segunda-feira, 12 de março de 2012

Cadeirantes sofrem com descaso e despreparo em transportes coletivos

No Rio de Janeiro, os flagrantes do desrespeito com quem usa cadeira de rodas e precisa do transporte coletivo.
Robson de Paula bem que tenta, mas não consegue pegar um ônibus. O primeiro não tem o elevador apropriado; o segundo tem o equipamento, mas não tem a chave que aciona a rampa.

RJ: Cadeirantes sofrem com descaso e despreparo em transportes coletivos

O motorista manda Robson ligar para a empresa: “Você têm que resolver lá, porque a chave daí fica trancada”, avisa.

“Tem que resolver com a empresa? E eu perco o horário do trabalho?”, questiona Robson.

Em uma nova tentativa, tem elevador, tem chave, mas quem disse que o motorista consegue operar a máquina?

A Federação dos Transportes diz que todos recebem uma aula como treinamento.

E a rampa trava! “Tem que arriar a pranchinha, que é um trava-rodas, e ele não está sabendo operar, por isso que está demorando. Os passageiros ficam indignados”, conta Robson.

E lá se vão cinco minutos que irritam todo mundo! O ônibus não tem mais como seguir em frente e muitos passageiros deixam o coletivo reclamando.

Em outro ônibus, o motorista não consegue alinhar a rampa com a calçada. E os problemas não param por aí.

Em frente ao Museu da República, um ponto turístico e histórico importante do Rio de Janeiro, a rampa de acesso ao metrô para cadeirantes foi construída dentro dos padrões: a inclinação é perfeita e o corrimão é de aço inoxidável. Ao chegar no elevador, o cadeirante aperta o botão, que está em altura adequada e aguarda. O problema é que ele vai aguardar por muito tempo até descobrir que o elevador não funciona.

São quase 4,5 milhões de pessoas com deficiência motora severa no país e ainda falta o mais importante: o respeito.

“O deficiente ainda não é entendido como alguém que seja cidadão e que tenha direito à cidadania. Ele ainda é entendido como alguém que dá problema em ponto de ônibus, que vai fazer com que a gente lute por diversas questões”, diz Teresa Costa D´Amaral, superintendente do IBDD.

A empresa Metrô-Rio informou que a obra do elevador da estação mostrada na reportagem começou em março e está parada porque o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) exigiu uma licença.

A Fetranspor informou que vai reforçar o treinamento dos motoristas e que vai fixar adesivos com instruções nos equipamentos.


Fonte: Jornal Nacional

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