sexta-feira, 22 de maio de 2015

Coluna do dia: Como estimular a linguagem do seu filho




    Um bebê, em seu primeiro ano de vida, já consegue identificar padrões de sons das palavras. É assim que ele começa a entender o significado delas; e treina a fala muito antes de balbuciar as primeiras sílabas que surgem por volta dos seis meses de vida. Ou seja, desde que nascem as crianças se comunicam e o fazem por meio de sons e gestos, além do choro, balbucios e risos. Essa é a forma, primeiramente, que os bebês têm para expressar desejos e sentimentos, e de se comunicar com o mundo e as pessoas que lhes rodeiam.

O desenvolvimento da sua linguagem é um passo muito importante no seu desenvolvimento geral. Dos primeiros balbucios às primeiras palavras, o bebê passa por várias etapas no que se refere à sua expressão oral.

Segundo Borges e Salomão (2003) a linguagem é uma das primeiras formas pela qual o indivíduo se socializa, além disso, e através dela, que é possível a criança ter contato com vários aspectos sociais, antes mesmo de aprender a falar. Portanto, estar exposto a este estímulo é o requisito mínimo para que seu filho desenvolva uma boa linguagem; pois nenhuma criança pode inventar uma língua a partir do nada; diante de tal fato, é importante ter consciência que somos modelos para seu aprendizado; e se estimularmos mais, e corretamente, melhor iremos proporcionar seu bom desenvolvimento e desempenho.

Para que haja um desenvolvimento saudável da criança, é necessário que os aspectos cognitivos e motores estejam íntegros. É importante o estímulo, assim, se desenvolve e bons resultados para toda a vida. Portanto, é muito importante que converse sempre com o seu filho e crie oportunidades para ele falar. É preciso ter em mente que cada criança tem seu próprio estágio de desenvolvimento, e nem todas evoluem da mesma forma.

No início, a linguagem é muito limitada, pois suas primeiras palavras referem-se às questões da própria família, ambiente em que passa mais tempo em seus primeiros anos de vida. É seu ambiente imediato. Palavras iniciais mais comuns: "mãe", "pai", "água". E aos poucos, começam a ter um vocabulário maior.

Lembrem-se sempre: a criança não só se comunica verbalmente, como também por gestos desde que nascem. Por exemplo, quando ela quer ir aos braços de alguém, levanta os braços para que os pais a peguem; se ela quer algo, ela diz ou aponta com o dedo; se ela quer nos mostrar algo, também aponta e/ou pronuncia sons relacionados à futura palavra. A linguagem não é apenas verbal!

A linguagem não verbal é a primeira adquirida desde que o bebê nasce. No choro, por exemplo, podemos entender tipos de mensagem / informação: se é choro de cólica, de fome, de sono, de frio entre outros. A criança, através destes sons, já começa a demonstrar diferentes sentimentos e formas de apreensão do mundo através da linguagem.

Devemos estimular a aquisição da linguagem a partir desde o nascimento, sendo assim, deixo aqui, algumas dicas e sugestões importantes para que estimule corretamente a fala de seu filho.
ð  Ajude a criança a completar suas frases para enriquecer sua linguagem;
ð  Reconheça suas conquistas com um sorriso e um elogio;
ð  Evite qualquer comparação, pública ou privada, com seus amiguinhos;
ð  Escute com paciência
ð  Faça a criança sentir que o que ela está contando é importante, ou seja, ouça a criança com interesse;
ð  Estabeleça um diálogo verdadeiro para que ela aprenda que ouvir é tão importante quanto falar;
ð  Ajude a compreender a sonoridade das palavras, ou seja, quando a criança apontar para um objeto, diga o nome antes de pegar, ou seja, antes de atender o seu pedido;
ð  Estimule a falar o que ela quer com a pronúncia correta. Ou seja, evite atendê-la toda vez que apenas apontar para os objetos;
ð  Mostre e reforce o nome do objeto solicitado em diferentes situações, principalmente objetos que a criança goste muito. Exemplo: a criança aponta para o pacote de biscoito na prateleira. Não o entregue imediatamente. Fale: “Você quer biscoito? Tome o biscoito”;
ð  Responda com as palavras corretas, quando seu filho falar algo errado. Atenção: não corrija prontamente, isso evita que a criança gere mais insegurança. E não repita a pronúncia errada da criança. É preciso enfatizar a palavra correta. Exemplo: “Quelo dedeila”. Você repetirá normalmente: “Você quer a mamadeira? Vou pegar a mamadeira”;
ð  Não troque nomes de objetos, como chupeta de 'pepeta' ou a mamadeira de 'tete'. Nesses casos, a criança terá que aprender duas palavras para um mesmo objeto;
ð  Evite falar palavras diminutivas. O ‘tatibitate’ pode atrasar o aprendizado e você não será menos carinhoso com ele por isso. O tom da voz significará muito mais do que a palavra. Fale corretamente e com carinho. Exemplo: Biscoitinho, comidinha, sapatinho, bonequinho, cavalinho entre outros;
ð  Converse bastante com a criança, ainda que ele seja um bebezinho. Conte o que esta fazendo enquanto troca sua fralda, fale as partes do corpo enquanto acaricia ou dá banho para enfatizar o nome de cada uma delas. Nas refeições, fale o nome dos alimentos que esta sendo oferecido. Cante músicas;
ð  Leia e conte histórias com boa dicção e em intervalos adequados entre as palavras, esta ação estimula muito a linguagem da criança, além de despertar o imaginário e a criatividade.

Atenção! Algumas crianças demoram um pouco mais para aprender e desenvolver a linguagem, o que não deve ser encarado como um problema pelos pais. Você deverá preocupar-se quando a criança passa dos 24 meses sem produzir palavras. Daí a ajuda de um fonoaudiólogo passa a ser necessária para que esse desenvolvimento da linguagem ocorra dentro do esperado. Aproveite os cuidados com o bebê indicados acima e instrua as pessoas que convivem com a criança para fazerem o mesmo.

Seu bebê agradece.
Até a proxima!

Maria Paula C. Raphael - CRFa1 7364 - Fonoaudióloga, Sociopsicomotricista Ramain-Thiers, Fonoaudióloga e Supervisora de Fonoaudiologia do Projeto Escola na SPB  de 1991 / 1997, Docente da AVM  Faculdade Integrada, cursos de pós graduação (UCAM), Eventos em Educação,  Supervisora na Formação em Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, Palestrante em eventos de educação.

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