É a família que escolhemos, são os que estão ao nosso lado na alegria e na tristeza e ficam bem guardadinhos no lado esquerdo do peito. No Dia Internacional do Amigo, celebrado nesta quinta-feira, confira os principais e os inúmeros benefícios, segundo especialistas, da amizade na infância: a companhia de alguém querido, por exemplo, ajuda a enfrentar etapas essenciais do crescimento.
De acordo com psicólogos, ter com quem compartilhar frustrações, alegrias, broncas e brincadeiras é fundamental para o desenvolvimento emocional e ensina a conviver e a respeitar as diferenças. Além disso, cultivar boas amizades quando criança faz com que no futuro se tenha mais facilidade para estabelecer vínculos afetivos.
— Beneficia por conta dos valores envolvidos na troca: éticos, afetivos, sociais. Se isso ocorre cedo, essas habilidades são exercitadas e criadas já na criança. Ela aprende a negociar, a ceder. Amadurecem à medida que aprendem com o outro — diz a psicóloga Paula Emerick, fundadora do Solace Institute.
Assim como na fase adulta e na velhice, amigos de infância se ajudam a passar pelas transformações naturais da vida, como uma simples mudança de colégio. Ver que o outro superou algo é um incentivo.
— Traz uma segurança emocional, que não está só na família — afirma Paula.
Se para adultos uma amizade de seis anos já pode ser sinal de confiança, imagine para crianças, que têm outra noção de tempo. Lucas Maia Neves, de 10 anos, mantém esse longo laço de afeto com amigos da escola desde o jardim de infância. Os pequenos não se desgrudam: jogam videogame, vão ao cinema...
— Como eu sou filho único, eles são tipo meus irmãos. Acho que vou ser amigo deles por muito tempo — resume o pequeno Lucas
A família que se escolhe para crescer junto
Para a psicóloga Renata Bento, é preciso valorizar esses vínculos na infância. Assim, são fortalecidas as capacidades de enxergar o outro e de se identificar. Ela ressalta que é importante que os pais tentem interferir o mínimo possível nessas relações.
— Para que eles possam criar alternativas, buscar saídas para ultrapassar as dificuldades encontradas na relação. Estarão aprendendo a lidar com alguém fora do círculo familiar — observa Renata.
Ainda entre os benefícios da troca entre os pequenos, está saber como é dividir e se posicionar diante do outro. Em uma conversa, que para elas pode parecer algo simples, as crianças vão crescendo juntas.
Depoimento: ‘Os amigos serão levados além da escola’
Daniele Maia é advogada, de 42 anos,e mãe de Lucas.
— Ele estuda no mesmo colégio desde os 4 anos. Criou ali um ciclo de amizade muito legal que se estendeu aos pais. Eles querem estar sempre juntos, fazem cursos, combinam de jogar um na casa do outro. Esse ano encerram o ciclo no colégio, mas percebemos que os amigos serão levados além da escola. Vão permanecer muito unidos — acredita Daniele.
Fonte: Jornal Extra
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