segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Jovem com síndrome de down é cantor na Sapucaí: ‘Minha vida é o Carnaval’

Por Rafael Arantes

A maior festa popular é responsável por histórias de todos os tipos, de dores a amores, pelos quatro cantos do país. Na Unidos da Tijuca, recheia o repertório de casos interessantes da tetracampeã do Carnaval um que envolve um personagem e tanto. É a história de Daniel Manfredini, um dos intérpretes da Tijuquinha do Borel (escola mirim da Tijuca), que tem no samba uma de suas maiores paixões e é a prova de que ser especial é muito mais que normal.

O sambista de 24 anos é portador de Síndrome de Down, mas nem por isso deixa de aproveitar e cumprir suas metas no chamado “Maior Espetáculo da Terra”. Filho do compositor Josemar Manfredini, Dandan, como é carinhosamente conhecido entre os amigos, mostra que não existem barreiras no mundo do samba.

Jovem Daniel é um dos cantores da escola mirim Tijuquinha do Borel | Foto: Arquivo Pessoal
Jovem Daniel é um dos cantores da escola mirim 
Tijuquinha do Borel | Foto: Arquivo Pessoal

– Minha vida é o Carnaval! Sou fã de todos os intérpretes, conheço o grito de guerra de cada um deles. Acompanho os sambas e tudo referente ao carnaval. Não passo um final de semana sem ir à quadra da Tijuca. Ali, fiz muitos amigos, somos uma família. Meu pai me incentiva muito, tenho que agradecê-lo por ter me apresentado o mundo do samba – diz.

Estreia foi na Caprichosos de Pilares
No carro de som da Tijuquinha do Borel a convite de Helcio Paim, atual integrante da comissão de carnavalescos da Tijuca, Daniel é figura certa também nas disputas de samba da escola. Companheiro fiel do pai compositor, até mesmo na gravação do samba concorrente o garoto solta a voz.

O amor pelo samba, por sua vez, não começou na agremiação que mais frequenta atualmente. Daniel teve sua primeira aventura no Carnaval em 2006, com a Caprichosos de Pilares. Em sua estreia na folia, o pequeno sambista já aprontou com o seu maior incentivador. Bastou um piscar de olhos para que o pai perdesse Dandan de vista na lotada quadra da azul e branco.
– Fiquei desesperado, procurei o menino por toda parte. Até que bateram no meu ombro e me disseram que ele estava na bateria tocando tamborim – conta o pai, que na ocasião foi alertado pelo lendário mestre Louro, então comandante da bateria da Caprichosos.

Compositor Josemar Manfredini é o maior incentivador do filho Daniel no Carnaval | Foto: Arquivo Pessoal
Compositor Josemar Manfredini é o maior incentivador 
do filho Daniel no Carnaval | Foto: Arquivo Pessoal

Sonho é ganhar samba na Unidos da Tijuca
Na Tijuca, Daniel já viu o pai conquistar a disputa de samba em duas oportunidades. Mesmo já emplacando a obra da escola nos carnavais de 2012 e 2015, o cantor da Tijuquinha ainda espera ver o progenitor repetir o feito na primeira vez que venceu o concurso tijucano: ver a escola ser campeã com um samba de sua autoria.

– Estar na Tijuquinha do Borel e cantar na Sapucaí já é parte de um sonho realizado. Mas, atualmente, o meu sonho é ganhar a disputa do samba da Unidos Tijuca e ser o campeão do Carnaval, quem sabe logo em 2017 – completou.

Fonte: http://sambarazzo.com.br/e-ai-noticias/tira-onda-jovem-com-sindrome-de-down-e-cantor-na-sapucai-minha-vida-e-o-carnaval/

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