terça-feira, 10 de abril de 2012

Pai mais velho tem maior risco de ter filho autista, diz estudo


Quanto mais velho é o pai, maior é a chance de que uma criança desenvolva o autismo. A descoberta é um dos destaques de três estudos publicados nesta quarta-feira (4) pela revista científica “Nature”, que identificaram vários genes ligados ao distúrbio.

Os três trabalhos, todos de universidades dos EUA, tiveram como enfoque as chamadas mutações “de novo”, erros genéticos que surgem nos pacientes, mas que não estavam presentes em seus pais e se devem a fatores internos da própria célula.

Os pesquisadores estudaram casos de autismo em crianças sem antecedentes na família e compararam o genoma dos pacientes ao dos seus pais.

Cada pesquisa descobriu um aspecto diferente. A liderada por Matthew State, da Universidade Yale, descobriu mutações em genes expressados no cérebro que estão associados às doenças do espectro autista.

Outra, liderada por Mark Daly, da Faculdade de Medicina Harvard, em Boston, mostrou que muitas das mutações genéticas encontradas nos autistas não necessariamente causam o distúrbio.

Já o estudo liderado por Evan Eichler, da Universidade de Washington, mostrou que a maior parte das mutações tem origem paterna, e o problema fica mais intenso de acordo com a idade do pai – quanto mais velho ele for, maior o risco para a criança.

Hoje, é consenso entre os pesquisadores que o autismo tem causas genéticas, mas esta relação ainda não é conhecida com detalhes.

“À medida que identificarmos mais genes, obteremos uma imagem mais clara de como se origina o autismo, o que nos conduzirá a objetivos terapêuticos que nos permitam desenvolver novos tratamentos contra a enfermidade”, afirmou à Efe Stephan Sanders, um dos autores, que fez parte do grupo liderado por Matthew State.

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