Um adolescente autista de 17 anos foi deixado trancado e no escuro no
Centro de Reabilitação Social Municipal Renato Felliphe Hanai Mendes
Jardim Vitória, em Taboão da Serra (Grande São Paulo), na noite de
segunda-feira (23).
Por volta das 17h30, um funcionário do centro ligou para a família
pedindo para alguém buscar o adolescente porque o carro que faz o
transporte havia quebrado.
Quando a mãe chegou ao local por volta das 18h encontrou a instituição
fechada. Imaginando que o carro havia sido consertado, os familiares
retornaram para casa e aguardaram a chegada do garoto. " A perua sempre
atrasa e por isso não nos preocupamos com a demora", disse Ariane Alves
Moreno, 20, irmã do garoto.
Preocupada com a demora do adolescente, a família ligou para o 190 e
para a GCM (Guarda Civil Municipal) informando sobre o desaparecimento. A
PM fez buscas na região e não encontrou o adolescente.
Por volta das 23h, os guardas municipais pularam o muro da instituição e
encontraram o garoto sozinho trancado em uma sala escura. Ao menos um
computador foi quebrado e documentos espalhados no chão pelo menino que
estava assustado e irritado. O garoto deveria ter tomado um remédio
controlado por volta das 22h.
Ariane disse que encontrou o irmão nervoso e cheirando a urina e fezes. "
Quando ele me viu ficou mais calmo e sorriu, mas com certeza ficou
traumatizado", disse.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Garoto cumprimenta guardas civis metropolitanos que o resgataram do centro de reabilitação social |
Segundo a GCM, a administradora da unidade esteve no 1º Distrito
Policial de Taboão da Serra para prestar depoimento e disse que não foi
trabalhar ontem, mas que nesta terça-feira fará um levantamento para
descobrir quem deixou o garoto sozinho.
A administradora pediu desculpas à família e disse que isso não vai mais
acontecer, mas para Ariane quem fez isso com o seu irmão terá que ser
responsabilizado.
Segundo Ariane, faz quatro anos que o garoto está longe da escola porque
a família não consegue vaga em uma escola especial. Na instituição, o
adolescente estava há três dias ainda em fase de adaptação. "A gente
estava feliz porque tinha conseguido um lugar que faz inclusão social,
mas agora não vamos mais levar", afirma Ariane.
A direção da instituição não foi encontrada para comentar o caso.
Fonte: Folha
Meu Deus, se os lugares que deviam tratar melhor os nossos(autistas ou não) fazem isso, o que devemos esperar do restante do mundo?
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