Buscar informações sobre a Síndrome de Down
sempre é muito importante, principalmente, se atualizando com profissionais
diversos, escolas, livros, instituições, associações. Procurar sempre ficar por
dentro do assunto, buscar soluções (elas existem), perceber que a família é a
essência de tudo e acreditar acima de tudo nas coisas boas e não se ocupar somente
de problemas. O diagnóstico não deve alterar o sentimento de amor e aceitação
de um filho com Síndrome de Down. A família tem de procurar fortalecer este
sentimento desde sempre.
Fatores psicomotores como
motricidades, lateralidade, tônus, esquema corporal, postura, dentre outros
atuam na integração do SPH (Sistema Psicomotor Humano) e dessa forma a pessoa
consegue desenvolver-se dentro dos padrões normais e de uma forma mais
saudável, mesmo aqueles que precisam de uma atenção maior, com alguma
necessidade especial, o desenvolvimento acontece. Podendo traçar um plano de
intervenção mais apropriado, identificando problemas, padrões diferenciados
fica muito mais adequado o trabalho psicomotor com a pessoa Síndrome de Down. A
psicomotricidade pode ampliar a percepção sensorial e motora, prevenir
possíveis complicações, oferecer meios para a obtenção de uma melhor qualidade
de vida, dando uma nova perspectiva ao desenvolvimento. Ela surge para amenizar
dificuldades psicomotoras e utiliza estratégias cognitivas para as
aprendizagens. A Síndrome de Down possui características específicas em sua
motricidade, item fundamental para o desenvolvimento do ser humano. Faz-se
necessário uma avaliação motora para delinear um perfil psicomotor e assim destacar
as potencialidades e dificuldades motoras e oferecer a oportunidade da Síndrome
de Down ser acompanhada através de um programa adequado que deve levar em
consideração trabalhos que envolvam atividades lúdicas, músicas, histórias,
mímicas, dentre outras que venham a estimular a evolução dos aspectos
psicomotores. Através da psicomotricidade cria-se possibilidades para todos
poderem explorar os potenciais motores próprios, facilitando que outras
habilidades sejam adquiridas.
A criança com síndrome de Down
possui o desenvolvimento psicomotor mais lento devido às próprias peculiares da
enfermidade e pelos problemas associados, como alterações visuais, cardíacos
congênitos e outros (LEFÈVRE, 1988).
A alteração cromossômica, Trissomia
21, existente da Síndrome de Down não
impede que a pessoa Down tenha o desenvolvimento da inteligência comprometido. De
certa forma, uma das coisas que possibilita seu desenvolvimento é a influência
derivada do seu meio, influências ambientais e, especialmente relacionais. Esse
meio é justamente um dos fatores que influenciará nas limitações para
realização de algumas atividades e habilidades motoras, estimulando a parte
motora, psicológica e afetiva. A pessoa com Síndrome de Down trabalhada com a
psicomotricidade adquire capacidades cognitiva, afetiva, motora, intelectiva e
afetiva e passa a ter como base de sustentação o seu próprio corpo. É
importante que este trabalho vise a atenção, pois irá trabalhar a fixação e a
mobilização nos outros, nos objetos, nas informações fornecidas, na expressão
que ajudará em seu comportamento, temperamento e sociabilidade, na memória para ajudar na dificuldade de
organização, na correlação, na análise, no cálculo, no pensamento abstrato e na
linguagem, focando as dificuldades respiratórias, perturbações fonéticas e de
articulação e auditivas. Todas estas contribuições e aquisições
ajudam a desmistificar o preconceito e exclusão a respeito das pessoas com essa
síndrome. Pessoas que estimuladas desde o nascimento desenvolvem interesse e
habilidades necessárias para a aquisição e evolução das funções cognitivas e
motoras.
A família tem um papel fundamental em
todo este processo. Deve haver afeto,
contato e vínculo. É de extrema importância para a aprendizagem, já que ela só
acontece de forma adequada, quando o emocional da pessoa se encontra estabilizado. Um filho é um acontecimento na vida de uma
família, especialmente dos pais e mães.
São várias transformações, o recebimento de um novo membro, a fantasia de uma
criança chegando. É uma mudança. De repente vem o diagnóstico que muda toda uma
representação, a fantasia de que está gerando um filho dito “normal”, uma
desconstrução, um desequilíbrio, o começo de períodos difíceis. Fatores
emocionais são mais atuantes, principalmente relacionados à interação com seus
bebês. O processo de adaptação é mais exigente, mas nunca será impossível.
Entendam: “Meu filho nasceu Down, o que eu faço?” – “Seja mãe, seja pai”. É o
que eles precisam.
Dia
21 de Março – Dia Mundial da Síndrome de Down (2016)
As pessoas com Síndrome de Down deixam lindas histórias expressas na
alma, que mesmo a distância não muda o sentimento que sinto por elas. Amor,
puro amor! Tudo é muito presente e é um mundo bonito e feito por pessoas
lindas. Você que tem Síndrome de Down tira as fotos mais simples, mas são as
mais lindas, porque revelam as pessoas que vocês são em cada momento e em um
momento no tempo em que apenas o motivo daquele sorriso importa. Vocês não
precisam mostrar que são pessoas lindas, tá? Deixem que as pessoas se tornem
lindas diante de vocês.
Beijos e até a próxima!
Fátima Alves
Fonoaudióloga, Palestrante, Autora,
e Consultora na área de Psicomotricidade, Inclusão e Educação; Sócio-terapeuta Ramain-Thiers, Psicomotricista titulada pela
SBP. Mestre em Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente, UNIPLI. Docente da
Pós-graduação da AVM Faculdade Integrada, FAMESP e IBMR Centro Universitário.
Presidente da ABP, gestão 2008/2010. Conselheira da ABP. Autora dos livros da WAK Editora:
“Psicomotricidade: corpo, ação e emoção”; “Inclusão: muitos olhares,
vários caminhos e um grande desafio”; “Como aplicar a Psicomotricidade:
uma atividade multidisciplinar com Amor e União”, “Para Entender a
Síndrome de Down” e “A Psicomotricidade e o Idoso: uma educação para a
saúde”.
Referência
Bibliográfica:
·
LEFÈVRE, B.H. (1985). Mongolismo
– orientação para famílias. ALMED, 2ª Ed. SP.
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