O descaso de
Anastasia com a saúde pública em Minas Gerais está chegando aos seus limites.
Único no estado a oferecer este tipo de tratamento de forma gratuita, o Centro
de Equoterapia do Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes (Cercat) encontra-se
fechado há um mês. O motivo? A falta de profissionais de saúde para atendimento.
Segundo
reportagem do jornal O Tempo, a situação chegou a este ponto após uma lei
estadual de 2009, que proíbe a contratação de funcionários da área da saúde que
não seja por concurso público. Ao mesmo tempo, a greve dos trabalhadores da
saúde no estado continua de vento em popa, sem qualquer proposta de negociação
satisfatória por parte do governo tucano!
Confira na
matéria d’O Tempo a agrura de famílias de portadores de deficiências
neuromotoras, autismo, síndrome de down e paralisia cerebral, que cobram uma
posição do Governo Anastasia:
Abaixo-assinado pede volta de tratamento com cavalos
Documento tem 500 assinaturas e intenção é chegar ao governador
Abaixo-assinado pede volta de tratamento com cavalos
Documento tem 500 assinaturas e intenção é chegar ao governador
Publicado no
Jornal OTEMPO em 10/07/2012
IANE CHAVES
IANE CHAVES
Único no
Estado a oferecer tratamento gratuito para pacientes com deficiências mentais e
motoras, o Centro de Equoterapia do Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes
(Cercat) completa um mês de portas fechadas. O serviço foi interrompido em
junho, depois de 15 anos, por causa da falta de profissionais de saúde.
Familiares dos cerca de 270 pacientes que perderam o atendimento fazem um apelo
pela volta do serviço e esperam sensibilizar o governador Antonio Anastasia.
O centro
presta atendimento a pessoas com deficiências neuromotoras, síndrome de down,
autismo e paralisia cerebral. Os pais dos pacientes organizaram um
abaixo-assinado para expor a situação e tentar uma audiência com o governador
Antonio Anastasia. Segundo as famílias, já são mais de 500 assinaturas apoiando
a volta das atividades no Cercat. "Nós queremos que nossa reivindicação chegue
até o governador. E esperamos que ele se sensibilize", afirmou Fátima Coelho,
54, mãe de uma das pacientes.
Fátima contou
que as famílias temem que o progresso dos filhos seja interrompido e que haja
ainda uma regressão. "Há uma nítida melhora no desenvolvimento motor. A minha
filha evoluiu sensivelmente no equilíbrio. Hoje, ela consegue firmar o tronco e
ter uma postura ereta", disse Fátima, sobre a filha Melissa, 12, que tem
paralisia cerebral.
Para Denizi
Dinardi, mãe de Rodrigo, 33, que também tem paralisia cerebral, além de ter um
desenvolvimento motor, há um fator importante de socialização no tratamento.
"Meu filho passa a falar muito mais e com clareza quando faz a terapia. Não
podemos deixar que um centro de reabilitação tão importante deixe de funcionar",
disse.
O
problema. A falta de profissionais da saúde começou em 2009, quando uma
lei estadual proibiu a contratação desses funcionários, determinando que apenas
concursados poderiam assumir as vagas. "Não podíamos mais renovar os contratos e
ficamos dependentes do envio de profissionais da Fhemig", disse o sargento José
Geraldo Nunes, subcoordenador do Cercat.
Segundo o
sargento, a suspensão aconteceu depois de quatro funcionários pedirem
desligamento por motivos pessoais. "Tivemos que suspender as atividades. É
impossível dois técnicos atenderem à nossa enorme demanda", completou.
Investimento
Recurso. Em maio deste ano, a Secretaria de Estado de Saúde liberou uma verba de R$ 300 mil para investimentos no Cercat. O dinheiro servirá para o custeio do local, compra de equipamento e pagamento de pessoal.
Fhemig
Agosto é previsão para retorno das atividades
Mesmo ainda
sem data definida, a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), responsável
pelo envio de funcionários ao Centro de Equoterapia do Regimento de Cavalaria
Alferes Tiradentes (Cercat), promete o retorno das atividades para a mês que
vem. Segundo a assessoria de imprensa da fundação, os servidores foram aprovados
no último concurso da Fhemig, de 2009, e já estão em fase de treinamento.
O Cercat
funciona em um esquema de convênio com a Secretaria de Estado de Saúde, e o
corpo técnico é de responsabilidade da Fhemig. O comandante da cavalaria,
tenente coronel Mac Dowel Campos, afirma que também trabalha com a previsão para
a retomada em agosto, quando os novos funcionários devem ser enviados pela
fundação.
"Dependemos apenas da convocação dos
funcionários pela Fhemig. A estrutura mantida pela Polícia Militar, com os
equitadores e os animais, está apta a funcionar". O convênio, firmado em 2004,
prevê o envio de sete profissionais, entre eles, médicos ortopedistas,
fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.
(IC)
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