Aprender com o corpo, gerar afeto provê elementos
para colocar o corpo em ação numa utilização consciente do ritmo. O ritmo por
meio do movimento acerca das relações favorece o ensino e a expressão corporal,
o que leva ao surgimento de várias abordagens por meio do movimento. Toda
experiência leva a expressões através do movimento do corpo numa musicalidade,
onde pouco a pouco, configura-se como prática de exercício de engajamento do
corpo, mente e espírito em busca de todas as capacidades para atuar e
desenvolver os aspectos cognitivos, afetivos e motores que se tornam presentes
nas experiências. Essa abordagem realiza-se por meio do exercício corporal em
todas as instâncias, das vivências, pela percepção cinestésica, numa vivência
consciente entre o agir e o realizar ou experimentar, o que vai levar o sujeito
ativo em relação às coisas, ao mundo.
Os aspectos da cognição, afetividade
e motricidade promovem aumento da atenção, capacidade primordial para começar
aprender. Favorece e contribui para a construção de um conhecimento
corporificado possibilitando a expressividade de cada sujeito criador. Esses
aspectos levam a vinculação intrínseca ao corpo, por meio das emoções, da cognição
e dos movimentos, criando organizações perceptivas e fazendo do movimento um meio ideal para aprender por intermédio do
movimento corporal e assim valorizando a
aprendizagem e apontando a possibilidade de se aprender de modo corporificado.
A aprendizagem gera conhecimento corporificado que se fundamenta nas interações
entre corpo, mente e ambiente, da experiência corporal, das capacidades
sensório-motoras e das interações sócio-culturais que cada sujeito é levado a
experimentar em atuações que serão muito importantes
na formação dos conceitos de si mesmos.
As
emoções, os sentimentos, a imaginação, são capazes de oferecer ao sujeito, o
raciocínio e à atenção, mostrando que o conhecimento está atrelado à cognição. Uma
cisão entre à emoção e o corpo, a ciência, à razão e à mente. O afeto corporal
faz o sujeito imaginar, apreciar, emocionar-se e sentir. Funções que levam à
apreciação do belo, à construção de conhecimento e as funções cognitivas, como
atenção, memória, raciocínio, preconizando um paralelismo entre o corpo e a
mente. Este paralelismo conduz a uma compreensão adequada entre o pensar a
realidade, ideias, a mente e o corpo, supondo uma integração dos estados
corporais e mentais que tange aos afetos. Afetos que sustentam pontos básicos de naturalização
e racionalização do dualismo mente/ corpo, corpo/alma inerentes ao ser humano e
que tem poder sobre as ações. Corpo e alma sustentados por Descartes como
causas da paixão, paixão que para ele é ativada através dos movimentos. Paixões
e afetos, uma proximidade que concebe corpo e mente que atribui uma relação de
ideias claras e distintas numa construção da identidade e autonomia
referendados ao progresso do conhecimento e das
práticas de humanização que dignificam e levam
a auto-imagem como a definição da própria identidade, no conhecimento e na
valorização de si mesma.
O
corpo é perceptível e a percepção do corpo pela mente mostra a evolução do
pensamento nas principais ações que tangem aos afetos, frutos de uma
causalidade. A casualidade sem necessariamente procurar, já que o afeto
constitui uma realização. Quando o corpo está no afeto é capaz de dialogar com
pensamentos inovadores, transmutando a forma de enxergar o corpo e aquele que o
habita. Sabemos que a essência de toda a ciência é
compreender bem o seu objeto, demonstrando a subjetividade que o envolve, que
pode ser um elemento paradigmático sobre a saúde humana, construído
socialmente, perpassando ainda pelos aspectos culturais, econômicos e políticos,
que levam a uma forma de conhecer os objetos e seus fenômenos, interligando
modelos construídos pelo afeto, intervindo no equilíbrio físico, no psíquico,
no social, no espiritual e que tomam por base o interesse pela união entre
efetividade e afetividade. O corpo no afeto permite experiências em situações
que vão permitir ganhar confiança nas próprias capacidades e que sejam vistas
como pessoas com possibilidades que possam explorar novas situações endereçadas
a um contexto comunicativo, afetuoso e respeitoso.
Em função disso, notamos dentre outros motivos, a importância das
relações sociais na construção da noção do eu e do outro, levando a refletir
diferentes dimensões do ser na relação com as etapas necessárias do
desenvolvimento. O corpo no afeto compõe o cotidiano das relações que
estabelecem princípios e valores que promovem a reciprocidade entre os sujeitos
e a construção da autonomia, denotando o ponto de partida para o progresso
moral, intelectual e afetivo e que permite aumentar e muitas vezes atingir a
inteligência e coerência. É interessante que todos estejam preparados para conseguir valorizar os
elementos subjetivos dos sujeitos, abordar vários fatores concernentes à
afetividade e romper muitas vezes com o enfoque tecnicista para ensinar e
aprender. O corpo é definido em geral por suas relações de
forças, forças em relações com outras forças que se destacam para mostrar o
sujeito como ser do mundo.
O
afeto corporal numa união de expressão dá sentido no entremeio das coisas
destacando a existência humana acompanhada da consciência e de atos explícitos
de pensamento, fazendo o corpo ocupar um lugar e aprender para ver, sentir e
fazer.
Beijos e até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário