O corpo de pensamento iluminado por
uma escuta mais sensível desse coração de olhar mais humano e compreensivo. Ele
tem que dar respeito e receber respeito, todos os respeitos, até mesmo o respeito
do sofrimento e da angústia de quem está ao nosso redor. O corpo agita o ser
humano e é nele que moram as grandes emoções, exultando a vida e realizando
desejos para aprender a conviver com a solidão e aceitar a própria pequenez de
uma inquietação humana. O corpo sonha, mas precisa levar o sonho a concretude em
busca das relações, transformando a capacidade de comunicação simbólica e
reconstruindo novas formas de sensações condizentes e adequadas às realidades.
O corpo leva as relações humanas revelando a existência de referências sociais,
éticas e espirituais, gerando valores humanos fundamentais para uma natureza
complexa e encontrar soluções compatíveis para uma transição da humanidade.
Acredito piamente que ainda é possível continuar admirando o brilho intenso das
estrelas e alimentar utopias e sonhos a serem materializados.
Para tudo requer mudanças. Faz-se
necessário aguçar e intensificar diferentes diálogos para expressar informações
concretas de práticas educacionais e organizacionais que implicarão na
disciplina dos pensamentos, das emoções e dos sentimentos. É um diálogo
corpóreo na tentativa de comover, sensibilizar, ir ao encontro da humanização
das práticas técnicas que nos faz profissionais humanos e não máquinas de
realizar procedimentos. Na verdade, estamos enfrentando tempos incertos, e por
conta disso precisamos necessariamente criar circunstâncias para que a
aprendizagem aconteça, dentro e fora da escola e assim construir competências
que imprimam interações entre professor e alunos com intencionalidade e também entre
as pessoas e que possamos conseguir viabilizar um fazer pedagógico com o desejo
de cuidar e educar.
O corpo faz parte do nosso cotidiano e ele
acompanha a nossa existência, adota um tipo de postura e se toma objeto do
conhecimento, impondo uma realidade concreta que se move e se manifesta através
de práticas e técnicas que implicam nos gestos, posturas e movimentos e na
afetividade que tem um papel importante neste corpo existente. Esse corpo faz
pensar a respeito da importância da vida, dos encontros, da natureza, do que é
possível e impossível, considerando as devidas aproximações e distâncias para
assumir um lugar que afirma a potência imanente do afeto, intensificando a
existência de um corpo criativo. O
dualismo mente-corpo sempre atento às potências afetivas do intelecto, leva a
expressões finitas, a produtividade em constante transformação para ativar ideias
na mente que constituem a essência do sujeito como ser integral. A ideia do
dualismo é adquirir expressividade rítmica, criando organizações perceptivas por
intermédio do corpo em movimento e aprendemos possibilidades de variações
intensas que transpassam a arte das emoções, dos sentimentos, da imaginação,
facilitando a cognição, o raciocínio, à tomada de decisão e à atenção, entre
outras capacidades.
Falar de corpo é representar com
palavras o que vivo no dia a dia. Tenho conhecidos, colegas, amigos que me
fazem representar o que mais me encanta, que é ensinar, tento deixar vestígios que um corpo deixa
sobre o outro com sentimentos compreendidos no conjunto das afeições. São afetos
que transitam quando a quantidade de realidade se afirma no espírito como força
de existir. Acredito que os corpos são afetados uns pelos outros, isso é relação,
isso é o primeiro gênero de conhecimento, é o efeito que um corpo produz sobre
o outro. Tento expressar e afetar a natureza do corpo profundamente e envolver
as singularidades de cada corpo, pois a minha intenção é fazer este corpo
sonhar, aprender e transformar.
Até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário