Renata MousinhoI; Evelin SchmidII; Fernanda MesquitaIII; Juliana PereiraIV; Luciana MendesV; Renata ShollVI; Vanessa NóbregaVII
IMestre e Doutora em Linguística UFRJ. Especialista em Educação Especial Inclusiva, UGF. Professora da UFRJ
IIMestre em Linguística PUC-RJ. Especialista em Educação Especial Inclusiva, UGF. Fonoaudióloga Lexus
IIIMestranda em Psicologia UFRJ. Especialista em Educação Especial Inclusiva, UGF. Fonoaudióloga Lexus
IVMestre em Linguística da UFRJ. Especialista em Educação Especial Inclusiva, UGF. Fonoaudióloga AE e Lexus
VMestre em Linguística UFRJ. Especialista em Educação Especial Inclusiva, UGF. Fonoaudióloga UFRRJ e Lexus
VIMestre em Linguística UFRJ. Fonoaudióloga Secretaria Municipal de Saúde -RJ e Lexus
VIIMestre em Linguística UFRJ. Especialista em Educação Especial Inclusiva, UGF. Fonoaudióloga Lexus
IIMestre em Linguística PUC-RJ. Especialista em Educação Especial Inclusiva, UGF. Fonoaudióloga Lexus
IIIMestranda em Psicologia UFRJ. Especialista em Educação Especial Inclusiva, UGF. Fonoaudióloga Lexus
IVMestre em Linguística da UFRJ. Especialista em Educação Especial Inclusiva, UGF. Fonoaudióloga AE e Lexus
VMestre em Linguística UFRJ. Especialista em Educação Especial Inclusiva, UGF. Fonoaudióloga UFRRJ e Lexus
VIMestre em Linguística UFRJ. Fonoaudióloga Secretaria Municipal de Saúde -RJ e Lexus
VIIMestre em Linguística UFRJ. Especialista em Educação Especial Inclusiva, UGF. Fonoaudióloga Lexus
INTRODUÇÃO
Diversos
documentos foram gerados ao longo dos anos por organizações
internacionais na tentativa de garantir o direito universal à
educação, como também orientar o processo de inclusão, tais como:
Declaração de Cuenca, em 1981; Declaração de Sunderberger, em 1981;
Declaração Mundial sobre Educação para Todos - UNESCO, em 1990;
aprovada pela Conferência Mundial sobre Educação para Todos -
Tailândia, em 1990; Informe Final do Seminário da Unesco de Caracas,
em 1992; Declaração de Santiago, em 1993; Normas Uniformes para
Pessoas com Incapacidades, aprovadas em Assembleia Geral das Nações
Unidas, em 1993; Declaração de Salamanca, de Princípios, Política e
Prática em Educação Especial - Unesco, em 1994; Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência - ONU, em 2006. Vale destacar
que os documentos da Unesco em 1990 e em 1994 são considerados
internacionalmente momentos históricos a favor da Educação Inclusiva1.
O
panorama no Brasil também não é diferente historicamente, onde leis e
documentos foram criados na intenção de garantir o sucesso da
inclusão. Assim, a Constituição da República Federativa do Brasil
de 1998 garante a oferta do atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino. A constituição, art. 208, inciso III, o Plano Decenal de
Educação para todos, 1993 - 2003, e os Parâmetros Curriculares
Nacionais de 1999 são exemplos de documentos que defendem e asseguram
o direito de todos à educação. A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 define, no
capítulo V, que a educação para alunos com deficiência deve ser
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, assegurando
aos mesmos currículo, técnicas, recursos educativos específicos para
atender às suas necessidades, métodos dentre outros recursos e
adaptações2,3.
Diante
da filosofia de inclusão como um movimento mundial, impulsionada
sobretudo pela Convenção de Salamanca, as escolas de todo o mundo
tiveram que dar conta de incluir crianças que precisavam de ajuda em
classes já existentes, muitas vezes com grande número de alunos e
professores, cuja formação não havia se preocupado com esses
aspectos. Neste momento, a opção para muitos foi colocar um
profissional especializado na sala de aula, a fim de acompanhar uma
criança ou adolescente em parceria com o professor de classe. Com o
crescimento e propagação da ideia do mediador escolar, despontou a
necessidade de se estudar mais a fundo o assunto, apesar do pouco
material teórico disponível sobre o tema.
A
variação na nomenclatura também dificulta pesquisas mais amplas. Em
inglês, por exemplo, pode-se encontrar com o nome de Teacher
Assistant, Instructional Assistant, Special Education Teaching
Assistant, Special Education Paraprofessional, Teacher Aide,
Paraeducator, Teaching Assistant, Special Education Aide, Special
Education Instructional Assistant, Shadow Aide. No Brasil, já
surgiram expressões como facilitador escolar, tutor escolar,
assistente educacional e mediador escolar. Esta última denominação
parece melhor explicitar a função de quem acompanha a criança de
inclusão dentro de uma classe regular de ensino, terminologia que
será utilizada doravante neste artigo. A palavra "mediador" faz
menção àquele indivíduo que media e mediar significa ficar no meio de
dois pontos4. O conceito de professor mediador já foi
utilizado em outro contexto para caracterizar aquele que "trabalha
com a mediação pedagógica, significando uma atitude e um
comportamento do docente que se coloca como um facilitador,
incentivador ou motivador da aprendizagem, que ativamente colabora
para que o aprendiz chegue aos seus objetivos"5.
Alguns
países apresentam mais registros desta experiência. Na França, entre
1998 e 2003, foram desenvolvidas as primeiras integrações
individuais com mediadores escolares. Esses profissionais eram
recrutados e formados por associações, de forma pontual, visando ao
tipo de dificuldade que eles acompanhavam. Em junho de 2003, eles
passaram à responsabilidade da Educação Nacional6. Nos EUA, uma característica relevante da mediação é que todo o staff,
equipe escolar, deve compreender a dificuldade do aluno, que o faz
responder de uma forma diferente dos outros estudantes. É importante o
treinamento dos colegas. O staff educacional deve ser
treinado diretamente para aquela criança com sua equipe,
compreendendo seus pontos fortes e necessidades prioritárias para
poder atuar com ela. A equipe deve incluir os professores,
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, além dos pais7.
Na Grã-Bretanha, os mediadores escolares trabalham em escolas com
professores de turma, a fim de ajudar a oferecer experiências
relevantes de aprendizagem para as crianças. Independente do título
que apresentam, ficam baseados em escolas primárias, secundárias ou
especiais. Em escolas primárias e especiais, eles devem ser os
primeiros a ajudar uma criança ou um pequeno grupo de crianças com
necessidades especiais, ou podem trabalhar direto numa classe
particular. Em escolas secundárias, eles devem trabalhar com uma
única criança, abarcando todas as áreas do currículo. Cabe destacar
que, na última década, o número de mediadores escolares cresceu
impressionantemente neste país8.
No
Brasil, fala-se de inclusão com mediador escolar de modo mais
intenso em torno dos anos 2000, mas sem nenhum registro sistemático.
Aqui surgiram para acompanhar as crianças que necessitavam de auxílio
na sala de aula e este era orientado pelos profissionais que
acompanhavam a criança nas terapias de apoio, aliando trocas com a
escola. Aos poucos essa função foi se especializando e ampliando,
sendo cada vez mais frequente sua presença em escolas públicas e
particulares. Exatamente por esse fato, faz-se necessário pontuar a
atuação da mediação escolar e realizar trabalhos científicos que
valorizem essa função, para que assim possamos refletir sobre os
reais caminhos que nos levam à inclusão e melhor acolher as crianças
que necessitam destas pequenas, médias e grandes adaptações. Cabe
pontuar que, na maior parte das vezes, ao menos em escolas privadas,
este profissional tem sido pago pelos pais da criança. Estagiários
têm sido eventualmente utilizados na rede pública.
Todos
esses países, incluindo o Brasil, compartilham uma característica: a
formação de base do mediador pode estar relacionada à área da saúde
ou da educação. Portanto, os mediadores escolares podem ser
professores, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos,
pedagogos, psicopedagogos, fisioterapeutas, sempre acompanhados pela
equipe terapêutica da criança ou adolescente e pela equipe escolar. A
escolha do mediador está na relação entre sua formação acadêmica e
a maior demanda da criança (comunicação, comportamento ou motora,
por exemplo). Além disso, o mediador escolar deve ter a aptidão e
habilidades interpessoais necessárias para desenvolver e manter relações
de trabalho eficazes com as crianças, famílias e demais
profissionais que as assistem, que inclui saber respeitar e
compreender as dificuldades da família e da criança, ter
flexibilidade para se adequar à dinâmica do ambiente escolar que
estará se inserindo, disponibilidade para aprender e muita
criatividade6,8.
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Family outreach and communication are important components of students' activities in school. School-based bilingual family specialists serve as liaisons between families and the school. The Office of English Learners sponsors school-based parent workshops that provide parents with information about the school system, how to navigate it effectively, and tips for monitoring their child's progress. Cheap Essay Writing
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