LONDRES - Pesquisadores da Universidade de Leicester apresentaram os resultados de uma pesquisa sobre autismo na vida adulta: nenhuma pessoa identificada com autismo ou síndrome de Asperger na Inglaterra sabia de fato de sua condição. De acordo com o professor de Psiquiatria da Universidade de Leicester, Traolach Brugha, a pesquisa já tinha revelado que o autismo era mais comum em homens, com alta graduação e que viviam em casas financiadas pelo governo.
As descobertas são baseadas em um levantamento epidemiológico em duas fases (7.461 entrevistas de triagem; 618 diagnósticos) feito em 2007 na Inglaterra e foram agora publicadas na revista científica "Archives of General Psychiatry".
Brugha, também consultor do sistema público de saúde, disse que o artigo atual confirma o que já foi publicado em 2009, que 9,8 em cada mil adultos da Inglaterra tinham diagnóstico oficial para o espectro autista. Não há evidências de uma "epidemia de autismo".
- Nossos resultados sugerem que não há aumento nem queda significativa ao longo do tempo. Isso favorece a interpretação de que os métodos de apuração (caso de constatação) mudaram de pesquisas mais recentes de crianças em comparação com os primeiros levantamentos em que as taxas relatadas foram consideravelmente menores - explicou Brugha.
Quanto às causas do autismo, os pesquisadores dizem que "parecem estar temporalmente constantes e recentes aumentos aparentes nas taxas de diagnóstico devem refletir melhores diagnósticos em vez de alguma nova toxina ambiental".
- É muito preocupante que nenhum dos casos que nós confirmamos usando métodos de avaliação para diagnósticos rigorosos soubesse de sua condição ou tivesse tido um diagnóstico oficial. Estamos providenciando treinamento para psiquiatras no diagnóstico do espectro autista em adultos através do Royal College of Psychiatrists Education and Training Centre, em Londres - disse o pesquisador.
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