Por Rafael Arantes
A maior festa popular é responsável por histórias de todos os tipos,
de dores a amores, pelos quatro cantos do país. Na Unidos da Tijuca,
recheia o repertório de casos interessantes da tetracampeã do Carnaval
um que envolve um personagem e tanto. É a história de Daniel
Manfredini, um dos intérpretes da Tijuquinha do Borel (escola mirim da
Tijuca), que tem no samba uma de suas maiores paixões e é a prova de que
ser especial é muito mais que normal.
O sambista de 24 anos é portador de Síndrome de Down, mas nem por
isso deixa de aproveitar e cumprir suas metas no chamado “Maior
Espetáculo da Terra”. Filho do compositor Josemar Manfredini, Dandan,
como é carinhosamente conhecido entre os amigos, mostra que não existem
barreiras no mundo do samba.
– Minha vida é o Carnaval! Sou fã de todos os intérpretes, conheço o
grito de guerra de cada um deles. Acompanho os sambas e tudo referente
ao carnaval. Não passo um final de semana sem ir à quadra da Tijuca.
Ali, fiz muitos amigos, somos uma família. Meu pai me incentiva muito,
tenho que agradecê-lo por ter me apresentado o mundo do samba – diz.
Estreia foi na Caprichosos de Pilares
No carro de som da Tijuquinha do Borel a convite de Helcio Paim,
atual integrante da comissão de carnavalescos da Tijuca, Daniel é figura
certa também nas disputas de samba da escola. Companheiro fiel do pai
compositor, até mesmo na gravação do samba concorrente o garoto solta a
voz.
O amor pelo samba, por sua vez, não começou na agremiação que mais
frequenta atualmente. Daniel teve sua primeira aventura no Carnaval em
2006, com a Caprichosos de Pilares. Em sua estreia na folia, o pequeno
sambista já aprontou com o seu maior incentivador. Bastou um piscar de
olhos para que o pai perdesse Dandan de vista na lotada quadra da azul e
branco.
– Fiquei desesperado, procurei o menino por toda parte. Até que
bateram no meu ombro e me disseram que ele estava na bateria tocando
tamborim – conta o pai, que na ocasião foi alertado pelo lendário mestre
Louro, então comandante da bateria da Caprichosos.
Sonho é ganhar samba na Unidos da Tijuca
Na Tijuca, Daniel já viu o pai conquistar a disputa de samba em duas
oportunidades. Mesmo já emplacando a obra da escola nos carnavais de
2012 e 2015, o cantor da Tijuquinha ainda espera ver o progenitor
repetir o feito na primeira vez que venceu o concurso tijucano: ver a
escola ser campeã com um samba de sua autoria.
– Estar na Tijuquinha do Borel e cantar na Sapucaí já é parte de um
sonho realizado. Mas, atualmente, o meu sonho é ganhar a disputa do
samba da Unidos Tijuca e ser o campeão do Carnaval, quem sabe logo em
2017 – completou.
Fonte: http://sambarazzo.com.br/e-ai-noticias/tira-onda-jovem-com-sindrome-de-down-e-cantor-na-sapucai-minha-vida-e-o-carnaval/
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