Nos últimos dias tenho estudado sobre o Método Tomatis. Achei um resumo que explica esse método novo de tratamento de autismo (e não só autismo) e como pode de fato ajudar crianças com deficiência de aprendizado ou qualquer transtorno de desenvolvimento.
1) Introdução
Antes de entrar na explicação de como funciona o tratamento, é importante conhecer alguns fundamentos sobre os quais a tecnologia foi desenvolvida no passado.
Um médico francês especialista em otorrinolaringologia, chamado Dr. Alfred Tomatis (1919-2001), foi o pioneiro a desenvolver técnicas auditivas que são usadas em todo mundo hoje para ajudar aqueles com dificuldades de desenvolvimento.
Muitas das técnicas foram primeiramente criadas para ajudar pacientes que eram músicos e cantores com problemas vocais. Com o tempo, ao usar essas técnicas nos filhos dos seus pacientes músicos, Dr. Tomatis observou também avanços nas suas performances escolares, incluindo memória, foco e atenção, assim como postura, coordenação motora e equilíbrio, tornando-se assim o primeiro pesquisador a descobrir (por acidente!) a importância dos sons de alta frequência para promover atenção, alerta e criatividade.
AS LEIS TOMATIS
Primeira Lei: Ao examinar pacientes que sofriam de surdez decorrente de atividades profissionais por longa exposição a máquinas barulhentas ou outros motivos similares, ele observou que o efeito traumático nos ouvidos eram sempre acompanhados de alguma deficiência vocal. Teorizou que a audição defeituosa pudesse ser exatamente a causa da mudança na voz. Através de cuidadosa análise de audiogramas e de espectro sonoro (ondas da voz daqueles pacientes), ele conseguiu provar que aquelas frequências que não eram mais emitidas pelas cordas vocais (por isso a alteração na voz) eram exatamente as mesmas frequências que o ouvido defeituoso do paciente já não conseguia mais captar. Isso levou à primeira lei, que é simplesmente traduzida assim:
1ª Lei Tomatis: A voz só contém o que o ouvido pode ouvir.
Segunda Lei: Usando um ouvido eletrônico, Dr. Tomatis trabalhou para restaurar as frequências que estavam deficientes ou ausentes. Ao conseguir fazê-lo, o paciente conseguiu emití-las novamente. A segunda lei então é expressada assim:
2ª Lei Tomatis: Se for trazida à audição danificada a recuperação das frequências perdidas ou comprometidas, estas serão instantaneamente e inconscientemente restauradas na emissão vocal.
Terceira Lei: Esta lei enfatiza o efeito de longo prazo na voz quando as frequências auditivas são restauradas ao normal. A terceira lei é assim expressa:
3ª Lei Tomatis: Estímulo auditivo suficiente irá provocar uma melhora duradoura na habilidade de ouvir e consequentemente reproduzir o som.
Com essa base, e 45 anos de estudo e uma vida dedicada a isso, as principais idéias que servem para aplicação de sua teoria são:
a) O ouvido é o tradutor que converte as propriedades físicas do som e vibração em propriedades elétricas, sendo portanto uma “bateria” para o cérebro que recarrega o córtex com energia, particularmente em altas frequências;
b) Altas frequências têm propriedades revigorantes e energizantes no sistema nervoso;
c) Ouvir e escutar são ações distintas. A primeira é automática, passiva. Escutar requer motivação, desejo, intenção.
E chegamos à principal conclusão do estudo, a divisão das três zonas de audição e suas ações no sistema nervoso, de acordo com a frequência sonora:
TABELA I
ZONA | Frequência Sonora | Estímulo ao Indivíduo |
Zona 1 | 0 a 750 Hz | Estimula habilidades motoras, tonus muscular e noção do próprio corpo (Integração Sensorial) |
Zona 2 | 500/750 a 4.000 Hz | Estimula fala e Linguagem (ouvir e entender e se expressar e ser compreendido) |
Zona 3 | Acima de 4.000 Hz | Energia, intuição, idéias, ideais, espiritualidade, criatividade e coesão auditiva. |
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