quarta-feira, 27 de março de 2013

Carga genética do autismo pode ser acumulada através das gerações



Autismo dos netos pode ser determinado por genes dos avós
Foto: Divulgação / Duo Comunicação e Marketing

Autismo dos netos pode ser determinado por genes dos avós  
Divulgação / Duo Comunicação e Marketing

LONDRES - Homens que são pais com mais de 50 anos aumentam os riscos de ter netos autistas. A conclusão é de um estudo do Instituto de Psiquiatria do King´s College de Londres, do Instituto Karolinska, na Suécia e do Instituto do Cérebro Queensland, na Austrália, que pela primeira vez mostra que os fatores de risco do autismo podem se acumular ao longo de gerações.

O estudo foi publicado na revista “JAMA Psychiatry” e usou registros nacionais para identificar 5.936 indivíduos com autismo e 30.923 saudáveis controles nascidos na Suécia desde 1932, com dados completos sobre os avós paternos e maternos, com idade na época da reprodução e detalhes de diagnóstico psiquiátrico.

Os pesquisadores descobriram que os riscos de autismo nos netos aumentava quanto maior a idade dos avós quando se tornaram pais. Homens que tiveram filhas aos 50 anos ou mais aumentavam os riscos de netos autistas em 1,79 vezes em relação aos que tiveram filhos entre 20 e 24 anos. Homens que tiveram filhos com 50 anos ou mais aumentavam esse mesmo risco em 1,67 vezes.

- Nós tendemos a pensar no aqui e agora quando falamos dos efeitos do ambiente no nosso genoma, mas pela primeira vez na psiquiatria mostramos que o estilo de vida de nossos avós pode nos afetar. É uma descoberta importante para entender a maneira complexa como o autismo se desenvolve - acredita o pesquisador Avi Reichenberg, do King's College e coautor do estudo.

- Já sabíamos que pais mais velhos eram um fator de risco para o autismo, mas o estudo vai além disso e sugere que os riscos para a condição podem ser acumulados por gerações - diz Emma Frans, a líder do estudo pelo Instituto Karolinska.

As causas do autismo são uma combinação de fatores genéticos e ambientais. O mecanismo por trás disso é desconhecido, mas pode ser explicado por mutações que ocorrem nas células do esperma, que se dividem ao longo do tempo e cada divisão é encarada como a possibilidade de uma nova mutação.

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