quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Estado do RJ terá centros de atendimento para autistas


Crianças e adolescentes com deficiência mental e autismo poderão ganhar atendimento de ponta no Estado. A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) acaba de garantir, por unanimidade, com 53 votos favoráveis, que o projeto de lei 689/11, vetado pelo governador, seja transformado em lei.

A derrubada do veto tirará do papel os Centros de Reabilitação Integral voltados para estes menores. A proposta, do deputado Xandrinho (PV), prevê a criação de oito centros, em diferentes regiões do estado, com instalações físicas, equipamentos e área de reabilitação para atendimento de cada um dos casos. O autor salienta que o atendimento beneficiará famílias que não podem arcar com um atendimento adequado, muito caro. “E são crianças que precisam desse apoio para ajudá-las a desenvolver suas potencialidades. E estes tratamentos são muito caros”, salientou Xandrinho.

Os centros deverão dispor de atendimento médico neurológico, psiquiátrico, pediátrico e de acompanhamento pedagógico, psicológico, fonoaudiológico, fisioterapêutico e terapêutico ocupacional. Também estão previstos no texto os cuidados de enfermagem, atendimento odontológico e o serviço social.

As cidades que receberão os centros são Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense; Itaperuna, na Região Noroeste; Campos dos Goytacazes, na região Norte; Cabo Frio, na Região das Baixadas Litorâneas; Petrópolis, na Serrana; Volta Redonda, na Centro Sul; Resende, na região do Médio Paraíba e Angra dos Reis, na Costa Verde. A principal fonte de custeio será o Sistema Único de Saúde (SUS), mas o projeto autoriza a celebração de convênios entre Estado, Governo federal, municípios e iniciativa privada. A proposta será promulgada nos próximos dias.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Quanto mais cedo são identificados os sinais de autismo, melhores as chances de reduzir as deficiências.

“Quanto mais cedo se identificam os sinais, melhores as chances de intervir para tentar recuperar a capacidade de a criança se relacionar com os outros e buscar a construção de uma linguagem significativa”,

“A intervenção precoce permite ainda ouvir os pais,que sofrem por não receber de volta dos filhos a atenção que lhes dão.”

Ainda que alguns sintomas surjam muito cedo, nos primeiros meses de vida, os casos só costumam ser confirmados por volta dos 3 anos de idade, quando o cérebro já atravessou uma das fases de crescimento mais intenso, Maria Cristina Kupfer.

Uma criança autista prefere estar só, não forma relações pessoais íntimas, não abraça, evita contato de olho, resiste às mudanças, é excessivamente presa a objetos familiares e repete continuamente certos atos e rituais. A criança pode começar a falar depois de outras crianças da mesma idade, pode usar o idioma de um modo estranho, ou pode não conseguir - por não poder ou não querer - falar nada. Quando falamos com a criança, ela freqüentemente tem dificuldade em entender o que foi dito. Ela pode repetir as palavras que são ditas a ela (ecolalia) e inverter o uso normal de pronomes, principalmente usando o tu em vez de eu ou mim ao se referir a si própria.

 
Classificados como transtornos do espectro autista ou transtornos globais do desenvolvimento, esses problemas de origem neuropsicológica se manifestam na infância e, com maior ou menor intensidade, prejudicam por toda a vida a capacidade de seus portadores se comunicarem e se relacionarem com outras pessoas. Incluem quadros variados como o autismo clássico, marcado por dificuldades severas de linguagem e de interação social; a síndrome de Asperger, na qual a inteligência é normal ou superior à média e a aquisição da linguagem se dá sem problemas, mas em que são comuns os gestos repetitivos e a falta de controle em movimentos delicados; ou ainda a síndrome de savant, em que, apesar do retardo mental, a memória ou as habilidades matemáticas ou artísticas são extraordinárias.
 

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade


Tipo Desatento
Verifique em qual item você se encaixa: SIM
1. Presta pouca atenção a detalhes e comete erros por falta de atenção.
2. Tem dificuldade em se concentrar ao assistir uma palestra, ler um livro...
3. Às vezes parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra, ou numa conversa acaba distraindo-se, prestando atenção em outras coisas.
4. Tem dificuldade em seguir as instruções (não por incapacidade em compreendê-las), preferindo sempre a fazer suas tarefas "do seu jeito", no "seu tempo", muitas vezes deixando-as inacabadas.
5. Dificuldade de organizar seu tempo para fazer algo ou planejar com antecedência.
6. Relutância para fazer ou iniciar tarefas que exijam esforço mental e constante por muito tempo.
7. Perde objetos e/ou esquece nomes, compromissos, datas...
8. Distrai-se com muita facilidade com coisas à sua volta ou mesmo com seus próprios pensamentos, parecendo muitas vezes "sonhar acordado"
9. Apresenta com freqüência esquecimento em suas atividades diárias
Total de respostas "Sim":
É necessário que a pessoa tenha 6 ou mais características acima, para haver possibilidade de diagnóstico de TDAH (DDA).


Tipo Hiperativo/Impulsivo
Verifique em qual item você se encaixa:
SIM
1. Move de modo incessante pés e mãos ou remexe-se na cadeira.
2. Tem dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é esperado.
3. Sente-se incapaz de relaxar, descansar, a musculatura geralmente é tensa e está sempre em busca de algo para fazer.
4. Tem dificuldade em manter-se silencioso em atividades de lazer.
5. Parece ser movido por um motor "elétrico" sempre, a "mil por hora".
6. Fala, come, compra ou trabalha em demasia.
7. Responde precipitadamente a perguntas antes que elas sejam concluídas. Responde questões escritas antes de ler até o final.
8. Tem dificuldade em aguardar a sua vez: em conversas, filas, restaurantes...
9. Interrompe freqüentemente os outros em suas atividades e/ou conversas.
Total de respostas "Sim":
É necessário que a pessoa tenha 6 ou mais características de forma crônica, desde criança, para haver possibilidade de diagnóstico de TDAH (DDA).

Tipo Combinado
É necessário que a pessoa tenha 6 ou mais características de cada um dos 2 tipos acima, para haver possibilidade de diagnóstico de TDAH (DDA).
CRITÉRIO A: Os sintomas vistos acima nos questionários são úteis para avaliar o primeiro dos critérios. Existem outros que também são necessários para se fazer o diagnóstico.
CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes desde precocemente (antes dos 7 anos) e serem crônicos, isto é, durarem mais do que 6 meses.
CRITÉRIO C: Existem problemas evidentes causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (no trabalho e/ou na faculdade, na vida social, no relacionamento conjugal e/ou familiar).

Fonte: Johanna Melo Cordeiro

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Adultos com dificuldade de aprendizagem grave podem ter autismo

Grupo de pessoas, que vivem com familiares ou em casas de privadas era “invisível” nas estimativas sobre a doença.

Autismo: cerca de 60% dos homens e 43% das mulheres com deficiência de aprendizagem em níveis severos são também autistas
Autismo: cerca de 60% dos homens e 43% das mulheres com deficiência de aprendizagem em níveis severos são também autistas (Thinkstock)

Adultos que apresentam deficiências de aprendizado moderada a severa têm mais chances de serem autistas. O alerta foi dado nesta quarta-feira em relatório publicado no site do Centro de Informações do Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra. Segundo o documento, cerca de 60% dos homens e 43% das mulheres com a deficiência em níveis severos são também portadores de autismo não diagnosticado.

Saiba mais:

Autismo
Distúrbio onde se é incapaz de estabelecer relações sociais normais, comportando-se de maneira compulsiva e ritual. O distúrbio, que pode impedir o desenvolvimento normal da inteligência, afeta cinco em cada 10.000 crianças e é de duas a quatro vezes mais frequente no sexo masculino.
No levantamento, foram coletados registros de adultos com deficiência de aprendizagem em Leicester, Lambeth e Sheffield, na Inglaterra, de agosto de 2010 a abril de 2011. Os voluntários estudados viviam com os pais ou outros familiares ou ainda em centros comunitários. “Ficamos surpresos com a quantidade de adultos com deficiência de aprendizagem de moderada para cima que tinham autismo. As estimativas anteriores apontavam para números muito mais baixos”, diz Terry Brugha, professor de psiquiatria da Universidade de Leicester e coordenador do estudo.

Segundo Brugha, cerca de 60% dos homens e 43% das mulheres com deficiência severa têm autismo. “Parece surpreendente também a quantia que ainda vive com familiares e pode representar um fardo: 42% dos homens e 29% das mulheres com a deficiência severa que dependem de parentes, e vivem com eles, têm autismo”, diz a especialista.

De acordo com Sally-Ann Cooper, professora da Universidade de Glasgow e participante da pesquisa, as estatística de rotina - tanto da deficiência de aprendizado, quanto sobre o autismo - não haviam levado em conta pessoas que têm os dois problemas concomitantemente. “Nosso estudo demonstra claramente que quanto mais severa a dificuldade de aprendizado do adulto, maiores as chances dele também ter autismo.”

Fonte: Veja

Mãe ensina médicos a lidar com crianças que sofrem de autismo


Cerca de 200 neurologistas, com anos de experiência em sua área, lotam a sala. Na frente de todos está Portia Iverson, de fala pausada, dando explicações detalhadas para a platéia formada quase que exclusivamente por pessoas com muito mais conhecimento científico do que ela. Mas quem é essa mulher sem formação acadêmica que ousa ensinar cientistas? A resposta é simples: Portia Iverson é mãe.

E não qualquer mãe. Ela é mãe de Dov, um jovem americano diagnosticado aos três anos de idade com autismo severo. Desde que descobriu a doença, Iverson e seu marido se dedicaram à causa das crianças autistas e fundaram uma organização não-governamental que pede mais pesquisas sobre a doença – a CAN, sigla em inglês para “Curem o Autismo Agora”, que também significa algo como “é possível” .

Portia Iverson foi uma das convidadas especiais da Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia, em Chicago, nos Estados Unidos. Sua missão? Ensinar os médicos a lidar com crianças autistas, baseada em sua experiência de mais de dez anos cuidando de Dov. E mais: contar os principais problemas que ela enfrenta, para tentar sensibilizar e oferecer informações para novas pesquisas na área.

Para todos
Os conselhos da americana foram ouvidos por médicos, mas, segundo ela, são para serem seguidos por qualquer pessoa que conviva com autistas. O principal é: “Não aja com a criança como se ela tivesse uma deficiência mental”. “Mesmo com as que têm autismo severo e que parecem não estar ligadas no nosso mundo. Elas podem muito bem estar ouvindo, prestando atenção, entendendo”, diz Iverson.

Ela recomenda que os problemas e as frustrações do autismo não sejam discutidos na frente da criança, mesmo quando ela pareça estar distraída com outra coisa. “Se elas estiverem entendendo vão se assustar mais ou se fechar ainda mais em seu mundo”, afirma.

Outro conselho importante, segundo ela, para médicos e pais, é levar a sério os problemas das crianças. “É tão cansativo cuidar de um autista que às vezes achamos que tudo é culpa da doença. Se a criança está mal humorada, com dor de barriga, com dor de cabeça ou com qualquer outro problema, falamos ‘ah, é só o autismo’. E isso não é bom, porque corremos o risco de deixar passar algum problema sério”, diz.

Concentração
Ela explica que não adianta querer atrair a atenção da criança quando ela se concentra em alguma coisa. Primeiro, porque ela não tem controle sobre isso. Segundo, porque não se sabe se ela é mais feliz interagindo com os outros do que fechada em seu mundo. “É como quando temos uma crise de compulsão e comemos demais. Alguém gosta disso? É claro que não, mas não podemos nos controlar. Multiplique isso por um milhão e terá o que acontece com as crianças autistas. Aposto que elas preferiam estar brincando com as outras na rua, mas a atração por outras coisas é muito, muito forte”, conta.

Portia Iverson também aproveitou a oportunidade para pedir que os médicos se esforcem na busca por novos remédios e, se possível uma cura. “É extremamente frustrante. Há dias em que Dov acorda, senta na cama e agarra os olhos, se arranha, se coça, grita. É uma coisa que cansa a gente só de olhar. Daí o surto passa e ele volta ao normal. Precisamos de remédios que controlem essas coisas, pelo bem de nossos filhos”, pediu ela.

Fonte: Portal G1