam usando a quadra para
praticar esportes e fazer reuniões. O treinador de basquete do Clube
dos Paraplégicos de Belo Horizonte, um dos grupos que ainda aproveitam
da área, Elizeu Ferreira, de 46 anos, alega que, caso a prefeitura
realmente tome o espaço, eles ficarão sem um recinto para treinar. "A
gente nunca teve ajuda de ninguém e não há um fundo de recursos. Se
perdermos esse imóvel, a equipe vai acabar", reclama.
Entidade quer usar espaço
Com o passar dos anos, a falta de administração do imóvel onde funcionava a Associação Mineira de Paraplégicos acabou condenando o espaço a destruição. Cadeiras quebradas, piso deteriorado, falta de ventilação e outros problemas podem ser percebidos logo na entrada.
Cadeiras quebradas estão amontoadas ao lado da quadra poliesportiva
(Foto: Milson Veloso/Hoje em Dia)
Na tentativa de manter o local e recuperar seu objetivo inicial, de
ajudar os deficientes mineiros, outra organização tem tentado junto à
PBH a gestão do local. Segundo a presidente da Associação Crescendo com Amor (ACA), Izabela de Melo, vários contatos foram feitos com a prefeitura, mas sem nenhuma resposta objetiva.
"O espaço está abandonado, sem gestão, mas os deficientes continuam frequentando, pois precisam do prédio", comenta Izabela. "A gente dá assistência, mas não pode ocupar a área, mesmo querendo utilizá-la, pois ela pertence à outra associação", acrescenta.
A presidente da ACA diz que hoje a instituição precisa fazer reuniões na casa dos diretores por não ter uma sede. "Se o contrato for transferido, vamos procurar patrocínio para implantar um centro de treinamento para os paratletas aqui, além de tentar parcerias com os setores público e privado para fazer a reforma completa", explica a representante.
Parlamentar lamenta situação
"É uma pena que o espaço seja perdido, principalmente porque os deficientes precisam das organizações para pressionar o governo por políticas públicas para eles". A afirmação é da deputada Liza Prado (PSB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Liza assumiu a comissão nesta semana e disse que, por enquanto, nenhum representante das associações procurou o grupo de parlamentares para obter ajuda nas negociações com a PBH.
De acordo com a deputada, a administração municipal está apenas cumprindo o seu papel, pois também é responsável pelo bem público. Porém, o melhor seria manter a utilidade do imóvel, beneficiando as pessoas com necessidades especiais. "Você não pode deixar o espaço ocioso e, ao mesmo tempo, precisa cuidar para que ele não seja destruído", complementa.
"O espaço está abandonado, sem gestão, mas os deficientes continuam frequentando, pois precisam do prédio", comenta Izabela. "A gente dá assistência, mas não pode ocupar a área, mesmo querendo utilizá-la, pois ela pertence à outra associação", acrescenta.
A presidente da ACA diz que hoje a instituição precisa fazer reuniões na casa dos diretores por não ter uma sede. "Se o contrato for transferido, vamos procurar patrocínio para implantar um centro de treinamento para os paratletas aqui, além de tentar parcerias com os setores público e privado para fazer a reforma completa", explica a representante.
Parlamentar lamenta situação
"É uma pena que o espaço seja perdido, principalmente porque os deficientes precisam das organizações para pressionar o governo por políticas públicas para eles". A afirmação é da deputada Liza Prado (PSB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Liza assumiu a comissão nesta semana e disse que, por enquanto, nenhum representante das associações procurou o grupo de parlamentares para obter ajuda nas negociações com a PBH.
De acordo com a deputada, a administração municipal está apenas cumprindo o seu papel, pois também é responsável pelo bem público. Porém, o melhor seria manter a utilidade do imóvel, beneficiando as pessoas com necessidades especiais. "Você não pode deixar o espaço ocioso e, ao mesmo tempo, precisa cuidar para que ele não seja destruído", complementa.
PBH explica pouco
Procurada pela reportagem do Portal Hoje em Dia, a Prefeitura de Belo Horizonte se limitou a informar, por meio da assessoria de imprensa, que a decisão de revogar o decreto anterior, tirando a permissão de uso do imóvel, aconteceu porque a associação não utilizava o espaço adequadamente.
Procurada pela reportagem do Portal Hoje em Dia, a Prefeitura de Belo Horizonte se limitou a informar, por meio da assessoria de imprensa, que a decisão de revogar o decreto anterior, tirando a permissão de uso do imóvel, aconteceu porque a associação não utilizava o espaço adequadamente.
Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Belo Horizonte
esclareceu que a Associação Crescendo com Amor foi indicada pelo
vereador Leonardo Mattos para suceder a Associação Mineira de
Paraplégicos na gestão do imóvel, tendo em vista que a última já não
possui condições de fazê-lo, em virtude de problemas administrativos e
financeiros diversos.
Sobre o projeto para o prédio, a PBH informa que haverá uma reforma no Restaurante Popular que fica em frente à Santa Casa. Nesse período, as atividades serão transferidas para o prédio onde funcionava a Associação Mineira de Paraplégicos, que passará por intervenções.
Após a conclusão da reforma do Restaurante Popular, a antiga sede da Associação Mineira dos Paraplégicos deverá voltar a ser destinado a atividades de assistência social voltadas às pessoas com deficiência, possivelmente sob a gestão da Associação Crescendo com Amor.
Ainda segundo a nota, a assessoria informou que a Prefeitura está levantando as eventuais pendências que recaiam sobre o imóvel, para avaliar a responsabilidade jurídica em relação às mesmas.
Sobre o projeto para o prédio, a PBH informa que haverá uma reforma no Restaurante Popular que fica em frente à Santa Casa. Nesse período, as atividades serão transferidas para o prédio onde funcionava a Associação Mineira de Paraplégicos, que passará por intervenções.
Após a conclusão da reforma do Restaurante Popular, a antiga sede da Associação Mineira dos Paraplégicos deverá voltar a ser destinado a atividades de assistência social voltadas às pessoas com deficiência, possivelmente sob a gestão da Associação Crescendo com Amor.
Ainda segundo a nota, a assessoria informou que a Prefeitura está levantando as eventuais pendências que recaiam sobre o imóvel, para avaliar a responsabilidade jurídica em relação às mesmas.
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