a) Ônibus 328 b) Ônibus 335 c) Ônibus 343 d) Ônibus 358 e) Ônibus 393 f) Ônibus 397 de Metrô 1) Descer na Estação Uruguaiana; 2) Ou descer na Estação Presidente Vargas
de carro
ESTACIONAMENTO - Saiba onde estacionar (ATENÇÃO: Não somos responsáveis pelos estacionamentos citados ou informações, apenas estamos divulgando um link da internet)
MAPA DO LOCAL DO EVENTO:
MAPA - Colégio Pedro II - Salão Nobre - Av. Marechal Floriano, 80 - Centro, Rio de Janeiro (Próximo ao Metrô Uruguaiana e Metrô Presidente Vargas)
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Crianças com autismo são únicas e interpretam o mundo de forma
diferente, em comparação a outras crianças. Em termos de habilidades
sociais e comunicativas, elas mostram diferenças altamente visíveis.
Crianças com autismo parecem se valer de uma linguagem própria,
implementando um sistema que funciona para elas. Se seu filho foi
diagnosticado com autismo, é importante que você aprenda sua linguagem, a
fim de se comunicar adequadamente com ele.
1
Comunicando-se de maneira eficaz com uma criança autista
1
Converse sobre os interesses dela. É muito mais fácil
conversar com uma criança autista, uma vez que você descubra algum
interesse dela. Ela pode acabar se abrindo com você, se estiver
confortável em falar sobre o assunto em pauta. Saber “falar a língua” da
criança é essencial para conseguir uma boa comunicação.
Caso seu filho goste de carros, você pode usar este assunto para fazê-lo se abrir e conversar.
2
Encurte suas sentenças. Uma criança autista
conseguirá processar melhor as informações em uma conversa, caso você
use frases curtas. Perceba que a própria criança se comunica através de
frases curtas, e você deve imitar isso. Além disso, tente se comunicar
por escrito.
Você pode escrever, "vamos comer agora". A criança poderá responder
por escrito ou verbalmente, que é maneira mais eficaz, por causa do
contato visual.
A comunicação através da escrita pode ser uma ótima ferramenta.
3
Desenhe. Estímulos visuais podem ser altamente
benéficos para crianças com autismo. Tente desenhar diagramas,
instruções ou imagens simples, a fim de ajudar a comunicar suas ideias.
Estímulos visuais podem ajudar a criança a compreender de maneira mais
clara o que você está tentando expressar verbalmente; muitas crianças
autistas respondem de maneira mais efetiva a comunicação visual.
Tente usar recursos visuais para criar um cronograma para seu filho.
Desenhe as atividades diárias da criança; o café da manhã, a ida
para a escola, a volta para casa, a criança jogando, dormindo, etc.
Isso permite que seu filho verifique suas atividades diárias, adicionando alguma estrutura ao dia dele,
Você pode usar bonecos de palitinho para explicar as atividades, mas
certifique-se de adicionar um traço marcante a cada personagem.
Por exemplo, se você for ruiva, pinte o cabelo de sua personagem de vermelho, para a criança conseguir associá-la a você
4
Permita que a criança tenha mais tempo para processar informações.
Você pode precisar usar pausas com mais frequência, ao conversar com
ela. Seja paciente, e certifique-se de não apressá-la, permitindo que
ela leve o tempo necessário para processar e responder.
Caso seu filho não responda a uma pergunta, não faça outra logo depois. Isso pode deixá-lo ainda mais confuso.
5
Sela linguisticamente consistente. Crianças com
autismo podem não conseguir processar certas variações de palavras;
certifique-se de falar de maneira consistente, a fim de não confundir a
criança.
Consistência é crucial para estas crianças.
Por exemplo, durante um jantar, você teria uma dúzia de maneiras
diferentes de pedi-lo para passar as ervilhas. Ao se comunicar com
crianças autistas, é melhor se ater a frases coerentes e uniformes.
6
Seja sensível, e não leve o silêncio da criança para o lado pessoal.
Seu filho pode passar longos períodos sem conversar com você; faça o
seu melhor para compreender isso. Aborde a criança de maneira sensível e
continue tentando, ainda que isso resulte em várias interações
difíceis. Ser persistente e sensível é a única maneira de incentivá-lo a
confiar em você.
Você nunca poderá saber exatamente o motivo do silêncio do seu
filho. O timing das conversas pode não estar muito adequado, o ambiente
pode não estar favorecendo, ou a criança pode estar imaginando algo
totalmente fora de contexto.
Se outras pessoas tentarem conversar com seu filho, podem pensar que
ele é anti-social ou que não gosta delas. Raramente isso é verdade. De
qualquer forma, certifique-se de as outras pessoas estejam cientes da
situação do seu filho.
7
Inicie as conversas com uma declaração. Quando você
pergunta “como vai você?” a alguém, geralmente espera uma resposta
simples e rápida. No caso de crianças autistas, isso pode ser bem
diferente, visto que elas podem se sentir intimidadas ou oprimidas por
perguntas. É sempre melhor começar com uma declaração, para que ele se
sinta incentivado a interagir.
Elogiar o brinquedo de uma criança pode ser uma ótima maneira de iniciar uma conversa.
Basta fazer um comentário e esperar para ver se ela responde.
Mais uma vez, fale sobre temas interessantes para a criança.
8
Não o exclua. Haverá momentos em que a criança
desejará se envolver, e terá dificuldades. Esteja consciente da presença
dela, e a inclua da melhor maneira possível. Mesmo que não haja
resposta, é importante se esforçar. Isso pode significar muito para a
criança.
9
Converse com seu filho nos momentos certos. Escolha
um momento no qual a criança esteja mais tranquila, e interaja com ela.
Se a criança estiver mais calma, será mais receptiva ao que você tem a
dizer. Além disso, escolha locais onde não estejam acontecendo muitas
coisas ao mesmo tempo; estímulos excessivos podem deixar seu filho
desconfortável.
10
Fale de maneira literal. Crianças autistas podem se
atrapalhar com linguagem figurada. Para elas, é difícil compreender
expressões idiomáticas, sarcasmo e certos tipos de humor. Certifique-se
de ser literal e específica, a fim de tornar a compreensão mais fácil.
2
Auxiliando em outras áreas da vida do seu filho
1
Fique por dentro do plano de tratamento do seu filho.
Interaja o máximo possível com o médico do seu filho, e certifique-se
de inclui-lo nas conversas, quando for apropriado. É muito importante se
lembrar de que a criança processa informações de forma diferente; você
não deve esperar que ela se comunique como os outros. Não permita que
isso se torne um motivo para isolar seu filho; em vez disso, incentive-o
a se envolver.
2
Ensine outras formas de interação social positiva a seu filho.
Incentivar o contato visual é sempre bom, pois este é um terreno
complicado para uma criança autista. Por mais que fazer isso demande
sensibilidade e paciência, é sempre muito válido.
3
Se possível, ensine estas dicas para os professores e a babá de seu filho.
Garantir que os outros adultos em contato direto com seu filho
compreendam a situação dele, é uma ótima maneira de promover o
desenvolvimento da criança. Envolva-se na vida escolar do seu filho; é
muito importante manter a consistência nas práticas de comunicação.
3
Compreendendo o quão diferentes são as crianças autistas
1
Reconheça que a visão de mundo de uma criança autista é diferente.
Crianças com autismo simplesmente não interpretam o mundo como outras
crianças. Pode ser difícil interagir com elas, quando precisam se
esforçar para interpretar algo. No entanto, certos estímulos podem ser
melhor compreendidos do que outros.
Por exemplo, algumas crianças conseguem compreender a comunicação escrita bem melhor do que a falada.
2
Não leve o desinteresse da criança para o lado pessoal.
Se os sintomas do autismo forem graves em seu filho, ele simplesmente
pode não se interessar no que você está dizendo. Crianças autistas
tendem a terem interesses muito estritos; elas pode não responder, caso o
assunto se desvie do interesse delas.
3
Entenda que uma criança com autismo pode não compreender sinais sociais.
Ela pode nem saber que você está tentando conversar com ela; a
gravidade deste sintoma é proporcional a gravidade do autismo da
criança.
4
Leve em conta que crianças autistas podem não saber como participar de algo.
Frequentemente, a criança pode querer participar de uma atividade, mas
pode não possuir as habilidades sociais necessárias. Seu filho pode
precisar de ajuda nestas ocasiões.
Crianças autistas são sociais à sua maneira, você deve encontrar uma forma de incluí-la eficazmente.
5
Antecipe dificuldades com habilidades verbais. Se o
autismo da criança for grave, é possível que ela seja extremamente
limitada verbalmente. Isso não significa que ela não consiga
compreender; na verdade, seu filho pode ser excelente em aprender
coisas. É tudo uma questão de aprender a falar a língua deles. Durante
esse processo, você precisa se lembrar de que ela possui necessidades
únicas, e não tratá-las com desdém.
Colégio Pedro II - Sala de Audiovisual - Rua São Francisco Xavier, 204/208 - Tijuca
INFORMAÇÕES:
E-mail: contato@creativeideias.com.br
Telefone: (21) 25778691 ou 98068-4462 (WhatsApp)
CERTIFICADO:
Carga horária do certificado de participação (cada curso): 8h
PÚBLICO ALVO:
Profissionais e Estudantes de Graduação e/ou Pós da área da saúde e da educação, Familiares, e demais interessados no assunto.
CRONOGRAMA:
9h às 10h - Credenciamento
10h às 12h30 - Aula
12h30 às 13h30 - Almoço
13h30 às 17h - Aula
17h - Encerramento
PROGRAMA DO CURSO:
- Psicomotricidade e Desenvolvimento Infantil; - Aspectos do Desenvolvimento Motor; - Desenvolvimento Psicomotor da Criança; - Exercícios Psicomotores; - A Psicomotricidade no Processo de Aprendizagem; - A Avaliação Psicomotora; - Atividades Psicomotoras.
PALESTRANTE:
Fátima Alves
- Fonoaudióloga, Sócio-terapeuta Ramain-Thiers, Psicomotricista
titulada pela SBP. Mestre em Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente,
UNIPLI. Docente da Pós-graduação presencial e da Licenciatura a
distância em Pedagogia da Faculdade Unyleya. Orientadora de monografia
dos cursos de Psicomotricidade e Arteterapia da AVM/UCAM. Professora
Convidada dos cursos de pós-graduação em Psicopedagogia e Educação
Inclusiva da FAMESP. Professora convidada na formação em Arteterapia no
Ateliê de Marise Piloto. Docente e orientadora de TCC da Laureate
International Universities IBMR Centro Universitário. Tem experiência na
área de Educação, com ênfase em Psicomotricidade, atuando
principalmente nos seguintes temas: educação, psicomotricidade, inclusão
e down. Presidente da ABP, gestão 2008/2010. Conselheira da ABP. Autora
dos livros da WAK Editora: “Psicomotricidade: corpo, ação e emoção”;
“Inclusão: muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio”; “Como
aplicar a Psicomotricidade: uma atividade multidisciplinar com Amor e
União”, “Para Entender a Síndrome de Down”, “A Psicomotricidade e o
Idoso: uma educação para a saúde” e “A Infância e a Psicomotricidade: A
pedagogia do corpo e do movimento”. Participante de eventos nacionais e
internacionais em Psicomotricidade e Educação como ministrante em
palestras, cursos e workshops. Colunista no blog CREATIVEIDEAIS -
http://creativeideias.blogspot.com.br.
PROGRAMA DO CURSO:
Aguardando mais informações fornecidas pela palestrante.
PALESTRANTE:
Rita Thompson -
Membro da diretoria da ABENEPI – Associação de Neurologia e Psiquiatria
Infantil; Membro da SOPERJ – Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de
Janeiro; Mestre em Educação; Graduada em Pedagogia e em
Psicomotricidade; Pós-graduada em Psicomotricidade GAE-ISRP Paris e em
Psicopedagogia; Docente na Universidade Estácio de Sá; Coordenadora do
atendimento a crianças com TEA, TDAH e Deficiência Intelectual no
Instituto de Pesquisas Neuropsiquiatricas SUAV; Membro da Sociedade
Brasileira de Psicomotricidade - SBP, e autora de diversos artigos
científicos (em livros de psicomotricidade, neuropsicologia,
neuroeducação e educação).
PROGRAMA DO CURSO:
Distúrbio Específico de Linguagem (DEL):
1. Conceito
2. Classificação
3. Fatores etiológicos
4. Sintomatologia
5. Perfil Linguístico-cognitivo
Avaliações fonoaudiológicas em linguagem oral:
1. Exame Fonético-Fonológico
2.
Processamento Fonológico: Consciência Fonológica (Pamplona e
Capovilla); acesso lexical (nomeação automatizada rápida); memória
operacional (alça fonológica: spam de dígitos ITPA, repetição de
pseudopalavras; esboço visuo-espacial: memória seqüencial visual ITPA).
3. ABFW
4. PEABODY
5. ADL
6. Pragmática: PROC
7. Narrativa de Relato e História
Estratégias terapêuticas em linguagem oral:
1. Reorganização do sistema fonológico – recepção e expressão; ambientes facilitadores; zona de desenvolvimento proximal.
2. Desenvolvimento do campo semântico-lexical e semântico-pragmático.
3.
Desenvolvimento da narrativa de relato e história – microestrutura
(nível morfossintático) e macroestrutura narrativa – sequências lógicas e
recontagem de histórias.
PALESTRANTE:
Gladis dos Santos -
Fonoaudiologia pelo Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação
(1986), pós-graduação em psicomotricidade e mestrado em Tecnologia
Educacional nas Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (2006). Atualmente é professora assistente da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Fonoaudiologia,
com ênfase em Linguagem, fundamentando abordagem clínica pela
neuropsicologia e psicomotricidade, atuando principalmente nos seguintes
temas: transtornos da linguagem oral e escrita, metacognição,
reorganização cognitiva / psicomotora (atenção, percepção, memória,
fala, pensamento e movimento).
PROGRAMA DO CURSO:
- Diferenciar os conceitos de Transtornos, Dificuldades de Aprendizagem; - Reconhecer as bases neurobiológicas e neuropsicológicas dos transtornos e dificuldades da aprendizagem/ comportamento; - Reconhecendo o cérebro hiperativo e recriando estratégias pedagógicas na sala de aula; -
Distúrbio da Atenção, Distúrbios de Memória, Distúrbios de Linguagem.
Depressão, Transtorno Obsessivo Compulsivo. Neurobiologia do Estresse.
Bullying, Psicobiologia do Medo e Fobias escolares.
PALESTRANTE:
Marta Relvas -
Bióloga, Neurobióloga, Psicopedagoga, Membro da Sociedade Brasileira de
Neurociência e Comportamento, Pós graduada em Anatomia Humana,
Especialista em Fisiologia Humana, Bioética Aplicada e Didática do
Ensino Superior, atua ainda como Pesquisadora na área de Biologia
Cognitiva e Aprendizagem. Mentora do Curso de Pós Graduação de
Neurociência Pedagógica da Universidade Cândido Mendes - Faculdade
Integrada AVM; Autora dos livros: "Fundamentos Biológicos da Educação -
Desenvolvendo inteligência e afetividade na aprendizagem"; "Neurociência
e os Transtornos de Aprendizagem"; "Neurociência e Educação - Gêneros e
potencialidades na sala de aula"; dentre outros livros e DVD pela WAK
Editora.
PROGRAMA DO CURSO:
- Reconhecer as diferenças individuais no ambiente escolar; - Como são as capacidades regulatórias do aluno; - Reconhecer os níveis de desenvolvimento do aluno; - Estrategias para auxiliar na regulação; - Adaptação da rotina, do ambiente, do conteúdo nos diferentes perfis de aluno; - Adaptação da nossa forma de agir para facilitar a rotina escolar; - Como lidar com as birras e crises da criança na escola; - Como usar o interesse da criança para desenvolver as atividades escolares; -
Como analisar se o conteúdo que estamos apresentando é o adequado para
aquele aluno, se ele entende e se há significado para o aluno.
PALESTRANTE:
Helena Gueiros -
Terapeuta DIR/Floortime C2 pelo ICDL Institute; Certificada em
Integração Sensorial - Mentorship 1 pela SPD Foundation; Fisioterapeuta;
Psicomotricista; Coordenadora da pós-graduação em Desenvolvimento
Infantil da Faculdade Redentor e Docente da Graduação da Faculdade
Redentor. CREFITO-2: 113320-F.
OBSERVAÇÃO: Se,
por motivo de doença, falecimento ou outro fator impeditivo,
qualquer um dos palestrantes contratados para o evento não puder
apresentar-se, fica ajustado que a comissão organizadora providenciará
a substituição por outro profissional. Caso haja algum problema
operacional em relação ao local do evento, fica ajustado que a comissão
organizadora providenciará a substituição por outro local.
INVESTIMENTO:
GRUPOS*: A partir de 5 pessoas em cada curso matriculado - forma de pagamento em depósito - R$ 60,00 por integrante do grupo.
ATENÇÃO:
Caso após o preenchimento e finalização da ficha de inscrição, o
participante queira mudar de curso, é necessário preencher uma nova
ficha e verificar se há disponibilidade do mesmo.
O
pedopsiquiatra Christopher Gillberg, pioneiro na investigação sobre
esta condição esteve em Lisboa para participar no congresso
internacional do CADin. Ao DN falou do seu trabalho e do que pode ser
feito para melhorar a vida destas pessoas.
O diagnóstico de autismo ainda não é exatamente fácil. Porquê?
Porque
pode apresentar-se de muitas formas diferentes desde o primeiro
momento. Pode afetar as capacidades motoras precoces ou causar atrasos
na linguagem ou generalizados, ou apresentar-se através de reações
exacerbadas a estímulos sonoros, por exemplo e portanto, torna-se
difícil no início dizer, isto é autismo. É sobretudo importante olhar
para o desenvolvimento da criança como um todo. Para um pai, algo de
preocupante no desenvolvimento da sua criança que se prolongue no tempo,
por exemplo, durante mais de seis meses, deve levá-lo a procurar um
especialista que observe a situação.
Foi um dos pioneiros na investigação nesta área. O que o interessou no autismo?
Comecei
por fazer investigação em défice de atenção e hiperatividade, mas ainda
os anos de 1970, comecei a verificar que algumas destas crianças tinham
problemas desse tipo. Nessa altura, o autismo era coisa muito
misteriosa, que as pessoas acreditavam em geral que era causado por uma
mãe que rejeitava o filho. Eu tinha a meu cargo essa área também e
conheci todos aqueles pais que não encaixavam nesse padrão e fiquei
interessado em perceber o que estava realmente a passar-se. Naquela
época quase ninguém fazia investigação em autismo. Tive sorte de
conseguir financiamento para trabalhar na área e tornou-se logo claro
desde os primeiros trabalhos que que há uma série de problemas nesta
condição que não podem ter a ver com o facto de a mãe ser distante ou
algo desse género.
Quatro décadas depois dessas investigações, o autismo ainda está envolto em mistério?
Sim,
mas já não é tão misterioso como as pessoas ainda pensam que é. O
autismo não é uma doença, embora algumas doenças possam causar autismo.
Mas isso também é verdade para o défice de atenção, que não é uma
doença, ou um problema cognitivo, que também não é doença. O autismo é
uma condição. Muitas pessoas, talvez sete a 10% da população em geral,
são do tipo autístico: são menos interessadas em interações sociais,
preferem estar sozinhas a conviver e poderão falar dos seus próprios
interesses mas, em geral, não querem dos seus interesses das outras
pessoas. Eventualmente, uma cada dez pessoas é assim. Dentro desse
grupo, os seus filhos, se algo mais acontecer, como uma infeção grave
durante a gravidez, ou uma insuficiência de vitamina D, por exemplo, ou a
toma de alguma medicação, terão mais probabilidade de ter autismo
acompanhado de problemas ou distúrbios, se outra doença acontecer. Será
então autismo, porque há essas características, mas são os outros
problemas que lhe estão associados que são mais importantes, como os que
afectam a linguagem, por exemplo. Isso é mais importante do que ser um
pouco estranho do ponto de vista social, mas as pessoas concentraram-se
tanto na questão da sociabilidade, que isso acabou por ficar um pouco de
lado.
O que está na origem de uma personalidade autista? Podemos dizer que isso radica no cérebro?
Sim,
tudo está representado no cérebro, em termos de comportamento e de
cognição. As pessoas nascem um pouco, muito, ou nada dentro do espectro
do autismo. Mas há este equívoco de que o autismo explica os problemas
de linguagem, o atraso motor, o baixo QI, ou a epilepsia, mas não é
assim. Esses problemas surgem para lá do autismo. O problema não é o
autismo, mas cada um dos problemas por si.
Muitas crianças são hoje diagnosticadas com défice de atenção. De repente parece uma epidemia. Como é que isso se explica?
Antes
não dispúnhamos desse diagnóstico, não se sabia o que era mas
certamente haveria tantos casos como hoje. Hoje quando uma criança é
diagnosticada com autismo, por exemplo, o autismo em si é leve, e são os
outros problemas associados que são o verdadeiro problema. Mas o
diagnóstico de autismo é importante porque isso garante que os pais e a
família têm acesso a apoio. Mas, feito um diagnóstico de autismo, é
importante pensar nos outros problemas que podem estar associados e para
os quais muita coisa pode ser feita em termos de intervenção e que
produz melhoras. Por exemplo, há uma variedade de terapias excelentes
para tratar sintomas de défice de atenção, desde o treino de memória nas
crianças mais pequenas a intervenções na área do desporto, como as
artes marciais.
E se a criança em causa não falar sequer? Há casos severos de autismo em que isso acontece.
Se
o problema for o autismo, não há um problema de linguagem real, a menos
que haja um problema severo de linguagem, para além do autismo. O
autismo em si não tem a ver com a linguagem. Não conseguir falar, não é
causado pelo autismo. Portanto, aí é necessário intervir especificamente
no problema da linguagem. Mas também é preciso dizer que haverá sempre
crianças que não chegarão a falar porque têm disfasia, são raros, mas
existem e faça-se o que fizer, nunca chegarão a falar. Mas alguns deles
poderão aprender a comunicar através de algum dispositivo.
As sociedades modernas estão hoje mais preparadas para lidar com este tipo de problemas?
Estão. Hoje, desde logo, sabe-se mais sobre o assunto, as pessoas ouviram falar, conhecem e aceitam que esses problemas existem.
O que é preciso ainda estudar para compreender melhor este tipo de condição e os seus problemas associados?
Há
um subgrupo de pessoas no espectro do autismo, por exemplo, que têm um
problema específico: não conseguem reconhecer a expressão facial das
emoções e, portanto, não conseguem decifrar as emoções no rosto das
outras pessoas. Essa capacidade é representado numa área particular do
cérebro, que no caso dessas pessoas não está a funcionar bem. É a área
fusiforme do cérebro, que é altamente especializada nessa função. Se ela
tiver uma malformação ou estiver destruída por um tumor, ou tiver sido
danificada por causa de uma infeção - sabe-se que o herpes pode afetar
especificamente esta área - não é possível aprender a fazer esse
reconhecimento, ou deixa de se conseguir fazê-lo. Este é um problema
comum em pessoas com autismo e não acontece noutras situações. Este
grupo precisa de uma abordagem específica, para treinar esta capacidade,
porque talvez a pouca função que tenham possa ser treinada se a
intervenção for suficientemente precoce. Sabemos de outras condições
que, se as intervenções forem suficientemente precoces e focalizadas, é
possível obter grandes melhoras.
Quando fala de intervenção precoce refere-se a que idades?
A
minha esperança é que nos próximos anos estes problemas possam ser
reconhecidos em idades tão precoces como o ano meio. Por exemplo, para
os dois anos temos uma nova aplicação com rostos esmiles em as crianças
têm de aprender a identificar as emoções. E conseguimos demonstrar que o
que acontece na aplicação refete-se nesta área do cérebro. Se pudermos
fazer estes treinos com este tipo de dispositivos, aquela área do
cérebro pode melhorar o seu desempenho. O autismo nunca pode ser
totalmente curado, mas pode sempre haver uma intervenção positiva, mesmo
que o diagnóstico seja tardio.
Mas nos casos mais severos, em que não há comunicação sequer com as crianças, o que é possível fazer?
Sim,
há situações em que não se pode fazer muito. Mas se o caso é tão
severo, então não é só autismo e é necessária nova avaliação para
identificar exatamente que outros problemas haverá. Pode haver epilepsia
não diagnosticada, por exemplo. Um certo número desses casos severos
têm epilepsia não diagnosticada. Tenho visto inúmeros casos em que uma
vez diagnosticada e medicada a epilepsia, a situação melhora muito. Nos
casos mais severos, é necessário fazer mais avaliações. Não se sabia
nada disto há 20 anos.
No futuro, como vai desenvolver-se a investigação nesta área do autismo?
Uma
das áreas que vai desenvolver-se será, sem dúvida, a que diz respeito a
novas formas de treino para as pessoas que não diferenciam emoções
faciais, por exemplo. Teremos de identificar biomarcadores para
diferentes subgrupos de pessoas com problemas específicos, como este. É
preciso encontrar formas de ajudar estas pessoas a treinar as
capacidades em falta, ou até encontrar novas medicações.
Da sua experiência em todos estes anos, qual foi o maior avanço conseguido em relação ao autismo?
Foi,
sem dúvida, o facto de termos saído de uma situação de total
obscuridade para a que temos hoje, em que é absolutamente normal falar
disso.
Rory Logan foi rápido demais Foto: Reprodução / Facebook
Um
nadador de 9 anos foi desqualificado de uma prova de 50 metros por ter
sido o mais rápido na piscina. Rory Logan sofre de autismo e competia
nas regionais das Olimpíadas Especiais no País de Gales. As informações
são do Belfast Live.
Apesar de ser o menor na disputa, Rory chegou
em primeiro lugar, com tempo de 53,15 segundos. Mas em vez de ficar com
a medalha de ouro, ele ganhou uma faixa de participação.
"Rory
veio até mim e disse 'Mãe, eu não fiz nada de errado. Eu ganhei. O que
eu fiz?'. Eu fiquei arrasada por ele", disse Briony, a mãe do menino.
Ela, então, perguntou aos organizadores do evento o que tinha acontecido e ficou em choque com a resposta.
"Disseram
que ele tinha sido desqualificado porque nadou 'rápido demais'. A
decisão era irrevogável", disse Briony. "Aparentemente, você não pode
ser 15% mais rápido do que era nas baterias, em caso de você estar
tentando nadar mais lentamente para ser colocado numa divisão final
inferior".
Rory foi o primeiro Foto: Reprodução / Facebook
De fato, Rory nadou 15,8% mais rápido do que na bateria e quando chegou às finais se superou demais.
"Eu
sou a primeira a admitir que Rory pode ser muito preguiçoso quando se
trata de treino. Mas ele é muito competitivo e no minuto em que vi
aquelas medalhas ele foi atrás delas", declarou a mãe do menino.
Ao
ver Rory tão chateado, Briany diz que pensou em tirá-lo da competição.
No entanto, o filho ganhou outros dois ouros: no revezamento e nos 25
metros. No ano que vem, ele vai competir no All Ireland Special
Olympics.
A corrida de aplicações da técnica Crispr-Cas9, que permite recortar e
editar o DNA, está em velocidade tão surpreendente quanto foi sua
chegada revolucionária no mundo da ciência. Um estudo nos EUA conseguiu
recuperar parcialmente a visão de ratos cegos com a troca de genes
defeituosos por genes saudáveis. É inédito o feito sobre células
adultas.
Na China, células editadas foram injetadas pela
primeira vez em humanos para o tratamento de um paciente com câncer de
pulmão. De maneira simplificada, a técnica permite eliminar partes indesejadas do genoma -
que causam doenças, por exemplo. E caso necessário, é possível inserir
novas sequências no local. Os cientistas fazem com o código genético o
mesmo que fazemos com palavras em um editor de textos no computador.
O uso da Crispr-Cas9 é visto como grande esperança para o tratamento de
uma série de doenças genéticas, como distrofia muscular, hemofilia e
fibrose cística.
Ratos recuperaram parte da visão
No
estudo feito por pesquisadores do Instituto Salk, na Califórnia, ratos
adultos tiveram o código genético programado para ter uma forma de
cegueira chamada retinite pigmentosa, ou retinose pigmentar. A doença é
caracterizada pela existência de genes defeituosos que causam a
degeneração da retina e a cegueira.
Esses genes das células da
retina, que não podem mais se dividir, foram editados e consertados após
o nascimento dos ratos. A não-divisão é uma característica das células
que compõem a maioria dos tecidos desenvolvidos --como o cérebro,
coração, rins e fígado.
Peter Ilicciev/Fiocruz Imagens
Ratos com genes defeituosos sofriam degeneração da retina
"Pela primeira vez, pudemos entrar em células que não se dividem e
modificar o seu DNA à vontade. As possíveis aplicações desta descoberta
são vastas", disse Juan Carlos Izpisua Belmonte, que liderou a pesquisa,
em reportagem do Guardian. O estudo foi publicado na revista Nature. Para o cientista, a técnica poderá ser testada em seres humanos em um ou dois anos.
Já pesquisadores da Universidade de Sichuan, na China, realizaram a
primeira aplicação da técnica em humanos. Eles coletaram o sangue de um
paciente com câncer de pulmão e desativaram um gene das células
imunológicas que bloqueia a resposta imune. Ao injetarem as células
modificadas, os cientistas pretendem fazer com que o câncer deixe de se
proliferar. A pesquisa também foi publicada na Nature.
Com as pesquisas mais recentes, trocar genes defeituosos por funcionais em crianças e adultos tornou-se algo mais próximo.
Recortando e colando
O Crispr-Cas9
pode ser entendido como uma "tesoura" que recorta partes precisas do
DNA e cola outras combinações de genes, consertando sequências
danificadas. A técnica utiliza uma enzima para recortar o DNA e
uma guia molecular, que é programada para indicar com precisão a seção
que receberá o corte.
Na pesquisa do Instituto Salk, um vírus
foi o responsável por levar o kit de ferramentas do Crispr-Cas9 até as
células da retina dos ratos cegos. A intervenção foi feita quando os
ratos tinham três semanas de vida. A técnica consertou os genes
defeituosos que levavam à cegueira.
Para os pesquisadores, o
tratamento teria eficácia ainda maior se a "manutenção" fosse feita mais
cedo, quando a retina ainda não estava muito danificada. A aplicação em
humanos depende, dentre outras coisas, de ganho de eficiência, já que
só cerca de 5% das células defeituosas foram corrigidas com sucesso nos
ratos.
Reprodução/bet.com
Câncer de pulmão poderá ser combatido por células modificadas
Já no estudo da Universidade de Sichuan, a edição de células foi feita
fora do organismo, utilizando-se o sangue coletado. Elas foram
cultivadas, multiplicadas e injetadas no paciente com câncer de pulmão. A
intervenção faz com que as células deixem de codificar a proteína PD-1,
que está ligada ao bloqueio da resposta imunológica. Sem esse bloqueio
natural, a esperança é a de que os glóbulos brancos possam atacar o
câncer e eliminá-lo.
A equipe de Lu You, que lidera a pesquisa,
está monitorando a evolução da doença, ainda sem resultados da eficácia
do tratamento. O estudo possui como objetivo principal testar a segurança do uso da técnica do Crispr-Cas9 em humanos. Garantir que o processo não causa danos ao organismo é fundamental para o avanço da tecnologia.
Um estudo liderado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças
(CDC, na sigla em inglês) constatou que um grupo de 13 bebês com zika
congênita no Ceará e Pernambuco desenvolveram microcefalia após o
nascimento. As crianças tinham anomalias do cérebro e entre os cinco
meses e um ano começaram a apresentar a doença.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Altino Ventura em parceria com a
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) constatou que os filhos de
mães que tiveram Zika durante a gravidez, podem apresentar problemas
neurológicos, mesmo que não tenham nascido com microcefalia.
O resultado
do estudo foi divulgado nesta quinta-feira (9). Segundo os
especialistas, as evidências foram encontradas depois que um bebê com
quadro de Zika apresentou lesões na visão, depois de ser realizado o
mapeamento da retina do recém-nascido.
Não é dieta ou regime. Os cientistas estão pesquisando como o jejum ou o
corte radical de calorias pode promover o aumento da expectativa de
vida. A alimentação equilibrada e rica em nutrientes é fundamental para
uma boa saúde. Porém, já é sabido que a privação de alimentos de forma
controlada pode ativar mecanismos de autodefesa das células que garantem
a elas maior longevidade. É isso que se traduz em benefícios para todo
nosso organismo.
Tudo por causa da autofagia. Ela é um mecanismo
importante de autolimpeza que existe em todas as células de nosso
corpo. Os genes que regulam essa reciclagem de organelas velhas ou
malformadas foram identificados por Yoshinori Ohsumi, ganhador do Nobel
de medicina deste ano.
Akiko Matsushita/Kyodo News via AP
Yoshinori Ohsumi ganhou o Nobel graças a suas
descobertas sobre a autofagia, um processo
de reciclagem celular
A redução da autofagia leva ao acúmulo de componentes danificados, o
que está associado à morte das células e ao desenvolvimento de doenças.
Assim, manter o mecanismo ativo seria uma forma de prevenir problemas
futuros.
A autofagia é ativada quando a célula está em situações
de estresse. Por exemplo, quando o indivíduo fuma um cigarro ou deixa
de se alimentar. Para sobreviver, a célula passa a "comer" partes
internas, degradando tudo o que tem de ruim. Quanto mais o mecanismo
funciona maior a faxina interna.
"A autofagia não fica ativa o tempo todo. Mas a restrição de nutrientes é uma forma de burlar isso"
Luciana Gomes, pesquisadora do Laboratório de Reparo de DNA da USP
"O jejum induz a autofagia, isso é sabido. Também sabemos que a
autofagia induz a longevidade. A busca agora é entender a conexão entre a
autofagia ativada pelo jejum e a longevidade das células", explica
Soraya Smaili, professora livre-docente da Escola Paulista de Medicina.
Segundo ela, a maioria dos estudos feitos até hoje foi com animais.
Comer menos calorias também pode aumentar longevidade
Outra forma de ativar a autofagia e propiciar benefícios para o
organismo é com a restrição do consumo de alimentos. Para funcionar, a
redução de calorias ingeridas dever variar entre 20% e 60%, de acordo
com as pesquisas. "Não é o jejum, é a diminuição prolongada de consumo
de nutrientes. A autofagia é aumentada", explica Luciana Gomes. A
redução ocorreria principalmente no consumo de carboidratos e proteínas.
QMUL
Contudo, se a privação de nutrientes for muito longa, os efeitos passam a ser negativos.
Nesse caso, a célula poderia começar a degradar componentes bons, que
funcionam. O ideal seria conseguir estimular a faxina interna em tempo
certo, sem excessos. Para isso, os cientistas pesquisam qual
seria o tempo de jejum e o nível de redução calórica que garantiriam os
efeitos benéficos sem causar prejuízos.
Smaili diz que
há estudos feitos em humanos que mostram que o jejum, se bem conduzido e
monitorado, traz benefícios a longo prazo. "Não é um jejum prolongado. É
de 12 e no máximo 24 horas. E pode ser específico, de alguns
nutrientes, como carboidratos e proteínas", afirma.
Durante
o jejum, seria importante manter o consumo de água e de sais, para não
provocar aumento da pressão arterial ou desidratação. Um soro pode cumprir essa função. E o jejum só poderia ser feito por pessoas saudáveis.
Adnan Abidi/Reuters
Em algumas culturas, o jejum periódico é tradicional, como o
Ramadã para os muçulmanos
Fazer jejum ou reduzir alimentação, o que você prefere?
Para garantir o aumento da expectativa de vida a longo prazo, o jejum
precisaria ser feito de forma periódica. "Não adianta fazer um hoje e
outro no ano que vem", diz a farmacóloga da Unifesp.
Já a
redução calórica precisaria ser permanente para produzir efeitos. "Como é
difícil ter essa disciplina, surgiu a busca para confirmar se jejum
intermitente conseguiria levar aos mesmos efeitos", complementa a
biomédica da USP.
As pesquisas existentes ainda não possuem resultados que permitam traçar uma indicação de frequência do jejum.
Quanto à restrição calórica, Gomes explica que em testes com animais os
melhores resultados ocorreram entre os que foram mantidos em restrição
calórica desde o nascimento. O aumento da expectativa de vida chegaria,
nesses casos, a 30%.