terça-feira, 25 de agosto de 2015

COLUNA DO DIA: Experiências brasileiras com Classe Hospitalar



Do ponto de vista histórico, a Classe Hospitalar surgiu de políticas públicas e estudos originados da observação, consideração e respeito às necessidades das crianças que, devido à problemática de saúde, requeiram hospitalização, independente do tempo de duração da mesma.

Segundo Caiado (2003) ainda no Brasil Colônia, em 1600, foi criado o primeiro atendimento escolar à pessoa deficiente, na Santa Casa de Misericórdia na cidade de São Paulo. Esse atendimento era oferecido somente aos deficientes físicos.

As classes hospitalares atendem crianças e adolescentes com diversas enfermidades, como por exemplo, o câncer, a AIDS, a pneumonia, doenças congênitas e os transplantes.

A ideia que, normalmente, se tem da criança hospitalizada e que a sua condição requer repouso, pois sua doença a impede de realizar atividades cotidianas de sua realidade social. Porém, apesar da problemática de saúde, a criança hospitalizada tem interesses, desejos e necessidades como qualquer criança saudável.

Ainda, sobre o entendimento do que seja Classe Hospitalar, Fonseca (2002) a vê como:

“... um lócus especifico da Educação que objetiva atender pedagógico – educacionalmente às necessidades do desenvolvimento psíquico e cognitivo de crianças e jovens que dadas suas condições especiais de saúde, estejam hospitalizados e impedidos de partilhar das experiências sócio intuitivas de sua família, sua escola e de seu grupo social”. De acordo com essa autora, o atendimento educacional em hospitais é um direito garantido de toda criança e adolescente hospitalizado.


Ø  Hospital Universitário de Santa Maria – UFSM/RS
A sala funciona na Clinica de Hemato – Oncologia do Hospital Universitário de Santa Maria, no Estado do Rio Grande do Sul. As aulas começam as 7:30h da manha e terminam 12:15h. A sala dispõe de uma técnica em assuntos educacionais, duas estagiarias da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Santa Maria, uma estagiaria de Biologia e uma professora de Português/Inglês. Essas duas ultimas são voluntárias da comunidade. A classe atende desde da Educação Infantil ate o Pré-Vestibular (quando necessário).

A classe hospitalar de Santa Maria funciona desde de 1990, primeiramente na Pediatria. Depois em 1995 passou a funcionar na Clinica de Hemato - Oncologia.

A sala não possui vinculo com nenhuma Secretaria de Educação, por isso a técnica em assuntos educacionais envia para as escolas a resolução n 230 de 16/07/1997 do Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul que regula o ensino domiciliar.

As escolas de origem das crianças então enviam o material didático que esta sendo usado pelas as mesmas, e as professoras e as estagiarias fazem uso para planejar as aulas da classe hospitalar. 

Quando a criança é portadora de necessidades especiais, elas são encaminhadas para o Núcleo de Ensino e Pesquisa em Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria.  As crianças da clinica de Hemato - Oncologia ficam em media três anos em tratamento. Então o atendimento esta dividido assim:

Alunos Internados -  as estagiarias atendem nas enfermarias. No primeiro ano de tratamento, os internados estudam em casa ou no hospital. No segundo ano, os alunos são liberados para retornarem as escolas de origem.


Alunos Ambulatoriais – Enquanto esperam a consulta, os alunos realizam atividades livros (computador, jogos, etc...). Depois da consulta eles realizam as atividades das oficinas oferecidas a cada mês. 

Beijos e até a próxima!


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