Iniciei a semana
participando como palestrante no III SEMINÁRIO DE SAÚDE E ENVELHECIMENTO DO
GRUPO RENASCER, do Hospital universitário Gaffrée e Guinle, na Semana de
Integração Acadêmica na UNIRIO e cujo tema abordado foi a Trajetória do
Envelhecimento na cidade do Rio de Janeiro.
Neste dia, tive a oportunidade de
trocar ricas e importantes informações no que diz respeito ao envelhecimento
ativo e aos projetos de qualidade realizados por empresas privadas, órgãos
públicos ou associações que se preocupam com o futuro do nosso país, aumento
populacional com pessoas com mais de 60 anos percebido ano a ano.
Trabalhos
encantadores são realizados e alguns desses programas de atenção ao idoso foram
apresentados tais como; o do CEPE (Centro de Envelhecimento da Secretaria
Municipal de Saúde), o da ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer), o CMS
(Posto de Saúde Dom Hélder Câmara) , o Grupo Renascer (do Hospital
Universitário Gaffrée e Guinle), além do trabalho em que participo no PROJETO
VIVA MAIS (AVHA-Associação dos Veteranos do Hospital do Andaraí, localizado no
anexo do Hospital do Andaraí).
Com a expectativa de vida da população chegando aos 74 anos e 06 meses de
idade, segundo dados do IBGE, com a melhora da condição de vida e as famílias
tendo cada vez menos filhos, o índice de mortalidade e o de fecundidade baixou;
melhorou as condições de vida do brasileiro, apesar das dificuldades ainda
enfrentadas, que diferem muito daquelas da década de cinquenta, onde a grande
maioria das pessoas não chegava à velhice, pois morriam antes dos 50 anos em
decorrência principalmente de doenças infecciosas e parasitárias. Diante disso,
gradativamente, o Brasil segue deixando ser um país jovem, tornando-se, assim
como diversos países europeus, um novo país de idosos, já que a
Organização Mundial de Saúde (OMS) considera uma população envelhecida quando a
proporção de pessoas com 60 anos ou mais atinge 7% com tendência a crescer mas
ainda assim, o país se depara com o desafio de melhorar a qualidade de vida
destas pessoas em diferentes setores. E um dos focos é a saúde.
Percebe-se, porém, que as políticas públicas de prevenção ainda são
insuficientes e população idosa permanece sofrendo com a falta de respeito nas
ruas, tanto no transporte coletivo, acessibilidade quanto no atendimento à
saúde. As violações de seus direitos também ocorrem dentro de casa. Tais como
maus tratos, agressão abandono, negligências, abusos financeiros e
autonegligência. Ressaltando, que a negligência, conceituada como a
recusa, omissão ou fracasso, é uma das formas de violência mais presentes tanto
em nível doméstico quanto institucional em nosso país, dela advêm,
frequentemente, lesões e traumas físicos, emocionais e sociais para a pessoa.
Só no ano passado, o número de denúncias de violência contra o idoso mais do
que dobrou.
Na
palestra acima referida, contei sobre minha participação como fonoaudióloga e
sobre utilização da Técnica do Esparadrapo (Spiral Taping), no PROJETO VIVA
MAIS da AVHA (Associação dos Veteranos do Hospital do Andaraí), localizado no
Hospital Federal do Andaraí, um trabalho imensamente prazeroso a que fui
convidada a realizar pela minha querida mestra Abigail Caraciki. O projeto
existe a 18 anos, oportunizando, diariamente, uma media de 80 atendimentos
diários, sem fins lucrativos, e é mantido pelos próprios assistidos e
profissionais voluntários, com idade mínima de 60 anos. O projeto se propõe a
oferecer atividades diversas, lúdicas e terapêuticas, aos idosos com diferentes
necessidades.
Em mais de dois
anos de participação nas atividade do projeto, é curioso perceber que a procura
por esse tipo de atendimento vem aumentando em pessoas abaixo de 60 anos é cada
vez maior. Em função disso, entendemos que, mesmo em idades menos avançadas, há
uma forte procura por qualidade de vida.
Fundado por um
grupo de médicos e ex-diretores do Hospital do Andaraí, atualmente presidido
por Dr. Thaumaturgo Gayo (Oftamologista) e Dr. Galdino (Pediatra), e composta
por uma equipe multidisciplinar com médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos,
educadores físicos, psicólogos, massoterapeutas, terapeutas alternativos e um
professor de dança. Todos são voluntários.
Quando os idosos aceitam a proposta de se deslocarem alguns dias da
semana a um local em busca de qualidade de vida e de uma melhora para resolver
algo que os incomodam, provam que as ações do projeto tem importância e nosso
trabalho vem despertando interesse pelo que se propõe a realizar. É reconhecido
que o idoso precisa ser convencido da importância da manutenção da sua
expectativa de vida, logo só desperta o interesse por aquilo que realmente o
faça continuar vivendo com qualidade.
A forma de aprendizado do idoso para coisas novas é diferente dos jovens,
ele precisa ser convencido da importância e ter interesse naquilo a que se
propõe. O idoso, por exemplo, para ter interesse em usar as
mídias eletrônicas, que fazem parte do nosso cotidiano, mas não do cotidiano
dele, terá que ser apresentado às mídias como importantes à sua integração
social, e mais do que isso, ele precisará ser convencido a utilizá-lo, tais
como aulas interativas de informática ou quem sabe até um intercâmbio com
outros pessoas, amigos e familiares no computador através de redes sociais.
Chegar
a terceira idade bem é uma conquista e um grande desafio. E viver mais e com
qualidade demanda incorporar ao dia a dia, por exemplo: atividade física e
alimentação saudável. Ser estimulado fisicamente e também cognitivamente é uma
construção para um envelhecimento ativo.
E após tantas trocas com esses profissionais dedicados em seus projetos,
fecho a semana com a participação no III FÓRUM INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE.
Mais estudos, mais pesquisas, e mais conhecimentos ofertados por grandes
talentos e nomes da Geriatria e Gerontologia Mundial, reunidos em prol do
envelhecimento ativo. O fórum foi presidido pelo Dr. Alexandre Kalache
(ILC-Brasil) que, com sua simplicidade e sorriso, recebeu a todos com muita
disponibilidade.
Neste fórum, tivemos a oportunidade de conhecer todos
os representantes e membros do ILC-GA, (Global Alliance of International
Longevit-Centro Internacional de Longevidade), um consórcio internacional com
status consultivo junto a ONU (Organização das Nações Unidas) e representada por
17 países, a saber: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil,
Canadá, China, EUA, França, Holanda, Índia, Israel, Japão, Reino Unido,
República Dominicana, República Tcheca e Singapura.
É impressionante saber que a cultura do
envelhecimento bem-sucedido em outros países já é criada por comunidades
sustentáveis de cuidados sociais e de saúde em cujas ações percebemos:
preocupações com a saúde, padrão de vida, acessibilidade, seguridade, proteção
e teleatendimentos aos idosos, promovendo assim, verdadeiras Cidades Amigas do
Idoso.
Com objetivo
de manter o corpo e mente em forma, exemplos de projetos realizados foram
apresentados, como centros de treinamentos e oficinas de vivência a cuidadores
ou outros que mais lidem com os idosos, tais como porteiros, enfermeiros etc.;
construção de áreas públicas para prática de atividades físicas, centros de
convivência adaptados a idosos com demência, tornando-os assim, verdadeiros
amigos dos idosos e criando uma sociedade acolhedora e melhor para todos.
Diante
disso , faço a seguinte pergunta: o Brasil está preparado para o envelhecimento
de sua população?
Se a vida não trouxer
nenhum contratempo, a velhice é inevitável e se podemos tornar ela ainda melhor
e feliz, por que não? Por enquanto, vamos seguindo acreditando sempre em um
ideal e nas empresas privadas ou não, que continuem seguindo com seus trabalhos
de reconhecimento, e qualidade de excelência propondo assim, ideias diretivas
para políticas públicas e mobilização social fortalecendo a construção cada vez
maior desse setor tão importante para o país.
Abrace essa ideia, seja também um Amigo do Idoso.
Até a próxima!
CRFa 7364-RJ
Fonoaudióloga,
Sociopsicomotricista Ramain-Thiers, Docente da AVM Faculdade Integrada,
cursos de pós graduação (UCAM), Eventos em Educação presencial e on-line,
Supervisora na Formação em Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, Palestrante em
eventos de educação e saúde.
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