Brincar sentindo o corpo! (Ana Elizabeth Prado)
Novidade?
Não deveria ser.
Nos tempos atuais precisamos estar atentos e valorizar os ricos momentos de estar conectados aos sentidos do corpo. Cada vez mais pessoas estão conectadas às máquinas. Nada contra a tecnologia. Mas vale lembrar que é o corpo que se conecta para a adaptabilidade do modo de vida contemporâneo… utilizando a máquina quando precisa para viver melhor.
Que este corpo esteja bem para viver bem!
O primeiro passo é valorizar a importância dos sentidos em nossa vida. Eles são a base do desenvolvimento e aprendizagem. Os primeiros movimentos, a pausa, os ajustes, das partes e do todo, o tônus sendo alimentado pelas sensações em via de mão dupla…aliás, múltipla. Diversos sentidos se retroalimentando para formar o substrato do conhecimento do que somos formados. Como o tônus pode se regular, como o movimento pode ser graduado, dirigido e refinado. Como as informações sensoriais podem influenciar o estado de alerta e atenção. Todos estes aspectos são contemplados por um bom funcionamento do sistema proprioceptivo integrado aos outros sistemas sensoriais, principalmente o tátil e vestibular.
Por isso é tão importante propiciar oportunidades que a criança brinque nos diferentes planos, com intensidades e direções de movimentos, em situações para diferentes ajustes de tônus e percepção do corpo para conhecimento de si e em conexão com o coletivo. Isto irá ajudar a criança nos diferentes contextos nas habilidades psicomotoras, pedagógicas e sociais.
Por ora vou elencar algumas brincadeiras que têm forte incentivo à propriocepção, mas deve ser considerado que não há brincadeira que isole um só sentido. Algumas são mais evidentes de propriocepção e tátil, outras propriocepção e vestibular. Vamos considerar que o processo de Integração Sensorial é dinâmico e multissensorial.
Coloco também links de outras postagens relacionadas ao tema.
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Aviso aos brincantes: a criança precisa estar envolvida e gostar da brincadeira!!!
1- “Sanduiche” de gente – envolva a criança com almofadas, cobertor ou como no caso desta foto um grande almofadão cheio de bichos de pelúcia macios e/ou almofadas.
Que seja macio, preciso e dê um sentido de continuidade do território corporal.
Que seja lúdico: a criança é o recheio e você irá passar a maionese no cachorro quente, ou o requeijão no pão. Amasse, faça toque com pressão profunda contínua, mexa e remexa. Eles adoram!
Provoque respostas da criança como sair se movimentando, querer ficar quieto, pedir mais.
Esta brincadeira estimula no mínimo o sistema tátil e proprioceptivo a depender da intensidade e movimento.
Que seja macio, preciso e dê um sentido de continuidade do território corporal.
Que seja lúdico: a criança é o recheio e você irá passar a maionese no cachorro quente, ou o requeijão no pão. Amasse, faça toque com pressão profunda contínua, mexa e remexa. Eles adoram!
Provoque respostas da criança como sair se movimentando, querer ficar quieto, pedir mais.
Esta brincadeira estimula no mínimo o sistema tátil e proprioceptivo a depender da intensidade e movimento.
Há crianças que precisam de muito estímulo para sentir o corpo e entrar no estado de autorregulação por meio de estímulos proprioceptivos e táteis. Nestas situações deve se ter critérios a depender do Perfil Sensorial e ser supervisionado por um adulto para a segurança da criança. Consulte um especialista em Integração Sensorial para saber mais.
2- Esticar o corpo. Use tecidos elásticos para oferecer resistência e provocar situações diferentes de amplitude e intensidade de movimento nas articulações. Incentive o espreguiçar. Sempre!
A seguir brincadeiras para estimular as diferentes formas de contato entre as articulações e uso das cadeias musculares vivenciando os graus de regulação de tônus, manejo do corpo no espaço e tempo, de forma lúdica. Além de estimular a propriocepção estas brincadeiras podem regular o estado de alerta e atenção. Vale a pena ser experimentado também no ambiente escolar.
3- Pular – em superfícies diferentes: seja no chão, na cama elástica, no colchão, na bola, na brincadeira de corda. Pular amarelinha. Corrida de saco.
4-Subir e pendurar-se – em árvores, em brinquedos de parque, no trapézio, em cordas.
5-Carregar – mochila, objetos pesados de acordo com a possibilidade da criança, no contexto.
6- Empurrar o corpo contra superfícies e com outros corpos.
7- Puxar objetos, brincar de cabo de guerra, puxar água com rodo.
8- Brincar com os pés. Além das brincadeiras de pular incentive a sentir o contato dos pés com diversos materiais como bambu, sementes, massinha. Faça caminhos sensoriais com brincadeiras de imaginação. Brinque com o equilíbrio, peso, direção e amplitude diferentes dos membros.
(Jogos com peteca, jogo de raquete, pingpong)
(Atividades artísticas como argila, impressão das mãos, apertar tubo de cola e tinta.)
A antiga e tão necessária: “Cama de gato”. Dica de livro – passo a passo
10- Brincar com a boca – estalar a língua, chupar uma fruta, sugar um canudo de voltas, soprar, mastigar alimentos sólidos e brinquedos orais com pressão intra e extra oral. Uso de vibradores orais.
Ao terminar de escrever esta postagem fico com uma sensação que muitas brincadeiras de tempos atrás estão caindo no esquecimento. Ao mesmo tempo constato nos atendimentos que muitas crianças estão precisando estruturar melhor o sentido do corpo.
Será que há relação com a mudança de hábitos dos tempos atuais?
Que tipo de brincadeiras estamos incentivando às crianças?
Será que há relação com a mudança de hábitos dos tempos atuais?
Que tipo de brincadeiras estamos incentivando às crianças?
ANA ELIZABETH PRADO
Terapeuta ocupacional pela UFPE. Pós-graduação pela USP em Práticas Artísticas e Terapêuticas. Especialização no método neuro-evolutivo Bobath, Integração Sensorial e Eutonia.
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