De acordo com o Departamento de Saúde do Estado de Nova Yorque,
procedimentos derivados da análise do comportamento são essenciais em qualquer
programa desenvolvido para o tratamento de indivíduos diagnosticados com
autismo. A academia nacional de ciências dos EUA, por exemplo, concluiu que o
maior nº de estudos bem documentados utilizaram-se de métodos comportamentais.
Além disso, a Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo dos Estados
Unidis, afirma que ABA é o único tratamento que possui evidência científica
suficiente para ser considerado eficaz.
O tratamento ABA envolve o ensino intensivo e individualizado das
habilidades necessárias para que o indivíduo possa adquirir independência e a
melhor qualidade de vida possível. Dentre as habilidades ensinadas incluem-se
comportamentos sociais, tais como contato visual e comunicação funcional;
comportamentos acadêmicos tais como pré-requisitos para leitura, escrita e
matemática; além de atividades da vida diária como higiene pessoal. A redução de
comportamentos tais como agressões, estereotipias, autolesões, agressões
verbais, e fugas também fazem parte do tratamento comportamental, já que tais
comportamentos interferem no desenvolvimento e integração do indivíduo
diagnosticado com autismo.
Durante o tratamento comportamental (ABA), habilidades geralmente são
ensinadas em uma situação de um aluno com um professor via a apresentação de uma
instrução ou uma dica, com o professor auxiliando a criança através de uma
hierarquia de ajuda (chamada de aprendizagem sem erro). As oportunidades de
aprendizagem são repetidas muitas vezes, até que a criança demonstre a
habilidade sem erro em diversos ambientes e situações. A principal
característica do tratamento ABA é o uso de consequências favoráveis ou
positivas (reforçadoras). Inicialmente, essas consequências são extrínsicas (ex.
uma guloseima, um brinquedo ou uma atividade preferida). Entretanto o objetivo é
que, com o tempo, consequências naturais (intrínsecas) produzidas pelo próprio
comportamento sejam suficientemente poderosas para manter a criança aprendendo.
Durante o ensino, cada comportamento apresentado pela criança é registrado de
forma precisa para que se possa avaliar seu progresso.
O uso da Análise Comportamental Aplicada voltada para o autismo baseia-se
em diversos passos: 1- avaliação inicial, 2- definição de objetivos a serem
alcançados, 3- elaboração de programas/procedimentos, 4- ensino intensivo, 5-
avaliação do progresso. O tratamento comportamental caracteriza-se, pela
experimentação, registro e constante mudança. A lista de objetivos a serem
alcançados é definida pelo profissional, juntamente com a família com base nas
habilidades iniciais do indivíduo. Assim, o envolvimento dos pais e de todas as
pessoas que participam da vida da criança é fundamental durante todo o
processo.
Concluindo, ABA consiste no ensino intensivo das habilidades
necessárias para que o indivíduo diagnosticado com autismo ou transtornos
invasivos do desenvolvimento se torne independente. O tratamento baseia-se em
anos de pesquisa na área da aprendizagem e é hoje considerado como o mais
eficaz.
Caio Miguel,
Ph.D, Psicólogo, doutor em análise do comportamento pela Western
Michigan Universit.
Artigo publicado no BAB - Boletim Autismo Brasil n.2, de junho
de 2005.
Quem pode se beneficiar com
ABA?
O tratamento com Aba tem beneficiado todo o tipo de
aprendiz em todas as idades, com muita ou pouca habilidade, em várias questões
diferentes. No começo dos anos 60, começou-se a se trabalhar com a análise do
comportamento em crianças autistas e com outras desordens do desenvolvimento.
Desde aquela época, uma grande variedade de técnicas de ABA tem sido
desenvolvida para construir o aprendizado em crianças autistas de todas as
idades. Essas técnicas são usadas tanto em situações mais estruturadas e formais
como nas situações mais naturais, tipo as situações do dia-a-dia e tanto na
situação de 1 pra 1, como nas instruções em grupo.
O uso dos princípios e técnicas da ABA para ajudar
pessoas com autismo terem uma vida mais feliz e produtiva se expandiu
rapidamente nos últimos anos. Hoje, ABA é amplamente reconhecido como seguro e
efetivo no tratamento do autismo.
ABA tem sucesso com autistas
adultos?
Sim. Documentos de pesquisa mostram que várias técnicas
de ABA são efetivas em construir habilidades em crianças, adolescentes e adultos
com autismo e disordens relacionadas. E ainda, os métodos de ABA são úteis em
ajudar as famílias a lidar com muitos comportamentos difíceis que podem
acompanhar o autismo, sem os efeitos colaterais de drogas. Nos EUA muitos desses
indivíduos adultos com acompanhamento de ABA aprenderam a desenvolver alguma
atividade voltada pro trabalho e a ter uma ótima participação em suas
comunidades.
Fonte: Autismo em Foco
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