Esquete sobre uma madame baiana que humilha empregada:
jogos teatrais na sala de aula.
Foto: Valter Pontes
jogos teatrais na sala de aula.
Foto: Valter Pontes
Existe uma anedota envolvendo os baianos que diz o seguinte: na terra de Jorge Amado, Caetano Veloso, Glauber Rocha e tantos outros nomes importantes da cena cultural brasileira, ninguém nasce, mas estréia. Ao montar um projeto de teatro, o professor José Amorim de Oliveira Júnior, do Colégio Polivalente do Cabula, em Salvador, resolveu investigar até que ponto a tirada cômica tinha fundamento. E não é que tinha mesmo?!
Durante dez meses, o professor - que também é ator - trabalhou com o grupo de estudantes de 5ª a 8ª série. No fim do ano, estava convencido de que na sua escola se escondiam pequenos talentos. Com intervenções claras, é possível levar os alunos a expressar-se dramaticamente. "Não queria transformá-los em atores", explica. O objetivo dele era trabalhar com a garotada diferentes recursos cênicos, como a improvisação, além de maquiagem e figurino. Os jovens trabalharam a voz, conheceram textos de vários escritores brasileiros, fizeram adaptações deles e incorporaram diferentes papéis. O aprendizado sobre como entrar em cena certamente não sairá mais da cabeça deles. P.A.
Durante dez meses, o professor - que também é ator - trabalhou com o grupo de estudantes de 5ª a 8ª série. No fim do ano, estava convencido de que na sua escola se escondiam pequenos talentos. Com intervenções claras, é possível levar os alunos a expressar-se dramaticamente. "Não queria transformá-los em atores", explica. O objetivo dele era trabalhar com a garotada diferentes recursos cênicos, como a improvisação, além de maquiagem e figurino. Os jovens trabalharam a voz, conheceram textos de vários escritores brasileiros, fizeram adaptações deles e incorporaram diferentes papéis. O aprendizado sobre como entrar em cena certamente não sairá mais da cabeça deles. P.A.
Seqüência de atividades
1. CLAREZA NOS OBJETIVOS
Um projeto de teatro é mais do que recreação. Durante as aulas, aprendemse técnicas de relaxamento, vocalização, maquiagem e interpretação. A linguagem artística educa o corpo, solta a imaginação e aumenta o repertório intelectual e estético. Ao convidar os alunos para participar do projeto, José Amorim deixou claro o que seria aprendido ao longo de um ano.
2. DEFINIÇÃO DO MÉTODO
É fundamental definir os procedimentos para que todos saibam que é preciso muito aprendizado (e ensaio). José Amorim escolheu jogos teatrais do sistema Viola Spolim, baseado na improvisação. Durante um mês, a turma leu textos de Luis Fernando Verissimo, Fernando Sabino, do próprio professor e contos infantis, adaptados para o universo dos alunos. Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, não levava doces para a vovó, mas ligava para um disque-pizza.
3. PREPARAÇÃO DO ESPETÁCULO
O trabalho de preparação é intenso. José Amorim dedicou três meses para fazer jogos teatrais, técnicas de relaxamento e fundamentos de dicção e de interpretação. "Muitos acreditavam ter a voz horrorosa", cita. Ele gravou os alunos falando para que ouvissem e fez uma oficina de vocalização. Durante a montagem do espetáculo - colagem de vários esquetes -, os estudantes aprenderam truques de maquiagem. Um policial ganhou cara de mau com o lápis carregado nas sobrancelhas, por exemplo. Quanto aos figurinos, eles usaram cores quentes para dar a idéia de excitação e frias para passar a idéia de calma.
4. ENSAIO ABERTO
Antes da apresentação, é importante mostrar a montagem para um grupo de convidados. O teste de público serve para que diretor e atores se habituem à platéia e também para receber críticas. José Amorim testou cinco esquetes e, como resultado, diminuiu o espetáculo de 60 para 45 minutos.
5. HORA DA SESSÃO
Depois de muito ensaio para aprimorar as cenas, chega o grande dia. Para a estréia, os alunos de José Amorim convidaram toda a comunidade escolar, que recebeu o programa da peça na entrada da sala de aula - adaptada com cortinas e cadeiras como num teatro.
1. CLAREZA NOS OBJETIVOS
Um projeto de teatro é mais do que recreação. Durante as aulas, aprendemse técnicas de relaxamento, vocalização, maquiagem e interpretação. A linguagem artística educa o corpo, solta a imaginação e aumenta o repertório intelectual e estético. Ao convidar os alunos para participar do projeto, José Amorim deixou claro o que seria aprendido ao longo de um ano.
2. DEFINIÇÃO DO MÉTODO
É fundamental definir os procedimentos para que todos saibam que é preciso muito aprendizado (e ensaio). José Amorim escolheu jogos teatrais do sistema Viola Spolim, baseado na improvisação. Durante um mês, a turma leu textos de Luis Fernando Verissimo, Fernando Sabino, do próprio professor e contos infantis, adaptados para o universo dos alunos. Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, não levava doces para a vovó, mas ligava para um disque-pizza.
3. PREPARAÇÃO DO ESPETÁCULO
O trabalho de preparação é intenso. José Amorim dedicou três meses para fazer jogos teatrais, técnicas de relaxamento e fundamentos de dicção e de interpretação. "Muitos acreditavam ter a voz horrorosa", cita. Ele gravou os alunos falando para que ouvissem e fez uma oficina de vocalização. Durante a montagem do espetáculo - colagem de vários esquetes -, os estudantes aprenderam truques de maquiagem. Um policial ganhou cara de mau com o lápis carregado nas sobrancelhas, por exemplo. Quanto aos figurinos, eles usaram cores quentes para dar a idéia de excitação e frias para passar a idéia de calma.
4. ENSAIO ABERTO
Antes da apresentação, é importante mostrar a montagem para um grupo de convidados. O teste de público serve para que diretor e atores se habituem à platéia e também para receber críticas. José Amorim testou cinco esquetes e, como resultado, diminuiu o espetáculo de 60 para 45 minutos.
5. HORA DA SESSÃO
Depois de muito ensaio para aprimorar as cenas, chega o grande dia. Para a estréia, os alunos de José Amorim convidaram toda a comunidade escolar, que recebeu o programa da peça na entrada da sala de aula - adaptada com cortinas e cadeiras como num teatro.
OUTRAS PROPOSTAS
Foto: Heudes Regis
SITUAÇÕES DO DIA-A-DIA
Divida a classe em grupos de seis alunos. Proponha a encenação de uma cena cotidiana: fila de ônibus, feira livre, sala de espera de dentista etc. Deixe os grupos decidirem o enfoque a ser dado à situação proposta. Num tempo limite de cinco minutos, as equipes criam a cena e depois apresentam para a classe. Faça um debate que enfoque as semelhanças e diferenças entre imitação e realidade. É importante que a criançada, durante o debate, desenvolva o senso crítico perante os fatos da vida real.
FONTE: JOGOS TEATRAIS NA ESCOLA, OLGA REVERBEL, 160 PÁGS., ED. SCIPIONE, TEL. 0800-161-700, 37,90 REAIS
A VOZ NO TEATRO
Falar bem é uma competência fundamental de todo ator. Para fazer a garotada empostar e aquecer a voz, peça que todos alternem movimentos de boca em bico e sorrindo. Depois, que inspirem e soltem devagar o ar, fazendo os lábios vibrarem emitindo o som de PRRRRR. Outro truque é manter a língua no palato, soltar o ar devagar e fazer som de TRRRR. Para relaxar, respirar lentamente e pronunciar ca-la-ta, ra-la-ta, pa-la-ta. Uma boa dicção também não pode faltar. Combine com o grupo de ler o texto da peça articulando as sílabas exageradamente e suprimindo o som das palavras. Morder um lápis enquanto fala também é um ótimo recurso para a dicção, assim como trabalhar com trava-línguas. Lembre-se dos cuidados para ter uma boa voz: beber bastante água, evitar chocolate e pipoca, não gritar nem pigarrear e, claro, ficar sem falar, em descanso, sempre que possível.
CONSULTORIA: WILTON DE SOUZA ORMUNDO, PROFESSOR DE TEATRO DA ESCOLA MÓBILE E COORDENADOR PEDAGÓGICO DO PROJETO LITERATURA NO TEATRO DO CENTRO CULTURAL GRUPO SILVIO SANTOS, EM SÃO PAULO
PEGA-PEGA COM ENREDO
Os jovens contam a história da peça que vai ser encenada durante um jogo de aquecimento. Pode ser um pega-pega, por exemplo, no qual o pegador narra o enredo. Assim que alguém é pego, continua a narrativa do ponto em que foi interrompida. A dinâmica continua até o fim da história. Em seguida, a classe encena a peça inteira em cinco minutos. É preciso se desdobrar para realizar essa tarefa. Imagine Sonho de Uma Noite de Verão encenada nesse tempo. Ao fim do exercício, os alunos entrarão em contato com o enredo da peça, a dinâmica das cenas e os personagens e - o melhor - terão criado um esboço de cada cena que vai servir de ponto de partida para o trabalho posterior, ou seja, aprofundar cada um desses aspectos.
FONTE: JOGOS TEATRAIS NA ESCOLA, OLGA REVERBEL, 160 PÁGS., ED. SCIPIONE, TEL. 0800-161-700, 37,90 REAIS
A VOZ NO TEATRO
Falar bem é uma competência fundamental de todo ator. Para fazer a garotada empostar e aquecer a voz, peça que todos alternem movimentos de boca em bico e sorrindo. Depois, que inspirem e soltem devagar o ar, fazendo os lábios vibrarem emitindo o som de PRRRRR. Outro truque é manter a língua no palato, soltar o ar devagar e fazer som de TRRRR. Para relaxar, respirar lentamente e pronunciar ca-la-ta, ra-la-ta, pa-la-ta. Uma boa dicção também não pode faltar. Combine com o grupo de ler o texto da peça articulando as sílabas exageradamente e suprimindo o som das palavras. Morder um lápis enquanto fala também é um ótimo recurso para a dicção, assim como trabalhar com trava-línguas. Lembre-se dos cuidados para ter uma boa voz: beber bastante água, evitar chocolate e pipoca, não gritar nem pigarrear e, claro, ficar sem falar, em descanso, sempre que possível.
CONSULTORIA: WILTON DE SOUZA ORMUNDO, PROFESSOR DE TEATRO DA ESCOLA MÓBILE E COORDENADOR PEDAGÓGICO DO PROJETO LITERATURA NO TEATRO DO CENTRO CULTURAL GRUPO SILVIO SANTOS, EM SÃO PAULO
PEGA-PEGA COM ENREDO
Os jovens contam a história da peça que vai ser encenada durante um jogo de aquecimento. Pode ser um pega-pega, por exemplo, no qual o pegador narra o enredo. Assim que alguém é pego, continua a narrativa do ponto em que foi interrompida. A dinâmica continua até o fim da história. Em seguida, a classe encena a peça inteira em cinco minutos. É preciso se desdobrar para realizar essa tarefa. Imagine Sonho de Uma Noite de Verão encenada nesse tempo. Ao fim do exercício, os alunos entrarão em contato com o enredo da peça, a dinâmica das cenas e os personagens e - o melhor - terão criado um esboço de cada cena que vai servir de ponto de partida para o trabalho posterior, ou seja, aprofundar cada um desses aspectos.
CONSULTORIA: TUNA SERZEDELLO, DO COLÉGIO SÃO LUÍS, EM SÃO PAULO
Fonte: Revista Nova Escola
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