GLASGOW (ESCÓCIA) - Cientistas ingleses encontraram a combinação de
problemas de saúde mental que pode resultar em crimes violentos
cometidos por serial killers. Os resultados constam de um estudo
realizado pela Universidade de Glasgow, na Escócia -considerado o
primeiro trabalho a identificar a complexa relação entre problemas de
desenvolvimento neurológico e fatores psicossociais.
A pesquisa
apurou que 28% dos assassinos avaliados sofriam de Desordens do Espectro
Autista (DEA) e outros 21% foram vítimas de algum ferimento definitivo
(ou suspeito) no crânio. Desses grupos, 55% tinham experimentado eventos
traumáticos que causaram estresse psicológico.
Clare
Allely, pesquisador chefe do Instituto de Saúde e Bem-Estar de Glasgow
explicou em entrevista ao jornal britânico “The Independent” que é
crucial notar que o trabalho não está tentando sugerir que pessoas com
DEA ou traumatismo craniano são mais propensas a se tornarem assassinos.
-
Pelo contrário, nós estamos apontando que pode haver um subgrupo de
indivíduos pertencentes a esses grupos que pode ser mais propenso a
cometer crimes graves quando expostos a certos traumas psicossociais -
avaliou.
Os resultados do trabalho foram divulgados na publicação
“Journal of Violent and Aggressive Behaviour”. Eles mostram uma relação
entre transtornos de neurodesenvolvimento, como ASD ou trauma na cabeça,
e distúrbios psicossociais, como a exposição ao abuso físico ou sexual
durante a infância.
Allely disse, entretanto, que a pesquisa é
“muito incipiente” e que novas pesquisas são necessárias para entender
os mecanismos que justificam formas extremas de violência.
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