Esse número é maior do que o registrado anteriormente, mas isso não quer dizer que o número de crianças afetadas pelo transtorno esteja aumentando. Entenda
Um novo levantamento feito pelo Centro de Controle e Prevenção de
Doenças (CDC), dos Estados Unidos, constatou que a incidência de autismo entre as crianças aumentou: agora 1 em 45 estão dentro do transtorno do espectro autista (o que representa cerca de 2,25%). Entre 2011 e 2013, essa taxa era apenas de 1 a cada 80 e, em 2008, 1 em cada 100.
De acordo com os pesquisadores envolvidos no levantamento, esse
resultado pode ser explicado por uma mudança feita nos questionários que
foram respondidos pelos pais. Na conclusão do estudo, os especialistas
apontam que, nos anos anteriores, é possível que os pais de algumas
crianças diagnosticadas hoje com autismo tenham apontado que os filhos
tinham outros tipos de desordens comportamentais.
Para o biólogo molecular e professor da Faculdade de Medicina da
Universidade da Califórnia (UCSD), Alysson Muotri, é difícil saber com
certeza se a incidência do transtorno está mesmo aumentando: "O “autismo” é um alvo em movimento, é um conceito que muda com o tempo.
O que chamamos de autismo hoje é algo muito diferente de dez anos
atrás. Na falta de um biomarcador, estamos à mercê de um diagnóstico
clínico e, muitas vezes, subjetivo", explica. Alysson está por trás da primeira startup do mundo dedicada ao transtorno, a Tismoo.
"Com os avanços na genética, ja é possível ter resultados com o
sequenciamento do genoma de indivíduos, o que auxilia nesse diagnóstico.
Isso ainda não é rotina, mas vai ser em breve", completa.
Essa mudança de critérios para definir o que caracteriza o autismo pode
fazer com que ora algumas crianças sejam diagnosticadas dentro do
espectro, ora sejam deixadas para fora. Isso faz sentido quando
consideramos que, nas conclusões da pesquisa, os especialistas
enfatizaram que o número total de indivíduos identificados nas três
categorias contempladas pela investigação (deficiência intelectual,
transtornos do espectro autista e deficiência comportamental) permaneceu
inalterado.
Fonte: Revista Crescer
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