sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Deficiente mental abandonada em casa vai para abrigo da prefeitura

Depois de quase um mês sob os cuidados de vizinhos, a deficiente mental Samara Dumortout Aires da Mata, de 32 anos, foi enfim levada para um abrigo especializado da Prefeitura do Rio. Ela, que tem paralisia cerebral grave, estava sozinha em sua casa na Glória desde que a mãe e única parente próxima, Sônia Maria Dumortout Aires, foi internada no Instituto Philippe Pinel, em Botafogo.
 
Segundo a subsecretária municipal da Pessoa com Deficiência, Ana Claudia Monteiro, um primo de Samara foi encontrado e assumiu a responsabilidade de autorizar seu encaminhamento para o abrigo. Enquanto permaneceu sozinha em sua casa, na Glória, vizinhos de Samara a alimentaram e auxiliaram em sua higiene, mas a situação não era a ideal, como reconhece Iaci Malta, moradora da mesma rua da jovem.
 
— Várias pessoas ajudaram, trocaram sua fralda, a alimentaram, mas estavam todos se exaurindo. O principal é que ninguém conhece o seu real estado de saúde, se ela toma algum medicamento, por exemplo. Estávamos aguardando o diagnóstico da mãe da Samara. Ele já saiu e não é bom: com quadro de demência, ela não deixará o Pinel tão cedo. Por isso, precisávamos tanto de uma solução para o caso — disse Iaci, que contou também que Samara chora e pergunta pela mãe a todo momento, necessitando de amparo psicológico.
 
A mobilização começou na última quarta-feira, quando os vizinhos de Samara procuraram Teresa Amaral, superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), que acionou órgãos públicos, incluindo a polícia. Os órgãos anotaram a reclamação e afirmaram que iriam verificar. Às vésperas de um feriadão, o tempo que o processo burocrático poderia levar preocupou Teresa.
 
Sensibilizada pela história de Samara, a subsecretária Ana Claudia Monteiro conseguiu uma vaga num dos abrigos do órgão. No entanto, ela esbarrava num problema: a jovem não tem um tutor legal e os parentes encontrados até aquele momento não queriam assumir responsabilidade sobre ela. Segundo Ana Claudia, a Secretaria não tem autonomia para entrar na casa de uma pessoa e tirá-la de lá sem um respaldo da Justiça. A questão foi solucionada nesta sexta, com a autorização da transferência de Samara feita pelo primo encontrado.
 

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